Cinema Moderno

  • November 2019
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Foi a nouvelle vague francesa a responsável pela mudança que havia dominado o cinema moderno, pressupunha uma vitalidade e um desenvolvimento infinito da instituição cinematográfica. A partir da segunda metade da década de 70, nos Estados Unidos, foi registrada uma queda de 78% em bilheteria nos cinemas, comparando 1946 com 1976. Porém essa queda teve um fenômeno inverso acompanhando inversamente sua decadência; o consumo dos filmes através da televisão cresceu 83% no mesmo tempo que foi registrado a queda de bilheteria. O cinema americano para sobreviver teve de renovar nas estruturas de produção, mas também em seus conteúdos. Para exemplificar, Sem destino (1969), de Dennis Hopper, foi uma produção independente, que custou quatrocentos mil dólares, rendeu a distribuição de dezenove milhões. Para completar essa fase de transição, temos a passagem da reprodução químico-mecânica da imagem para a eletrônica, a televisão. A televisão em casa nos traz o cinema como nós recebemos o noticiário e o esporte. O cinema na televisão significa excesso, também num sentido de união familiar. A intervenção das emissoras de TV na produção dos filmes é um fato amplamente difundido e importante, pois constitui, um dos aspectos fundamentais do regime protecionista que usufrui o cinema. Na década de 80, temos outra transição, nesse caso, um avanço, são feitos os primeiros filmes com auxilio de tecnologia para efeitos sonoros e visuais, jamais usados antes em qualquer filme, é criado também o matte shot, isto é, enquadramentos obtidos através da perfeita sobreposição de imagens filmadas separadas. Em 1985 chegamos as experiências com tecnologias exclusivamente eletrônicas.

O “cinema moderno” e a crítica cinematográfica No universo cinematográfico, depois dos movimentos políticos e culturais dos anos 50 e 60 e antes da retomada do mercado cinematográfico dos anos 80 pela Motion Picture, floresceu um ‘cinema moderno’, de autores e produtores, que deu seqüência à renovação da linguagem cinematográfica e da relação entre o filme e os espectadores. Diretores vindos desses movimentos – Antonioni, Fellini vindos do neo-realismo italiano, Godard, Truffaut, Malle da nouvelle-vague – ou de extensas carreiras nacionais – como Bergman, Kurosawa, Buñuel, etc. -, consagrados frente ao público internacional através dos festivais europeus de cinema, passam a interessar grandes produtores europeus e depois norteamericanos, seus filmes produzidos multinacionalmente sendo distribuídos com grande sucesso no mercado internacional, influenciando realizadores de todo o mundo, da Europa ao Terceiro Mundo, e mesmo a uma nova geração de diretores nos Estados Unidos (Coppola, Scorsese) vindos da universidade que chegam ao mercado com uma sólida cultura cinematográfica. Em sintonia com esse “cinema moderno” observa-se uma extraordinária renovação da crítica cinematográfica a partir do surgimento da verdadeira “máquina de guerra” que foi o “Cahier du Cinéma”, que, percebendo uma sensibilidade difusa como falha no consenso, afirma valores e concepções cinematográficas novas que se expandem polemicamente por uma multiplicidade de novas publicações que surgem por todo planeta. É nesse momento que a crítica, uma velha tradição do jornalismo, passa a dialogar com o que podemos chamar hoje de uma nova tradição acadêmica: a análise cinematográfica. Fica claro que, a contrário do crítico, que o analista não tem nenhum compromisso em chegar a um julgamento do filme, seja ele considerado a partir de seu contexto histórico ou analisado livre de qualquer impureza conjuntural. Assim, se um excessivo descolamento da pesquisa levou a análise cinematográfica episodicamente a um evidente esoterismo, enfatizada pelo uso de procedimentos vindos dos estudos estruturalistas, é evidente que a crítica jornalística muito se beneficiou desse diálogo, forçando os críticos a superar uma excessiva

subjetividade na produção de argumentos para fundamentar sua visão dos filmes, que passam a ser mais compreendidos em sua materialidade expressiva e exemplificados descritivamente, mesmo que o espaço da crítica só permita fazê-lo de forma metonímica e alusiva. O curso terá um primeiro movimento informativo e teórico abordando esse cinema moderno e a relação da critica com a análise cinematográfica, e um segundo movimento analítico e especulativo desencadeado pela visão de uma série de filmes.

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