Cerimoniários - Tríduo Pascal.docx

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Liturgia Fundamental

TRÍDUO PASCAL Trabalho: Soni Oliveira

Sumário

TRÍDUO PASCAL ....................................................................................................... 3 1. A celebração do Domingo de Ramos ................................................................ 6 2. A celebração da Missa da Ceia do Senhor ..................................................... 12 3. A Celebração da Paixão do Senhor ................................................................ 16 4. A celebração da Vigília Pascal ........................................................................ 24 5. A celebração do Domingo de Páscoa ............................................................. 34 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49

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TRÍDUO PASCAL A palavra Tríduo na prática devocional católica sugere a idéia de preparação. Às vezes nos preparamos para a festa de um santo com três dias de oração em sua honra, ou pedimos uma graça especial mediante um Tríduo de preces de intercessão. O Tríduo pascal se considerava como três dias de preparação para a festa de Páscoa; compreendia a quinta-feira, a sexta-feira e o sábado da Semana Santa. Era um Tríduo da paixão. No novo calendário e nas normas litúrgicas para a Semana Santa, o enfoque é diferente. O Tríduo se apresenta não como um tempo de preparação, mas sim como uma só coisa com a Páscoa. É um Tríduo da paixão e ressurreição, que abrange a totalidade do mistério pascal. Assim se expressa no calendário: Cristo redimiu ao gênero humano e deu perfeita glória a Deus principalmente através de seu mistério pascal: morrendo destruiu a morte e ressuscitando restaurou a vida. O Tríduo pascal da paixão e ressurreição de Cristo é, portanto, a culminação de todo o ano litúrgico. Logo estabelece a duração exata do Tríduo: O Tríduo começa com a Missa vespertina da Ceia do Senhor, alcança seu cume na Vigília Pascal e se fecha com as vésperas do Domingo de Páscoa. Esta unificação da celebração pascal é mais acorde com o espírito do Novo Testamento e com a tradição cristã primitiva. O mesmo Cristo, quando aludia a sua paixão e morte, nunca as dissociava de sua ressurreição. No evangelho da quarta-feira da segunda semana de quaresma (Mt 20,17-28) fala delas em conjunto: "O condenarão à morte e o entregarão aos gentis para que d'Ele façam escarnio, o açoitem e o crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará". É significativo que os pais da Igreja, tanto Santo Ambrósio como Santo Agostinho, concebam o Tríduo pascal como um todo que inclui o sofrimento do Jesus e também sua glorificação. O bispo de Milão, em um dos seus escritos, referese aos três Santos dias (triduum illud sacrum) como aos três dias nos quais sofreu, esteve no túmulo e ressuscitou, os três dias aos que se referiu quando disse: "Destruam este templo e em três dias o reedificaré". Santo Agostinho, em uma de suas cartas, refere-se a eles como "os três sacratíssimos dias da crucificação, sepultura e ressurreição de Cristo".

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Esses três dias, que começam com a missa vespertina da quinta-feira santa e concluem com a oração de vésperas do domingo de páscoa, formam uma unidade, e como tal devem ser considerados. Por conseguinte, a páscoa cristã consiste essencialmente em uma celebração de três dias, que compreende as partes sombrias e as facetas brilhantes do mistério salvífico de Cristo. As diferentes fases do mistério pascal se estendem ao longo dos três dias como em um tríptico: cada um dos três quadros ilustra uma parte da cena; juntos formam um tudo. Cada quadro é em si completo, mas deve ser visto em relação com os outros dois. Interessa saber que tanto na sexta-feira como no sábado santo, oficialmente, não formam parte da quaresma. Segundo o novo calendário, a quaresma começa na quarta-feira de cinza e conclui na quinta-feira santa, excluindo a missa do jantar do Senhor. na sexta-feira e na sábado da semana Santa não são os últimos dois dias de quaresma, mas sim os primeiros dois dias do "sagrado Tríduo".

Pensamentos para o Tríduo. A unidade do mistério pascal tem algo importante que nos ensinar. Diznos que a dor não somente é seguida pelo gozo, senão que já o contém em si. Jesus expressou isto de diferentes maneiras. Por exemplo, no último jantar disse a seus apóstolos: “Se entristecerão, mas sua tristeza se trocará em alegria" (Jo 16, 20). Parece como se a dor fosse um dos ingredientes imprescindíveis para forjar a alegria. A metáfora da mulher com dores de parto o expressa maravilhosamente. Sua dor, efetivamente, engendra alegria, a alegria "de que ao mundo lhe nasceu um homem.

Outras imagens vão à memória. Todo o ciclo da natureza fala de vida que sai da morte: "Se o grão de trigo, que cai na terra, não morre, fica sozinho; mas se morrer, produz muito fruto" (Jo 12,24). A ressurreição é nossa páscoa; é um passo da morte à vida, da escuridão à luz, do jejum à festa. O Senhor disse: "Você, pelo contrário, quando jejuar, unjase a cabeça e se lave a cara" (Mt 6,17). O jejum é o começo da festa. O sofrimento não é bom em si mesmo; portanto, não devemos buscá-lo como tal. A postura cristã referente a ele é positiva e realista. Na vida de Cristo, e sobre tudo na sua cruz, vemos seu valor redentor. O crucifixo não deve reduzir-se a uma dolorosa lembrança do muito que Jesus sofreu por nós. É um objeto no que podemos nos glorificar porque está transfigurado pela glória da ressurreição.

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Nossas vidas estão entretecidas de gozo e de dor. Fugir da dor e as penas a toda costa e procurar gozo e prazer por si mesmos são atitudes erradas. O caminho cristão é o caminho iluminado pelos ensinos e exemplos do Jesus. É o caminho da cruz, que é também o da ressurreição; é esquecimento de si, é perderse por Cristo, é vida que brota da morte. O mistério pascal que celebramos nos dias do sagrado Tríduo é a pauta e o programa que devemos seguir em nossas vidas.

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1. A celebração do Domingo de Ramos

O que se deve preparar:  Todo o necessário para a celebração da Missa;  Paramentos vermelhos para o sacerdote, como para a Missa. Para a procissão, pode-se usar o pluvial vermelho;  Turíbulo e naveta com incenso;  Cruz processional, ornada com um ramo;  Dois castiçais com velas;  Caldeirinha de água benta e aspersório;  Missal Romano;  Livro dos Evangelhos;  Livros da Paixão do Senhor, se houver;  Três estantes para a história da Paixão;  Genuflexório;  Ramos para o sacerdote, os ministros e os fiéis;  Altar ornado com ramos.

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1. Ritos iniciais Nesta celebração há três formas de entrada: a procissão, a entrada solene e a entrada simples. A procissão faz-se apenas na Missa principal, com maior concurso de povo; a entrada solene, onde não foi possível fazer a procissão e nas demais Missas em que se abençoam os ramos; a entrada simples, nas Missas em que não se faz a bênção dos ramos.

a) Procissão A celebração inicia-se em uma igreja menor ou em outro lugar apropriado fora da igreja, como, por exemplo, uma praça próxima. O sacerdote reveste os paramentos na sacristia da igreja em que se celebrará a Missa (vestindo o pluvial, ou, na sua falta, a casula) e dirige-se com os ministros para o lugar onde já estão reunidos os fiéis, todos com ramos nas mãos. Neste momento os Cerimoniários já devem levar todos os objetos para a procissão: turíbulo e naveta, cruz processional, dois castiçais, Missal Romano, aspersório, Livro dos Evangelhos e Livros da Paixão. Quando o sacerdote e os ministros se aproximam, os cantores (que já estão junto aos fiéis) entoam a antífona proposta no Missal ou outro canto adequado. Terminado o canto, o sacerdote inicia a Missa com o sinal da cruz e a saudação presidencial, como de costume. Segue-se a monição proposta no Missal, que o sacerdote pode confiar ao diácono. Em seguida, o sacerdote recita uma das orações de bênção dos ramos propostas no Missal e passa a aspergi-los (enquanto isso, pode-se cantar um canto apropriado). Terminada a aspersão, se for oportuno, o sacerdote pode distribuir os ramos aos ministros e a alguns fiéis.

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O sacerdote, então, impõe incenso no turíbulo, abençoa o diácono e recebe o seu ramo para ouvir a Proclamação do Evangelho. Se não houver diácono, o próprio sacerdote proclama o Evangelho, mas sem segurar o ramo. Para esta proclamação do Evangelho, pode ser utilizado o Livro dos Evangelhos ou, na sua falta, o próprio Missal, que é colocado em uma estante ou segurado por um Cerimoniário, sempre ladeado por dois Cerimoniários com castiçais de velas. Utilizase o incenso normalmente.

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Após o Evangelho, se for oportuno, pode ser feita breve homilia. Em seguida, o sacerdote ou o diácono profere a monição proposta no Missal e tem início a procissão, na seguinte ordem: 1) 2) 3) 4) 5) 6) 7)

Turiferário e naveteiro; Cruciferário ladeado por dois Cerimoniários com velas acesas; Cerimoniários e demais ministros, com ramos nas mãos; Diáconos ou leitores com os Livros da Paixão, se houver; Diácono com o Livro dos Evangelhos, se houver; Sacerdote, com seu ramo na mão; Fiéis, que levam ramos nas mãos.

Durante a procissão, cantam-se os salmos propostos no Missal ou outros cantos adequados. Chegando à igreja, os ministros fazem a devida reverência ao altar e ocupam seus lugares. O sacerdote, ao chegar diante do altar, entrega seu ramo ao Cerimoniário, beija o altar e passa a incensá-lo, como de costume. Em seguida, dirige-se à cadeira, depõe o pluvial (se o usou) e reveste a casula (ou, se preferir, pode trocar o pluvial pela casula antes de beijar o altar). Omitidos o Ato Penitencial e o “Glória”, segue-se imediatamente a oração do dia.

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b) Entrada solene: Estando os fiéis já dentro da igreja, o sacerdote e os ministros dirigem-se para um local, fora do presbitério, em que possam ser vistos ao menos pela maioria dos fiéis. Comumente utiliza-se a porta da igreja, mas pode ser também um altar lateral. Os ritos, desde a chegada do sacerdote e dos ministros até a oração do dia, fazem-se como relatado acima, inclusive procurando que alguns fiéis tomem parte à procissão de entrada, logo após o sacerdote.

c) Entrada simples: Nas Missas em que não se abençoam os ramos, a entrada faz-se como de costume, seguida do sinal da cruz, da saudação presidencial, do ato penitencial e da oração do dia. Omite-se o “Glória”.

2. Liturgia da Palavra As leituras e o salmo são proclamados como de costume. Segue-se a Aclamação ao Evangelho, na qual não se levam velas ou incenso. O Evangelho é a narrativa da Paixão, a qual é tradicionalmente proclamada por três leitores: o do centro, que faz a parte de Cristo, o da esquerda que faz a parte do cronista (narrador) e o da direita que faz a parte do leitor (que lê todas as falas, exceto as de Cristo).

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Se, serão diáconos a proclamar a Paixão, estes pedem a bênção ao sacerdote e então dirigem-se às estantes preparadas para a história da Paixão, preferencialmente diante do altar. Na falta dos diáconos, a Paixão será proclamada por leitores, que reservam a parte de Cristo ao sacerdote. Os leitores não pedem a bênção, dirigindo-se diretamente às estantes juntamente com o sacerdote. Na história da Paixão não há saudação ao povo nem sinal-da-cruz sobre o livro no início. Ao ser anunciada a morte do Senhor, todos ajoelham-se (se possível, o sacerdote em um genuflexório diante do altar) e faz-se uma pausa. Não há o beijo do livro no final.

Seguem-se a homilia, a profissão de fé e a oração dos fiéis.

3. Liturgia Eucarística / Ritos finais A partir da apresentação das oferendas, a Missa prossegue como de costume. O uso do incenso se faz normalmente, tanto no Ofertório quanto na Consagração. O Prefácio a ser utilizado é próprio (“A Paixão do Senhor”), bem como a bênção é a própria da Paixão do Senhor. A procissão de saída faz-se como de costume.

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2. A celebração da Missa da Ceia do Senhor

O que se deve preparar:  Todo o necessário para a celebração da Missa;  Paramentos brancos para o sacerdote, como para a Missa;  Turíbulo e naveta com incenso. Para a Transladação do Santíssimo Sacramento, pode-se usar um segundo turíbulo;  Cruz processional;  Dois a seis castiçais com velas;  Sinetas;  Missal Romano;  Livro dos Evangelhos;  Cadeiras para os homens designados ao Lava-pés;  Jarro com água, bacia e toalhas para o Rito do Lava-pés;  Gremial ou toalha para o sacerdote cingir-se;  O necessário para o sacerdote lavar as mãos;  Véu de âmbula (se houver);  Véu umeral;  Genuflexório;  Velas para os ministros;  Quatro ou seis tochas;  Altar da Reposição, em local adequado da igreja, com um sacrário fechado e ornado com flores e velas. Se há Capela do Santíssimo, pode preparar-se nela o altar da reposição;  Altar ornado com flores.

1. Ritos iniciais / Liturgia da Palavra Para esta celebração, o sacrário deve estar totalmente vazio e aberto, com a lâmpada apagada. Nesta Missa devem consagrar-se todas as hóstias para a comunhão deste dia e para o dia seguinte. Se houver Reserva Eucarística, deve ser mantida na sacristia, de forma digna. A celebração inicia-se como de costume, com a procissão de entrada na seguinte ordem:  Turiferário e naveteiro;  Cruciferário ladeado por dois a seis Cerimoniários com castiçais de velas;

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 Cerimoniários e demais ministros;  Diácono com o Livro dos Evangelhos, se houver;  Sacerdote, paramentado para a Missa.

Durante a procissão de entrada canta-se a antífona proposta pelo Missal ou outro canto adequado. Chegando ao altar, o sacerdote o venera e incensa, como de costume. Segue-se o sinal da cruz, a saudação presidencial e o Ato Penitencial. Durante o Glória, tocam-se todos os sinos da igreja, inclusive as sinetas. Os sinos a partir de então não poderão ser usados até o Glória da Vigília Pascal. Da mesma forma, durante este período de tempo, o órgão e os outros instrumentos musicais só podem ser utilizados para sustentar o canto. Recomendase cantar sem o uso de instrumentos. Após o “Glória”, recita-se a oração do dia. As leituras, o salmo e o Evangelho são proclamados como de costume, inclusive com a procissão de incenso e velas ao Evangelho. A homilia faz-se igualmente como de costume.

2. Rito do Lava-pés Após a homilia tem início o rito do Lava-pés. Os doze homens escolhidos dirigem-se aos seus lugares à entrada do presbitério, a menos que aí já estejam desde o início da celebração. Nunca devem sentar no presbitério, que é o lugar próprio do sacerdote e daqueles que servem diretamente ao altar. O sacerdote depõe a casula, deixando-a na cadeira ou entregando-a ao Cerimoniário para que coloque em outro lugar adequado, e cinge-se com um gremial ou uma toalha. Aproxima-se de cada um dos homens escolhidos e, auxiliado pelo diácono e pelos Cerimoniários, deita-lhes água aos pés e enxuga-os. Quanto aos Cerimoniários que auxiliarão o sacerdote, podem proceder da seguinte forma: do lado esquerdo, um Cerimoniário sustentando a bacia; do lado direito, o diácono ou um Cerimoniário com a jarra de água; e, um pouco atrás, um ou dois Cerimoniários alcançando as toalhas. Durante o rito do Lava-pés, cantam-se as antífonas propostas pelo Missal ou outro canto adequado. Terminado o rito, o sacerdote lava as mãos. Em seguida, retira o gremial ou a toalha, retoma a casula e, omitida a profissão de fé, dá início à oração dos fiéis.

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3. Liturgia Eucarística É conveniente organizar uma procissão dos fiéis que trazem ao altar os dons do pão e do vinho (âmbulas e galhetas), além de donativos para os pobres, enquanto canta-se o hino proposto pelo Missal ou outro canto adequado. Nunca podem ser introduzidos símbolos nesta procissão: é procissão das oferendas, portanto, do pão e do vinho que vão ser oferecidos a Deus para tornarem-se Corpo e Sangue de Cristo e dos donativos oferecidos para o sustento dos pobres. A apresentação das oferendas faz-se normalmente, inclusive com o uso do incenso. O Prefácio a ser utilizado é o da Santíssima Eucaristia I. Recomenda-se vivamente tomar a Oração Eucarística I, que possui partes específicas para esta Missa. Durante o Santo, faz-se a procissão com incenso e velas, mas não se tocam as sinetas após a Consagração. Nesta celebração, convêm que todos possam receber a comunhão sobre as duas espécies.

4. Transladação do Santíssimo Sacramento Após a Comunhão, deixa-se sobre o altar um corporal estendido e uma âmbula, preferencialmente coberta com o véu, com as hóstias para a Comunhão do dia seguinte. As demais âmbulas, se houver, sejam levadas para a sacristia ou outro lugar adequado, de modo digno. Recitada a Oração depois da Comunhão, o sacerdote dirige-se para a frente do altar. Os Cerimoniários trazem um ou dois turíbulos, aos quais o sacerdote impõe o incenso e, ajoelhado em um genuflexório preparado, toma um turíbulo e incensa o Santíssimo Sacramento. Em seguida, recebe o véu umeral do Cerimoniário, genuflete e toma a âmbula nas mãos, cobertas com o véu (Nunca pode-se realizar esta transladação com o ostensório. Da mesma forma, não se troca a casula pelo pluvial: o sacerdote continua com a casula, colocando sobre ela o véu umeral).

Tem início então a procissão através da igreja até o altar da reposição, na seguinte ordem: 1) Cruciferário ladeado pelos Cerimoniários com velas acesas; 2) Cerimoniários e demais ministros, todos com velas acesas nas mãos; 3) Turiferário(s) e naveteiro(s);

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4) Sacerdote com o Santíssimo Sacramento, ladeado por quatro ou seis Cerimoniários com tochas. Se houver, pode-se utilizar a umbela (não porém o pálio, que é próprio de ambientes externos).

Durante a procissão canta-se o hino proposto pelo Missal ou outro canto adequado. Ao chegar ao altar da reposição, o sacerdote coloca a âmbula dentro do sacrário, depõe o véu umeral e ajoelha-se em um genuflexório preparado. Estando todos ajoelhados, entoa-se o hino “Tão Sublime”, enquanto o sacerdote incensa o Santíssimo Sacramento. Terminado o canto, o diácono ou o próprio sacerdote fecha a porta do sacrário. Após alguns momentos de adoração silenciosa, o sacerdote e os ministros levantam-se, genufletem e retiram-se em silêncio. Igualmente os fiéis retiram-se da igreja em silêncio. Em tempo oportuno após a celebração o altar é desnudado: retiram-se todas as toalhas, velas e flores. As cruzes da igreja são retiradas ou cobertas com um véu vermelho ou roxo, bem como as imagens dos santos, a não ser que já estejam cobertas desde o V Domingo da Quaresma ou desde o Domingo de Ramos. Proíbe-se acender luzes diante das imagens dos santos. Os fiéis sejam convidados a permanecerem na igreja por um determinado espaço de tempo da noite, ou mesmo da manhã do dia seguinte, para a devida oração diante do Santíssimo Sacramento. Após a meia-noite, porém, esta oração seja feita sem solenidade.

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3. A Celebração da Paixão do Senhor

O que se deve preparar:

   

Paramentos vermelhos para o sacerdote, como para a Missa; Tapete e almofada para o sacerdote (opcional, para a prostração); Missal Romano; Livros da Paixão do Senhor, se houver;

 Três estantes para a história da Paixão;  Genuflexório;  Cruz para a adoração (coberta com véu vermelho, caso adote-se a 1ª forma);  Dois castiçais com velas para ladear a cruz;  Toalha do altar e corporal;  Véu umeral;  Dois castiçais com velas para a Transladação do Santíssimo Sacramento;  Altar desnudado: sem cruz, castiçais, toalhas ou flores.

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1. Liturgia da Palavra A celebração inicia-se com a procissão de entrada, em silêncio, na seguinte ordem: 1) Cerimoniários e demais ministros; 2) Diáconos ou leitores com os Livros da Paixão, se houver; 3) Sacerdote, paramentado para a Missa.

Nesta procissão não se levam incenso, cruz processional ou castiçais. Ao chegar diante do altar, o sacerdote faz a devida reverência e prostra-se com o rosto por terra ou ajoelha-se em genuflexório desguarnecido (sem almofadas). O diácono, os ministros e fiéis ajoelham-se e rezam por alguns instantes em silêncio.

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Após alguns instantes, todos levantam-se e o sacerdote, da cadeira, recita uma das orações do dia propostas no Missal. Após esta, todos sentam-se. As leituras e o salmo são proclamados como de costume. Segue-se a Aclamação ao Evangelho, na qual não se levam velas ou incenso. Como no Domingo de Ramos, o Evangelho é a história da Paixão, a qual é tradicionalmente proclamada por três leitores: o do centro, que faz a parte de Cristo, o da esquerda que faz a parte do cronista (narrador) e o da direita que faz a parte do leitor (lê todas as falas, exceto as de Cristo).

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Se, serão diáconos a proclamar a Paixão, estes pedem a bênção ao sacerdote e então dirigem-se às estantes preparadas para a história da Paixão, preferencialmente diante do altar. Na falta dos diáconos, a Paixão será proclamada por leitores, que reservam a parte de Cristo ao sacerdote. Os leitores não pedem a bênção, dirigindo-se diretamente às estantes juntamente com o sacerdote.

Na história da Paixão não há saudação ao povo nem sinal-da-cruz sobre o livro no início. Ao ser anunciada a morte do Senhor, todos ajoelham-se (o sacerdote preferencialmente em um genuflexório diante do altar), e faz-se uma pausa. Não há o beijo do livro no final. Segue-se a homilia, como de costume.

Após a homilia, segue-se a Oração Universal, da seguinte forma: a intenção é proferida pelo diácono ou por um leitor, do ambão, faz-se um tempo de silêncio e então o sacerdote, junto à cadeira, recita a oração, conforme a fórmula do Missal. Durante todo o tempo destas orações os fiéis podem permanecer em pé ou de joelhos. É possível também, se for costume, ajoelhar-se durante a pausa de silêncio antes de cada oração. Neste caso, o diácono ou o Cerimoniário fará os convites “Ajoelhemo-nos” e “Levantemo-nos”.

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2. Adoração da Cruz Há duas formas de se fazer a Adoração da Cruz, que deve ser apenas uma, grande e artística. Nunca pode ser usada mais de uma cruz.

a) 1ª forma: O diácono ou outro ministro leva a cruz coberta por um pano vermelho até o altar através da nave, ladeado por dois Cerimoniários com velas acesas. A entrada se faz em silêncio e sem paradas.

Ao chegar diante do altar, o diácono ou o ministro entrega a cruz ao sacerdote, que descobre sua parte superior e canta a aclamação: “Eis o Lenho da Cruz, do qual pendeu a salvação do mundo”, a qual o povo responde: “Vinde, adoremos”. Após a aclamação, todos ajoelham-se e ficam em silêncio por alguns instantes, levantando em seguida. O mesmo se faz quando o sacerdote descobre o braço direito da cruz e, por fim, quando descobre toda a cruz.

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b) 2ª forma: O diácono ou o próprio sacerdote dirige-se à porta da igreja e recebe a cruz descoberta. Ladeado por dois Cerimoniários com velas acesas, dirige-se ao altar, cantando a aclamação junto à porta, no meio da igreja e na entrada do presbitério. Após cada aclamação e sua resposta, todos ajoelham-se e ficam em silêncio por alguns instantes, levantando em seguida. Independentemente da forma utilizada, após a terceira invocação a cruz é colocada diante do altar, em um suporte ou mesmo sustentada por um ministro, e ladeada pelos dois castiçais. O sacerdote retorna à cadeira, depõe a casula e, se julgar oportuno, também os sapatos, e dirige-se à frente do altar. Para adorar a cruz, o sacerdote genuflete e beija-a. Em seguida, retorna à cadeira, onde retoma a casula (e os sapatos, se os tirou) e senta-se.

Após o sacerdote, adoram a cruz o diácono, os Cerimoniários e demais ministros e os fiéis, sempre com a genuflexão e o beijo da cruz, ou apenas um dos dois. Durante a adoração, cantam-se os hinos propostos no Missal ou outro canto adequado.

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Se o número de fiéis for muito grande, depois da adoração dos ministros o sacerdote toma a cruz, eleva-a por alguns instantes e os fiéis a adoram em silêncio.

3. Sagrada Comunhão Terminada a adoração da cruz, os ministros estendem sobre o altar uma toalha e um corporal. Em seguida, colocam a cruz sobre o altar ou junto dele, ladeada pelos dois castiçais. O diácono ou o próprio sacerdote recebe o véu umeral e, acompanhado por dois Cerimoniários com velas acesas, translada o Santíssimo Sacramento até o altar pelo caminho mais curto. Os castiçais são colocados sobre o altar ou junto dele. Enquanto o Santíssimo Sacramento é levado ao altar, todos permanecem em pé e em silêncio. Colocada a âmbula sobre o altar, o sacerdote genuflete e inicia a Oração do Senhor, à qual acrescenta o embolismo. Omitido o rito da paz, passa-se imediatamente ao “Eis o Cordeiro de Deus” com sua resposta e à distribuição da Comunhão. Durante estes ritos, alguns ministros dirigem-se à sacristia e tomam as outras âmbulas, se houver, levando-as ao altar.

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Depois da Comunhão, o diácono ou outro ministro leva a Reserva Eucarística para um lugar preparado fora da igreja. Se não for possível, coloca-a no sacrário. Igualmente após a Comunhão o sacerdote levanta-se e recita a Oração depois da Comunhão, à qual imediatamente acrescenta a Oração sobre o povo. O sacerdote dirige-se à frente do altar, genuflete à cruz e todos retiram-se em silêncio. Após a celebração, desnuda-se novamente o altar. Porém, permanece sobre o altar ou junto dele a cruz ladeada por dois ou quatro castiçais.

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4. A celebração da Vigília Pascal

O que se deve preparar               

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Todo o necessário para a celebração da Missa; Paramentos brancos para o sacerdote, como para a Missa; Fogueira, fora da igreja; Círio pascal; Cinco cravos e estilete para preparação do círio; Vela grande para acender o círio no fogo novo; Velas para o sacerdote, os ministros e os fiéis; Turíbulo e naveta com incenso; Utensílio para tirar as brasas do fogo novo e deitá-las no turíbulo; Missal Romano; Lâmpada para iluminar o Missal durante os ritos iniciais; Suporte para o círio, junto ao ambão ou diante do altar; Sinetas; Livro dos Evangelhos; Se houver Batismo: 

Ritual da Iniciação Cristã;



Santos Óleos;



Algodão para o sacerdote limpar as mãos após a unção;

 Velas para os catecúmenos; Recipiente com água a ser abençoada (caso não use o batistério); Caldeirinha de água benta e aspersório; Cruz processional; Dois a seis castiçais com velas; Altar ornado com flores.

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1. Liturgia da Luz A celebração inicia-se fora da igreja, com os fiéis reunidos em torno de uma fogueira, cuja chama deve ser tal que ilumine a noite. Onde não for possível fazer uma fogueira fora da igreja, pode-se acendê-la junto à porta da igreja, em um fogareiro adequado. Neste caso, os fiéis permanecem já em seus lugares. O sacerdote paramenta-se na sacristia como para a Missa e dirige-se com os ministros para o local da fogueira. Os Cerimoniários já devem levar todo o necessário para a primeira parte da Vigília: círio pascal, cravos e estilete, velas para o sacerdote e os ministros, turíbulo vazio e naveta com incenso, Missal Romano e lâmpada. Não se levam a cruz processional, os castiçais e o Livro dos Evangelhos. O sacerdote inicia a Missa com o sinal da cruz e a saudação presidencial, como de costume, acrescentando em seguida a monição introdutória proposta no Missal. Segue-se a oração de bênção do fogo (o qual não deve ser aspergido). O Cerimoniário com o círio aproxima-se então do sacerdote, que pode prepará-lo da seguinte forma: com um estilete, grava no círio uma cruz, as letras gregas alfa e ômega e os algarismos do ano corrente, recitando as fórmulas propostas no Missal. Se estes símbolos já estiverem gravados no círio, basta percorrê-los com o estilete, recitando as respectivas fórmulas.

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Em seguida, o sacerdote espeta no círio os cinco cravos em forma de cruz, igualmente recitando as fórmulas propostas no Missal. Por fim, ajudado pelo diácono ou pelo Cerimoniário, o sacerdote acende uma vela no fogo novo e com ela acende o círio, recitando a respectiva fórmula. Após o turiferário ter preenchido o turíbulo com brasas retiradas do fogo novo, o sacerdote impõe incenso no turíbulo e toma o círio ou entrega-o ao diácono, se houver. Forma-se então a procissão até a igreja, na seguinte ordem: 1) 2) 3) 4)

Turiferário e naveteiro; Diácono ou sacerdote com o círio pascal; Cerimoniários e demais ministros, com velas apagadas nas mãos; Fiéis, com velas apagadas nas mãos;

Ainda junto à fogueira, aquele que leva o círio, seja o diácono ou o sacerdote, canta a aclamação “Eis a Luz de Cristo”, à qual todos respondem: “Graças a Deus”. Neste momento, acende-se na chama do círio apenas a vela do sacerdote. Se for o diácono a levar o círio, o sacerdote levará a sua vela; se for o sacerdote a levar o círio, quem leva sua vela é o Cerimoniário ou um Cerimoniário.

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Quem leva o círio canta a aclamação pela segunda vez na porta da igreja, se a celebração começou fora da igreja, ou no meio da igreja, se a celebração iniciou junto à porta. Neste momento, os ministros acendem suas velas na chama do círio e passam-na aos fiéis. Por fim, aquele que leva o círio canta a aclamação pela terceira vez diante do altar e imediatamente acendem-se todas as luzes da igreja. O círio é colocado em seu suporte junto ao ambão ou diante do altar, no centro do presbitério. Segue-se a Proclamação da Páscoa: se for feita por um diácono, este pede a bênção ao sacerdote e incensa o círio e o livro. Se, na falta do diácono, for um cantor leigo a proclamar a Páscoa, não pede a bênção ao sacerdote, não incensa o círio e o livro e omite a saudação “O Senhor esteja convosco” durante o Precônio. Durante a Proclamação da Páscoa todos permanecem em pé, com as velas nas mãos e voltados para o ambão ou estante de onde se canta (sempre junto do círio). Terminado o Precônio, todos apagam suas velas.

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2. Liturgia da Palavra Estando todos sentados, o sacerdote ou o diácono dirige à assembleia uma monição introdutória à Liturgia da Palavra, conforme a fórmula do Missal. Nesta Vigília propõem-se nove leituras, sete do Antigo Testamento e duas do Novo Testamento (a Epístola e o Evangelho). Se for necessário, pode-se diminuir o número de leituras do Antigo Testamento para três ou até mesmo duas, mas nunca omitindo a leitura do capítulo 14 do Êxodo. Após cada leitura do Antigo Testamento canta-se o respectivo salmo. Em seguida todos levantam-se e o sacerdote recita a oração correspondente. Após a última leitura do Antigo Testamento, com seus respectivos salmo e oração, canta-se o Glória. Neste momento, acendem-se as velas do altar a partir da chama do círio e tocam-se todos os sinos da igreja, inclusive as sinetas. Seguese a oração do dia.

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Em seguida, todos sentam-se novamente e proclama-se a Epístola. Após esta, todos levantam-se e o sacerdote entoa três vezes o Aleluia, repetido pelo coral. Turiferário e naveteiro aproximam-se do sacerdote, que impõe incenso no turíbulo. Enquanto canta-se o salmo de aclamação ao Evangelho, o sacerdote ou o diácono dirige-se ao ambão para a proclamação do Evangelho. Não se levam velas acesas, apenas o incenso. Após o Evangelho, segue-se a homilia, como de costume.

3. Liturgia Batismal a) Com Batismo Se há Batismo, após a homilia é feita a chamada dos catecúmenos, que são apresentados pelos padrinhos, ou pelos pais e padrinhos se forem crianças.

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Se a liturgia batismal for realizar-se no batistério, organiza-se a procissão até lá, durante a qual canta-se a Ladainha de Todos os Santos:    

Cerimoniário com o círio pascal; Catecúmenos com seus padrinhos; Cerimoniários, com o necessário para a Liturgia Batismal; Sacerdote.

Se a Liturgia Batismal for realizar-se no presbitério, junto a um recipiente com água, canta-se a Ladainha estando todos de pé e voltados para o altar. De qualquer forma, a Ladainha é precedida de uma monição e concluída com uma oração, ambas ditas pelo sacerdote. Terminada a Ladainha, o sacerdote, junto da pia batismal ou do recipiente com água, profere a bênção da água batismal. Durante a oração, no momento indicado no Missal, o sacerdote mergulha na água o círio pascal, que lhe é entregue pelo diácono ou pelo Cerimoniário. Seguem-se as renúncias dos catecúmenos, ou dos padrinhos se forem crianças, e a unção com o Óleo dos Catecúmenos. Em seguida, os catecúmenos, ou os pais e padrinhos no caso de serem crianças, professam sua fé. Passa-se então ao batismo dos eleitos, isto é, à infusão da água.

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Em seguida, são realizados os ritos complementares do Batismo (entregas da veste batismal e da luz), omitida a unção com o Crisma se aqueles que foram batizados serão também crismados. Feitos estes ritos, segue-se o rito da Confirmação, com a monição, a oração e a unção com o Crisma, caso os batizados devam ser crismados.

b) Não há Batismo: Se não há Batismo, mas na igreja há pia batismal, após a homilia seguese imediatamente a Ladainha de Todos os Santos, durante a qual todos estão de pé e voltados para o altar. Segue-se a bênção da água batismal, no próprio batistério ou no presbitério, junto de um recipiente com água. Se a bênção for realizada no presbitério, a água seja levada ao batistério em tempo oportuno, onde permanece durante todo o Tempo Pascal. Se na igreja não há pia batismal e não se celebra o Batismo, omitida a Ladainha de Todos os Santos, simplesmente o sacerdote abençoa a água para aspersão. Concluídos os ritos do Batismo e da Confirmação ou, se não houveram, após a bênção da água, os ministros acendem suas velas no círio e passam a chama aos fiéis. Estando todos com suas velas acesas, renovam suas promessas batismais, conforme proposto no Missal.

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Renovadas as promessas batismais, todos apagam suas velas. O sacerdote, auxiliado pelo diácono ou pelo Cerimoniário, passa aspergindo a assembleia com a água abençoada, enquanto canta-se a antífona proposta pelo Missal ou outro canto adequado. Após a aspersão, omitida a profissão de fé, seguese a oração dos fiéis.

4. Liturgia Eucarística Após a oração dos fiéis, a Missa prossegue como de costume. Se houve Batismo, os dons do pão e do vinho (âmbulas e galhetas) são levadas ao altar pelos neófitos. Se não houve Batismo, os dons são levados pelos fiéis. Durante a apresentação das oferendas, utiliza-se o incenso normalmente.

O Prefácio a ser utilizado é o da Páscoa I. Recomenda-se vivamente tomar a Oração Eucarística I, com suas partes próprias para esta Missa. No momento do Santo, faz-se a procissão com incenso e velas normalmente, bem como tocam-se as sinetas após a Consagração.

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É muito conveniente que os fiéis recebam a comunhão sob as duas espécies. Se houve Batismo e Confirmação, os neófitos devem sempre comungar sob as duas espécies. No final da Missa, toma-se a bênção própria da Vigília Pascal. À despedida e sua resposta, acrescenta-se o duplo Aleluia. Por fim, a procissão de saída faz-se como de costume.

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5. A celebração do Domingo de Páscoa

O que se deve preparar

   

Todo o necessário para a celebração da Missa; Paramentos brancos para o sacerdote, como para a Missa; Círio pascal, junto ao ambão; Turíbulo e naveta com incenso;

     

Cruz processional; Dois a seis castiçais com velas; Missal Romano; Livro dos Evangelhos; Sinetas; Caldeirinha de água benta e aspersório.

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Celebração Eucarística A Missa celebra-se como de costume, acrescentando-se o que segue:

 No Ato Penitencial convém aspergir os fiéis com a água abençoada na Vigília Pascal. Se na igreja não houve a celebração da Vigília, abençoa-se a água com a fórmula proposta no Missal para o Tempo Pascal;

 Durante o Glória podem-se tocar os sinos da igreja, inclusive as sinetas;  Organize-se uma procissão de fiéis para trazer os dons do pão e do vinho ao altar (ambulas e galhetas);

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 - Utiliza-se o Prefácio da Páscoa I;  - Toma-se a Oração Eucarística I, II ou III;

 No final da Missa, utilize-se a bênção própria do dia da Páscoa;  À despedida e à sua resposta, acrescenta-se o duplo Aleluia.

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SÍMBOLOS LITÚRGICOS

INTRODUÇÃO O ser humano é, ao mesmo tempo, corporal e espiritual. É matéria e espírito. Sua percepção, pois, das realidades espirituais depende de imagens e de símbolos, e sua comunicação só é plenamente objetiva na linha de comunhão. Em todas as civilizações e culturas e em todos os momentos da história, esse dado antropológico é registrado, sem discussões. O homem percebe as coisas pela linguagem própria, viva e silenciosa das coisas e se situa - ele próprio - no mundo do mistério. Tendo consciência de sua realidade transcendente, o homem busca, pois, a comunhão no mistério, que se dá sobretudo na linguagem silenciosa dos símbolos. De fato, os símbolos nos mostram, em sua visibilidade, uma realidade que os transcende, invisível. Falam sempre a linguagem do mistério, apontando para além deles próprios. Por aqui pode-se perceber o quanto é útil e necessária na liturgia esta linguagem misteriosa dos símbolos, e eles não têm, como objetivo, explicar o mistério que se celebra, pois o mistério é para ser vivido, mais portanto que ser explicado. A finalidade dos símbolos é adornar, na linguagem simples das coisas criadas, a expressão profunda do mistério, que é invisível. Todo símbolo litúrgico deve, pois, mergulhar-nos na grandeza do mistério, sem reduzir este, e sem banalizá-lo, e, como símbolo, deve ser simples, como simples é toda a criação visível. Sua principal função, sobretudo na liturgia, é, pois, comunicar-nos aquela verdade inefável, que brota do mistério de Deus e que, portanto, não se pode comunicar com palavras. Na participação litúrgica devemos passar da visibilidade do símbolo, isto é, de seu sentido imediato, de significante, para a sua dimensão mistérica, invisível, atingindo o significado, que é o objetivo final de toda realidade simbólica. Se o símbolo não nos leva a essa passagem para um nível superior de crescimento espiritual, ou ele já não tem mais força expressiva, simbólica, ou somos nós que falhamos na nossa maneira de participar da liturgia.

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Um exemplo de perda de significação simbólica, podemos citar a batina dos padres, ou o uso do véu na igreja pelas mulheres. Insistir, em nossa cultura, no uso de tais símbolos litúrgicos, seria forçar uma prática já inexpressiva e que até causaria espanto em muitas cabeças, para não dizer em toda a assembléia. Na liturgia - saibamos - tudo, pois, é simbólico. E a liturgia é descrita como ação simbólica, no sentido mais pleno. Desde a assembléia reunida até a pequenina chama da vela que arde, tudo é expressão simbólica, que nos remete ao abismo do mistério de Deus. Na compreensão desse dado litúrgico está a beleza de todo ato celebrativo, e de sua consciência brota já a alegria pascal, como antecipação sacramental das alegrias futuras, definitivas e eternas. Vejamos então algumas noções dos símbolos e procuremos descobrir sua ministerialidade na liturgia.

ALFAIAS 01 - ALFAIAS LITÚRGICAS - Nome que se dá ao conjunto dos objetos litúrgicos usados nas celebrações. Deve-se também considerar aqui a Arte Sacra, que se estende, por sua vez, a tudo o que diz respeito ao culto e ao uso sagrado. "Com especial zelo a Igreja cuidou que as sagradas alfaias servissem digna e belamente ao decoro do culto, admitindo aquelas mudanças ou na matéria, ou na forma, ou na ornamentação que o progresso da técnica da arte trouxe no decorrer dos tempos" (SC 122c). Aqui, pode-se ver como a reforma conciliar do Vaticano II se preocupa com a dignidade das coisas sagradas. Templo, altar, sacrário, imagens, livros litúrgicos, vestes e paramentos, e todos os objetos devem, pois, manifestar a dignidade do culto, que, como expressão viva de fé, identifica-se com a natureza de Deus, a quem o povo, congregado pelo Filho e na luz do Espírito Santo, adora "em espírito e verdade" (Cf. Jo 4,2324).

LIVROS LITÚRGICOS 02 - MISSAL - Livro usado pelo sacerdote na celebração eucarística.

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03 - LECIONÁRIO - Livro que contém as leituras para a celebração. São três: I - Lecionário dominical - Contém as leituras dos domingos e de algumas solenidades e festas. II - Lecionário semanal - Contém as leituras dos dias de semana. A primeira leitura e o salmo responsorial estão classificados por ano par e ímpar. O evangelho é sempre o mesmo para os dois anos. III - Lecionário santoral - Contém as leituras para as celebrações dos santos. Nele também constam as leituras para uso na administração de sacramentos e para diversas circunstâncias.

04 - EVANGELIÁRIO - É o livro que contém o texto do evangelho para as celebrações dominicais e para as grandes solenidades.

ESPAÇO CELEBRATIVO 05 - ALTAR - Mesa fixa, podendo também ser móvel, destinada à celebração eucarística. É o espaço mais importante da Igreja. Lugar onde se renova o sacrifício redentor de Cristo.

06 - AMBÃO - Chama-se também Mesa da Palavra. É a estante de onde se proclama a palavra de Deus. Não deve ser confundida com a estante do comentador e do animador do canto. Esta não deve ter o mesmo destaque do ambão.

07 - CREDÊNCIA - Pequena mesa onde se colocam os objetos litúrgicos, que serão utilizados na celebração. Geralmente, fica próxima do altar.

08 - PRESBITÉRIO - espaço ao redor do altar, geralmente um pouco mais elevado, onde se realizam os principais ritos sagrados.

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09 - NAVE DA IGREJA - Espaço do templo reservado aos fiéis.

10 - SACRÁRIO - Chama-se também Tabernáculo. É uma pequena urna onde são guardadas as partículas consagradas e o Santíssimo Sacramento. Recomenda-se que fique num lugar apropriado, com dignidade, geralmente numa capela lateral.

11 - PÚLPITO - Lugar nas igrejas antigas de onde o presidente fazia a pregação. Hoje, praticamente não é mais usado.

OBJETOS LITÚRGICOS 12 - CORPORAL - Tecido em forma quadrangular sobre o qual se coloca o cálice com o vinho e a patena com o pão.

13 - MANUSTÉRGIO - Toalha com que o sacerdote enxuga as mãos no rito do Lavabo. Em tamanho menor, é usada pelos ministros da Eucaristia, para enxugarem os dedos.

14 - PALA - Cartão quadrado, revestido de pano, para cobrir a patena e o cálice.

15 - SANGUINHO - Chamado também purificatório. É um tecido retangular, com o qual o sacerdote, depois da comunhão, seca o cálice e, se for preciso, a boca e os dedos.

16 -VÉU DE ÂMBULA - Pequeno tecido, branco, que cobre a âmbula, quando esta contém partículas consagradas. É recomendado o seu uso, dado o seu forte simbolismo. O véu vela (esconde) algo precioso, ao mesmo tempo que revela (mostra) possuir e trazer tal tesouro. (O véu da noiva, na liturgia do Matrimônio, tem também esta significação simbólica, embora, na prática, não seja assim percebido, muitas vezes passando como mero adorno de ostentação).

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17 - ÂMBULA, CIBÓRIO OU PÍXIDE - É um recipiente para a conservação e distribuição das hóstias aos fiéis.

18 - CÁLICE - Recipiente onde se consagra o vinho durante a missa.

19 - CALDEIRINHA E ASPERSÓRIO - A caldeirinha é uma pequena vasilha, onde se coloca água benta para a aspersão. Já o aspersório é um pequeno instrumento com o qual se joga água benta sobre o povo ou sobre objetos. Na liturgia são inseparáveis.

20 - CASTIÇAL - Utensílio que se usa para suporte de uma vela.

21 - CANDELABRO - Grande castiçal, com várias ramificações, a cada uma das quais corresponde um foco de luz.

22 - PATENA - Pequeno prato, geralmente de metal, para conter a hóstia durante a celebração da missa.

23 - BACIA E JARRA - Em tamanho pequeno, contendo a jarra a água, para o rito do "Lavabo", na preparação e apresentações dos dons.

24 - CÍRIO PASCAL - Vela grande, que é benzida solenemente na Vigília Pascal do Sábado Santo e que permanece nas celebrações até o Domingo de Pentecostes. Acende-se também nas celebrações do Batismo.

25 - CRUZ - Não só a cruz processional, isto é, a que guia a procissão de entrada, mas também uma cruz menor, que pode ficar sobre o altar.

26 - VELAS - As velas comuns, porém de bom gosto, que se colocam no altar, geralmente em número de duas, em dois castiçais.

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27 - OSTENSÓRIO - Objeto que serve para expor a hóstia consagrada, para adoração dos fiéis e para dar a bênção eucarística.

28 - CUSTÓDIA - Parte central do Ostensório, onde se coloca a hóstia consagrada para exposição do Santíssimo. É parte fixa do Ostensório.

29 - LUNETA - Peça circular do Ostensório, onde se coloca a hóstia consagrada, para a exposição do Santíssimo. É peça móvel.

30 - GALHETAS - São dois recipientes para a colocação da água e do vinho, para a celebração da missa.

31 - HÓSTIA - Pão não fermentado (ázimo), usado na celebração eucarística. Aqui se entende a hóstia maior. É comum a forma circular.

32 - PARTÍCULA - O mesmo que hóstia, porém em tamanho pequeno e destinada geralmente `à comunhão dos fiéis.

33 - RESERVA EUCARÍSTICA - Nome que se dá às partículas consagradas, guardadas no sacrário e destinadas sobretudo aos doentes e à adoração dos fiéis, em visita ao Santíssimo. Devem ser consumidas na missa seguinte.

35 - INCENSO - É uma resina aromática, extraída de várias plantas, usada sobre brasas, nas celebrações solenes (Ver também a referência do nº 66).

34 - NAVETA - Pequeno vaso onde se transporta o incenso nas celebrações litúrgicas.

36 - TECA - Pequeno estojo, geralmente de metal, onde se leva a Eucaristia para os doentes. Usa-se também, em tamanho maior, na celebração eucarística, para conter as partículas.

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37 - TURÍBULO - Vaso utilizado nas incensações durante a celebração. Nele se colocam brasas e o incenso.

OUTROS SÍMBOLOS 38 - IHS - Iniciais das palavras latinas Iesus Hominum Salvator, que significam: Jesus Salvador dos homens. Empregam-se sempre em paramentos litúrgicos, em portas de sacrário e nas hóstias.

39 - ALFA E ÔMEGA - Primeira e última letra do alfabeto grego. No Cristianismo aplicam-se a Cristo, princípio e fim de todas as coisas.

40 - TRIÂNGULO - Com seus três ângulos iguais (equilátero), o triângulo simboliza a Santíssima Trindade. É um símbolo não muito conhecido pelo nosso povo.

41 - INRI - São as iniciais das palavras latinas Iesus Nazarenus Rex Iudaerum, que querem dizer: Jesus Nazareno Rei dos Judeus, mandadas colocar por Pilatos na crucifixão de Jesus (Cf. Jo 19,19).

42 - XP - Estas letras, do alfabeto grego, correspondem em português a C e R. Unidas, formam as iniciais da palavra CRISTÓS (Cristo). Esta significação simbólica é, porém, ignorada por muitos.

VESTES LITÚRGICAS Vestes usadas pelos ministros ordenados. São elas: 43 - ALVA - Túnica longa, de cor branca.

44 - TÚNICA - O mesmo que alva. Atualmente pode ser de cor neutra. 45 - AMITO - Pano que o ministro coloca ao redor do pescoço antes de outras vestes litúrgicas.

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46 - CASULA - Veste própria do sacerdote que preside a celebração. Espécie de manto que se veste sobre a alva e a estola.

47 - ESTOLA - Veste litúrgica do sacerdote. Os diáconos também a usam, porém a tiracolo, sobre o ombro esquerdo, pendendo-a do lado direito.

48 - CAPA PLUVIAL - Capa longa, que o sacerdote usa ao dar a bênção do Santíssimo ou ao conduzí-lo nas procissões. Usa-se também no rito de aspersão da assembléia.

49 - CÍNGULO - Cordão com o qual se prende a alva ao redor da cintura.

50 - VÉU UMERAL - Chama-se também véu de ombros. Manto retangular, de cor dourada, usado pelo sacerdote na bênção do Santíssimo.

51 - DALMÁTICA - Veste própria do diácono. É colocada sobre a alva e a estola.

CORES LITÚRGICAS As cores dizem respeito à toalha do altar e do ambão e às vestes litúrgicas. São elas:

52 - O BRANCO - Simboliza a vitória, a paz, a alma pura, a alegria. Usase: na Quinta-feira Santa, na Vigília Pascal do Sábado Santo, em todo o Tempo Pascal, no Natal, no Tempo do Natal, nas festas dos santos (quando não mártires) e nas festas do Senhor (exceto as da Paixão). É a cor predominante da ressurreição.

53 - O VERMELHO - Simboliza o fogo, o sangue, o amor divino, o martírio. É usado: no Domingo de Ramos e da Paixão, na Sexta-Feira da Paixão, no Domingo de Pentecostes, nas festas dos apóstolos, dos santos mártires e dos evangelistas.

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54 - O VERDE - É a cor da esperança. Usa-se no Tempo Comum. (Quando no TC se celebra uma festa do Senhor ou dos santos, usa-se então a cor da festa).

55 - O ROXO - Simboliza a penitência. Usa-se no Tempo do Advento e da Quaresma. Pode-se também usar nos ofícios e missas pelos mortos. (Quanto ao Advento, está havendo uma tendência a se usar o violeta, em vez do roxo, para distinguí-lo da Quaresma, pois Advento é tempo de feliz expectativa e de esperança, num viver sóbrio, e não de penitência, como a Quaresma).

56 - O PRETO - É símbolo de luto. Pode ser usado nas missas pelos mortos, mas nessas celebrações pode-se usar também o branco, dando-se então ênfase não à dor, mas à ressurreição.

57 - O ROSA - Simboliza também a alegria. Pode ser usado no 3º Domingo do Advento, chamado "Gaudete" , e no 4º Domingo da Quaresma, chamado aqui "Laetare", ambos domingos da alegria.

POSIÇÕES CORPORAIS Na liturgia toda a pessoa é chamada a participar. Sentido, corpo, espírito. Assim, os gestos corporais são também vivamente litúrgicos. E como no corpo humano cada membro tem uma função própria, a serviço, porém, de todo o corpo, assim, na liturgia, cada gesto do corpo recebe um simbolismo próprio, a serviço de todo o ato celebrativo. Assim, temos:

58 - AS MÃOS - Que ora se erguem em louvor; ora se estendem em abertura e oferecimento; ora se elevam em súplica; ora se juntam em recolhimento; ora se abrem em oferta. Também se faz a imposição de mãos nas ordenações.

59 - OS PÉS - Não só caminham nas procissões litúrgicas, em sentido simbólico de peregrinação, como também se prestam para o ritmo de danças. Na missa da Quinta-Feira Santa são lavados em memória do

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mandamento novo da última Ceia do Senhor com seus discípulos. Podemos pensar nos pés do Cristo Peregrino, nas estradas difíceis da Palestina, identificados com os nossos pés, na difícil caminhada de nossa vida.

60 - OS OLHOS - Na leitura eucarística, principalmente, os olhos devem ver, enxergar, contemplar. Aqui o mistério é "visto". Daí, a atenção que se requer para os movimentos litúrgicos que se realizam no altar.

61 - OS OUVIDOS - Na Liturgia da Palavra, nosso sentido auditivo é chamado a participar mais vivamente. Trata-se de ouvir, como no Antigo Testamento: "Ouve Israel...", a oração judaica mais preciosa (o Xemá judaico, no convite de Dt 6,4).

62 - OUTROS MOVIMENTOS E GESTOS CORPORAIS - Podemos falar ainda: de ajoelhar-se, de prostrar-se, de sentar-se, de ficar de pé, como também de persignar-se, de traçar o sinal da cruz. Ainda falamos de genuflexão, do gesto sereno da vênia, este como reverência diante do Santíssimo e de autoridades eclesiásticas. Atente-se pelo fato de a posição "de pé", na liturgia, ser a mais expressiva, por indicar prontidão e nos revelar a atitude de ressuscitados. É como Cristo se mostra depois da ressurreição (Cf. Jo 20,14; 21,4; Ap 5,6).

SÍMBOLOS LITÚRGICOS LIGADOS À NATUREZA

63 - A ÁGUA - A água simboliza a vida (remete-nos sobretudo ao nosso batismo, onde renascemos para uma vida nova). Pode simbolizar também a morte (enquanto por ela morremos para o pecado). Nesse sentido, ela é mãe e sepulcro, de acordo com os Santos Padres. (Ver a referência litúrgica do nº 67, em que se fala da água, nos ritos do Batismo, do Lavabo e do "asperges").

64 - O FOGO - O fogo ora queima, ora aquece, ora brilha, ora purifica. Está presente na liturgia da Vigília Pascal do Sábado Santo e nas incensações, como as brasas nos turíbulos. O fogo pode multiplicar-se indefinidamente.

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Daí, sua forte expressão simbólica. É símbolo sobretudo da ação do Espírito Santo (Cf. Eclo 48,1; Lc 3,16; 12,49; At 2,3; 1Ts 5,19), e do próprio Deus, como fogo devorador (Cf. Ex 24,17; Is 33,14; Hb 12,29).

65 - A LUZ - A luz brilha, em oposição às trevas, e mesmo no plano natural é necessária à vida, como a luz do sol. Ela mostra o caminho ao peregrino errante. A luz produz harmonia e projeta a paz. Como o fogo, pode multiplicar-se indefinidamente. Uma pequenina chama pode estender-se a um número infinito de chamas e destruir, assim, a mais espessa nuvem de trevas. É o símbolo mais expressivo do Cristo Vivo, como no Círio Pascal. A luz e, pois, a expressão mais viva da ressurreição.

66 - O PÃO E O VINHO - Símbolos do alimento humano. Trigo moído e uva espremida, sinais do sacrifício da natureza, em favor dos homens. Elementos tomados por Cristo para significarem o seu próprio sacrifício redentor.

67 - O INCENSO - Como se falou no número 33, com sua especificidade aromática. Sua fumaça simboliza, pois, a oração dos santos, que sobe a Deus, ora como louvor, ora como súplica (Cf. Sl 140(141)2; Ap 8,4).

68 - O ÓLEO - Temos na liturgia os óleos dos Catecúmenos, do Crisma e dos Enfermos, usados liturgicamente nos sacramentos do Batismo, da Crisma e da Unção dos Enfermos. Nos três sacramentos, trata-se do gesto litúrgico da unção. Aqui vemos que o objeto - no caso, o óleo - além de ele próprio ser um símbolo, faz nascer uma ação, isto é, o gesto simbólico de ungir. Tal também acontece com a água: ela supõe e cria o banho lustral, de purificação, como nos ritos do Batismo e do "lavabo" (abluções), e do "asperges", este em sentido duplo: na missa, como rito penitencial, e na Vigília do Sábado Santo, como memória pascal de nosso Batismo. A esses gestos litúrgicos e tantos outros, podemos chamar de "símbolos rituais". A unção com o óleo atravessa toda a história do Antigo Testamento, na consagração de reis, profetas e sacerdotes, e culmina no Novo Testamento, com a unção misteriosa de Cristo, o verdadeiro Ungido de Deus (Cf. Is 61,1; Lc 4,18). A palavra Cristo significa, pois, ungido. No caso, o Ungido, por excelência.

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69 - AS CINZAS - As cinzas, principalmente na celebração da Quarta-Feira de Cinzas, são para nós sinal de penitência, de humildade e de reconhecimento de nossa natureza mortal. Mas estas mesmas cinzas estão intimamente ligadas ao Mistério Pascal. Não nos esqueçamos de que elas são fruto das palmas do Domingo de Ramos do ano anterior, geralmente queimadas na Quaresma, para o rito quaresmal das cinzas.

Encerrando esse pequeno subsídio, guardemos então que toda a liturgia é ação simbólica. Assim, poderíamos ainda falar: do templo, da assembléia, dos sinos, do jejum, da esmola, das bênçãos, da ceia, da coroa do Advento, da palma, das flores, do anel, do canto, do abraço, da música, do cordeiro, da hóstia, dos ícones, do confessionário, do batistério, da arte sacra (em toda a sua vasta extensão) etc., como também, ainda, de tudo aquilo que diz respeito aos sentidos, tais como: olfato: o cheiro do incenso e das flores; paladar: o gosto do pão e do vinho; tato: o toque, seja na imposição de mãos de ritos sagrados, seja nas mãos que se unem às dos irmãos, seja no toque de coisas sagradas; visão e audição: como se falou nos nºs. 59 e 60 deste trabalho etc.. Enfim, é todo um universo simbólico, que nos convida a mergulhar cada vez mais no mistério infinito do amor de Deus.

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REFERÊNCIAS 

SAGRADA CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Cerimonial dos Bispos, Cerimonial da Igreja: Tradução portuguesa da Edição Típica. São Paulo: Paulus, 2004 (3ª edição).



SAGRADA CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Missal Romano: Tradução portuguesa da 2ª Edição Típica para o Brasil. São Paulo: Paulus, 2006 (10ª edição).



SAGRADA CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Paschalis sollemnitatis: Carta Circular sobre a Preparação e a Celebração das Festas Pascais. Disponível em: http://www.presbiteros.com.br/site/paschalis-sollemnitatis-a-preparacao-e-celebracao-dasfestas-pascais/ Acesso em: 22/02/2012.



SAGRADA CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Ritual da Iniciação Cristã de Adultos: Tradução portuguesa para o Brasil da Edição Típica. São Paulo: Paulus, 2007 (4ª edição).

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