A convite da Revista Juvenil alguns adolescentes escreveram um carta aberta aos seus pais, mas mantendo o anonimato.
Lê com muita atenção e verifica se te identificas com alguma delas.
Uma das coisas que desejaria de vós, talvez a mais importante, é que vós os dois jamais vos separeis; mas julgo que, como estão as coisas, seja apenas um sonho. Quando penso nisto fico triste, mas infelizmente a vida é assim. Desejava que tu, pai, fosses mais vezes à missa e rezasses mais a Deus. Já to disse tantas vezes, mas não me respondeste. A última coisa que desejava é que, mesmo que estejais separados, vivais felizes, vendo-vos aos dois juntos e fazendo com que esteja contente. Eu, em troca, obedecer-vos-ei sempre e serei sempre correcto com todos.
João, 12 anos
Poucas linhas para fazer duas observações. Começo por ti, pai, dizendo-te que podias passar um pouco mais de tempo connosco: Sei que o trabalho te ocupa muito, mas recorda-te que, depois de uma certa hora, podias regressar para casa e escutar-nos, mesmo quando me zango com a minha irmã. Agora toca a ti, mãe. A repreensão, para dizer a verdade, não tenho motivos para ta dar, mas posso dizer-te que de manhã me podias acordar com um pouco de mais calma. Andas sempre a correr: acordas-me a mim, à minha irmã, preparas o pequeno almoço… Pára um bocadinho para nos dar um beijo. Não vos trocaria por nada deste mundo.
Margarida, 13 anos
A vossa separação causou-me sofrimentos afectivos. Todas as vezes que agora vos encontrais, continuais a discutir e eu sofro. Desejaria que o vosso relacionamento fosse mais sereno. Caro pai, gostava que te risses menos por causa das coisas que visto. Sou eu própria quem escolhe os meus vestidos e cuido da minha imagem; aquilo que tu compras é aquilo que pensas que é próprio para mim, mas não é o que desejo. Pai apesar disso, eu amo-te. Cara mãe, sei que trabalhas muito e estás cansada mas deves procurar que o
Mariana, 14 anos
Escrevo-vos para vos dizer algo que nunca consegui comunicar-vos. A primeira coisa diz respeito apenas ao pai. Por que é que estás sempre zangado comigo? Não gosto dos seus amuos que duram meses porque julgo que numa família tudo se deve resolver com o diálogo, sem ficar em silêncio durante dias e tempos relativamente longos. Desejo além disso dizer-vos que, quando alguma coisa acontece em casa, não deveis sempre atirar as culpas para mim, porque não sou sempre a causadora dos desastres. Na minha opinião, falta-vos a humildade para admitir que muitas vezes vos enganais e, por isso, carregais as culpas sobre mim. Quero ainda dizer-vos que, precisamente porque não me habituei aos vossos comportamentos, amo-vos muito, mesmo quando me irritais.
Inês, 13 anos
Querida mãe, não imaginas quanto te amo! Alguns dias quando chego a casa e não estás à minha espera, excepto o gato e a televisão, compreendo: foste trabalhar para que nada nos falte. Quero dizer-te que, se por vezes te sentes só porque “sabemos como é o pai”, podes contar comigo! Sabes que para mim e para a Inês és a pessoa mais importante do mundo. Desculpa pelas vezes em que respondo ou te desobedeço; sabes que te amo mesmo nesse momentos. Obrigado por me teres consolado, por me teres ajudado nos “momentos difíceis”, por me teres ensinado a reagir nas dificuldades. Espero que continuarás, porque tenho ainda muito para aprender. Tu não sabes como eu rezo para que o Senhor te deixe comigo o maior tempo possível e só ao pensar que me deixarás só, tenho vontade de chorar. Por favor, quando tiver catorze anos e me comportar mal, te ferir, te responder ou fumar, peço-te que me dês duas bofetadas e faz-me ler de novo esta carta.
Ana, 12 anos
Desejaria não ouvir gritar por causa de algumas discussões, por vezes banais e por vezes com diversos pontos de vista. Em resumo, gostaria que houvesse mais compreensão, mais calma e paciência. Gostaria que houvesse mais tempo para estarmos todos juntos, não apenas para ver se estudo, mas também para o tempo livre (passear, conversar…)
Helena, 13 anos
Ouve o conselho de quem muito sabe; sobretudo, porém, ouve o conselho de quem muito te estima. A. Graf