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  • Words: 2,466
  • Pages: 18
Diversidade Cultural Homofobia

Afonso

Bastos

Escola Secundária Infanta Dona Maria II Psicologia 2008/2009

Indice

Introdução ____________________________________________________________ 2 Desenvolvimento Geral __________________________________________________ 3 Introdução ao Tema ____________________________________________________ 6 Desenvolvimento do Tema ______________________________________________ 7 Conclusão ___________________________________________________________ 15

Escola Secundária Infanta Dona Maria II Psicologia 2008/2009

Introdução

Comecemos por imaginar uma viagem, uma viagem pelo mundo. Estamos num barco imaginário prestes a conhecer culturas, vamos partir … O nosso barco vai navegando pelas águas deste planeta imaginário, dirigindo-se directamente para a primeira cultura que temos para conhecer, rumo às terras africanas … Sendo o território ocupado há mais tempo, pensa-se que foi aí que a humanidade nasceu e cresceu e, daí, partiu para o mundo. Com a sua vasta área é lar de mais de cinquenta países. No entanto, os povos de África emigraram e foi a partir daí que os

problemas

surgiram,

aparecendo o racismo. Existem várias formas de racismo. Não só o racismo racial como também o nazismo, racismo genético, etc … Todas estas formas são altamente prejudiciais e, maior parte das vezes, perigosos para as vítimas. Além do racismo, a diversidade cultural que podemos observar nas

cidades

traz

outros

problemas

e

Escola Secundária Infanta Dona Maria II Psicologia 2008/2009

perigos

tais

como

a

descriminação social, a xenofobia e, não menos importante, a homofobia. E este vai ser o meu subtema, a homofobia e homossexualidade. Passemos agora a um pequeno desenvolvimento acerca de assuntos mais gerais.

Desenvolvimento Geral

A descriminação está presente a nível global, causa vítimas em todos os cantos do mundo e, mais importante, retira a liberdade a todos quantos querem ser diferentes. Ser diferente só por si já é uma mais-valia,

traz-nos

variedade

e

alimenta-nos

cultural

e

intelectualmente. Ser diferente só por si já é um acto de coragem e determinação, uma acção de luta contra o conformismo e uma revolução de mentalidades. No entanto, para melhor perceber isto que estou a dizer, é necessário entender antes, os vários tipos de descriminação. Vamos então começar …

Racismo O racismo é a tendência do pensamento, ou do modo de pensar em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras. Não

se trata de

uma teoria

científica,

mas

de

um

conjunto

de

ideias

pré-

concebidas

que apenas

têm

objectivo

valorizar as

sim,

Escola Secundária Infanta Dona Maria II Psicologia 2008/2009

como

diferenças biológicas entre os seres humanos, em que alguns acreditam ser superiores.

O Nazismo

O nazismo surgiu na Alemanha e é um tipo de discriminação que alia racismo e xenofobia. Os alemães criaram um ódio contra pessoas com fisionomia diferente da deles fazendo, assim, com que estas fossem postas de parte e maltratadas. Podemos, neste tema, lembrar os campos de concentração e o muito falado caso de Auschwitz.

Escola Secundária Infanta Dona Maria II Alemanha nazi: Psicologia 2008/2009 "Não compre dos Judeus!"

Discriminação Social

A discriminação social é uma das formas mais comuns de discriminar o próximo e, consequentemente, gerar violência e agressividade entre grupos. Este tipo de discriminação pode ocorrer por vários motivos mas, no entanto, o mais comum é o nível de vida e a riqueza de cada um. Este tipo de atitude representa uma questão bastante importante visto que, parte da população discrimina a outra parte, nunca podendo trabalhar em equipa. Os grupos mais afectados pela discriminação são os grupos mais pobres, alguns que vivem na rua que, assim, se vêem marginalizados e deixados de parte por todos os que “vivem bem”.

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Introdução ao tema Numa

sociedade dita de mente aberta, liberal, democrática, ser diferente ainda acarreta bastantes problemas e aborrecimentos. Aliás, ser-se diferente pode até mesmo ser perigoso. Todas as diferenças são Escola Secundária Infanta Dona Maria II Psicologia 2008/2009

quase que abolidas ou, no mínimo, combatidas pela maioria da população. As diferenças de que falo não implicam apenas questões de cariz opcional ou preferencial, implicam, também, e infelizmente de forma bastante notória, questões ligadas com a cor de pele, as deficiências físicas e, sendo este o tema do meu trabalho, a orientação sexual. Isto leva-me a crer que, esta nossa sociedade liberal não passa apenas de uma enorme “tanga” e de um pano que cobre a realidade … vivemos num mundo heterossexista em que, na maior parte dos casos, os indivíduos heterossexuais estão em visível vantagem em relação aos homossexuais. Por exemplo, e certamente que isto acontece todos os dias, numa entrevista de emprego um homossexual tem de esconder a sua VERDADEIRA orientação sexual para ter, pelo menos, a hipótese de conseguir o lugar. Quantas não são as vezes em que indivíduos se têm de esconder para não serem agredidos? Quantos não são os grupos de grandes amigos em que um deles e gay mas não o pode admitir, sob pena de ser escorraçado? Quantas … Estas e outras perguntas percorrem o meu imaginário quando penso neste trabalho, quando reflicto sobre o tema. Portanto, e sem perder mais tempo por aqui, continuemos a nossa viagem…

Desenvolvimento do Tema Termos relevantes Escola Secundária Infanta Dona Maria II Psicologia 2008/2009

Para começar a desenvolver o meu tema, penso ser de extrema importância esclarecer algumas noções, isto é, alguns termos que serão frequentemente utilizados neste trabalho. Comecemos então: Heterossexismo – deriva do termo sexismo e consiste na institucionalização da norma ou padrão heterossexual, ou seja, estabelece e perpetua a noção de que todas as pessoas são ou devem ser heterossexuais, privilegiando-as. O Heterossexismo está institucionalizado nas nossas leis, órgãos de comunicação social, religiões e línguas. Tentativas de impor a heterossexualidade como superior ou como única forma de sexualidade são uma violação dos direitos humanos, tal como o racismo e o sexismo, e devem ser desafiadas com igual determinação. Homofobia - componente mais activa e por vezes mais visível,

é

intencional Derivada homos

uma e

dos que

opressão

premeditada. termos quer

gregos

dizer

"o

mesmo" e phobikos que quer dizer "ter medo de e/ou aversão a”. Pode ser considerada como o medo e o ódio por aqueles que amam e desejam sexualmente pessoas do mesmo sexo. Homofobia inclui preconceito, descriminação, abuso verbal e actos de violência gerados por esse mesmo ódio.

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Bifobia - é a opressão contra pessoas que amam e desejam sexualmente tanto membros do sexo masculino como do sexo feminino.

Estando, assim, esclarecidos os termos, podemos então passar a assuntos mais sérios e interessantes.

Níveis de Homofobia e de Atitude Positiva Este subtema tem como objectivo demonstrar os níveis em que podemos

agrupar

as

diferentes

atitudes

em

relação

à

homossexualidade. Embora pareça algo estranho o título, podemos desde já ver que faz bastante sentido. Senão vejamos, os níveis de homofobia correspondem às atitudes negativas, de descriminação, em relação à homossexualidade. Os níveis de atitude positiva retratam exactamente o oposto aos anteriores, ou seja, mostram as atitudes de afecto e apoio em relação a homossexualidade. Vejamos então os níveis: REPULSA: A homossexualidade é vista como "uma doença, um pecado ou um crime". Tudo é justificável para mudar essas pessoas (i.e. prisão, hospitalização, terapia negativa). PENA: Chauvinismo heterossexual. A heterossexualidade é tida como algo sinónimo de maior maturidade e como algo sem dúvida alguma preferível. Qualquer possibilidade de se tornar heterossexual deve ser reforçada e deve-se ter pena daqueles que aparentemente nasceram "dessa maneira": "os pobres coitados".

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TOLERÂNCIA: Homossexualidade

é

vista

somente

como

uma

fase

no

desenvolvimento da adolescência pela qual muitas pessoas passam e a maioria "ultrapassa". Por isso os gays e lésbicas são vistos como menos maduros e tratados com o proteccionismo e a indulgência com que se trata uma criança. Esta crença subentende que lésbicas e gays

não

devem

receber

posições de autoridade porque ainda estão a ultrapassar um comportamento da adolescência. ACEITAÇÃO: Ainda subentende que há algo para ser aceite e é caracterizado por declarações do tipo: "Para mim não és um homossexual, és uma pessoa"; "O que fazes na cama só a ti diz respeito"; "Está tudo bem desde que não andes a exibir a tua homossexualidade". Isto ignora a dor causada pela invisibilidade e o stress de quem tenta esconder a sua homossexualidade. "Exibir" normalmente significa dizer ou fazer o quer que seja que informe os outros da sua homossexualidade. Esta atitude também ignora e nega as realidades sociais e legais com as quais lésbicas e gays vivem.

Perante este descrição não há muito mais que se possa acrescentar. Apenas dizer que tenho imensa pena que as atitudes tendam para os primeiros níveis e não para aceitação. No entanto, nem todo o mundo é imperfeito e intolerante, havendo também pessoas com atitudes deveras positivas perante a homossexualidade, atitudes essas distribuídas nos seguintes níveis:

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APOIO: Trabalha na defesa dos direitos dos homossexuais. Está consciente do clima negativo e da injustiça irracional de atitudes e realidades sofridas. ADMIRAÇÃO: Reconhece que ser gay ou lésbica na nossa sociedade exige força e coragem. Está pronto a olhar para si mesmo e a trabalhar para mudar as suas próprias atitudes homofóbicas.

APRECIAÇÃO: Valoriza a diversidade de pessoas

e



os

homossexuais como uma parte

válida

dessa

diversidade. Mostra-se

pronto

combater

a

a

homofobia

dentro de si mesmo e nos outros.

CARINHO: Acredita

que

os

homossexuais

são

indispensáveis

na

nossa

sociedade. Olha para as pessoas homossexuais com verdadeiro afecto e está pronto a ser defensor dos gays e lésbicas.

Haverá muitos homossexuais? Escola Secundária Infanta Dona Maria II Psicologia 2008/2009

É muito difícil apontar, ao certo, o número de homossexuais existentes. Isto deve-se, principalmente, ao facto de muitos deles apenas perceberem o significado das suas sensações/sentimentos mais tarde. Alguns apenas percebem que são homossexuais já na fase adulta, muitas vezes, casados e com filhos. Torna-se difícil, também, visto que muitos não se assumem com medo dos preconceitos e das consequências que daí podem advir. No entanto, podemos apontar um número aproximado: 5% a 10% da população e homossexual assumido ou tem sentimentos homossexuais aos quais não corresponde devido à pressão social.

Ser

homossexual

é

uma

escolha?

Podemo-nos “tornar” homossexuais? Dizer que uma pessoa se torna homossexual é um erro crasso. O indivíduo não “se torna” homossexual, ele apenas descobre essa faceta da sua sexualidade. Para a maior parte dos homossexuais, a sua sexualidade não é uma escolha.

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assim

tanta

diferença

entre

homossexuais e heterossexuais? Quando se fala de sexualidade, muitas pessoas acham que há uma

enorme

diferença

entre

a

homossexualidade

e

a

heterossexualidade. No entanto, estudos recentes, admitem que a diferença não é assim tão grande. O maior fosso está entre homens e mulheres. Enquanto os homens procuram mais a intimidade e o contacto sexual para construir um relacionamento, as mulheres, por sua vez, preferem construir primeiro algo sólido para depois partir para a intimidade. O que acontece na homossexualidade é que estes valores específicos de cada género se reforçam.

Descobrir que se é homossexual… Esta é das questões mais debatidas quando o tema é homossexualidade. No entanto, não há uma resposta concreta para ela visto que, é um assunto relacionado com sentimentos logo, é bastante subjectivo. A descoberta da homossexualidade pode-se dar por vários factores e em vários períodos da vida. Por exemplo: ○ Dando conta dos sentimentos mesmo antes de saber que existe a homossexualidade, na infância. ○ Tendo sentimentos mais tarde na vida que apenas depois são identificados como homossexuais. ○ Através de um relacionamento amoroso. ○ Através de desejos sexuais. ○ Etc…

Algumas perguntas comuns … Escola Secundária Infanta Dona Maria II Psicologia 2008/2009

Enquanto pesquisava para este trabalho encontrei algumas perguntas interessantes respondidas. Aqui estão elas: 1.

Nas relações homossexuais um ou uma faz o papel de mulher

e o outro ou a outra de homem. Errado. Nas relações homossexuais os parceiros partilham indiscriminadamente os papeis consignados socialmente a ambos os sexos. Isto quer dizer que nenhum finge que é do sexo oposto. 2. Os homossexuais são mais obcecados pelo sexo. Errado. Sexo é tanto ou tão pouco importante para os homossexuais como para os heterossexuais. O que notamos, na realidade, é que a diferença entre a sexualidade masculina e feminina é bastante mais significativa do que a diferença entre a sexualidade homossexual e heterossexual. 3. Os homens homossexuais são pedófilos e molestam crianças. Errado. Há proporcionalmente menos homens homossexuais do que homens heterossexuais que abusam sexualmente de crianças. 4. A homossexualidade é causada por um trauma durante a infância. Errado. Ninguém sabe porque é que algumas pessoas são homossexuais. Há teorias diferentes que falam de hereditariedade e Escola Secundária Infanta Dona Maria II Psicologia 2008/2009

do ambiente. A maioria dos homossexuais não tiveram dificuldades especiais durante a sua infância. 5. Os filhos de homossexuais tornam-se homossexuais. Errado. As investigações científicas que têm sido feitas mostram que estas crianças tornam-se tanto ou tão pouco homossexuais como os filhos de heterossexuais. 6. Os homossexuais sentem-se atraídos por todos os membros do seu sexo. Errado. Não é suficiente que a pessoa seja do mesmo sexo. Os homossexuais têm critérios de escolha do parceiro tão exigentes como os heterossexuais. 7. Informação positiva sobre a homossexualidade resulta em mais pessoas "se tornarem" homossexuais. Errado. Informação positiva não faz com que haja mais homossexuais. Surgem sim mais pessoas com coragem para se assumir visto que a informação ajuda a diminuir os preconceitos. 8. Uma pessoa é homossexual porque não consegue relacionar-se com os membros do sexo oposto. Errado. A homossexualidade não tem nada a ver com capacidades de atrair o sexo oposto. Tem sim com o facto de os homossexuais se interessarem por pessoas do mesmo sexo.

Conclusão Escola Secundária Infanta Dona Maria II Psicologia 2008/2009

Concluo, assim, o meu trabalho, na certeza de que este pode ser útil para mudar algumas mentes ou, pelo menos, esclarecê-las mais um pouco. Penso que o mundo seria mesmo um local melhor para se viver se, cada um, desse um passo em frente na direcção da compreensão e aceitação da diferença. Ninguém merece ser excluído apenas porque é diferente ou porque a sua sexualidade não é aquela que todos pensam ser a correcta. O tão proclamado mundo liberal não devia ser apenas uma fachada, mas sim, uma realidade efectiva e permanente e, além disso, esse mundo é uma necessidade. Todos precisamos de paz e de liberdade para vivermos felizes com as nossas escolhas. Todos somos diferentes e ainda bem que assim é … Podemos ser melhores e ajudar quem mais precisa… Podemos ser melhores e compreender quem pensa diferente de nós… Podemos ser melhores e deixar de agir apenas com base em ideias pré-concebidas…

Podemos ser melhores … … e eu acredito nisso!

Escola Secundária Infanta Dona Maria II Psicologia 2008/2009

o, odeia homossexuais, as pessoas de cor diferente da vossa ou as mulheres, rogo-vos, façam-nos

- Kurt Cobain

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