Este livro foi digitalizado por Raimundo do Vale Lucas, com a intenção de dar aos cegos a oportunidade de apreciarem mais uma manifestação do pensamento humano..
Canja de Galinha para a Alma Canja de Gânha para a Alma 89 histórias para abrir o coração e reavivar o espírito Escrito e compilado por Jack Canfield Mark Victor Hansen Tradução Outras Palavras aoouRo Do original: Chicken soup for the soul Copyright © 1993 by Jack Canfiled and Mark Victor Hansen [Edição original: ISBN 155874-262-X] © 1995, Ediouro Publicações S.A. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/12/73. É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização prévia, por escrito, da editora. Capa Carol Sá Editoração Eletrônica DTPhoenix Editorial Projeto Gráfico Ediouro CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ C227c Canfield, Jack, 1944 Canja de galinha para a alma: 89 histórias para abrir o coração e o espírito / Jack Canfield, Mark Victor Hansen; tradução de Outras Palavras. - Rio de Janeiro: Ediouro, 1995. Tradução de: Chicken soup for the soul ISBN 85-00-12880-1 1. Meditações. 2. Parábolas. I. Hansen, Mark Victor. II. Título. CDD - 158 95-1004 CDU - 159.94 Ediouro Publicações S.A. Rio de Janeiro Rua Nova Jerusalém, 345 CEP 21042-230 Tel.: (021) 560-6122 Fax: (021) 280-2438 São Paulo Av. Jabaquara, 1799 e 1803 Mirandópolis CEP 04045-003 Tel.: (011) 5589-3300 Fax: (011) 5589-3300 ramal 232 e-mail:
[email protected] Se há luz na alma, Haverá beleza na pessoa. Se há beleza na pessoa, Haverá harmonia na casa. Se há harmonia na casa, Haverá ordem na Nação. Se há ordem na Nação, Haverá paz no mundo. Provérbio Chinês Com amor, dedicamos este livro a nossas esposas, Georgia e Patty, e a nossos filhos, Chistopher, Oran, Kyle, Elizabeth e Melanie, que são canja de galinha para nossas almas. Vocês estão constantemente abrindo nossos corações e reacendendo nossos espíritos. Nós os amamos muito! Agradecimentos Este livro levou quase dois anos, desde sua concepção até sua conclusão. Foi um trabalho de amor e valeu-se dos esforços conjuntos de muitas pessoas. Gostaríamos de agradecer especialmente a: Patty Mitchell, que datilografou e redatilografou cada uma destas histórias no mínimo cinco
vezes. Sua dedicação ao projeto incluiu muitos dias úteis até as 22h e inúmeros fins de semana. Obrigado, Patty! Não teríamos conseguido sem você. Kim Wiele, pela datilografia e redatilografia monumental de muitas das histórias, realização de grande parte da pesquisa extensiva e coordenação de todo o trabalho, apa rentemente interminável, para garantir permissão de direitos autorais das histórias que não escrevemos. Ela fez um ótimo trabalho. Obrigado, Kim. Kate Driesen, que auxiliou na datilografia, leu e comentou cada história e ajudou em grande parte da pesquisa. Sempre presente quando precisávamos cumprir prazos. Obrigado. Wanda Pate, que contribuiu infinitamente auxiliando na datilografia e na pesquisa. Cheryl Millikin, que cuidou o tempo todo do processamento e fluxo de materiais. Lisa Williáms, por cuidar dos negócios de Mark para que ele pudesse se dedicar a este livro. A Jeff Herman, por ser um agente literário tão inspirado e por ter acreditado no livro desde o início. Jeff, adoramos trabalhar com você. A Peter Vegso, Gary Seidler e Barbara Nichols, da Health Communications, por captar o ideal do livro muito antes de qualquer outra pessoa. Apreciamos seu entusiástico apoio. A Cindy Spitzer, que escreveu e editou várias das histórias mais importantes neste livro. Cindy, sua colaboração foi inestimável. A Marie Stilkind, nossa editora na Health Communications, por seus eternos esforços em trazer este livro a seu estado de excelência. A Bob Proctor, que colaborou com várias histórias e anedotas de seu volumoso arquivo de histórias de magistério. Obrigado, Bob. Você foi um grande amigo. A Brandon Hall, que nos ajudou com duas histórias. Também gostaríamos de agradecer às seguintes pessoas por seu feMback muito valioso na primeira versão do livro: Ellen Angelis, Kim Angelis, Jacob Blass, Rick Canfield, Dan Drubin, Kathy Fellows, Patty Hansen, Norman Howe, Ann Husch, Tomas Nani, Dave Potter, Danielle Lee, Michele Martin, Georgia Noble, Lee Potts, Linda Price, Martin Rutte, Lou Tartaglia, Dottie Walters, Rebecca Weidekehr, Harold C. Wells. av Sumário Introdução ........................................................................................... 1. SOBRE OAMOR ......................................................................... Amor: a única força criativa Eric Butterworth ............................ Tudo de que me lembro Bobbie Probstein ..................................... Canção do coração Patty Hansen ................................................... Verdadeiro amor Barry e Joyce Vissell ........................................... Ojuiz dos abraços Jack Canfield e Mark V. Hansen ...................... Isso pode acontecer aqui? Jack Canfield ........................................ Você é importante Helice Bridges ................................................... Um de cada vez Jack Canfield e Mark V. Hansen .......................... O presente Bennet Cerf ..................................................................... Um irmão como esse Dan Clark ..................................................... Sobre a coragem Dan Millman ....................................................... Grande Ed Joe Batten ........................................................................ O amor e o taxista Art Buchwald .................................................... Um gesto simples John W. Schlatter .............................................. O sorriso Hanoch McCarty ............................................................... Amy Graham 2
Mark V. Hansen ....................................................... Uma história para o dia dos namorados Jo Ann Larsen ........... Carpe diem! Alan Cohen .................................................................. Conheço você, você é igualzinho a mim! Stan Dale .................. A mais nobre necessidade Fred T. Wilhelms ................................ Bopsy Jack Canfield e Mark V. Hansen ............................................ Filhotes à venda Dan Clark ............................................................. 13 15 17 19 22 24 26 31 34 37 39 40 42 44 47 50 52 55 58 61 66 70 72 76 2. APRENDENDO A AMAR A SI PRbPR10 ............................ O Buda de ouro Jack Canfield .......................................................... Comece consigo mesmo Anônimo ................................................. Nada além da verdade! Dallas Marning News ............................ Cobrindo todas as bases Fonte Desconhecida ............................... Minha declaração de auto-estima Virgínia Satir ........................ A mendiga Bobbie Probstein ............................................................. As regras para ser humano Anônimo ............................................ 3. SOBRE A PATERNIDADE ......................................................... 93 Os fiilhos aprendem o que vivenciam Dorothy L. Nolte ........... 95 Por que escolhi meu pai para ser meu papai Bettie B. Youngs 97 A escola dos animais George H:' Reavis .......................................... 105 Tocado Victor Nelson ......................................................................... 107 Eu te amo, filho Victor B. Miller ........................................ ............. 110 "O que você é" é tão importante quanto "o que você faz' Patrícia Fripp .................................................................................... 113 A perfeita família americana Michael Murphy ............................ 115 Apenas diga! Gene Bedley ................................................................ 120 4. SOBRE O APRENDIZADO ........................................................ Costruindo meu futuro Frank Trujillo ........................................... Agora gosto de mim Everett Shostrom .......................................... Todas as melhores coisas Helen P. Mrosla .................................... Você é uma maravilha Pablo Casals ............................................... Aprendemos fazendo John Holt ..................................................... A mão Fonte Desconhecida ................................................................ O garotinho Helen E. Buckley .......................................................... Sou professor John W. Schlatter ...................................................... 5. VIVA SEU SONHO ..................................................................... Acho que posso! Michele Borba ....................................................... Descanse em paz: o enterro do "não mnsigo" Chicle Moorman ................................................................................. A história do 333 Bob Proctor ..................................................... ...... 79 81 84 85 86 87 89 91 125 127 128 129 133 134 135 137 142 145 147 150 155 Pedir, pedir, pedir Jack Canfield e Mark V. Hansen ...................... 158 Você já fez a terra se mover? Hanoch McCarty ........................... 161 O adesivo de Tommy Mark V. Hansen ......................................... 163 3
Se não pedir, você não consegue - mas se pedir, consegue! Rick Gelinas ....................................................................................... 169 A busca de Rick Little Adaptada de Peggy Mann ......................... 173 A magia de acreditar Edward J. McGrath Jr. ............................... 178 O livro de metas de Glenna Glenna Salsbury .............................. 179 Mais um item assinalado na lista John Goddard .......................... 182 Preste atenção, benzinho, eu sou seu amor! Jack Canfield ...... 187 Disposto a pagar o preço John McCormack .................................. 191 Todo mundo tem um sonho Virginia Satir ................................. 195 Siga seu sonho Jack Canfield ........................................................... 198 A caixa Florence Littauer ................................................................... 201 Estímulo Nido Qubein ....................................................................... 205 Walt Jones Bob Moawad ............................................... ..................... 207 Você é suficientemente forte para agüentar críticas? Theodore Roosevelt ............................................................................ 212 Correndo riscos Patty Hansen ......................................................... 213 Serviço e um sorriso Kar Albrecht e Ron Zenke ............................ 215 6. VENCENDO OBSTÁCULOS .................................................... Obstáculos Victor E. Frankl .............................................................. Considere isto Jack Canfield e Mark V. Hansen ............................. John Corcoran - O homem que não sabia ler Pamela Truax . Abraham Lincoln não desistiu Abraham Lincoln ........................ Lição de um filho Danielle Kennedy ............................................... Fracasso? Não! Só dificuldades temporárias Dottie Walters .... Para ser mais criativo, estou esperando... David B. Campbell .. Todo mundo pode fazer alguma coisa Jack Canfield ................ Sim, você pode Jack Canfield e Mark V. Hansen ........................... Corra, Patti, corra Mark V. Hansen ................................................ O poder da determinação Burt Dubin ......................................... Fé Roy Campanella ............................................................................. Ela salvou 219 vidas Jack Canfield e Mark V. Hansen .................. 217 219 220 223 227 229 233 238 241 244 247 250 252 254 Você vai me ajudar? Mark V. Hansen ........................................... 258 Só mais uma vez Hanoch McCarty ................................................. 261 Há grandeza ao seu redor - aproveite-a Bob Richards ........... 263 7. SABEDORIA ECLÉTICA ............................................................ 265 Negócio fechado! Florence Littauer ................................................ 267 Reserve um momento para ver de verdade J. Michael Thomas ............................................................................. 270 Se eu pudesse começar tudo novamente Nadine Stair ............ 274 Dois monges Irmgard Schloegl ........................................................ 276 Sachi Dan Millman ............................................................................ 277 O presente do golfinho Elizabeth Gawain .................................... 278 O toque da mão do mestre Myra B. Welch .................................. 280 Mais canja de galinha? ..................................................................... 2,82 Contribuições ...................................................................................... 283 Agradecimentos (continuação) ......................................................... 294 Sobre os autores ................................................................................. 299 Introdução 4
Sabemos tudo de que precisamos para acabar com o sofrimento emocional desnecessário que muitas pessoas experimentam atualmente. Auto-estima elevada e eficácia pessoal são acessíveis a qualquer um que queira dedicar seu tempo a essa busca. É difícil traduzir o espírito de uma situação real para o mundo das palavras. Histórias que contamos todos os dias tiveram que ser reescritas cinco vezes para que, impressas, tivessem o mesmo efeito que ao vivo. Quando estiver lendo estas histórias, por favor esqueça tudo o que sempre aprendeu em suas aulas de leitura dinâmica. Diminua o ritmo. Ouça o que diz o seu coração, tanto quanto a sua mente. Saboreie cada história. Deixe que o toquem. Pergunte-se: O que esta história desperta em mim? O que sugere para minha vida? Que sentimento ou atitude evoca em meu ser interior? Permita-se uma relação pessoal com cada história. Algumas histórias falarão mais alto a você do que a outras pessoas. Algumas terão um significado mais profundo. Algumas o farão chorar. Algumas o farão rir. Algumas lhe encherão de um sentimento de ternura. Algumas talvez lhe Amor: a única forca criativa Espalhe o amor por onde você for: antes de tudo, em sua própria casa. Dê amor a seus filhos, sua esposa ou seu marido, a um vizinho próximo... Não permita jamais que alguém se aproxime de você sem viver melhor e mais feliz. Seja a expressão viva da bondade de Deus; bondade em seu rosto, bondade'em seus olhos, bondade em seu sorriso, bondade em sua terna saudação. Madre Teresa Um professor universitário levou seus alunos de sociologia às favelas de Baltimore para estudar as histórias de duzentos garotos. Pediu a eles que redigissem uma avaliação sobre o futuro de cada menino. Em todos os casos, os estudantes escreveram: "Ele não tem chance alguma." Vinte e cinco anos mais tarde, outro professor de sociologia deparou-se com o estudo anterior. Pediu aos seus alunos que acompanhassem o projeto, a fim de ver o que havia acontecido com esses garotos. Com exceção de vinte deles, que haviam se mudado ou morrido, os estudantes descobriram que 176 dos 180 restantes haviam alcançado uma posição mais bem-sucedida do que a comum como advogados, médicos e homens de negócios. 1 O professor ficou estarrecido e resolveu continuar o estudo. Felizmente, todos os homens continuavam na mesma área, e ele pôde perguntar a cada um: "A que você atribui o seu sucesso?" Em todos os casos, a resposta veio com sentimento "A uma professora". A professora ainda estava viva; portanto, ele a procurou, perguntando à senhora idosa, embora ainda ativa, que fórmula mágica havia usado para resgatar esses garotos das favelas para um mundo das conquistas bem-sucedidas. Os olhos da professora faiscaram e seus lábios se abriram num delicado sorriso. - É realmente muito simples - disse ela. - Eu amava aqueles garotos. Eric Butterworth Tudo de que me lembro Quando falava comigo, meu pai sempre começava a conversa com "Eu já lhe disse hoje o quanto a adoro?" A expressão de amor era recíproca e, em seus últimos anos, conforme sua vida começou visivelmente a fluir, nos aproximamos ainda mis... como se isso fosse possível. Aos 82 anos ele estava preparado para morrer, e eu, para deixá-lo ir, para que seu sofrimento terminasse. Nós rimos e choramos, nos demos as mãos, dissemos um ao outro que nos amávamos e concordamos que era hora. Eu disse: 5
-Papai, depois que você se for, quero um sinal de que você está bem. Ele riu, diante do absurdo daquilo; papai não acreditava em reencarnação. Tampouco eu tinha certeza se acreditava, mas havia tido muitas experiências que haviam me convencido de que poderia receber algum sinal do "outro lado". Meu pai e eu éramos tão profundamente unidos que senti seu ataque cardíaco em meu peito no momento em que ele morreu. Mais tarde, lamentei que o hospital, em sua sabedo ria estéril, não me tivesse deixado segurar a mão dele enquanto ele se ia. Dia após dia eu rezava por ter notícias dele, mas nada acontecia. Noite após noite eu pedia um sonho antes de dor i mir. Mas, mesmo assim, quatro longos meses se passaram, sem que eu ouvisse ou sentisse algo que não fosse pesar pela sua perda. Mamãe morrera cinco anos antes do mal de Alzheimer, e, apesar de já ter criado as minhas próprias filhas, eu me sentia como uma criança perdida. Um dia, enquanto estava deitada numa mesa de massagem, numa sala escura e tranqüila, aguardando meu horário, fui envolvida por uma onda de saudade de meu pai. Co mecei a me perguntar se fora exigente demais em lhe pedir um sinal. Notei que minha mente estava num estado de hipersensibilidade. Experimentei uma estranha lucidez na qual seria capaz de calcular de cabeça a soma de várias colunas de números. Verifiquei para ter certeza de que estava acordada, e não sonhando, e percebi que estava o mais longe possível de um estado de sonho. Cada pensamento que eu tinha era como um pingo d'água perturbando a tranqüilidade de um lago tranqüilo, e fiquei maravilhada diante da paz de cada momento que passava. Então pensei: "Tenho tentado contrblar as mensagens do outro lado; vou parar com isso agora." De repente, o rosto de minha mãe apareceu - minha mãe, como era antes que a doença de Alzheimer a tivesse despojado de sua razão, de sua humanidade e de trinta qui los. Seu magnífico cabelo prateado coroava seu rosto doce. Ela estava tão próxima e tão real, que, aparentemente, eu poderia estender o braço e tocá-la. Ela se parecia com o que havia sido há doze anos, antes do início da deterioração. Eu sentia até a fragrância de Joy, seu perfume favorito. Ela parecia estar esperando, e não falava. Eu me perguntava como minha mãe poderia aparecer se eu estava pensando em meu pai e me senti um pouco culpada por não ter perguntado por ela também. Eu disse: - Oh, mãe, sinto tanto que você tenha precisado sofrer com aquela doença horrível. • 20 Ela inclinou a cabeça levemente para um lado, como que para se mostrar grata pelo que eu havia dito sobre seu sofrimento. Depois, sorriu - um belo sorriso - e disse muito nitidamente: - Mas eu só me lembro do amor. E desapareceu. Comecei a tremer e a sala subitamente ficou fria; senti na alma que o amor que damos e recebemos é tudo o que importa e tudo o que é lembrado. O sofrimento desaparece; o amor permanece. As palavras dela são as mais importantes que eu já ouvi, e aquele momento ficará para sempre gravado em meu coração. Ainda não vi ou ouvi sobre o meu pai, mas não tenho dúvidas de que algum dia, quando eu menos esperar, ele vai aparecer e dizer "Eu já lhe disse hoje o quanto a adoro?" Bobbie Probstein, Canção do coração 6
Era uma vez um homenzarrão que se casou com a mulher dos seus sonhos. De seu amor, nasceu uma garotinha. Ela era uma garotinha talentosa e alegre e o homenzarrão a amava muito. Quando ela era bem pequena, ele a pegava no colo, cantarolava uma melodia, dançava com ela pela sala e lhe dizia: -Amo você, garotinha. Enquanto a garotinha crescia, o homenzarrão a abraçava e lhe dizia: - Amo você, garotinha. A garotinha fazia beicinho e dizia: - Não sou mais uma garotinha. O homenzarrão ria e dizia: - Mas para mim você será sempre a minha garotinha. A garotinha que-não-era-maisgarotinha deixou sua casa e saiu pelo mundo. À medida que aprendia mais sobre si mesma, aprendia mais sobre aquele homem. Viu que ele era verdadeiramente grande e forte, porque agora reconhecia seus poderes. Um de seus poderes era sua capacidade de expressar seu amor pela família. Não importava para que lugar do mundo ela fosse, ele ligava para ela e dizia: - Amo você, garotinha. • 22 Veio o dia em que a garotinha que-não-era-mais-garotinha recebeu um telefonema. O homenzarrão estava doente. Ele havia sofrido um derrame. Estava afásico, explicaram à garota. Não podia mais falar e não se tinha certeza de que podia entender o que lhe diziam. Não podia mais sorrir, rir, andar, abraçar, dançar ou dizer à garotinha que-não-eramais-garotinha que a amava. Então, ela foi para junto do homenzarrão. Quando entrou no quarto e o viu, ele parecia pequeno e nada forte. Ele a olhou e tentou falar, mas não podia. A garotinha fez a única coisa que podia fazer. Subiu na cama, ao lado do homenzarrão. Lágrimas escorreram dos olhos de ambos e ela passou os braços em torno dos ombros inertes do pai. Com a cabeça em seu peito, ela pensou muitas coisas. Lembrou-se dos maravilhosos momentos que haviam passado juntos e de como ela sempre se sentira protegida e acarinhada pelo homenzarrão. Sentiu pesar pela perda que teria que suportar, das palavras de amor que a haviam confortado. Então, ela ouviu as batidas que vinham de dentro do coração do homem. Um coração onde a música e as palavras sempre haviam vivido. O coração batia, sem se preocupar com os danos sofridos pelo resto do corpo. E, enquanto ela estava ali, a mágica continuava. E ela ouviu o que precisava ouvir. O coração dele batia as palavras que seus lábios queríam mais dizer... Amo você Amo você Amo você Garotinha Garotinha Garotinha E ela se sentiu confortada. Patty Hansen • 23 Verdadeiro amor Moses Mendelssohn, avô do famoso compositor alemão, estava longe de ser um homem bonito. Além da pequena estatura, possuía uma grotesca corcunda. Certo dia, visitou um comerciante em Hamburgo, que tinha uma adorável filha chamada Frumtje. Moses se apaixonou perdidamente por ela. Mas Frumtje sentiu repulsa por sua aparência disforme. Quando chegou a hora de sua partida, Moses reuniu coragem e subiu os degraus até o quarto dela, a fim de ter uma última oportunidade de lhe falar. Ela era de uma beleza celestial, mas sua recusa em olhar para ele lhe causou profunda tristeza. Depois de 7
tentar várias vezes conversar com ela, Moses perguntou timidamente: - Você acredita que os casamentos são feitos no céu? - Sim - respondeu ela, ainda olhando para o chão. - E você? - Sim, acredito - replicou ele. - Sabe, no céu, quando nasce um menino, Deus anuncia a menina que ele irá desposar. Quando nasci, minha futura noiva me foi apontada. En tão, Deus acrescentou: "Mas sua esposa será corcunda." Aí, eu gritei: "Oh, Deus; uma mulher corcunda seria uma tragédia! Por favor, Senhor, dê-me a corcunda e deixe-a ser bela." • 24 Então, Frumtj e olhou bem dentro dos seus olhos e se comoveu com alguma profunda lembrança. Ela estendeu sua mão a Mendelssohn e, mais tarde, se tornou sua devotada esposa. Barry e Joyce Vissell • 25 O juiz dos abraços Não me bata! Abraçe-me! Bumper Sticker Lee Shapiro é um juiz aposentado. É também uma das pessoas mais genuinamente amorosas que conhecemos. A certa altura de sua carreira, Lee percebeu que o amor é o maior poder que existe. Conseqüentemente, Lee se transformou no homem dos "abraços". Começou a oferecer a todo mundo um abraço. Seus colegas o apelidaram de "o juiz dos abraços" (em oposição a "juiz dos enforcamentos", supomos). O adesivo do seu carro diz: "Não me bata! Abrace-me!" Há cerca de seis anos, Lee criou o que ele chama de "kitabraço". Do lado de fora lê-se: "Um coração por um abraço." Dentro, há trinta coraçõezinhos vermelhos bordados com al finetes atrás. Lee sai com seu kit-abraço, encontra as pessoas e oferece-lhes um coraçãozinho em troca de um abraço. Lee tornou-se tão conhecido por isso que freqüentemente é convidado para apresentar conferências e convenções, onde compartilha sua mensagem de amor incondicional. Numa conferência em São Francisco, a imprensa local o desafiou dizendo: "É fácil sair distribuindo abraços, aqui na • 26 conferência, a pessoas que resolveram vir por vontade própria. Isso nunca funcionaria no mundo real." Eles desafiaram Lee a distribuir alguns abraços pelas ruas de São Francisco. Seguido por uma equipe de televisão do noticiário local, Lee saiu às ruas. Primeiro, se aproximou de uma mulher que passava. - Oi, sou Lee Shapiro, o juiz dos abraços. Estou doando estes corações em troca de um abraço. - Claro - respondeu ela. - Fácil demais - provocou o comentarista local. Lee olhou à sua volta. Viu uma guarda de trânsito que estava enfrentando problemas com o dono de uma BMW a quem estava entregando uma multa. Aproximou-se dela, a equipe de televisão junto com ele, e disse: - Parece-me que um abraço poderia lhe ser útil. Sou o juiz dos abraços e estou lhe oferecendo um. Ela aceitou. O comentarista de televisão lançou um último desafio. - Veja, aí vem um ônibus. Os motoristas de ônibus de São Franciscó são as pessoas mais rudes, rabugentas e 8
intratáveis de toda a cidade. Vamos ver se você consegue um abraço dele. Lee aceitou o desafio. Quando o ônibus parou, Lee disse: - Oi, sou Lee Shapiro, o juiz dos abraços. Seu trabalho deve ser um dos mais estressantes do mundo. Hoje, estou oferecendo abraços às pessoas para aliviar um pouco sua carga. Gostaria de um? O homenzarrão de dois metros e mais de cem quilos levantou do banco, desceu do ônibus e disse: - Por que não? Lee o abraçou, deu-lhe um coração e acenou quando o ônibus partiu. A equipe de TV estava sem fala. Finalmente, o comentarista disse: - Tenho que admitir, estou muito impressionado. • 27 C Um dia, Nancy Johnston, amiga de Lee, bateu em sua porta. Nancy é palhaço profissional e estava usando sua fantasia, maquiagem e tudo o mais. - Lee, pegue um punhado de seus kit-abraço e vamos a um lar de deficientes. Quando chegaram ao lar, começaram a distribuir chapéus com balões, corações e abraços aos pacientes. Lee sentia-se desconfortável. Nunca havia abraçado pacientes termi nais, pessoas gravemente retardadas ou quadraplégicas. Foi definitivamente um esforço. Mas, depois de um certo tempo, ficou mais fácil, e Nancy e Lee conquistaram uma comitiva de médicos, enfermeiros e serventes que os seguiram de ala em ata. Depois de algumas horas, eles entraram na última ala. Eram os 34 piores casos que Lee jamais vira em sua vida. O sentimento era tão cruel que partiu seu coração. Mas, cum prindo seu compromisso de compartilhar seu amor com os outros, Nancy e Lee começaram a passear pela sala, seguidos pela comitiva de médicos que, a essa altura, já traziam corações nos colarinhos e chapéus feitos de balões na cabeça. Finalmente, Lee chegou à última pessoa, Leonard. Leonard usava um enorme babador branco sobre o qual babava. Lee olhou para Leonard, que babava, e disse: - Vamos embora, Nancy, não há como encarar esse aqui. Nancy replicou: - Vamos lá, Lee. Ele também é um ser humano, não é? Então, ela colocou-lhe um engraçado chapéu de balões na cabeça. Lee pegou um de seus coraçõzzinhos vermelhos e prendeu-o no babador de Leonard. Respirou fundo, inclinou-se e o abraçou. De repente, Leonard começou a gritar: - Eeeeeeh! Eeeeeeh! Alguns dos outros pacientes na sala começaram a bater coisas. Lee voltou-se para a equipe esperando alguma ex . 28 plicação e apenas viu que todos os médicos, enfermeiros e serventes estavam chorando. Lee perguntou à enfermeira chefe: -0 que équehá? Ele nunca poderá esquecer o que ela disse: - Esta é a primeira vez em 23 anos que vemos Leonard sorrir. Como é simples ser importante na vidados outros. Jack Canfield e Mark V. Hansen • 29 A LENTE SEMPRE SABE QUANDO ELE ANDOU OUVINDO AS FITAS DE LEO BUSCACLIA... 9
© 1984 United Feature Syndicate, Inc. PEANUTS reimpresso com a permissão da United Feature Syndicate, Inc. •30• Isso pode acontecer aqui? Precisamos de quatro abraços por dia para sobreviver. Precisamos de oito abraços por dia para nos manter. Precisamos de doze abraços por dia para crescer. Virginia Satir Sempre ensinamos às pessoas a abraçarem umas às outras em nossos workshops e seminários. Muitas pessoas respondem dizendo: - Você nunca conseguiria abraçar as pessoas com quem eu trabalho. Tem certeza? Aqui está a carta de uma aluna diplomada em nossos seminários. Caro Jack, Comecei este dia bem triste. Minha amiga Rosalind parou para me perguntar se eu ia distribuir abraços. Eu apenas resmunguei alguma coisa, porém, durante a semana, comecei a pensar sobre abraços e tudo o mais. Eu olhava para o papel que você nos deu sobre Como Manter o Seminário Vivo e me encolhia quando chegava à parte sobre abraçar e ser abraçado, porque não conseguia me imaginar abraçando as pessoas no trabalho. Bem, decidi fazer desse dia "o dia do abraço" e comecei a abraçar os clientes que se aproximavam do meu balcão. Foi incrível ver como as pessoas simplesmente ganha ram brilho... Um aluno do MBA saltou sobre o balcão e começou a dançar. Algumas pessoas chegaram a voltar e pedir mais. Aqueles dois mecânicos que consertam a máquina de xerox, e que estavam apenas caminhando lado a lado, sem falar um com o outro, ficaram tão surpresos que simplesmente acordaram e de repente estavam conversando e rindo pelo saguão. Parece que eu abracei todo mundo na Wharton Business School e seja lá o que estivesse errado comigo esta manhã, incluindo um pouco de dor, tudo passou. Descul pe-me por escrever uma carta tão longa, mas é que simplesmente estou muito animada. O melhor foi que, a. certa altura, havia cerca de 10 pessoas abraçando umas às outras bem em frente ao meu balcão. Eu não podia acreditar que isto estivesse acontecendo. Com amor, Pamela Rogers. P.S. A caminho de casa, abracei um policial na Rua 37. Ele disse: "Uau! Policiais nunca são abraçados. Tem certeza de que não quer atirar alguma coisa em mim?" Outro de nossos alunos enviou-nos o seguinte trecho sobre abraços: Abraçar é saudável. Ajuda o sistema imunológico, mantém você mais saudável, cura a depressão, reduz o estress, induz o sono, é revigorante, rejuvenesce, não tem •32• efeitos colaterais indesejáveis, e é nada menos do que um remédio milagroso. Abraçar é totalmente natural. É orgânico, naturalmente doce, não contém aditivos químicos, não contém conservantes, não contém ingredientes artificiais e é cem por cento integral. Abraçar é praticamente perfeito. Não tem partes móveis, não tem baterias que acabam, não necessita de checkups periódicos, requer baixo consumo de energia, produz muita energia, é à prova de inflação, não engorda, não exige prestações mensais, não exige seguro, é à prova de roubo, não tributável, não poluente e, é claro, completamente retornável. Fonte desconhecida 10
• 33 Jack Canfield Você é importante Uma professora de Nova York decidiu homenagear seus alunos do último ano do colegial, dizendo a cada um deles a sua importância. Usando um processo desenvolvido por Helice Bridges, de Del Mar, Califórnia, ela chamou todos os alunos em frente à classe, um de cada vez. Primeiro, disse a eles como eram importantes para ela e para a classe. Então presenteou cada um deles com um laço azul com uma frase impressa em letras douradas: "Eu sou importante." Depois, a professora resolveu desenvolver um trabalho com a classe para ver que tipo de impacto o reconhecimento teria sobre uma comunidade. Deu a cada aluno mais três la ços e os instruiu para que saíssem e disseminassem a cerimônia de reconhecimento. Em seguida, eles deveriam acompanhar os resultados, ver quem homenageara quem e relatar à classe dentro de cerca de uma semana. Um dos garotos foi até um executivo júnior de uma empresa próxima e o condecorou por ajudá-lo no planejamento de sua carreira. Deu-lhe um laço azul e prendeu-o em sua camisa. Então, deu-lhe dois outros laços, e disse: - Estamos fazendo um trabalho para a escola sobre reconhecimento, e gostaríamos que você procurasse alguém • 34 para homenagear, que o presenteasse com um laço azul, e então lhe desse o outro laço para que ele possa homenagear uma terceira pessoa, disseminando esta cerimônia de reconhecimento. Em seguida, por favor, procure-me novamente e conte-me o que aconteceu. Mais tarde naquele dia, o executivo júnior procurou seu chefe, que, por falar nisso, era tido até então como um cara rabugento. Pediu ao chefe que se sentasse e lhe disse que o admirava profundamente por ser um gênio criativo. O chefe pareceu muito surpreso. O executivo júnior perguntou-lhe se ele aceitaria o laço azul como presente e se permitiria que ele o colocasse. Seu chefe, surpreso, disse: - Bem, certamente. O executivo júnior pegou o laço azul e colocou-o no paletó do chefe bem acima do coração. Ao dar ao chefe o último laço, disse: - O senhor me faria um favor? Receberia este outro laço e o passaria adiante homenageando uma outra pessoa? O garoto que me deu os laços está fazendo um trabalho para a escola e queremos que esta cerimônia de reconhecimento prossiga, para descobrir como ela influencia as pessoas. Naquela noite, ao chegar em casa, o chefe procurou seu filho de quatorze anos e pediu que se sentasse. Ele disse: - Hoje me aconteceu a coisa mais incrível. Estava em meu escritório e um dos executivos juniores entrou, disse que me admirava e me deu este laço azul por me considerar um gênio criativo. Imagine. Ele acha que eu sou um gênio criativo. Então, ele prendeu esse laço azul que diz "Eu sou importante" no meu paletó, bem sobre o meu coração. Deume um outro laço e pediu-me que homenageasse uma outra pessoa. Esta noite, voltando para casa, comecei a pensar em quem homenagearia com esse laço e pensei em você. Quero homenagear você. Meus dias são muito tumultuados e, quando chego em casa, não lhe dou muita atenção. Algumas vezes grito com você por não tirar boas notas na escola e por • 35 seu quarto estar uma bagunça, mas, de qualquer forma, esta noite eu gostaria apenas de me 11
sentar aqui e, bem, dizer-lhe que você é importante para mim. Além de sua mãe, você é a pessoa mais importante na minha vida. Você é um grande garoto e eu amo você! O sobressaltado garoto começou a soluçar, e não conseguia parar de chorar. Todo o seu corpo tremia. Ele olhou para o pai e disse através das lágrimas: - Papai, eu planejava cometer suicídio amanhã, porque achava que você não me amava. Agora, não preciso mais. Helice Bridges • 36 Um de cada vez Um de nossos amigos estava caminhando ao pôr-do-sol em uma praia deserta mexicana. À medida que caminhava, começou a avistar outro homem a distância. Ao se aproximar do nativo, notou que ele se inclinava, apanhando algo e atirando na águá. Repetidamente, continuava jogando coisas no mar. Ao se aproximar ainda mais, nosso amigo notou que o homem estava apanhando estrelasdo-mar que haviam sido levadas para a praia e, uma de cada vez, as estava lançando de volta à água. Nosso amigo ficou intrigado. Aproximou-se do homem e disse: - Boa tarde, amigo. Estava tentando adivinhar o que você está fazendo. - Estou devolvendo estas estrelas-do-mar ao oceano. Você sabe, a maré está baixa e todas essas estrelas-do-mar foram trazidas para a praia. Se eu não as lançar de volta ao mar, elas morrerão por falta de oxigênio. -Entendo -respondeu meu amigo-, mas deve haver milhares de estrelas-do-mar nesta praia. Provavelmente você não será capaz de apanhar todas elas. É que são muitas, • 37 simplesmente. Você percebe que provavelmente isso está acontecendo em centenas de praias acima e abaixo desta costa? Vê que não fará diferença alguma? O nativo sorriu, curvou-se, apanhou uma outra estrelado-mar e, ao arremessá-la de volta ao mar, replicou: - Fez diferença para aquela. Jack Canfield e Mark V. Hansen • 38 O presente Bennet Cerf relata esta tocante história sobre um ônibus que sacudia ao longo de uma estrada vicinal no sul. Num dos assentos, um delicado senhor de idade segurava um buquê de flores frescas. Do outro lado do corredor havia uma menina cujos olhos se voltavam insistentemente para as flores do homem. Chegou o momento de o senhor saltar. Impulsivamente ele jogou as flores no colo da garota. - Posso ver que você ama as flores - explicou ele - e acho que minha esposa gostaria que fossem suas. Direi a ela que as dei a você. A garota aceitou as flores e ficou olhando o senhor saltar do ônibus e atravessar o portão de um pequeno cemitério. • 39 Um irmão como esse Um amigo meu chamado Paul ganhou um automóvel de presente de seu irmão no Natal. Na noite de Natal, quando Paul saiu de seu escritório, um menino de rua estava andando em volta do reluzente carro novo, admirando-o. - Este carro é seu, senhor? - ele perguntou. Paul assentiu. 12
- Meu irmão me deu de Natal. O garoto ficou boquiaberto. - Quer dizer que foi um presente de seu irmão e não lhe custou nada? Rapaz, quem me dera... - hesitou ele. É claro que Paul sabia o que ele ia desejar. Ele ia desejar ter um irmão como aquele. Mas o que o garoto disse chocou Paul tão completamente que o desarmou. - Quem me dera - continuou o garoto - ser um irmão como esse. Paul olhou o garoto com espanto, e então, impulsivamente, acrescentou: - Você gostaria de dar uma volta no meu automóvel? - Oh, sim, eu adoraria. Depois de uma voltinha, o garoto virou-se e, com os olhos incandescentes, disse: • 40 - O senhor se importaria de passar em frente à minha casa? Paul deu um leve sorriso. Pensou que soubesse o que o rapaz queria. Ele queria mostrar aos vizinhos que podia chegar em casa num carrão. Mas Paul estava novamente enganado. - Pode parar em frente àqueles dois degraus? - perguntou o garoto. Ele subiu correndo os degraus. Então, passados alguns momentos, Paul ouviu-o retornar, mas ele não vinha depressa. Carregava seu irmãozinho paralítico. Sentou-o no degrau inferior e depois como que o abraçou fortemente e apontou carro. - Aí está ele, amigão, exatamente como eu te contei lá em cima. O irmão deu o carro a ele de presente de Natal e não lhe custou um centavo. E algum dia eu vou te dar um igualzinho... então você poderá ver com seus próprios olhos, nas vitrines de Natal, todas as coisas bonitas sobre as quais eu venho tentando te contar. Paul saiu do carro e colocou o rapaz no banco da frente. O irmão mais velho, com os olhos brilhando, entrou atrás dele e os três deram uma volta comemorativa. Naquela noite de Natal, Paul aprendeu o que Jesus queria dizer quando mencionava: "Mais afortunados os que dão..." o Dan Clark Sobre a coragem - Então, você me acha corajosa? - ela perguntou. - Sim, eu acho. - Talvez eu seja. Mas, isso é porque eu tive alguns bons professores. Vou te contar sobre um deles. Há muitos anos, quando trabalhava como voluntária no Hospital Stanford, conheci uma garotinha chamada Liza que sofria de uma doença grave e rara. Aparentemente, sua única chance de recuperação era uma transfusão de sangue de seu irmão de cinco anos, que sobrevivera milagrosamente à mesma doença e desenvolvera os anticorpos necessários para combater o mal. O médico explicou a situação ao irmãozinho dela e perguntou ao menino se ele doaria seu sangue à irmã. Vi-o hesitar por apenas um momento antes de respirar profundamente e dizer: - Sim, eu o farei, se for para salvar Liza. r~ medida que a transfusão transcorria, ele estava deitado num leito vizinho ao de sua irmã e soma, como todos nós, ao ver a cor retornar às maçãs de seu rosto. Depois, o rosto dele ficou pálido e seu sorriso se apagou. Ele olhou para o médico e perguntou numa voz trêmula: - Vou começar a morrer já? • 42 Sendo muito jovem, o menino compreendera mal o médico; pensou que teria que dar a ela todo o seu sangue. Sim, aprendi a ser corajosa - acrescentou ela - porque tive professores que me inspiraram. 13
Dan Millman • 43 Grande Ed Quando cheguei à cidade para apresentar um seminário' sobre Gerência Obstinada, um pequeno grupo me levou para jantar a fim de me instruir sobre as pessoas a quem eu falaria no dia seguinte. O líder óbvio do grupo era o "Grande Ed", um homenzarrão corpulento, de voz grave e retumbante. Durante o jantar, ele me informou que trabalhava como intermediário numa grande organização internacional. Seu trabalho consistia em ir a determinadas divisões ou subsidiárias para rescindir o contrato do executivo encarregado. - Joe - disse ele - estou realmente ansioso por amanhã, porque todos precisam ouvir um cara firme como você. Eles vão ver que o meu estilo é o certo -sorriu largamente e deu uma piscadela. Eu sorri. Sabia que o dia seguinte seria diferente do que ele estava prevendo. No dia seguinte, ele sentou-se impassivelmente durante todo o seminário e, ao final, saiu sem me dizer nada. Três anos depois, voltei àquela cidade para apresentar outro seminário gerencial para aproximadamente o mesmo grupo. O grande Ed estava lá de novo. De repente, por volta das dez horas, ele se levantou e perguntou em voz alta: • 44 - Joe, posso dizer algo para estas pessoas? Eu sorri e disse: - Claro. Quando alguém é grande como você, Ed, pode dizer o que quiser. O grande Ed prosseguiu dizendo: - Todos vocês me conhecem e alguns sabem o que aconteceu comigo. No entanto, quero partilhar isso com todos vocês. Joe, acho que você vai gostar. "Quando ouvi você sugerir a cada um de nós que, para nos tornarmos realmente firmes, deveríamos aprender a dizer àqueles que nos são caros que realmente os amamos, pensei que tudo aquilo não passasse de sentimentalismo barato. Tentei imaginar o que aquilo tinha a ver com ser firme. Você tinha dito que a firmeza é como o couro, e a dureza é como o granito; que a mente firme é aberta, flexível, disciplinada e tenaz. Mas eu não conseguia entender o que o amor tinha a ver com isso. "Naquela noite, quando me sentei diante de minha esposa na sala de estar, suas palavras ainda estavam me atormentando. Que tipo de coragem seria preciso para dizer à minha esposa que eu a amava? Será que qualquer pessoa não seria capaz de fazê-lo? Você também havia dito que isso deveria ser feito à luz do dia, e não no quarto. Deparei comigo mesmo limpando a garganta, e começando, e parando. Minha esposa olhou para cima e me perguntou o que eu havia dito, e eu respondi,'Ah, nada'. Então, de repente, levantei-me, atravessei a sala, empurrei o jornal dela nervosamente para o lado e disse: 'Alice, eu te amo.' Por um minuto ela pareceu sobressaltada. Então, lágrimas afloraram aos seus olhos e ela disse suavemente: 'Ed, eu também te amo, mas esta é a primeira vez em vinte e cinco anos que você disse isso dessa forma.' "Conversamos durante algum tempo sobre como o amor, quando há bastante, é capaz de dissolver todo tipo de tensões e, de repente, decidi, no entusiasmo do momento, ligar • 45 para meu filho mais velho em Nova York. Nunca nos dem muito bem. Quando ouvi sua voz ao telefone, falei sopetão:'Filho, você pode pensar que estou bêbado, mas n 14
estou. Apenas pensei em te telefonar e dizer que eu te am Houve uma pausa do outro lado da linha, e então eu o ou dizer baixinho: 'Papai, acho que eu já sabia, mas, com cert za, é muito bom ouvir. Quero que saiba que também te am Tivemos um bom papo e então liguei para meu filho novo em São Francisco. Sempre fomos mais chegados. E disse o mesmo a ele, e isso também proporcionou uma co versa realmente agradável, como nunca havíamos tido d fato. Ao me deitar naquela noite, pensando, percebi que tud o que você havia falado - detalhes operacionais da verd deira gerência -adquiriram um novo significado, e eu co segui perceber como aplicá-los se realmente entendesse praticasse o amor obstinado. Comecei a ler livros sobre o a sunto. Com certeza, Joe, várias personalidades têm muito dizer, e comecei a perceber a enorme praticidade de aplic o amor à minha vida, tanto em casa quanto no trabalh Como alguns de vocês aqui sabem, eu realmente mudei mi nha forma de trabalhar com as pessoas. Comecei a prest mais atenção e a ouvir de verdade. Aprendi o que é tent conhecer os pontos fortes das pessoas, em vez de insistir e seus pontos fracos. Comecei a descobrir o verdadeiro praze de ajudar a desenvolver sua confiança. Talvez o mais impor tante de tudo foi eu ter começado a entender, de verdade que uma forma excelente de demonstrar amor e respeito pe Ias pessoas é esperar que utilizem seus pontos fortes para al cançar os objetivos que definimos juntos. Joe, esta é minha forma de dizer'Obrigado!' E, coincidentemente, vamos falar' do aspecto prático! Agora sou vicepresidente da empresa e as pessoas me chamam de líder principal. Ok, pessoal, agora ouçam esse cara!" Joe Batten • 46 O amor e o taxista Outro dia, estava em Nova York, e tomei um táxi com um amigo. Quando descemos, meu amigo disse ao motorista: - Obrigado pela condução. Você dirigiu muito bem. O motorista do táxi ficou atordoado por um segundo. Então disse: - Você é algum engraçadinho? - Não, meu caro, e não estou caçoando de você. Admiro a forma como você se mantém calmo no trânsito pesado. - É - disse o motorista, e partiu. - O que significou tudo isso? - perguntei. -Estou tentando trazer o amor de volta a Nova Yorkdisse ele-Acho que é a única coisa que pode salvar a cidade. - Como um homem só pode salvar a cidade? - Não sou um homem só. Acho que ganhei o dia para aquele motorista de táxi. Suponha que ele tenha vinte passageiros. Ele será gentil com esses vinte passageiros porque al guém foi gentil com ele. Por sua vez, esses passageiros serão gentis com seus empregados ou gerentes ou garçons ou até com suas próprias famílias. Finalmente, o bom humor poderia se espalhar para até mil pessoas. Agora não está nada mal, não é? • 47 - Mas você depende de que aquele motorista de t passe o seu bom humor aos outros. - Não dependo - disse meu amigo. - Estou conscie te de que o sistema não é infalível, e assim farei o mesmo co dez pessoas diferentes hoje. Se entre estas dez eu puder zer três felizes, ao final posso influenciar ïndiretamente atitudes de mais 3.000. - Essa teoria soa bem - admiti -, mas não tenho cert za de que funcione na prática. -Não perderei coisa alguma se não funcionar. Não ga tei meu tempo dizendo àquele homem que ele dirigiu be Ele não recebeu uma gorj eta maior nem menor. Se entrar po um ouvido e sair pelo outro, e daí? Amanhã haverá um ou tro motorista de táxi que eu 15
possa tentar fazer feliz. - Você é maluco - eu disse. - Isso demonstra o quanto você se tornou cético. Fiz u estudo sobre esse assunto. Aparentemente, o que está faltan do aos nossos funcionários dos correios, além de dinheiro claro, é que ninguém diz a eles que estão fazendo um ótimo trabalho. - Mas eles não estão. - Não estão, porque acham que ninguém se importa com isso. Por que alguém não deveria dizer uma palavra bondosa a eles? Passávamos por um obra em construção e cinco operários estavam almoçando. Meu amigo parou. - É um magnífico trabalho, o de vocês. Deve ser difícil e perigoso. Os operários olharam meu amigo desconfiados. - Quando estará terminado? - Junho - grunhiu um homem. - Ah. Realmente impressionante. Vocês todos devem estar muito orgulhosos. Fomos embora. Eu disse a ele: -Não vejo ninguém como você desde Dom Quixote de La Mancha. • 48 - Quando aqueles homens digerirem minhas palavras se sentirão melhor. De alguma forma a cidade se beneficiará de sua felicidade. -Mas você não pode fazer tudo isso sozinho! -protestei. - Você é apenas um homem. - O mais importante é não desanimar. Fazer com que as pessoas da cidade se tornem boas novamente não é um trabalho fácil, mas se eu puder incluir outras pessoas em minha campanha... - Você acaba de deixar passar uma mulher muito simpática - eu disse. - Sim, eu sei - replicou ele. - E se ela for professora, sua aula de hoje será fantástica. Art Buchwald • 49 Um gesto simples Todo mundo pode ser grande... porque todo mundo pode servi Não é preciso um diploma de faculdade para servir. Não é preei concordar sujeito e verbo para servir. Basta um coração cheio d graça. Uma alma gerada pelo amor. Martin Luther King, Jr Certo dia, Mark estava caminhando da escola para casa quando notou que o menino à sua frente havia tropeçado derrubado todos os livros que estava carregando, além de'' dois suéteres, um bastão de beisebol, uma luva e um pequeno gravador. Mark ajoelhou-se e ajudou o garoto a pegar as coisas espalhadas. Como estavam caminhando na mesma direção, ajudou o menino a levar parte de sua carga. No caminho, Mark descobriu que o nome do garoto era Bill, que ele adorava videogames, beisebol e História, que estava tendo muitos problemas com suas outras matérias e que acabara de terminar o relacionamento com sua namorada. Chegaram primeiro à casa de Bill, e Mark foi convidado para uma Coca-Cola e para assistir televisão. A tarde trànscorreu agradavelmente, com algumas risadas e alguns segre e 50 dos compartilhados; depois, Mark foi para casa. Os dois continuaram a se encontrar na escola, almoçaram juntos uma ou duas vezes e ambos se formaram no primeiro 16
grau. Foram para a mesma escola secundária, onde tiveram contatos esporádicos durante vários anos. Finalmente, o tão esperado último ano do segundo grau chegou e, três semanas antes da formatura, Bill perguntou a Mark se eles podiam ter uma conversa. Bill lembrou do dia em que haviam se encontrado, há alguns anos. ,, - Você algum dia se perguntou por que eu estava carregando tanta coisa naquele dia?perguntou-lhe Bill.-Limpei meu armário porque não queria deixar uma bagunça para o próximo dono. Eu tinha guardado algumas pílulas para dormir da minha mãe e estava indo para casa cometer suicídio. Mas depois que passamos algum tempo juntos conversando e rindo, percebi que, se tivesse me matado, teria perdido aqueles momentos e tantos outros que poderiam se seguir. Portanto, Mark, quando você pegou meus livros no chão naquele dia, fez muito mais do que isso. Você salvou minha vida. John W Schlatter O sorriso Sorria para o outro; sorria para sua esposa, sorria para seu marido, sorria para seus filhos, sorria para o outro - não importa quem seja - e isso o ajudará a crescer através do maior amor pelo outro. Muitos americanos conhecem O Pequeno Príncipe, um maravilhoso livro de Antoine de Saint-Exupéry. É um livro fantástico e lendário, que funciona tanto como história infan til, quanto como fábula que leva os adultos à reflexão. Porém, poucos conhecem os outros escritos de Saint-Exupéry, novelas e contos. Saint-Exupéry foi um piloto de guerra que lutou contra os nazistas e foi morto em combate. Antes da Segunda Guerra Mundial, lutou na Guerra Civil Espanhola contra os fas cistas. Escreveu uma história fascinante sobre essa experiência intitulada O Sorriso (Le Sourire). É esta história que eu gostaria de partilhar com vocês agora. Não está claro se ele tencionava escrever uma história autobiográfica ou uma história de ficção. Prefiro acreditar na primeira hipótese. 52 Segundo sua história, ele foi capturado pelo inimigo e lançado numa cela de prisão. Estava certo de que, pelos olhares desdenhosos e pelo tratamento rude que recebeu de seus carcereiros, seria executado no dia seguinte. A partir daqui, contarei a história conforme me lembro, com minhas próprias palavras. "Eu tinha certeza de que seria morto. Fiquei terrivelmente nervoso e perturbado. Remexi em meus bolsos para ver se havia algum cigarro que tivesse escapado à sua revista. En contrei um e, por causa de minhas mãos trêmulas, mal podia levá-lo aos lábios. Mas eu não tinha fósforos; estes eles haviam levado. "Olhei através das grades para o meu carcereiro. Ele não respondeu ao meu olhar. Afinal, não se estabelece contato visual com uma coisa, um cadáver. Eu gritei para ele: 'Tem fogo, por favor?' Ele olhou para mim, encolheu os ombros e veio até onde eu estava para acender meu cigarro. "Ao se aproximar e acender o fósforo, seus olhos inadvertidamente se cruzaram com os meus. Naquele momento eu sorri. Não sei por que fiz isso. Talvez por nervosismo, talvez porque, quando se está realmente perto de alguém, é muito difícil não sorrir. Em todo o caso, eu sorri. Naquele instante, foi como se uma faísca saltasse no espaço entre nossos dois corações, nossas duas almas humanas. Sei que ele não queria, mas meu sorriso saltou por entre as grades e gerou um sorriso em seus lábios também. Ele acendeu meu cigarro, mas permaneceu perto, olhando-me diretamente nos olhos e continuando a sorrir. 17
"Continuei sorrindo para ele, agora consciente da pessoa e não apenas do carcereiro. E seu olhar para mim também parecia ter uma nova dimensão." - Você tem filhos? - ele perguntou. - Sim, aqui, aqui. - Tirei minha carteira e procurei nervosamente as fotografias de minha família. Ele também puxou as fotos de seus ninos e começou a falar sobre seus pla 53 nos para eles. Meus olhos se encheram de lágrimas. Eu disse que temia nunca mais ver minha família novamente, nunca ter a chance de vê-los crescer. Lágrimas também afloraram aos seus olhos. "De repente, sem qualquer outra palavra, ele destrancou minha cela e silenciosamente me conduziu para fora. Uma vez fora da prisão, conduziu-me silenciosamente por estra das secundárias, para fora da cidade. Lá, nos limites da cidade, ele me libertou. E, sem nenhuma outra palavra, voltou em direção à cidade. "Minha vida foi salva por um sorriso." Sim, o sorriso - a conexão verdadeira, espontânea, natural entre as pessoas. Conto essa história em meu trabalho porque gostaria que as pessoas considerassem que, sob todas as camadas que construímos para nos proteger, nossa dignidade, nossos títulos, nossos diplomas, nossa posição e nossa necessidade de sermos vistos de determinada forma - sob tudo isso, permanece o eu autêntico, essencial. Não receio chamá-lo de a alma. Acredito realmente que se aquela parte de mim e aquela parte de você puderem se reconhecer, não seremos inimigos. Não poderemos ter ódio, inveja ou medo. Concluo tristemente que todas essas outras camadas, que construímos com tanto cuidado ao longo de nossas vidas, nos distanciam e isolam do verdadeiro contato com os outros. A história de Saint-Exupéry fala daquele momento mágico em que duas almas se reconhecem. Tive apenas alguns momentos assim. Apaixonar-se é um exemplo. E olhar para um bebê. Por que sorrimos quando vemos um bebê? Talvez seja porque vemos alguém sem to das aquelas camadas defensivas, alguém cujo sorriso sabemos ser genuíno e sem malícia. E aquela "alma de bebê" dentro de nós, sorri ansiosamente em reconhecimento. Hanoch McCarty • 54 Amy Graham Quando cheguei à Mile High Church, em Denver, para conduzir três cultos e um workshop sobre a consciência da prosperidade, depois de passar a noite inteira no avião, vin do de Washington, D.C., estava muito cansado. Ao entrar na igreja, o Dr. Fred Vogt me perguntou: - Você conhece a Fundação Faça Um Desejo? - Sim - respondi. -Bem, Amy Graham recebeu o diagnóstico de leucemia terminal. Deram a ela três dias. Seu último desejo foi assistir aos seus ofícios. Fiquei chocado. Senti um misto de exaltação, espanto e dúvida. Não podia acreditar. Pensei que garotos à beira da morte quisessem ver a Disneylândia, conhecer Sylvester Stallone, Mr. "T" ou Arnold Schwartzenneger. Com certeza não desejariam passar seus últimos dias ouvindo Mark Victor Hansen. Por que uma garota com apenas poucos dias de vida desejaria ouvir um orador motivacional? De repente meus pensamentos foram interrompidos... - Aqui está Amy - disse Vogt ao colocar a frágil mão dela sobre a minha. Diante de mim 18
estava uma garota de dezessete anos, usando um turbante vermelho e laranja para • 55 cobrir a cabeça calva devido a tantos tratamentos quimi terápicos. Seu corpo débil estava curvado e sem energia. E disse: - Minhas duas metas eram formar-me no colegial e a sistir ao seu sermão. Meus médicos não acreditavam que pudesse alcançar nenhum dos dois. Eles não achavam qu eu teria energia suficiente. Eles me deram alta, sob os cuida dos de meus pais... Estes são meu pai e minha mãe. Meus olhos encheram-se de lágrimas; fiquei paralisado;'! Perdi o equilíbrio. Estava totalmente comovido. Limpei a garganta, sorri e disse: - Você e seus familiares são nossos convidados. Obrigado por terem vindo. - Nos abraçamos, esfregamos os olhos e nos separamos. Eu assistira a muitos seminários de cura nos Estados Unidos, Canadá, Malásia, Nova Zelândia e Austrália. Observara os melhores curandeiros trabalhando e estudei, pesquisei, ouvi, ponderei e questionei o que funcionava, por que e como. Naquela tarde de sábado, conduzi o seminário a que Amy e seus pais assistiram. O auditório estava transbordando, com mais de mil presentes ansiosos por aprender, crescer e se tornar mais humanos. Humildemente, perguntei ao público se gostaria de aprender um processo de cura que poderia lhes ser útil por toda a vida. Do palco, parecia que todas as mãos estavam levantadas bem alto no ar. Eles unanimemente queriam aprender. Ensinei ao público a esfregar vigorosamente as mãos, separa-las cinco centímetros e sentir a energia da cura. Então, formei pares para que sentissem a energia de cura que emanava de seus parceiros, de um para o outro. Eu disse: - Se você precisa de cura, aceite-a aqui e agora. O público estava em fila e foi um sentimento extasiante. Expliquei que todos temos energia de cura e potencial de • 56 cura. Cinco por cento de nós temos essa energia e potencial fluindo tão dramaticamente de nossas mãos que poderíamos fazer dessa habilidade uma profissão. Eu Aias - Esta manhã fui apresentado a Amy Graham, de dezessete anos, cujo último desejo era estar presente a este seminário. Quero trazê-la aqui à frente e pedir a todos que lhe enviem sua energia vital. Talvez possamos ajudar. Ela não pediu isso. Estou fazendo isso espontaneamente, porque acho que é certo. O público entoou: - Sim! Sim! Sim! Sim! O pai de Amy conduziu-a até o altar. Ela parecia frágil devido à quimioterapia, devido ao longo tempo no leito e à total falta de exercícios. (Os médicos não haviam permitido que ela andasse durante as duas semanas anteriores a este seminário.) Pedi ao grupo que esquentasse as mãos e lhe enviasse energia de cura; em seguida, de pé, as pessoas fizeram-lhe uma aclamação cheia de lágrimas. Duas semanas depois, Amy telefonou-me para dizer que seu médico lhe dera alta depois de uma remissão total da doença. Dois anos depois, ela ligou novamente para dizer que se casara. Aprendi a nunca subestimar a força de cura que todos possuímos. Está sempre ali para ser 19
usada para o maior dos bens. Precisamos apenas nos lembrar de usa-la. Mark V. Hansen 57 Uma história para o dia dos namorados Larry e Jo Ann eram um casal comum. Viviam numa casa comum, numa rua comum. Como qualquer outro casal comum, lutavam para equilibrar o orçamento e para educar corretamente os filhos. Eram comuns ainda em outro aspecto - tinham seus desentendimentos. A maioria de suas conversas dizia respeito ao que estava errado em seu casamento e de quem era a culpa. Até um dia em que o mais extraordinário evento ocorreu. - Sabe, Jo Ann, tenho uma cômoda com gavetas mágicas. Toda vez que abro as gavetas, elas estão cheias de meias e cuecas - Larry disse. - Quero agradecer-lhe por abastecê-las todos estes anos. Jo Ann fitou o marido por cima dos óculos. - O que você está querendo Larry? - Nada. Apenas quero que você saiba o quanto aprecio aquelas gavetas mágicas. Essa não era a primeira vez que Larry fazia algo estranho, assim Jo Ann afastou o incidente de sua mente até alguns dias depois. • 58 - Jo Ann, obrigado por anotar tantos números de cheque corretamente no canhoto do talão de cheques este mês. Você acertou quinze dos dezesseis números. E um recorde. Não acreditando no que acabara de ouvir, Jo Ann desviou os olhos de sua costura. - Larry, você está sempre reclamando sobre eu anotar os números dos cheques errados. Por que parar agora? - Por nenhum motivo. Apenas queria que você soubesse que aprecio o esforço que está fazendo. Jo Ann balançou a cabeça e voltou para sua costura. - O que deu nele? - murmurou para si mesma. Contudo, no dia seguinte, ao fazer um cheque no merca do, Jo Ann deu uma olhada no canhoto para ver se havia anotado o número certo. - Por que é que de repente me importo com esses estúpidos números de cheque? perguntou a si mesma. Tentou desconsiderar o incidente, mas o comportamento de Larry se intensificou. - Jo Ann, esse foi um grande jantar - disse ele certa noite. - Aprecio todo o seu empenho. Posso apostar que, nos últimos quinze anos, você serviu mais de 14.000 refeições para mim e para as crianças. E depois: - Nossa, Jo Ann, a casa está linda. Você deu um duro danado para deixá-la tão bonita. E até: - Obrigado, Jo Ann, apenas por ser você mesma. Eu realmente gosto da sua companhia. Jo Ann estava ficando preocupada. - Onde estão o sarcasmo, o criticismo?-perguntava-se. Seus temores de que algo peculiar estivesse acontecendo ao seu marido foram confirmados por Shelly, de dezesseis anos, que reclamou: - O papai pirou, mamãe. Ele simplesmente me disse que eu estava bonita. Com toda essa maquiagem e essas rou • 59 pas desleixadas, mesmo assim ele disse que eu estava boni Aquele não é o papai, mãe. O que há de errado com ele? Independente do que estivesse errado, Larry não 20
se orou do erro. Dia após dia, ele continuava a se concentrar positivo. As semanas se passavam, e Jo Ann se acostumava ca vez mais ao estranho comportamento de seu companheir ocasionalmente, ela até lhe rosnava um "Obrigada'. Ela s orgulhava de enfrentar a situação com calma e serenidad até que um dia aconteceu algo tão peculiar que ela ficou completamente perturbada: - Quero que você descanse um pouco - disse Larry Vou lavar os pratos. Por favor, largue esta frigideira e saia d cozinha. (Longa, longa pausa). - Obrigada, Larry. Muito obrigada! Os passos de Jo Ann estavam agora um pouco mais leves sua autoconfiança mais elevada e, de vez em quando, ela cantarolava. Parecia que não tinha mais tantos ataques de tristeza. -Prefiro o novo comportamento de Larry-pensou. Este seria o final da história se outro evento ainda mais extraordinário não tivesse ocorrido. Desta vez, foi Jo Ann quem falou. - Larry - disse ela. - Quero agradecer-lhe por trabalhar e nos sustentar durante todos estes anos. Acho que eu nunca lhe disse o quanto aprecio isso. Larry nunca revelou a razão de sua dramática mudança de comportamento, por mais que Jo ~~nn tenha insistido numa resposta, e assim, esse continuará sendo mais um dos mistérios da vida. Mas é um mistério com o qual sou grata em conviver. Como você pode ver, eu sou Jo Ann. n Jo Ann Larsen Desert New's • 60 Carpe diem! Um brilhante exemplo de expressão de coragem é John Keating, o professor revolucionário interpretado por Robin Williams em Sociedade dos Poetas Mortos. Neste filme magis tral, Keating toma um grupo de estudantes espiritualmente impotentes, arregimentados e reprimidos num internato rígido e os inspira a tornarem suas vidas extraordinárias. Estes jovens, como Keating lhes faz ver, perderam de vista seus sonhos e ambições. Estão automaticamente vivendo os planos e expectativas de seus pais em relação a eles. Pla nejam se tornarem médicos, advogados e banqueiros porque isso é o que seus pais lhes disseram que irão fazer. Mas estes rapazes sem vida dificilmente dedicaram qualquer pensamento ao que seus corações lhes clamam a expressar. Uma das primeiras cenas do filme mostra o Sr. Keating descendo com os meninos até o saguão da escola, onde um quadro de troféus exibe fotos de turmas anteriores de alunos. Olhem para estas fotos, meninos' - Keating diz aos estudantes. - "Os jovens que vocês contemplam possuíam a mesma chama que vocês possuem nos olhos. Planejavam revolucionar o mundo e transformar suas vidas em algo magnífico. Isso foi há setenta anos. Agora estão todos mortos. Quantos deles realmente viveram seus sonhos? Quantos zeram o que estavam determinados a realizar?" Então, o Keating se inclina para o grupo de rapazes e murmura modo que todos possam ouvi-lo: "Carpe diem! Aproveitem oportunidades!" No início os estudantes não sabem o que fazer com es estranho professor. Mas logo ponderam a importância suas palavras. Passam a respeitar e reverenciar o Sr. Keatin que deu a eles uma nova visão - ou devolveu-lhes suas sões originais. d 21
Todos nós carregamos algum tipo de cartão de aniversário quego~ taríamos de presentear a alguém - uma expressão de alegr criatividade ou vivacidade que escondemos sob a camisa. Uma das personagens do filme, Knox Overstreet, é pe didamente apaixonado por uma bela garota. O único probl ma é que ela é a garota de um famoso atleta. Knox está enfe tiçado por essa adorável criatura até a raiz dos cabelos, m não tem autoconfiança para se aproximar dela. Então, ele s lembra do conselho do Sr. Keating: "Aproveite as oportun dades!" Knox percebe que não pode simplesmente continu ar sonhando - se ele a quer, terá que fazer algo a respeito. faz. Corajosa e poeticamente, ele lhe declara seus mais puro sentimentos. Durante sua declaração, ela o manda embora, ele leva um soco no nariz do namorado dela e enfrenta em baraçosos contratempos. Mas Knox não quer desistir do se sonho e, assim, segue o desejo de seu coração. No final, el percebe que o amor dele é verdadeiro e abre seu coração Apesar de Knox não ser especialmente bonito ou popular, garota é conquistada pela força de sua intenção sincera. El tornou sua vida extraordinária. Eu mesmo tive uma chance de praticar o "Aproveite a oportunidades!" Apaixonei-me por uma garota atraente que conheci numa loja de animais de estimação. Ela era mais jo-' vem do que eu, levava um estilo de vida muito diferente e • 62 não tínhamos muito sobre o que conversar. Mas, de alguma forma, nada disso parecia importar. Eu gostava de estar com ela e sentia uma chama na sua presença. E, aparentemente, ela também gostava de minha companhia. Quando soube que o aniversário dela estava chegando, decidi convidá-la para sair. Antes de lhe telefonar, sentei-me e fiquei olhando para o telefone durante mais ou menos meia hora. Então discava e desligava antes que tocasse. Sentia-me como um garoto de colégio, oscilando entre a ansiedade e excitação e o medo da rejeição. Uma voz diabólica insistia em me dizer que ela não gostava de mim e que seria muito atrevimento convidá-la. Mas eu estava entusiasmado demais com a idéia de sair com ela para deixar que esses receios me detivessem. Finalmente, tomei coragem e a convidei. Ela me agradeceu e disse que já tinha outros planos. Senti-me nocauteado. A mesma voz que me dissera para não telefonar me advertiu para desistir antes de ficar ainda mais envergonhado. Mas eu estava decidido a ver no que ia dar essa atração. Havia algo mais dentro de mim querendo vir à tona. Eu tinha sentimentos por aquela mulher, e precisava expressá-los. Fui a uma loja e comprei-lhe um lindo cartão de aniversário no qual escrevi uma mensagem poética. Dobrei a esquina em direção à loja de animais. Sabia que ela estava lá traba lhando. Ao me aproximar da porta, a mesma voz perturbadora me aconselhou cautela: "E se ela não gostar de você? E se ela o rejeitar?" Sentindo-me vulnerável, meti o cartão embaixo da camisa. Decidi que se ela me mostrasse sinais de afeição, eu o daria; se ela fosse fria comigo, manteria o cartão escondido. Dessa forma eu não correria riscos e evitaria a rejeição ou vergonha. Conversamos durante alguns momentos e não recebi sinal algum de sua parte, numa ou noutra direção. Sentindome constrangido, fui saindo. No entanto, ao me aproximar da porta, uma outra voz me falou. Era um sussurro, como a 22
voz do Sr. Keating. A voz me • 63 estimulou "Lembre-se de Knox Overstreet... Carpe diem! Neste momento, estava diante de minha aspiração em ex pressar totalmente meus sentimentos e de minha resistênci em enfrentar a insegurança de me despir emocionalmente Como posso sair por aí dizendo às pessoas que vivencie seus sonhos, perguntei a mim mesmo, quando eu não esto vivenciando os meus? Além disso, qual a pior coisa que p deria acontecer? Qualquer mulher adoraria receber um poé tico cartão de aniversário. Decidi aproveitar a oportunidade Ao fazer essa escolha, senti uma onda de coragem correr pe Ias minhas veias. De fato, havia força na intenção. Senti-me mais satisfeito e em paz comigo mesmo do que havia m sentido durante muito tempo... Precisava abrir meu coração e da amor sem esperar nada em troca. Retirei o cartão de dentro da camisa, virei-me, fui até balcão e entreguei-o a ela. Ao entregálo senti um vigor e uma excitação incríveis - além de medo. (Fritz Perls disse que o medo é "uma excitação sem fôlego".) Mas entreguei cartão. E sabe o que aconteceu? Ela não ficou especialmente im-¡, pressionada. Disse "obrigada" e colocou o cartão de lado, sem nem abri-lo. Meu coração afundou. Senti-me desapon tado e rejeitado. A ausência de resposta parecia ainda pior do que um fora direto. Despedi-me educadamente e saí da loja. Então, algo interessante aconteceu. Comecei a me sentir estimulado. Uma enorme onda de satisfação interna se acumulou dentro de mim e fluiu para todo o meu ser. Eu havia expressado meus sentimentos e isso me trouxera uma sensação fantástica! Eu havia vencido o medo e partido para a pista de dança. Sim, eu fora um pouco desajeitado, mas havia conseguido. (Emmet Fox disse: "Faça-o tremendo se precisa fazê-lo, mas faça-o!") Eu havia mostrado meus sentimentos sem exigir garantias de • 64 resultados. Não dei para receber algo em troca. Abri meus sentimentos a ela sem compromisso com uma determinada resposta. A dinâmica necessária para que qualquer relacionamento funcione. basta continuar demonstrando seu amor. Minha animação aprofundou-se, transformando-se num morno contentamento. Senti-me mais satisfeito e em paz comigo mesmo do que me sentira em muito tempo. Per cebi o propósito de toda a experiência: eu precisava aprender a abrir meu coração e dar amor sem exigir nada em troca. Não era uma experiência de criar um relacionamento com aquela mulher. Era o aprofundamento de meu relacionamento comigo mesmo. E eu consegui. O Sr. Keating teria ficado orgulhoso. Mas, acima de tudo, eu estava orgulhoso. Desde então não vi mais a garota. Mas aquela experiência mudou minha vida. Através daquela simples interação, pude ver claramente a dinâmica necessária para fazer qual quer relacionamento, e até mesmo o mundo inteiro, funcionar: Basta continuar demonstrando seu amor. Acreditamos que nos magoamos quando não recebemos amor. Mas não é isso que nos magoa. Nosso sofrimento vem quando não damos amor. Nascemos para amar. Você poderia dizer que somos máquinas de amar criadas por Deus. Funcionamos com mais potência quando estamos dando amor. O mundo nos levou a acreditar que nosso bem-estar depende do amor de outras pessoas. Mas este é o tipo de pensamento às avessas, que tem causado tantos de nossos problemas. A verdade é que nosso bem-estar depende de nossa 23
capacidade de dar amor. Não tem nada a ver com o que volta; tem a ver com o que vai! Alan Cohen • 65 Conheço você, você é igualzinho a mim! Um de nossos amigos mais chegados é Stan Dale. St ministra um seminário sobre amor e relacionamentos cha coado Sexo, Amor e Intimidade. Há alguns anos, numa ten tativa de descobrir como era realmente o povo da União S viética, ele levou para lá, durante duas semanas, 29 pessoas: Quando escreveu sobre a experiência em seu boletim, fica mos profundamente tocados pelo seguinte caso. Ao caminharmos por um parque na cidade industrial de;; Cracóvia, vi um senhor russo, veterano da Segunda Guerra Mundial. Os veteranos são facilmente identificáveis pelas medalhas e fitas que exibem orgulhosamente em suas camisas e jaquetas. Não é um ato de vaidade. É a forma de seu país homenagear aqueles que ajudaram a salvar a Rússia, embora vinte milhões de russos tenham sido mortos pelos nazistas. Fui até este senhor, sentado ao lado de sua esposa, e disse: "Droozhba, emir (paz e amizade). O homem, fitandome com descrença, apanhou o broche que havíamos feito para a viagem, que dizia ~mizadé em russo e mostrava um mapa dos Estados Unidos e da União Soviética seguros por mãos amorosas, e disse: Americanski? Respondi: Da, Americanski. Droozhba, emir." Ele apertou ambas as minhas mãos, • 66 como se fôssemos irmãos há muito separados, e repetiu novamente: Americanski! Desta vez havia reconhecimento e amor na sua afirmação. Durante os próximos minutos, ele e a esposa falaram em russo como se eu entendesse tudo, e eu falei inglês como se soubesse que ele entenderia. E sabe de uma coisa? Nenhum de nós entendia uma palavra, mas com certeza compreendíamos um ao outro. Nos abraçamos, rimos e choramos, dizendo todo o tempo Droozhba, emir, Americanski. "Eu te amo, estou orgulhoso de estarem seu país, não queremos a guerra. Eu amo você!" Mais ou menos cinco minutos depois, nos despedimos e os sete de nosso pequeno grupo se foram. Cerca de quinze minutos depois, já a uma distância considerável, este mesmo senhor veterano nos alcançou. Ele veio até mim, tirou sua medalha da Ordem de Lenin (provavelmente sua mais alta condecoração) e prendeu-a à minha jaqueta. Então me beijou nos lábios e me deu um dos abraços mais calorosos e fraternos que já recebi. Ambos choramos, nos olhamos nos olhos durante um longo tempo e nos dissemos Dossvedanya (adeus). A história acima simboliza toda a nossa viagem de "diplomacia civil" à União Soviética. Todos os dias conhecíamos e tocávamos centenas de pessoas, em todos os locais possí veis e impossíveis. Nem os russos, nem nós, americanos, jamais seremos os mesmos. Hoje, há centenas de crianças nas três escolas que visitamos que não concordarão imediatamente que os americanos são pessoas que querem destruílos. Dançamos, cantamos e brincamos com crianças de todas as idades, e depois nos abraçamos, nos beijamos e trocamos presentes. Elas nos deram flores, bolos, broches, pinturas, bonecas, mas, mais importante que tudo isso, abriram seus corações e mentes. Mais de uma vez, fomos convidados a participar de festas de casamento, e nenhum membro da famlia poderia ter • 67 sido mais calorosamente aceito, acolhido e festejado do nós fomos. Nos abraçamos, nos beijamos, dançamos e to mos champagne, schnapps e vodka com o noivo e a noiva, 24
a sim como Momma e Poppa e o resto da família. Em Kursk, fomos recepcionados por sete famílias russ que se apresentaram como voluntárias para nos recebere para uma noite maravilhosa de comida, bebida e conve: Quatro horas mais tarde, nenhum de nós queria partir. N so grupo tem agora uma família completa na Rússia. Na noite seguinte, recebemos "nossa família" em noss hotel. A banda tocou até quase meianoite, e sabem o que mais? Mais uma vez, comemos, bebemos, conversamos, dará çamos e choramos quando chegou a hora de dizer adeus Dançamos cada dança como amantes apaixonados, e er exatamente o que éramos. Eu poderia me estender para sempre sobre nossas expe riências, mas ainda assim não haveria como transmitir vocês exatamente como nos sentimos. Como você se sentiri ao chegar ao seu hotel em Moscou, se houvesse uma mensa gem telefônica o aguardando, escrita em russo, do escritório de Mikhail Gorbachev, dizendo que ele lamentava muito não poder encontra-lo naquele fim de semana, pois estaria fora da cidade, mas que, em lugar desse encontro, providenciara um outro de duas horas entre todo o grupo e cerca de meia-dúzia de membros do Comitê Central para uma mesaredonda? Tivemos um debate extremamente franco sobre tudo, inclusive sexo. Como você se sentiria se mais de uma dúzia de senhoras de idade, usando babushkas, descessem as escadas de seus prédios de apartamentos e o abraçassem e o beijassem? Como se sentiria se suas guias, Tanya e Natasha, lhe dissessem e a todo o grupo, que nunca haviam conhecido ninguém como vocês? E, quando partimos, todos os trinta choramos, porque havíamos nos apaixonado por essas mulheres fabulosas, e elas por nós. Sim, como se sentiria? Provavelmente, exatamente como nós. q. • 68 Cada um de nós teve sua experiência própria, é claro, mas a experiência coletiva certamente nos faz uma revelação: a única forma de garantir algum dia a paz neste planeta é adotar o mundo inteiro como "nossa família". Teremos que abraça-los e beija-los. E dançar e brincar com eles. E teremos que nos sentar e conversar e caminhar e chorar com eles. Pois, quando o fizermos, poderemos ver que, de fato, todos são belos, todos nos complementamos uns aos outros de uma forma tão bela, e todos seríamos mais pobres sem o outro. Então, os dizeres: "Eu conheço você, você é igualzinho a mim!" passarão a ter o mega-sentido de "Esta é'minha família e eu ficarei ao seu lado, não importa o que houver!" Stan Dale • 69 I A mais nobre necessidade No mínimo uma vez ao dia, nosso velho gato preto ve até um de nós, de uma forma que todos passamos a ver iss como um pedido especial. Não que ele queira ser alimenta do ou que o deixem sair ou algo do gênero. Sua necessidad é de algo bem diferente. Se você tem um colo acessível, ele saltará para ele; se não,' é provável que permaneça ali, de pé, olhando-o suplicante, até que você libere seu colo para ele. Uma vez ali, ele começa a vibrar, quase antes de você afagar suas costas, coçar seu queixo e repetir várias vezes o quanto ele é um bom gatinho. Então, seu motor entra em rotação de verdade; ele se contorce para ficar confortável; ele se esparrama. De vez em quando, um de seus ronrons lhe foge ao controle e se transforma num ronco. Ele olha para você 25
com olhos bem abertos de adoração e lhe dá aquela longa e demorada piscadela de confiança definitiva, própria dos gatos. Depois de algum tempo, aos poucos, ele se aquieta. Se achar que pode, talvez fique no seu colo para uma soneca aconchegante. Mas é igualmente provável que salte para o chão e vá perambular por aí e cuidar dos seus afazeres. Em qualquer das hipóteses, ele está se sentindo bem. 70 Nossa filha coloca tudo isso numa frase simples: "Blackie precisa ser afagado." Em nosso lar ele não é o único que tem essa necessidade: eu a compartilho e minha esposa também. Sabemos que essa necessidade não é exclusiva de nenhuma faixa etária. Ainda assim, uma vez que sou professor e pai, eu a associo especialmente aos jovens, com sua rápida e impulsiva necessidade de um abraço, de um colo quente, uma mão segura, uma coberta bem arrumada, não porque algo esteja errado, não porque algo precise ser feito, apenas porque este é o seu jeito de ser. Há uma porção de coisas que eu gostaria de fazer por todas as crianças. Se eu pudesse realizar apenas uma, seria esta: garantir a cada criança, em todos os lugares, pelo menos um bom afago todos os dias. As crianças, como os gatos, precisam de tempo para serem afagadas. Fred T. Wilhelms Bopsy A mãe de 26 anos olhou em direção ao filho que estav morrendo de leucemia grave. Apesar de ter seu coração car regado de tristeza, ela também tinha um sentimento de forte, determinação. Como qualquer mãe ou pai, desejava que seu filho crescesse e realizasse todos os seus sonhos. Agora isso não era mais possível. A leucemia se encarregaria disso. Mas ela ainda queria que os sonhos de seu filho se realizassem. Pegou a mão do filho e perguntou: -Bopsy, você alguma vez pensou no que gostaria de ser quando crescesse? Você já sonhou ou imaginou o que faria de sua vida? - Mamãe, eu sempre quis ser bombeiro quando cresces se. A mamãe sorriu para ele e disse: - Vamos ver se podemos transformar seu desejo em realidade. Mais tarde, naquele dia, ela foi ao Corpo de Bombeiros em Phoenix, Arizona, onde conheceu o bombeiro Bob, que tinha um coração tão grande quanto a cidade de Phoenix. Ela explicou o último desejo do filho e perguntou se seria possível dar uma volta ao redor do quarteirão com o menino de seis anos num carro de bombeiros. 72 O bombeiro Bob disse: - Olhe, podemos fazer mais que isso. Se seu filho estiver pronto às sete horas da manhã de quarta-feira, faremos dele um bombeiro honorário por um dia. Ele poderá vir ao Corpo de Bombeiros, comer conosco, sair em todas as chamadas de incêndio, acompanhar todo o nosso trabalho! E, se nos der suas medidas, conseguiremos um uniforme de bombeiro para ele, com um chapéu de bombeiro de verdade - não de brinquedo - com o emblema do Corpo de Bombeiros de Phoenix, um impermeável amarelo como o nosso 26
e botas de borracha. São fabricados aqui mesmo em Phoenix, e, portanto, podem ser feitos rapidamente. Três dias depois, o bombeiro Bob apanhou Bopsy, vestiuo em seu uniforme de bombeiro e escoltou-o de seu leito de hospital ao caminhão com guincho e escada que os aguarda va. Bopsy sentou-se na parte traseira do caminhão e ajudou a conduzi-lo de volta ao posto de bombeiros. Ele estava nas nuvens. Naquele dia, houve três chamadas de incêndio em Phoenix, er Bopsy saiu em todas elas. Ele andou em vários carros de bombeiro, na caminhonete dos paramédicos e até no carro do chefe dos bombeiros. Além disso, também foi filmado para o telejornal local. Tendo realizado seu sonho, com todo o amor e atenção que foram derramados sobre ele, Bopsy ficou tão profundamente tocado que viveu três meses além do que qualquer médico julgara possível. Uma noite, todos os seus sinais vitais começaram a cair drasticamente e a enfermeira chefe, que acreditava no conceito Hospice de que ninguém deve morrer só, começou a chamar os membros da família ao hospital. Lembrou-se então do dia que Bopsy havia passado como bombeiro e telefonou ao chefe do Corpo de Bombeiros, perguntando se poderia enviar um bombeiro uniformizado ao hospital, para estar com ele em seus últimos instantes de vida. O chefe respondeu: • 73 - Podemos fazer mais que isso. Estaremos aí em ci minutos. A senhora me faria um favor? Quando ouvir sirenes soando e vir as luzes piscando, poderia anunciar sistema de alto-falantes que não se trata de um incêndio apenas o Corpo de Bombeiros que veio ver um de seus lhores membros mais uma vez. E a senhora poderia ab janela do quarto dele? Obrigado. Cerca de cinco minutos depois, um caminhão com g,u; cho e escada chegou ao hospital, estendeu a escada até a j nela aberta do quarto de Bopsy no terceiro andar e 14 h mens e 2 mulheres do Corpo de Bombeiros subiram e ente ram no quarto de Bopsy. Com a permissão de sua mãe, ab çaram-no, seguraram-no e disseram-lhe o quanto o amava Com seu último suspiro, Bopsy olhou para o chefe d bombeiros e disse - Chefe, sou mesmo um bombeiro agora? - Sim, Bopsy, você é. Com aquelas palavras, Bopsy sorriu e fechou os olh pela última vez. Jack Canfield e Mark V Hans • 74 ~MPçAO REPF R$ 0,50 Z~88y © Ziggy and Friends. Dtstributdo pelo Universal Press Sindicate. Reimpressão autorizada, Todos os direitos reservados. ..:... .•: .:•...s, • 75 -¡~,~,. W ~g+,. Filhotes à venda Um lojista estava fixando na porta de sua loja um cari onde se lia "Filhotes à Venda". Cartazes como esse têm o p der de atrair crianças pequenas e, na verdade, um garotinha apareceu sob o cartaz do lojista. 27
- Por quanto o senhor vai vender os filhotes? -pergun tou ele. O dono da loja respondeu: - Entre 30 e 50 dólares. O garotinho enfiou a mão no bolso e tirou uns trocados. - Tenho 2,37 dólares - disse ele. Posso dar um olhada neles? O dono da loja sorriu, assobiou e, do canil, saiu Lady, qu veio pelo corredor seguida de cinco pequeninas e miúda bolinhas de pêlo. Um dos filhotes tinha ficado consideravel mente para trás. Imediatamente, o garotinho indicou o filhote atrasado, que se movia com dificuldade, e disse: - O que há de errado com aquele cachorrinho? O dono da loja explicou que o veterinário havia examinado o filhotinho e descobrira que ele não possuía uma articulação do quadril. Ele mancaria para sempre. Seria defeituoso para sempre. O garotinho ficou animado. . 76 • Este é o filhotinho que quero comprar. O dono da loja disse: - Nãó, você não pode comprar este cachorrinho. Se você realmente o quiser, eu o darei a você. O garotinho ficou muito aborrecido. Olhou diretamente nos olhos do dono da loja, com o dedo em riste, e disse: - Eu não quero do senhor um presente. Aquele cachorrinho vale exatamente tanto quanto os outros e eu pagarei o preço real. Na verdade, eu lhe darei 2,37 dólares agora, e cinqüenta centavos por mês, até que tenha pago tudo. O dono da loja se opôs: - Você não quer realmente comprar esse cãozinho. Ele nunca será capaz de correr, saltar e brincar com você como os outros filhotes. Diante disso, o garotinho abaixou-se e enrolou a perna da calça, revelando uma perna esquerda gravemente deformada e aleijada, amparada por um grande braço de metal. Olhou para o dono da loja e replicou suavemente: -Bem, eu também não corro tão bem, e o filhotinho precisará de alguém que compreenda isso! Dan Clark Weathering the Storm . 77 2 APRENDENDO A AMAR A SI PRÓPRIO Certa vez, Oliver Wendell Holmes participou de uma reunião na qual, entre os presentes, ele era o homem mais baixo. - Dr.Holmes -gracejou um amigo -eu deveria julgar que o senhor se sente um tanto pequeno entre nós, grandes sujeitos. - Realmente- retrucou Holmes - sinto-me como uma moeda de dez centavos de dólar, entre uma porção de moedas de um centavo. 0 Buda de ouro E agora, eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. Antoine de Saint-Exupéry No outono de 1988, minha esposa Georgia e eu fomos convidados a fazer uma palestra sobre auto-estima e desempenho máximo numa conferência em Hong Kong. Como nunca havíamos estado no Extremo Oriente, decidimos estender nossa viagem e visitar a Tailândia. Ao chegarmos a Bangkok, resolvemos fazer uma visita aos mais famosos templos budistas da cidade. Naquele dia, juntamente com nosso intérprete e motorista, eu e Georgia 28
visitamos vários templos budistas, mas, depois de algum tempo, todos eles começaram a se confundir em nossa memória. No entanto, um dos templos deixou uma indelével impressão em nossos corações e mentes. Chama-se o "Templo do Buda de Ouro". O templo em si é muito pequeno, prova velmente não mais do que 10 X 10 metros. Mas, ao entrarmos, ficamos atordoados com a presença de um Buda de ou ro maciço de 3,5 metros de altura. Ele pesa mais de duasneladas e meia, e está avaliado em aproximadamente c e noventa e seis milhões de dólares! Foi uma visão extre mente impressionante - o Buda de ouro maciço, gen. bondoso, embora imponente, sorrindo para nós. Enqu estávamos envolvidos com as atividades normais dos t tas (tirar fotografias e fazer exclamações de admiração di da estátua), caminhei até uma vitrine que continha um de pedaço de barro com cerca de oito polegadas de espes ra por doze polegadas de largura. Ao lado da vitrine ha uma página datilografada descrevendo a história desta ma, nífica peça de arte. Nos idos de 1957, um grupo de monges de um mon tério precisava transferir um Buda de barro de seu teme para um novo local. O monastério teria que ser transferi para ceder espaço à construção de uma auto-estrada q atravessaria Bangkok. Quando o guindaste começou a su pender o ídolo gigantesco, seu peso era tamanho que ele c meçou a rachar. E, como se isso não bastasse, começou a ch ver. O monge superior, que estava preocupado com os d nos que pudessem ocorrer ao Buda sagrado, resolveu devo ver a estátua ao chão e cobri-la com um grande encerado d lona para protegê-la da chuva. Mais tarde, naquela noite, o monge foi verificar como e tava o Buda. Acendeu sua lanterna sob o encerado para ve se o Buda continuava seco. Conforme a luz incidiu sobre rachadura, o monge notou um pequeno brilho e achou e tranho. Ao olhar mais de perto o reflexo da luz, perguntou se se poderia haver algo sob o barro. Foi buscar um cinzel um martelo no monastério e começou a retirar o barro. medida que derrubava fragmentos do barro, o pequeno brilho se tornava maior e mais forte. Muitas horas de trabalho se passaram até que o monge se deparou com o extraordinário Buda de ouro maciço. Os historiadores acreditam que algumas centenas de anos antes da descoberta do monge, o exército dos birma e, • 82 peses estava prestes a invadir a Tailândia (chamada então de pião). Os monges siameses, percebendo que seu país seria logo atacado, cobriram seu precioso Buda de ouro com uma cansada externa de barro, a fim de evitar que seu tesouro fosse roubado pelos birmaneses. Infelizmente, parece que os birmaneses massacraram todos os monges siameses, e o bem-guardado segredo do Buda de ouro permaneceu intacto até aquele fatídico dia em 1957. Voltando para casa no avião da Cathay Pacific Airlines, pensei comigo mesmo: "Somos todos como o Buda de barro, recobertos por uma concha de resistência criada pelo medo e ainda assim, dentro de cada um de nós, há um 'Buda de ouro', um'Cristo de ouro' ou uma'essência de ouro', que é o nosso eu verdadeiro. Em algum lugar ao longo do caminho, entre as idades de dois e nove anos, começamos a encobrir nossa 'essência de ouro', nosso eu natural. E, assim como o monge, com o martelo e o cinzel, nossa 29
tarefa agora é descobrir mais uma vez a nossa verdadeira essência." Jack Canfield • 83 Comece consigo mesmo As palavras a seguir foram escritas na tumba de um bis anglicano (1100 A.D.), nas criptas da abadia de Westminste Quando era jovem e livre, e minha imaginação não tinha limites, eu sonhava em mudar o mundo. Quando fiquei mais velho e mais sábio, descobri que o mundo não mudaria, e assim reduzi um pouco os limites de meu ideal e decidi mudar apenas meu país. Porém este, também, parecia imutável. À medida que chegava ao crepúsculo, numa última e desesperada tentativa, procurei mudar apenas minha família, aqueles mais próximos a mim, mas, ai de mim, eles não mudaram. E agora, deitado em meu leito de morte, subitamente percebo: se eu tivesse apenas mudado a mim mesmo primeiro, então, pelo exemplo, eu teria mudado minha família. Com sua inspiração e estímulo, eu poderia ter melhorado meu país e, quem sabe até, ter mudado o mundo. Anônimo • 84 Nada além da verdade! David Casstevens, do Dallas Morning News, conta uma história sobre Frank Szymanski, centroavante do Notre Dame nos anos 1940, que foi chamado para servir de testemunha numa ação civil em South Bend. - O senhor está no time de futebol este ano? - perguntou o juiz. - Sim, Excelência. - Em que posição? - Centroavante, Excelência. - Um bom centroavante? Szymanski contorceu-se na cadeira, mas disse com firmeza: - Senhor, sou o melhor centroavante que o Notre Dame já teve. Frank Leahy, treinador do time, que estava no tribunal, ficou surpreso. Szymanski sempre fora modesto e despretensioso. Assim, quando a audiência terminou, ele puxou Szy manski de lado e perguntou-lhe porque tinha feito tal afirmação. Szymanski corou. --- Detestei fazê-lo, treinador - disse ele. - Mas, afinal, eu estava sob juramento. 85 Cobrindo todas as bases Um garotinho falava consigo mesmo ao transpor corre do o quintal de sua casa, boné de beisebol a postos, carrega do bola e taco. - Sou o maior jogador de beisebol do mundo - dizi orgulhosamente. Então, lançou a bola no ar, girou o taco, e errou. Impávt do, ele pegou a bola, j ogou-a no ar e disse a si mesmo: - Sou o maior jogador de todos os tempos! Ele girou o taco novamente, e novamente errou. Fez u pausa e examinou cuidadosamente o taco e a bola. Então ~tma vez mais lançou a bola no ar e disse: - Sou o maior jogador de beisebol que já existiu. Girou fortemente o taco e novamente perdeu a bola. -Uau! Que lançador! Fonte desconhecida Lima criança pequena estava desenhando e sua professora disse: - É um desenho interessante. Fale-me sobre ele. - É um retrato de Deus. 30
- Mas ninguém sabe como é Deus. - Vão saber quando eu tiver terminado. • 86 Minha declaração de auto-estima O que eu sou só será suficientemente bom, se eu o for abertamente. Carl Rogers O trecho seguinte foi escrito em resposta à pergunta de uma garota de 15 anos: "Como posso me preparar para uma vida de plena satisfação?" Sou eu mesma. No mundo inteiro, não há ninguém mais exatamente como eu. Há pessoas que possuem algumas partes que eu também possuo, mas o todo nunca é exatamente igual ao meu. Portanto, tudo que vem de mim é autenticamente meu, porque eu o escolhi sozinha. Sou dona de tudo o que diz respeito a mim - meu corpo, inclusive tudo o que ele faz; minha mente, inclusive todos os meus pensamentos e idéias; meus olhos, inclusive as imagens de tudo o que eles contemplam; meus sentimentos, independente de quais sejam - raiva, alegria, frustração, amor, desapontamento, excitação; minha boca e todas as palavras que saem dela - gentis, doces ou rudes, corretas ou incorretas; minha voz, estridente ou suave; e todas as minhas ações, sejam elas para os outros ou para mim mesma. • 87 Possuo minhas próprias fantasias, meus sonhos, min esperanças, meus medos. Possuo todos os meus triunfos e sucessos, todos os me fracassos e erros. Uma vez que sou dona de tudo em mim, posso me nhecer intimamente. Assim fazendo, posso me amar e s amigável com todas as minhas partes. E então possibili que todo o meu eu trabalhe em favor dos meus maiores int resses. Sei que há aspectos em mim que me confundem, e o tros que não conheço. Mas desde que seja cordial e bondo para comigo mesma, posso corajosa e esperançosament procurar soluções para os problemas, e meios para descob mais a meu respeito. Seja lá com o que eu pareça ou como soe, o que eu di ou faça e o que eu pense ou como me sinta em determinad momento no tempo, sou eu. Isso é autêntico e represent onde estou naquele momento no tempo. Revendo mais tarde aquilo com que pareci e como soei, que eu disse ou fiz, e o que pensei e como me senti, algum partes talvez pareçam desajustadas. Posso descartar o que desajustado e manter o que se encaixa, e inventar algo nov para o que descartei. Posso ver, sentir, pensar, dizer e fazer. Tenho as ferra-" mentas para sobreviver, para estar próxima dos outros, para ser produtiva, para dar sentido e organizar o mundo de coisas e pessoas fora de mim. Sou dona de mim e, portanto, posso me planejar. Sou eu mesma e estou bem. Virginia Satir 88 A mendiga Ela costumava dormir na agência dos correios de Fifth Street. Eu podia sentir seu cheiro antes de contornar a entrada que levava até onde ela dormia, de pé, ao lado dos telefones públicos. Eu sentia o cheiro da urina que passava através das várias camadas de roupas sujas e da decomposição da sua boca quase sem dentes. Se ela não estava dormindo, murmurava palavras incoerentes. Agora, fecham-se os correios às seis para manter os semteto do lado de fora, e assim ela se 31
enrola na calçada, falando sozinha, sua boca aberta oscilando, como que se desconjuntando, seus odores minorados pela suave brisa. Certo dia de Ação de Graças, tivemos tantas sobras de comida que eu as embrulhei, pedi licença aos outros e fui de carro até Fifth Street. Era uma noite fria. As folhas rodopiavam e quase ninguém estava nas ruas, a não ser alguns desafortunados em alguma casa ou abrigo aquecido. Mas eu sabia que a encontraria. Ela estava vestida como sempre, mesmo no verão. As camadas quentes da lã disfarçando seu corpo velho e curvo. Suas mãos ossudas seguravam o precioso carrinho de com . 89 pras. Acocorara-se contra uma cerca de arame em frente playground ao lado da agência dos correios. "Por que não colheu algum lugar mais protegido do vento?", pensei, e s pus que ela já não tivesse juízo para se encolher em algo porta. Encostei meu carro novo no meio-fio, abaixei o vidro janela e disse: - Mãe... A senhora gostaria... - e fiquei chocada ante palavra "mãe'. Mas, ela era... é... de alguma forma que ná consigo compreender. Eu disse novamente: - Mãe, eu trouxe um pouco de comida para a senho A senhora gostaria de um pouco de peru recheado e torta maçã? Diante disso, a velha mulher me olhou e disse com mui clareza e distinção, seus dois dentes inferiores, frouxos, b lançando enquanto ela falava: - Ah, muito obrigada, mas estou bastante satisfeita ag~ ra. Por que não a leva para alguém que realmente necessit Suas palavras foram claras, suas maneiras graciosas. E tão, fui dispensada: sua cabeça afundou novamente entr seus farrapos. Bobbie Probstei • 90 As regras para ser humano 1. Você receberá um corpo. Você pode gostar dele ou odiá-lo, mas ele será seu enquanto durar seu tempo por aqui. 2. Você fará um aprendizado. Você está inscrito por tempo integral numa escola informal chamada Vida. A cadã dia nesta escola você terá a oportunidade de aprender lições. Você pode gostar das lições ou achá-las estúpidas ou irrelevantes. 3. Não existem erros, apenas lições. Crescer é um processo de tentativa e erro: experimentação. Os experimentos "fracassados" são parte do processo, tanto quanto o experimento que efetivamente "funciona". 4. Uma lição será repetida até que seja aprendida. Uma lição lhe será apresentada de formas variadas, até que você a tenha aprendido. Quando a tiver aprendido, você poderá passar à lição seguinte. 5. O aprendizado nunca termina. Não há parte da vida que não contenha suas lições. Enquanto você estiver vivo, haverá lições a serem aprendidas. 6. 7. S. 9. "Lá" não é melhor do que "aqui". Quando o seu "lá" tiver se tornado um "aqui", v simplesmetne obterá um outro "lá", que novamen parecerá melhor do que "aqui". 32
Os outros são meramente seus espelhos. Você não pode amar ou odiar algo em outra pessoa, menos que isso reflita algo que ama ou odeia em mesmo. O que você faz de sua vida é escolha sua. Você possui todas as ferramentas e recursos de qu precisa. O que fará com eles depende de você. A esc lha é sua. Suas respostas estão dentro de você. As respostas às questões da Vida estão dentro de voc Tudo que você precisa fazer é ver, ouvir e confiar. Você se esquecerá de tudo isto. Você poderá se lembrar quando quiser. Anôni 92 3 SOBRE A PATERNIDADE Talvez o maior serviço social que possa ser prestado por alguém ao país e à humanidade seja educar uma família. George Bernard Shaw os filhos aprendem o que vivenciam Se os filhos vivem com críticas, aprenderão a condenar. Se os filhos vivem com hostilidade, aprenderão a brigar. Se os filhos vivem com medo, -aprenderão "a ser apreensivos. Se os filhos vivem com piedade, aprenderão a sentir pena de si mesmos. Se os filhos vivem com o ridículo, aprenderão a ser tímidos. Se os filhos vivem com ciúmes, aprenderão o que é a inveja. Se os filhos vivem com vergonha, aprenderão a se sentir culpados. Se os filhos vivem com tolerância, aprenderão a ser pacientes. Se os filhos vivem com estímulo, aprenderão a ser confiantes. • 95 Se os filhos vivem com elogios, aprenderão a apreciar. Se os filhos vivem com aprovação, aprenderão a gostar de si mesmos. Se os filhos vivem com aceitação, aprenderão a encontrar o amor no mundo. Se os filhos vivem com reconhecimento, aprenderão a ter um objetivo. Se os filhos vivem com partilha, aprenderão a ser generosos. Se os filhos vivem com honestidade e imparcialidade, aprenderão o que são a verdade e a justiça. Se os filhos vivem com segurança, aprenderão a ter fé em si mesmos e naqueles ao seu redor. Se os filhos vivem com benevolência, aprenderão que o mundo é um lugar agradável de se viver. Se os filhos vivem com serenidade, aprenderão a ter paz de espírito. Com que estão vivendo seus filhos? • 96 Dorothy L. Nol Por que escolhi meu pai para ser meu papai Cresci numa bonita e ampla fazenda no Iowa, criada por pais que são freqüentemente descritos como o "sal da terra e a espinha dorsal da comunidade". Eles foram tudo o que sa bemos que bons pais são: amorosos, comprometidos com a tarefa de educar seus 33
filhos segundo altas expectativas e com uma noção positiva de amor-próprio. Esperavam que cumpríssemos as tarefas matinais e vespertinas, que chegássemos pontualmente na escola, tivéssemos notas decentes e fôssemos boas pessoas. Somos seis filhos. Seis filhos! Nunca achei que devêssemos ser tantos, mas também ninguém me consultou. Para piorar as coisas, o destino me jogou no coração dos Estados Unidos, no clima mais rigoroso e frio. Como todas as crianças, eu achava que houvera um grande engano universal e eu havia sido colocada na família errada - mais seguramente no estado errado. Eu não gostava de enfrentar as forças da natureza. O inverno no Iowa é tão frio que é preciso fazer rondas no meio da noite para ver se o gado não está preso em algum lugar e que pode congelar até a morte. Animais recém-nascidos têm que ser levados para o celeiro e, às vezes, até aquecidos para que possam se manter vivos. O inverno é frio de verdade no Iowa! • 97 Papai, um homem incrivelmente belo, forte, carismáti, e vigoroso, estava sempre em movimento. Meus irmãos e más e eu o admirávamos. Nós o respeitávamos e nutríam por ele a mais alta estima. Agora entendo por quê. Não ha incoerências em sua vida. Ele era um homem honrado, princípios elevados. A fazenda, o trabalho que escolheu, e sua paixão; ele era o melhor. Ficava em casa criando e dando dos animais. Sentia-se parte da terra e tinha enor prazer em semear e colher as plantações. Recusava-se a caç fora de estação, apesar dos cervos, faisões, codornas e outr caças perambularem pelas nossas terras em abundância. R cusava-se a usar aditivos químicos no solo ou a alimentar animais com qualquer outra coisa que não fossem grãos n turais. Ensinou-nos por que fazia isso e por que deveríam abraçar os mesmos ideais. Hoje posso ver o quanto ele e consciencioso, porque isso foi na metade dos anos cinqüe ta, antes que houvesse alguma tentativa de compromiss universal para com o meio ambiente. Papai também era um homem muito impaciente, ma não no meio da noite, enquanto verificava seus animais, du rante as rondas feitas bem tarde. O relacionamento que de senvolvemos nesses momentos que passamos juntos foi sim plesmente inesquecível. Foi extremamente importante em minha vida. Aprendi muito sobre ele. Freqüentemente ouça homens e mulheres dizerem que passaram muito pouco! tempo com seus pais. De fato, a essência das conversas que; ocorrem hoje nos grupos de homens é a busca em vão de um, pai que nunca conheceram realmente. Eu conheci o meu. Na época, sentia-me como se, secretamente, eu fosse sua filha favorita, apesar de ser bem possível que nós seis nos sentíssemos da mesma forma. Isso tinha, ao mesmo tempo, um lado bom e um ruim. O ruim era que eu havia sido eleita por papai para sair com ele naquelas verificações da meianoite e da madrugada, e eu absolutamente detestava me levantar e abandonar uma cama quente para sair no ar gélido. • 98 Mas meu pai sempre estava no melhor dos humores e extremamente amável nessas ocasiões. Mostrava-se extremamente compreensivo, paciente, gentil e um bom ouvinte. Sua voz era tranqüila e seu sorriso me fez entender a paixão de minha mãe por ele. Nessas horas, ele era um professor exemplar - sempre se concentrando nos porquês, nas causas. Falava sem parar pela hora ou hora-e-meia que as rondas duravam. Falava de suas experiências na guerra, dos porquês da guerra na qual havia servido e sobre a região, seu povo, os efeitos da guerra e suas conseqüências. Repetidas vezes 34
ele contou sua história. Na escola, eu achava História a matéria mais excitante e familiar. Ele falava do que adquiriu em suas viagens e da importância de ver o mundo. Incutiu em nós a necessidade e o amor pelas viagens. Aos trinta anos eu já trabalhara em ou visitara uns trinta países. Ele falava sobre a necessidade e o amor pelo aprendizado e na importância de uma educação formal, e falava sobre a diferença entre a inteligência e a sabedoria. Queria tanto que eu fosse além do meu diploma de colégio. "Você é capaz" , ele dizia repetidamente. "Você é uma Burres. Você é brilhante, tem uma cabeça boa e, lembre-se, você é uma Burres." De forma alguma eu haveria de decepcioná-lo. Eu possuía mais que confiança suficiente para abraçar qualquer carreira. Finalmente, completei meu Ph.D. e mais tarde concluí um segundo doutorado. Embora o primeiro doutorado tenha sido para papai e o segundo para mim, havia definitivamente um senso de curiosidade e investigação que fez com que os dois fossem fáceis de conquistar. Ele falava sobre padrões e valores, sobre o desenvolvimento do caráter e seu significado no curso da vida de uma pessoa. Eu escrevo e ensino um tema semelhante. Ele falava sobre como tomar e avaliar decisões, quando contabilizar as perdas e desistir e quando se manter firme, mesmo em face • 99 da adversidade. Falava sobre o conceito de ser e tornar-se não apenas ter e conseguir. Eu ainda uso essa frase. "Nun traia seu coração", dizia ele. Falava em intuição e em co distinguir entre a intuição e as fraudes emocionais, e como evitar ser tapeado pelos outros. Ele dizia: "Ouça se pre a sua intuição e saiba que todas as respostas de que pr cisará estão dentro de você. Reserve algum tempo à solidão ao silêncio. Seja firme o suficiente para encontrar as respo tas lá dentro, e então ouça-as. Encontre algo que goste de zer e então viva uma vida que demonstre isso. Seus objetiv devem derivar de seus valores, e assim seu trabalho irradi rã o desejo de seu coração. Isso a afastará de todas as distr ções tolas que apenas servirão para fazê-la perder tempo sua vida pra valer é com o tempo -, o quanto puder cresce. em quantos anos lhe forem dados. Interesse-se pelas pess as", ele dizia, "e sempre respeite a mãe natureza. Onde que que você viva, certifique-se de que tem uma vista total de ár vores, céu e terra." Meu pai. Quando reflito sobre como ele amava e valoriza va seus filhos, sinceramente lamento por aqueles que nun conhecerão seus pais desta forma ou nunca sentirão a for de seu caráter, ética, conduta e sensibilidade, tudo numa só pessoa - como eu sinto no meu. Meu pai planejava o que dizia. Sei que ele considerava meu valor, e queria que eu visse esse valor. A mensagem de papai fez sentido para mim porque eu nunca vi nenhum conflito na forma como ele vivia sua vida. Ele havia refletido sobre sua vida e a vivia diariamente. Ele° comprou e pagou várias fazendas em todos esses anos (é tão ativo hoje quanto o era então). Está casado e amou a mesma mulher durante toda sua vida. Minha mãe e ele, agora casados há aproximadamente 50 anos, ainda são namorados inseparáveis. São os maiores amantes que conheço. E ele amou muito sua família. Eu pensava que ele fosse exageradamente possessivo e protetor com seus filhos, mas agora que sou mãe • 100 posso entender essas necessidades e vê-los como são. Apesar de ter achado que podia nos salvar do sarampo, e quase ter conseguido, ele se recusava veementemente 35
a nos perder para vícios destrutivos. Vejo também o quanto ele estava determinado a que nós fôssemos adultos responsáveis e interessados. Até hoje, cinco de seus filhos moram a apenas algumas milhas de distância dele, e escolheram uma versão de seu estilo de vida. São devotados esposos e pais e a agricultura é o trabalho que escolheram. Eles são, sem dúvida, as espinhas dorsais de suas comunidades. Há um desvio nisso tudo, e suspeito que seja por ter me levado com ele naquelas rondas da meia-noite. Eu tomei uma direção diferente da dos outros cinco filhos. Comecei uma carreira como educadora, advogada e professora universitária, tendo finalmente escrito vários livros para pais e filhos, a fim de partilhar o que aprendi sobre a importância de se desenvolver a auto-estima na infância. Minhas mensagens para minha filha, embora um pouco diferentes, são os valores que aprendi com meu pai, temperados pelas minhas experiências de vida, é claro. Eles continuam a ser transmitidos. Devo lhes falar um pouco sobre minha filha. Ela é um "mulherão", uma bela atleta que se inscreve em três esportes a cada ano, se aborrece com a diferença entre um A- e um B, e acaba de ser eleita finalista no concurso de Miss Califórnia Adolescente. Mas não são seus dotes externos e talentos que me lembram meus pais. As pessoas sempre me dizem que minha filha possui uma enorme bondade, uma espiritualidade, uma chama interior profunda e especial, que se irradia. A essência de meus pais está personificada em sua neta. As recompensas por estimarem seus filhos e serem pais dedicados também teve um efeito extremamente positivo nas vidas de meus pais. No momento em que escrevo este artigo, meu pai está na Clínica Mayo, em Rochester, Minnesota, para se submeter a uma bateria de testes, programados • 101 para levar de seis a oito dias. É dezembro. Por causa do verno rigoroso, ele reservou um quarto num hotel próxim clínica (como um paciente de ambulatório). Devido a co promissos em casa, minha mãe só pôde estar com ele d te os primeiros dias. E assim, na noite de Natal, eles estav separados. Naquela noite, telefonei primeiro ao meu pai e Rochester para desejar Feliz Natal. Ele pareceu deprimid desanimado. Então, liguei para minha mãe no Iowa. Ela tava triste e mal-humorada. "Esta é a primeira vez que s pai e eu passamos as festas separados", lamentou-se e "simplesmente não parece Natal, sem ele." Eu esperava quatorze convidados para o jantar, tod prontos para uma noite de festa. Voltei para a cozinha, sem conseguir tirar completamente da cabeça o dilema meus pais, telefonei para minha irmã mais velha. Ela lig para meus irmãos. Conferenciamos por telefone. Ficou co binado, determinado que meu pais não passariam a noite d Natal separados. Meu irmão mais moço dirigiria duas hor até Rochester, apanharia meu pai e o levaria para casa se dizer nada à minha mãe. Liguei para meu pai para contar lhe os planos. "Oh, não", ele disse, "é perigoso demais sa numa noite como esta." Meu irmão chegou a Rochester e b teu à porta do quarto de hotel de meu pai. Telefonou-me d quarto de papai para dizer que ele não queria ir. "Você te que falar com ele, Bobbie. Você é a única que ele ouvirá." "Vá, papai", eu disse gentilmente. Ele foi. Tim e meu pai partiram para o Iowa. Nós acom panhávamos seus progressos, a jornada e o clima, faland com eles pelo telefone do carro de meu irmão. A essa altura; todos os meus convidados haviam chegado e todos tomavam parte da provação. 36
Quando o telefone tocava, nós ativavamos o viva-voz, para que pudéssemos saber das últimas! Passava das 9:00 quando o telefone tocou e era papai no telefone do carro: "Bobbie, como eu posso ir para casa sem um • 102 presente para sua mãe? Seria a primeira vez em quase cinqüenta anos que não lhe dou um perfume no Natal!" A essa altura todos os convidados do meu jantar já estavam arquitetando este plano. Ligamos para minha irmã para saber os nomes dos centros de compras abertos nas proximidades, para que eles pudessem parar para comprar o único presente que meu pai cogitaria dar à mamãe - a mesma marca de perfume que sempre deu a ela, todos os anos, no Natal. Naquela noite, às 9:52 meu irmão e meu pai deixaram um pequeno shopping center em Minnesota para retomarem a viagem para casa. As 11:50 entraram na fazenda. Meu pai agindo como um garoto risonho em idade escolar, correu para trás da casa e se escondeu. -Mamãe, fui visitar o papai hoje e ele me disse que lhe trouxesse a roupa suja - disse meu irmão ao entregar as malas à minha mãe. - Oh - ela disse suave e tristemente. - Estou com tantas saudades dele que bem poderia fazer isso agora. Saindo de seu esconderijo, meu pai disse: - Você não terá tempo de lava-las esta noite. Depois que meu irmão me telefonou para contar esta cena tocante entre nossos pais - estes dois amantes e amigos - telefonei para minha mãe. - Feliz Natal, Mamãe! - Oh, vocês, garotos... - disse ela numa voz engasgada, sufocando as lágrimas. Ela não pôde continuar. Meus convidados brindaram. Mesmo estando a 2.000 milhas de distância deles, foi um dos Natais mais especiais que compartilhei com meus pais. E é claro, até hoje meus pais nunca estiveram separados na noite de Natal. Essa é a força dos filhos que amam e honram seus pais e, é claro, do maravilhoso e fiel casamento que meus pais compartilham. - Bons pais - Jonas Salk me disse uma vez -dão a seus filhos raízes e asas. Raízes para que saibam onde é seu lar, asas para partir voando e exercitar o que lhes foi ensinado. • 103 Se a aquisição das habilidades necessárias para cond uma vida cheia de propósitos, ter um ninho seguro e bem-vindo de volta a ele é a herança dos pais, então acre que escolhi bem meus pais. Foi no Natal passado que co preendi mais profundamente por que era necessário que sas duas pessoas fossem meus pais. Apesar de minhas me terem levado ao redor do mundo e finalmente a me nhar na adorável Califórnia, as raízes que meus pais me ram serão, para sempre, alicerces indestrutíveis. d Bettie B. Youn • 104 A escola dos animais Certa vez, os animais decidiram que deveriam fazer algo heróico para resolver os problemas de "um novo mundo'. Assim, organizaram uma escola. Adotaram um currículo de atividades que compreendia corrida, alpinismo, natação e vôo. Para ministrar o currículo mais facilmente, todos os animais teriam todas 37
as matérias. O pato era excelente em natação, na verdade era até melhor do que seu instrutor, mas teve apenas notas satisfatórias em vôo e era bem ruim na corrida. Como era lento na corrida, precisou treinar depois das aulas e também abandonar a natação para praticar a corrida. Continuou fazendo isso até seus pés palmados ficarem gravemente feridos e passou a ter um aproveitamento apenas regular em natação. Mas, como regular era aceitável na escola, ninguém se preocupou com isso, a não ser o próprio pato. O coelho começou como o melhor da classe em corrida, mas teve um colapso nervoso por causa de tantos treinos de natação. O esquilo era excelente em alpinismo até ficar frustrado com seu aproveitamento nas aulas de vôo, quando sua professora mandou que partisse do chão para cima, e não do • 105 topo da árvore para baixo. Além disso, desenvolveu cãï, devido a uma estafa e então tirou um C em alpinismo e D em corrida. A águia era uma criança problema e foi severamente ciplinada. Na aula de alpinismo, venceu todos os outros direção ao topo da árvore, mas insistiu em utilizar seu prio caminho para chegar lá. Ao final do ano, uma excepcional enguia que sabia na_ extremamente bem, além de correr, subir e voar um pou obteve a melhor média e foi a melhor da turma. As marmotas ficaram fora da escola e protestaram con as mensalidades, porque a administração não quis incluir , cavação e construção de tocas no currículo. Matriculara seus filhos como aprendizes de um texugo e mais tarde ju. taram-se aos porcos-da-terra e aos geômios para fundare uma bem-sucedida escola particular. Qual a moral da história? George H. Rea • 106 Tocado Ela é minha filha e está imersa na turbulência de seu décimo sexto ano de vida. Imediatamente após um recente episódio de doença, ela soube que sua melhor amiga logo esta ria se mudando. A escola não estava indo tão bem quanto ela esperava, nem tão bem quanto minha mulher e eu esperávamos. Ela.exalava tristeza pelo abafado dos cobertores, ao se encolher na cama, procurando conforto. Queria me aproximar dela e arrebatar todas as tristezas que haviam se enraizado em seu jovem espírito. Ainda assim, mesmo consciente do quanto me importava com ela e queria acabar com sua infelicidade, sabia da importância de proceder com cautela. Como terapeuta familiar fui bem instruído a respeito de expressões de intimidade impróprias entre pais e filhas, basicamente por clientes cujas vidas foram arrasadas por abuso sexual. Tenho consciência também de quanto o cuidado e a proximidade podem ser facilmente sexualizados, especialmente pelos homens que consideram o campo emocional um território estrangeiro, e que confundem qualquer expressão de afeição com convite sexual. Quão mais fácil era segurá-la e confortá-la quando ela tinha dois, ou três, ou mesmo sete anos. Mas agora, seu corpo, nossa sociedade e • 107 minha masculinidade, pareciam todos conspirar contra fato de eu confortar minha filha. Como eu poderia consolá e ainda respeitar os limites necessários entre um pai e u filha adolescente? Escolhi oferecer-lhe uma massagem costas. Ela consentiu. 38
Massageei suavemente sua coluna e ombros nodos enquanto me desculpava por minha ausência recente. Exp quei-lhe que acabava de voltar das finais internacionais concurso de massagem dorsal, onde obtivera o quarto lu, Assegurei a ela que é difícil derrotar a massagem dorsal um pai preocupado, especialmente se ele é um massagista excelência mundial. Contei a ela tudo sobre o concurso e outros concorrentes enquanto minhas mãos e dedos proc ravam relaxar seus músculos contraídos e libertar as tensõ de sua juventude. Contei a ela sobre o concorrente asiático, um senhor mi rado e idoso, que obtivera o terceiro lugar no concurso. D pois de estudar acupuntura e acupressão a vida inteira, el era capaz de concentrar toda sua energia em seus dedo transformando a massagem dorsal numa arte. "Ele calcava espetava com precisão de prestidigitador", expliquei, dand à minha filha uma pequena amostra do que eu aprender, com o velho senhor. Ela gemeu, embora eu não tivesse a certeza se em resposta à minha aliteração ou ao meu toque. En tão, contei a ela sobre a mulher que tirara o segundo lugar Era da Turquia e desde sua infância praticara a arte da danaá do ventre, e assim podia fazer os músculos se moverem e ondularem num movimento fluido. Com sua massagem dorsal, seus dedos despertaram, em músculos cansados e corpos exaustos, uma ânsia de vibrar, dançar e palpitar. "Ela deixava que seus dedos caminhassem e os músculos os seguissem", disse, demonstrando. "Isso é extraordinário", emanou fracamente de um rosto abafado por um travesseiro. Teria sido o movimento ou meu toque? • 108 Então apenas massageei as costas de minha filha e ficamos em silêncio. Depois de algum tempo ela perguntou: - E então, quem ficou com o primeiro lugar? - Você não acreditaria! - eu disse. - Foi um bebê! E expliquei como os toques suaves e confiantes de uma criança explorando um mundo de pele, odores e sabores era como nenhum outro toque. Mais suave que o suave. Imprevisível, gentil, investigador. Mãos pequeninas dizendo mais do que as palavras jamais poderiam expressar. Sobre posse. Sobre confiança. Sobre o amor ingênuo. E então, com leveza e suavidade, a toquei como aprendera com a criança. Relembrei vividamente sua própria infância - segurando-a, embalando-a, vendo-a tatear e crescer no mundo. Compreendi que ela, na verdade, era a criança que me ensinara o toque de uma criança. Depois de outro período de leve massagem dorsal e silêncio, eu disse que estava contente por haver aprendido tanto com os peritos mundiais em massagens dorsais. Expliquei como havia me tornado um massagista ainda melhor para uma filha de dezesseis anos, que se alongava dolorosamente em direção à sua forma adulta. Ofereci uma oração silenciosa de agradecimento que tal vida me tivesse sido colocada nas mãos e que eu tivesse sido abençoado com o milagre de tocar ao menos uma parte sua. Victor Nelson • 109 Eu te amo, filho Pensamentos no carro, enquanto levo meu filho à esc Bom dia, filho. Você está bem elegante em sua roupa Lobinho, não tão gordo quanto o seu velho quando era e teiro. Acho que meu cabelo nunca foi tão comprido até e trar na faculdade, mas acho que eu o reconheceria de quer forma pelo que você é: meio peludo em volta das o: lhas, dedos dos pés arranhados, joelhos enrugados... N acostumamos um com o outro... 39
Agora que você tem oito anos, eu noto que não o v mais tanto assim. No dia do descobrimento da América vo saiu às nove da manhã. Vi-o por 42 segundos na hora do moço e você reapareceu para o jantar às cinco. Sinto saud des suas, mas sei que você tem negócios sérios a tratar. Co certeza tão sérios quanto os que as outras pessoas na estra estão tratando, se não mais importantes. Você tem que crescer e se desenvolver, e isso é mais i portante do que emitir cupons, organizar opções de ações o vender a descoberto. Você precisa aprender do que éed que não é capaz - e como lidar com isso. Você preci aprender sobre as pessoas e como elas se comportam quan do não se sentem bem consigo mesmas-como os valentõ que ficam no depósito de bicicletas provocando os garotos menores. É, você vai ter até que aprender a fingir que apelidos não magoam. Sempre magoam, mas você terá que usar uma `fachada' ou eles o chamarão de nomes piores da próxima vez. Apenas espero que você se lembre do quanto é ruim - caso alguma vez você resolva atormentar um garoto menor do que você. Quando foi a última vez que eu disse que estava orgulhoso de você? Acho que se não consigo me lembrar, tenho que trabalhar muito. Lembro-me da última vez que gritei com você - disse que íamos nos atrasar se você não corresse - mas, no geral, como Nixon costumava dizer, não te acariciei tanto quanto gritei com você. Fica registrado, caso você leia isso, que me orgulho de você. Gosto especialmente de sua independência, do modo como cuida de si, mesmo quando isso me assusta um pouco. Você nunca foi chorão e isso faz de você um garoto superior no meu conceito. Por que é que pais demoram tanto a perceber que os de oito anos precisam de tantos abraços quanto os de quatro anos? Se eti não prestar atenção, logo, logo eu estarei lhe dando um soco no braço e dizendo: "E aí, garoto?!", em vez de abraçá-lo e dizer-lhe que o amo. A vida é muito curta para se esconder a afeição. Por que é que os de oito anos demoram tanto a perceber que os de 36 precisam de tantos abraços quanto os de quatro? Será que eu me esqueci de lhe dizer que fiquei orgulhoso de você voltar ao lanche da merendeira depois de uma semana de indigestos lanches especiais? Fico contente que você valorize seu corpo. Queria que o percurso não fosse tão curto... queria falar sobre ontem à noite... quando seu irmão menor estava dormindo e nós deixamos você ficar acordado e assistir ao jogo dos Yankees. Esses momentos são tão especiais. Não há forma de planejá-los. Todas as vezes que tentamos planejar algo juntos, nunca é bom, ou valioso, ou caloroso o suficiente. Por alguns minutos, curtos demais, foi como se você já tive crescido e nos sentássemos e conversássemos telepaticam te sobre "Como vai indo na escola, filho?" Eu já verifiquei lição de matemática da única forma que podia - com u calculadora. Você é melhor com os números do que eu mais serei. Então, conversamos sobre o jogo e você sabia sobre os jogadores do que eu e eu aprendi com você. E bos ficamos felizes quando os Yankees venceram. Bem, lá está o guarda da escola. Provavelmente ele vi rá mais do que todos nós. Eu queria que você não tivesse ir à escola hoje. Há tantas coisas que eu quero dizer. Você desceu do meu carro tão depressa. Quero reco rar o momento, mas você já avistou dois de seus amigos. queria apenas dizer: "Eu te amo, filho." a 40
Victor B. Mit "Oque você é" é tão importante quanto "o que você faz" O que você é fala tão alto, que não consigo ouvir o que você está dizendo. Ralph Waldo Emerson Era uma tarde ensolarada de sábado em Oklahoma City. Meu amigo e pai orgulhoso, Bobby Lewis estava levando seus dois garotos para jogar minigolfe. Ele foi até o sujeito na bilheteria e disse: - Quanto é a entrada? O jovem respondeu: - Três dólares para o senhor e três dólares para cada garoto acima de seis anos. A entrada é livre para as crianças de seis anos ou menos. Quantos anos eles têm? Bobby respondeu: - O advogado tem três e o médico tem sete, então, acho que eu lhe devo seis dólares. O homem da bilheteria disse: -Ei, o senhor acabou de ganhar na loteria ou coisa parecida? O senhor poderia ter economizado três cobres. Poderia ter dito que o mais velho tinha seis anos; eu não saberia a diferença. Bobby replicou: - É, pode ser; mas os garotos saberiam. Como Ralph Waldo Emerson disse, "o que você é fala alto, que eu não consigo ouvir o que você está dizendo". tempos desafiadores, quando a ética é mais importante que nunca, certifique-se de dar um bom exemplo a to com quem trabalha e vive. Patricia F; • 114 A perfeita família americana São 10:30 de uma perfeita manhã de sábado e somos, no momento, a fanuilia americana perfeita. Minha esposa levou nosso filho de seis anos à sua primeira aula de piano. Nosso filho de quatorze ainda não acordou. O de quatro assiste na outra sala a pequeninos seres antropomórficos arremessando uns aos óutros de penhascos. Eu me sento em frente à mesa da cozinha lendo o jornal. Aaron Malachi, o de quatro, aparentemente entediado pela carnificina do desenho animado e animado pelo considerável poder pessoal de segurar o controle remoto da televisão, adentra meu espaço. - Estou com fome - diz. - Quer mais sucrilhos? - Não. - Quer um pouco de iogurte? - Não. - Quer ovos? - Não. Posso tomar um pouco de sorvete? - Não. Pelo que sei, sorvete pode ser até mais nutritivo do que cereais processados ou ovos carregados de antibióticos, mas, de acordo com meus valores culturais, é errado tomar so te às 10:45 de uma manhã de sábado. Silêncio. Cerca de quatro segundos. - Papai, temos muito tempo de vida ainda, não temo - Sim, temos muito tempo de vida, Aaron. - Eu, você e mamãe? - Isso mesmo. - E Isaac? - Sim. - E Ben? - Sim. Você, eu, mamãe, Isaac e Ben. - Temos muito tempo de vida. Até que todas as pesso morram. - Como assim? 41
-Até que todas as pessoas morram e os dinossauros vo tem. Aaron senta-se na mesa, pernas cruzadas como um Bud no meio do meu jornal. - O que você quer dizer, Aaron, com "até que todas pessoas morram"? - Você disse que todas as pessoas morrem. Quando t dos morrerem, os dinossauros voltarão. Os homens das ca, vernas viviam em cavernas, cavernas de dinossauros. Entãd os dinossauros voltaram e acabaram com eles. Percebo que para Aaron a vida já é uma economia limita da, um recurso com começo e fim. Ele imagina a si mesmo e nós em algum lugar nessa trajetória, uma trajetória que ter mina em incerteza e perda. Defronto-me com uma decisão ética. O que eu deveria fazer agora? Deveria tentar dar a ele Deus, salvação, eterni dade? Deveria aborrecê-lo com um discurso do tipo "seu cor-, po é apenas uma concha e depois que você morrer estaremos todos eternamente juntos em espírito"? Ou deveria deixa-lo com sua incerteza e sua ansiedade porque acho que é verdadeira? Deveria tentar transforma-lo num existencialista ansioso ou deveria tentar fazê-lo sentirse melhor? Não sei. Olho para o jornal. Os Celtics estão perdendo consecutivamente nas noites de sexta-feira. Larry Bird está zangado com alguém, mas eu não consigo ver quem, porque o pé de Aaron está na frente. Não sei, mas minha sensibilidade de classe média, neurótica e viciada, está me dizendo que este é um momento muito importante, um momento em que Aaron está começando a construir seu mundo. Ou talvez seja apenas minha sensibilidade de classe média, neurótica e viciada, que esteja me fazendo achar isso. Se vida e morte são uma ilusão, por que eu deveria perder tempo com a forma pela qual outra pessoa as compreende? Sobre a mesa Aaron brinca com um soldado, levantando seus braços e equilibrando-o sobre suas pernas trêmulas. Era com Kevin Machale que Larry Bird estava zangado. Não, não Kevin Machale, era com Jerry Sichting. Mas Jerry Sichting não está mais no Celtics. O que houve com Jerry Sichting? Tudo morre, tudo tem um fim. Jerry Sichting está jogando no Sacramento ou no Orlando ou desapareceu. Eu não deveria brincar com a forma de Aaron compreender a vida e a morte, porque quero que ele tenha uma noção sólida de estrutura, uma noção de permanência das coisas. É óbvio o bom trabalho que as freiras e padres fizeram comigo. Era agonia ou bênção. Céu e inferno não estavam conectados por serviço discagem direta a distância. Ou você estava no time de Deus, ou estava no caldo, e o caldo era quente. Não quero que Aaron se queime, mas quero que ele tenha uma estrutura forte. A ansiedade neurótica, porém, inevitável, pode vir depois. Isso é possível? É possível ter a percepção de que Deus, espírito, karma, Y*W*H, sei lá - é transcendente, sem traumatizar o presente de uma pessoa, sem incutir isso den tro dela? Podemos guardar nosso bolo e comê-lo ao mesmo tempo, ontologicamente falando? Ou sua frágil sensibilidade, sua existência, fica dividida por tal ato? Sentindo um leve crescer de agitação sobre a mesa, cebo que Aaron está começando a se aborrecer com seu co panheiro. Numa atitude teatral propícia ao momento, lim a garganta e começo num tom profissional. -Aaron, a morte é algo em que algumas pessoas acre tam... - Papai - interrompe Aaron - podemos jogar vide game? Não é um jogo muito violento explica ele, gesti lando com as mãos. -Não é como um jogo de matar. Os ras só tombam. 42
- Sim - digo com certo alívio -, vamos jogar vide game. Mas, antes vamos fazer outra coisa. - O que? - Aaron pára e se volta, lá no lugar para ond correu, já na metade do caminho em direção à galeria. - Primeiro, vamos tomar sorvete. Outro sábado perfeito para uma família perfeita. Por e quanto. Michael Murp Seu problema, Sheldon, é falta de autoconfiança. Reproduzido com Permissão Especial da revista Playboy: Copyright © 1971 by Playboy. Apenas diga! Se você fosse morrer logo e pudesse dar apenas um telefonema, quem ligaria e o que diria? E o que está esperando? Certa noite, depois de ler um dos mais de cem livros sobre paternidade que já li, me senti um pouco culpado, por-, que o livro descrevia algumas estratégias que eu não usava' há algum tempo. A principal era falar com seu filho e usar as três palavras mágicas: "Eu amo você." O livro ressaltava repetidamente que as crianças precisam saber que você real-' mente as ama, inequívoca e incondicionalmente. Subi até o quarto do meu filho e bati na porta. Ao bater, tudo que pude ouvir foi a sua bateria. Eu sabia que ele estava lá, mas ele não respondia. Então, abri a porta, e ele estava re almente lá, sentado com seus fones de ouvido, ouvindo uma fita e tocando bateria. Depois de me inclinar para chamar sua atenção, disse a ele: - Tem um segundo, Tim? Ele disse: -Ah, claro, papai. Sempre tenho. • 120 Nos sentamos e depois de 15 minutos e uma porção de conversa fiada e gagueira, eu simplesmente olhei para ele e disse: - Tini, adoro como você toca bateria. Ele disse: - Obrigado, papai, eu agradeço. Saí pela porta e disse: -Te vejo mais tarde! Enquanto descia as escadas me ocorreu que eu fora lá em cima com uma determinada mensagem e não a entregara. Senti que era realmente importante voltar lá e ter uma outra chance de dizer aquelas três palavras mágicas. Subi novamente as escadas, bati na porta e abri. - Tem um segundo, Tim? - Claro, papai. Sempre tenho um ou dois. O que é? - Filho, a primeira vez que subi até aqui queria compartilhar com você uma mensagem, mas acabei falando outra coisa. Não era realmente o que eu queria compartilhar com você. Tim, lembra-se de quando você estava aprendendo a dirigir, que me causou um monte de problemas? Escrevi três palavras e as coloquei sob o seu travasseiro na esperança de que fosse suficiente. Fiz meu papel de pai e expressei meu amor por meu filho. Finalmente, depois de um pouco de conversa fiada, olhei para Tim e disse: - O que quero que saiba é que nós o amamos. Ele me olhou e disse: - Ah, obrigado, papai. Refere-se a você e à mamãe? Eu disse: - É, ambos, nós não dizemos isso o suficiente. Ele disse: - Obrigado, isso significa muito. Eu sei que vocês me amam. Virei-me e saí pela porta. Enquanto descia as escadas, comecei a pensar: "Não acredito. Subi duas vezes - sei qual é 43
a mensagem - e mesmo assim acabo falando uma outra sa." Resolvi voltar lá e dessa vez dizer a Tim o que eu mente sinto. Ele ouvirá diretamente de mim. Não faz que ele tenha 1,80 metro de altura! Lá vou eu de volta, na porta e ele grita: - Espere um minuto. Não me diga quem é. Seria v papai? Eu disse: - Como sabe? E ele respondeu: - Conheço-o desde que é pai, papai. Então eu disse: -Filho, você tem só mais um segundo? - Você sabe que eu sempre tenho, então entre. Supon que você não tenha me dito o que queria? Eu disse: - Como sabe? - Conheço-o desde quando eu ainda usava fraldas. Eu disse: - Bem, aí está, Tim, o que eu tenho hesitado em dize Apenas quero expressar o quanto você é especial para nos família. Não pelo que você faz, e não pelo que tem feit como tudo que está fazendo pelos garotos do ginásio. É po você ser quem você é. Eu o amo e queria apenas que voc soubesse que o amo, e não sei por que hesito em relação algo tão importante. Ele me olhou e disse: - Ei, papai, eu sei que você me ama, e é realmente espe cial ouvir você me dizer isso. Muito obrigada por seus sentimentos, assim como pela intenção. Quando eu saía pela porta, ele disse: - Oh, ei, papai. Tem mais um segundo? Comecei a pensar: "Oh, não. O que ele vai me dizer?" Mas disse: • 122 É claro. Sempre tenho. Não sei onde os garotos conseguem isso -tenho certeza ~e não poderia ser com seus pais, mas ele disse: . Papai, queria apenas lhe fazer uma pergunta. Eu disse: r Qual? Ele me olhou e disse: Papai, você esteve num workshop ou algo assim? Eu pensei: "Oh, não, como qualquer outro garoto de dezoito anos, ele me pegou', e eu disse: -Não, eu estava lendo um livro que falava no quanto é impo ante dizer a seus filhos o que você realmente sente por eles. - Ei, obrigado pela resposta. Falo com você depois, pa pai. Acho que, acima de tudo, o que Tim me ensinou naquela noite é que a única maneira de se entender o verdadeiro significado e o propósito do amor é pagando o preço. Você tem que ir lá e se arriscar a compartilhá-lo. Gene Bedley • 123 4 SOBRE OAPRENDIZADO Aprender é descobrir o que já se sabe. Praticar é demonstrar o que se sabe. Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você. Todos são alunos, praticantes, 44
professores. Richard Bach Qerida profeçora. Oje a mamoe xorou. Mamae perguntou mim Jody vose sabe de verdade por que vai a escola. Eu disse nao sei Por que? Ela disse que é porque vamos costruir meu futuru. Eu disse o que é futuru e como é? Momoe disse eu não sei Jody, níngem pode ver todo o seu futuru, so vose. Nao se preocupe vose vai vê vai vê. Foi ai qe ela xorou e disse Jody eu te amo tanto. Mamae dis qe todos presísam trabalha duro para nos crianças podermos fazer do poço futuro o melhor qe o mundo pode oferesser. Profeçora podemos comesor oje a costruir meu futuru? Vose pode tentar fazer um bem legou so pra momoe e eu? Eu te amo profeçora amor ghank TruIillo © 1990' Pr'Teach PubIicgtíons. Todos os diremos reservados. 127 . Jody Agora gosto de mim Quando vir a auto-imagem de uma criança começar a se aperfi ar, você verá significativos progressos na área das realizações, mais importante, verá uma criança que está começando a apr mais a vida. Tive uma grande sensação de alívio quando comecei entender que um jovem precisa de mais do que apenas u' assunto. Sei bem matemática, e a ensino bem. Eu achava q isso era tudo o que precisava fazer. Agora, ensino crianças, não matemática. Aceito o fato de que posso ter sucesso ap nas parcial com algumas. Quando não tenho que saber tod as respostas, parece que consigo ter mais respostas do q quando tentava ser o especialista. O jovem que realmen me fez entender isso foi Eddie. Certo dia, perguntei-lhe p que achava que estava muito melhor do que no ano anterio Ele deu sentido a toda minha nova conduta. "É porque ag~ ra gosto de mim quando estou com você', disse ele. LIm professor citado p Everett Shostrom em Man, The Manipulato • 128 Todas as melhores coisas Ele estava na classe de terceira série em que eu ensinava, na Escola Saint Mary, em Morris, Minnesota. Eu gostava de todos os meus 34 alunos, mas Mark Eklund era um em um milhão. Muito elegante na aparência, ele tinha aquele comportamento de quem está feliz-por-estar-vivo que tornava deliciosas até suas ocasionais travessuras. Mark também falava sem parar. Tentei lembrá-lo várias vezes que não se podia falar sem permissão. O que me impressionava muito, no entanto, era a resposta sincera todas as vezes que eu tinha que corrigi-lo por seu mau comportamento. "Obrigado por me corrigir, Irmã!" No início eu não sabia bem o que fazer com aquilo, mas logo me acostumei a ouvir a mesma resposta muitas vezes ao dia. Certa manhã, minha paciência já estava se esgotando enquanto Mark falava sem parar. Cometi um erro de professora principiante. Olhei para Mark e disse: "Se você disser mais uma palavra, vou colar sua boca com fita adesiva!" Menos de dez segundos depois, Chuck deixou escapar: ~~Mark está conversando de novo:' 45
Eu não havia pedido a nenhum dos alunos que me ajudasse a vigiar Mark, mas, uma vez que tinha estabelecido a punição na frente da classe, tinha que agir de acordo com ela. • 129 Lembro-me da cena como se ela tivesse ocorrido e manhã. Fui até minha mesa, abri a gaveta decididament retirei um rolo de fita adesiva. Sem dizer uma palavra, fui a mesa de Mark, cortei dois pedaços da fita e fiz um grand sobre sua boca. Então voltei para a frente da sala. Quando olhei para Mark para ver como ele estava se indo, ele piscou para mim. Foi o suficiente! Comecei a rir. classe toda aplaudia enquanto eu voltava até a mesa Mark, removia a fita e encolhia os ombros. Suas primei palavras foram: "Obrigado por me corrigir, Irmã!" Ao final do ano, fui convidada para ensinar matemáti para o ginásio. Os anos voaram e antes que eu me desse co ta, Mark estava em minha classe novamente. Ele estava belo do que nunca e tão educado quanto antes. Como pre sava ouvir atentamente minhas instruções sobre a "no matemática", ele não conversava tanto na nona série. Numa sexta-feira, as coisas simplesmente não pareci bem. Havíamos trabalhado arduamente um novo concei durante toda a semana, e eu sentia que os alunos estavam cando cada vez mais frustrados consigo mesmos- e impa entes uns com os outros. Tinha que combater esse mau h mor antes que ele fugisse ao meu controle. Assim, pedi a el que listassem os nomes dos outros alunos da sala em du folhas de papel, deixando um espaço entre cada nome. E di se a eles que pensassem na melhor coisa que pudessem di zer a respeito de cada um de seus colegas e a escrevessem. Levou o resto do período para que terminassem a taref mas, ao deixarem a sala, cada um dos alunos me entrego seu papel. Chuck sorriu. Mark disse: "Obrigado por me ensi nar, Irmã. Tenha um bom final de semana." Naquele sábado, escrevi o nome de cada aluno numa f lha separada e listei o que todos os outros haviam dito sobr cada um deles. Na segunda-feira, entreguei a cada aluno su lista. Alguns deles tinham duas páginas. Logo, a classe toda estava sorrindo. "Verdade?", ouvi cochicharem. "Nunca • 130 achei que isso significasse algo para alguém!" "Eu não sabia que os outros gostavam tanto de mim!" Ninguém jamais mencionou aqueles papéis novamente em sala de aula. Eu nunca soube se eles conversaram sobre aquilo depois da aula ou com seus pais, mas não importa. O exercício havia alcançado seu propósito. Os alunos estavam novamente felizes consigo mesmos e com os outros. Aquele grupo de alunos prosseguiu. Vários anos mais tarde, ao retornar de férias, meus pais foram me encontrar no aeroporto. A caminho de casa, mamãe me fez as pergun tas comuns sobre a viagem: sobre o tempo, sobre minhas experiências de modo geral. Houve uma leve pausa na conversa. Mamãe lançou a papai um olhar de soslaio e disse simplesmente: "Papai?" Meu pai limpou a garganta. "Os Eklunds ligaram ontem à noite", começou ele. - É mesmo? - eu disse. - Não os vejo há vários anos. Gostaria de saber como está Mark Papai respondeu calmamente: - Mark foi morto no Vietnã - ele disse. - O funeral será amanhã e os pais dele gostariam muito que você comparecesse. Até hoje ainda posso indicar o ponto exato na estrada I494 onde papai me contou sobre Mark 46
Eu nunca vira um soldado num caixão militar. Mark estava tão bonito, tão amadurecido. Eu só conseguia pensar "Mark, eu daria toda a fita adesiva do mundo apenas para que você pudesse falar comigo". A igreja estava repleta de amigos de Mark. A irmã de Chuckcantou "O Hino de Batalha da República". Por que teve que chover no dia do funeral? Já estava bem difícil ao lado da sepultura. O pastor disse as orações costumeiras e o corneteiro tocou o toque de silêncio. Um a um, aqueles que amavam Mark passaram pelo caixão e salpicaram água benta sobre ele. Eu fui a última a abençoar o caixão. Enquanto permanecia ali, de pé, um dos soldados que carregara o féretro veio até mim. - A senhora era a professora de matemática de M - Fiz que sim enquanto continuava a olhar o caixão. - Mark falava muito na senhora - ele disse. Depois do enterro, a maioria dos ex-colegas de Mark guiram para a fazenda de Chuck para almoçar. A mãe e o de Mark estavam lá, obviamente esperando por mim. - Queremos mostrar-lhe algo - o pai dele disse, tir do uma carteira do bolso. -Acharam isso com Mark quan ele foi morto. Achamos que a senhora poderia reconhecê-1 Abrindo a carteira de notas, ele cuidadosamente retir dois pedaços gastos de folha de caderno que haviam si obviamente colados, dobrados e redobrados muitas vez Sem precisar olhar, eu soube que eram as folhas nas quais listara todas as qualidades que cada um dos colegas de Ma dissera a seu respeito. - Muito obrigada por ter feito isso - a mãe de Mark di se. - Como pode ver, Mark guardava esses papéis como u tesouro. Os colegas de Mark começaram a se juntar à nossa vol Chuck sorriu bastante timidamente e disse: - Eu ainda tenho a minha lista. Está em casa, na gave de cima de minha escrivaninha. A esposa de John disse: - John me pediu que pusesse a sua em nosso álbum casamento. - Eu também tenho a minha - disse Marilyn. - no meu diário. Então, Vicky, uma outra colega, pegou sua bolsa, tirou carteira e mostrou sua surrada e esfarrapada lista ao grupo. -Eu carrego isso comigo o tempo todo - disse Vicky se pestanejar. -Acho que todos nós guardamos nossas listas. Foi quando finalmente eu me sentei e chorei. Chorei po Mark e por todos os seus amigos que nunca mais o veriam. d Helen P. Mrosla • 132 Você é uma maravilha Cada segundo que vivemos é um momento novo e único do universo, um momento que nunca mais existirá... E o que é que ensinamos aos nossos filhos? Ensinamos a eles que dois mais dois são quatro, e que Paris é a capital da França. Quando ensinaremos a eles o que eles são? Deveríamos dizer a cada um deles: Sabe o que você é? Você é uma maravilha. Você é único. Em todos os anos que se passaram, nunca houve outra criança como você. Suas pernas, seus braços, seus dedos inteligentes, a maneira como você se move. Você pode se tornar um Shakespeare, um Michelangelo, um Beethoven. Você tem capacidade para qualquer coisa. Sim, você é uma maravilha. E quando crescer, como então poderá fazer mal a uma outra pessoa que, como você, é uma maravilha? Você deve trabalhar - todos devemos - para tornar o mundo digno de suas crianças. 47
Pablo Casals • 133 Este livro foi digitalizado por Raimundo do Vale Lucas, com a intenção de dar aos cegos a oportunidade de apreciarem mais uma manifestação do pensamento humano.. Aprendemos fazendo Há alguns anos, nem tantos, comecei a tocar violoncelo, A maioria das pessoas diria que estou "aprendendo a tocar' violoncelo. Mas essas palavras despertam em nossa mente a idéia estranha de que existem dois processos diferentes: (1) aprender a tocar_ violoncelo e (2) tocar violoncelo. Implicam que eu realizarei a primeira atividade até concluí-la, e então interromperei esse primeiro processo e iniciarei o segundo. Em suma, continuarei "aprendendo a tocar" até que tenha "aprendido a tocar", e então começarei a tocar. Evidentemente, isso não faz sentido. Não existem dois processos, mas um único. Aprendemos a fazer uma coisa fazendo-a. Não existe outra maneira. • 134 #A mão Um editorial pelo Dia de Ação de Graças no jornal falava de uma professora que pediu aos alunos de sua classe de pri wa série que desenhassem alguma coisa pela qual fossem os. Ela pensou em como estas crianças de vizinhanças s tinham realmente pouco pelo que agradecer. Mas saque a maioria delas desenharia perus ou mesas com co . A professora ficou surpresa com o desenho que Dou entregou... uma mão, desenhada de forma simples e infil. Mas mão de quem? A classe ficou encantada com a ima abstrata. "Acho que deve ser a mão de Deus que nos dá 'mento", disse uma criança. "Um fazendeiro", disse ou"porque cria os perus". Finalmente, quando os outros já m voltado ao trabalho, a professora se inclinou sobre a de Douglas e perguntou de quem era a mão. -É a sua mão, professora - murmurou ele. Ela lembrou-se de que, várias vezes, no recreio, ela havia do Douglas, um garoto raquítico e desamparado, pela o. Ela fazia isso freqüentemente com as crianças. Mas o significava muito para Douglas. Talvez essa devesse • 135 #ser a Ação de Graças de todos, não pelas coisas materiais que nos são dadas, mas pela chance, de todas as pequenas formas, de dar aos outros. Fonte desconhecida i1 • 136 ez vrn um garotinhobem pequeno. E era uma escola bem grande. Mas quando o garotinho Descobriu que podia ir para sua sala, Entrando diretamente pela porta da rua, Ficou feliz. E a escola não lhe pareceu mais Tão grande assim. Certa manhã, Quando o garotinho já estava na escola havia algum tempo, A professora disse: 48
"Hoje vamos fazer um desenho". Que bom!", pensou o garotinho. Ele gostava de desenhar. Sabia fazer desenhos de todos os tipos: Leões e tigres, Galinhas e vacas, Trens e barcos • 137 Mas a professora disse: "Esperem! Não é hora de começar!" E esperou até que todos estivessem prontos. Ele sabia fazer toda a sorte de coisas de argila: Cobras e bonecos de neve, Elefantes e ratos, Carros e caminhões E ele começou a puxar e apertar Sua bola de argila. E puxou seu estojo de lápis de cera E começou a desenhar. "Agora", disse a professora, "Vamos fazer flores". "Que bom!", pensou o garotinho, Ele gostava de fazer flores. E começou a fazer umas lindas, Com seus lápis de cera rosa, laranja e azul. Mas a professora disse: "Esperem! Eu lhes mostrarei como". E ela desenhou uma flor no quadro-negro. Era vermelha, com um caule verde. "Aí está", disse a professora. "Agora podem começar". Num outro dia, Quando o garotinho abriu A porta da rua sozinho A professora disse "Hoje vamos fazer um trabalho com argila". "Que bom!", pensou o garotinho. Ele gostava de argila. Mas a professora disse: "Esperem! Não é hora de começar!" E esperou até que todos parecessem prontos. "Agora", disse a professora, "Vamos fazer um prato". "Que bom!", pensou o garotinho, Ele gostava de fazer pratos. E ele começou a fazer alguns, De todas as formas e tamanhos. Mas a professora disse: "Esperem! Eu lhes mostrarei como". E ela mostrou como fazer Um prato fundo. "Aí está", disse a professora, "Agora podem começar". O garotinho olhou para a flor da professora. Depois olhou para a sua própria flor. Ele gostava mais da sua do que da flor da professora, mas não disse isso. Apenas virou sua folha de papel, E fez uma flor como a da professora. Era vermelha, com um caule verde. O garotinho olhou para o prato da professora Depois olhou para os seus. Ele gostava mais dos seus do que do prato da professora, Mas ele não disse isso, Apenas enrolou sua argila numa grande bola novamente, E fez um prato como o da professora. Era um prato fundo. 49
138 • 139 E logo o garotinho aprendeu a esperar E a prestar atenção, E a fazer coisas como a professora. E logo Ele não fazia mais coisas à sua maneira. Então aconteceu Que o garotinho e sua família Mudaram-se para outra casa, Em outra cidade, E o garotinho Teve que ir para outra escola. -o que vamos fazer?" "Não vou saber até que você faça", disse a professora. "Como devo fazê-lo?", perguntou o garotinho "Ora, como você preferir', disse a professora. "E de qualquer cor?", perguntou o garotinho. "De qualquer cor", disse a professora, "Se todos fizessem o mesmo desenho, E usassem as mesmas cores, Como eu saberia quem fez o quê, E qual era qual?" "Eu não sei", disse o garotinho. E começou a fazer flores cor-de-rosa, laranja e azuis. Esta escola era ainda maior Do que a outra, E não havia porta da rua Para a sua sala. Ele tinha que subir uns enormes degraus, E descer um grande corredor Para chegar à sua sala. E no primeiro dia De aula, a professora disse "Hoje vamos fazer um desenho". `Que bom!", pensou o garotinho, E esperou que a professora Lhe dissesse o que fazer, Mas a professora não disse nada. Apenas caminhava em volta da sala. Quando passou pelo garotinho, fla disse: "Você não quer desenhar?" "Sim", disse o garotinho. Ele gostou de sua nova escola, Mesmo que não tivesse uma porta Direto da rua! Helen E. Buckley • 140 141 Sou professor Sou professor. Nasci no momento exato em que uma pergunta saltou boca de uma criança. Fui muitas pessoas em muitos lugares. Sou Sócrates, estimulando a juventude de Atenas a de cobrir novas idéias através de perguntas. Sou Anne Sullivan, extraindo os segredos do universo mão estendida de Helen Keller. Sou Esopo e Hans Christian Andersen, revelando a ve dade através de inúmeras histórias. Sou Marva Collins, lutando pelo direito de toda a crian à Educação. Sou Mary McCloud Bethune, construindo uma grand universidade para meu povo, 50
utilizando caixotes de laranj como escrivaninhas. Sou Bel Kaufman, lutando para colocar em prática o U The Down Staircase. Os nomes daqueles que praticaram minha profissã soam como um corredor da fama para a humanidade.. Booker T. Washington, Buda, Confúcio, Ralph Waldo Emer son, Leo Buscaglia, Moisés e Jesus. Sou também aqueles cujos nomes foram há muito esquecidos, mas cujas lições e o caráter serão sempre lembrados nas realizações de seus alunos. Tenho chorado de alegria nos casamentos de ex-alunos, gargalhado de júbilo no nascimento de seus filhos e permanecido com a cabeça baixa de pesar e confusão ao lado de suas sepulturas cavadas cedo demais, para corpos jovens demais. Ao longo de cada dia tenho sido solicitado como ator, amigo, enfermeiro e médico, treinador, descobridor de artigos perdidos, como o que empresta dinheiro, como motorista de táxi, psicólogo, pai substituto, vendedor, político e mantenedor da fé. A despeito de mapas, gráficos, fórmulas, verbos, histórias e livros, não tenho tido, na verdade, nada o que ensinar, pois meus alunos têm apenas a si próprios para aprender, e eu sei que é preciso o mundo inteiro para dizer a alguém quem ele é. Sou um paradoxo. É quando falo alto que escuto mais. Minhas maiores dádivas estão no que desejo receber agradecido de meus alunos. Riqueza material não é um de meus objetivos, mas sou um caçador de tesouros em tempo integral, em minha busca de novas oportunidades para que meus alunos usem seus talentos e em minha procura constante desses talentos que, às vezes, permanecem encobertos pela autoderrota. Sou o mais afortunado entre todos os que labutam. A um médico é permitido conduzir a vida num mágico momento. A mim, é permitido ver que a vida renasce a cada dia com novas perguntas, idéias e amizades. Um arquiteto sabe que, se construir com cuidado, sua estrutura poderá permanecer por séculos. Um professor sabe que, se construir com amor e verdade, o que construir durará para sempre. Sou um guerreiro, batalhando diariamente contra a pressão dos colegas, o negativismo, o medo, o conformismo, o • 142 • 143 #preconceito, a ignorância e a apatia. Mas tenho grandes ali dos: Inteligência, Curiosidade, Apoio paterno, Individu dade, Criatividade, Fé, Amor e Riso, todos correm a to meu partido com apoio indômito. E a quem mais devo agradecer por esta vida maravilh sa, que sou tão afortunado em experimentar, além de vocês, ao público, aos pais? Pois vocês me deram a grau honra de confiar-me suas maiores contribuições para com eternidade, seus filhos. E assim, tenho um passado rico em memórias. Tenho u presente de desafios, aventuras e divertimento, porque mim é permitido passar meus dias com o futuro. Sou professor... e agradeço a Deus por isso todos os dia 5 VIVA SEU SONHO As pessoas que dizem que não
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pode ser feito, não deveriam interromper as que estão fazendo. Acho que posso! Seja pensando que é capaz ou que não é capaz, você está certo. Henry Ford Rocky Lyons, filho do ponta de defesa do New York Jets, Marty Lions, tinha cinco anos quando passava de carro pelo interior do Alabama com sua mãe, Kelly. Ele dormia no banco da frente da caminhonete, com os pés sobre o colo dela. Dirigindo cuidadosamente pela estrada de terra, sua mãe entrou numa ponte estreita. Ao fazê-lo, a caminhonete caiu num buraco e deslizou para fora da estrada; a roda dianteira direita ficou presa no sulco dos pneus. Temendo que a caminhonete tombasse, ela tentou jogar o carro de volta na estrada pisando fortemente no acelerador e virando o volante para a esquerda. Mas o pé de Rocky ficou preso entre sua perna e a direção, e ela perdeu o controle da caminhonete. A caminhonete rolou por um barranco de vinte pés. Quando bateu lá embaixo, Rocky acordou. - O que aconteceu, mamãe? - ele perguntou. - Nossas rodas estão apontando para o céu. Kelly estava coberta de sangue. O câmbio de marchas se comprimira contra o seu rosto, cortando-o dos lábios até a 147 testa. Suas gengivas foram arrancadas, suas bochechas trituradas, seus ombros esmagados. Com um osso da axila despedaçado e exposto, ela foi imprensada contra a porta esmagada. - Vou tirá-la daí, mamãe - anunciou Rocky, que milagrosamente não sofrera ferimentos. Ele escorregou para fora passando por baixo de Kelly, esgueirou-se pela janela aberta e tentou puxar sua mãe para fora. Mas ela não se movia. - Deixe-me dormir - implorava Kelly, que oscilava entre a consciência e a inconsciência. - Não, mamãe, você não pode dormir. Rocky entrou de volta na caminhonete e conseguiu empurrar Kelly para fora dos destroços. Então, disse a ela que subiria até a estrada e pararia um carro para pedir ajuda. Temendo que ninguém pudesse ver seu garotinho no escuro, Kelly não deixou que fosse sozinho. Em vez disso, arrastaram-se pelo aterro, com Rocky usando seus parcos dezoito quilos para empurrar os cinqüenta da mãe. Rastejaram cada centímetro. A dor era tamanha que Kelly pensou em desistir, mas Rocky não deixava. Para animar sua mãe, Rocky disselhe para pensar "naquele trenzinho" da história, que consegue subir uma montanha tão íngreme. Para lembrá-la, Rocky repetia sua versão da inspiradora frase da história: "Sei que você pode, sei que você pode". Quando finalmente chegaram à estrada, Rocky pôde ver claramente, pela primeira vez, o rosto dilacerado da mãe. Começou a chorar. Agitando os braços e protestando "Pare! Por favor, pare!", o garoto atraiu a atenção de um caminhão. - Leve minha mãe a um hospital - implorou ao motorista. Foram necessários oito horas e 344 pontos para reconstruir o rosto de Kelly. Hoje ela está bem diferente - "eu tinha um nariz longo e reto, lábios finos e maxilares altos; agora tenho nariz arrebitado, maxilares achatadas e lábios muito mais grossos" - mas tem poucas cicatrizes visíveis e se recuperou dos ferimentos. 148 52
O heroísmo de Rocky virou notícia. Porém, o jovem corajoso insiste em que não fez nada de extraordinário. - Não planejei - explica ele -, só fiz o que qualquer um teria feito. Sua mãe diz: - Se não fosse Rocky, eu teria sangrado até a morte. Ouvido pela primeira vez de Michele Borba • 149 A turma de quarta série de Donna parecia-se com muitas outras que eu vira antes. Os alunos sentavam-se em cinco fileiras de seis carteiras. A mesa do professor era na frente, virada para os alunos. O quadro de avisos exibia trabalhos dos alunos. Em muitos aspectos, parecia uma sala de escola primária tipicamente tradicional. Mesmo assim, algo me pareceu diferente naquele primeiro dia em que entrei ali. Parecia haver uma corrente subterrânea de excitação. Donna era uma professora veterana de uma cidadezinha de Michigan, e faltavam apenas dois anos para sua aposentadoria. Além disso, era voluntária ativa num projeto municipal de desenvolvimento de equipes que eu organizara e auxiliara. O treinamento se concentrava em idéias artísticas de linguagens, capazes de estimular os alunos a se sentirem bem consigo mesmos e assumirem a responsabilidade sobre suas vidas. O trabalho de Donna era assistir às sessões de treinamento e implementar os conceitos apresentados. Meu trabalho era visitar as salas de aula e encorajar a implementação. Tomei um lugar vazio no fundo da sala e assisti. Todos os alunos estavam trabalhando numa tarefa, preenchendo uma folha de caderno com idéias e pensamentos. Uma aluna de • 150 dez anos, mais próxima de mim, estava enchendo a folha de 11não consigos". "Não consigo chutar a bola de futebol além da segunda base." "Não consigo fazer divisões longas com mais de três nú meros.-"Não consigo fazer com que Debbie goste de mim." Sua página já estava pela metade e ela não mostrava sinais de parar. Trabalhava com determinação e persistência. Caminhei pela fileira olhando as folhas dos alunos. Todos estavam escrevendo sentenças que descreviam o que não conseguiam fazer. "Não consigo fazer dez flexões." "Não consigo acertar uma por cima da cerca do campo esquerdo." "Não consigo comer um biscoito só." A esta altura, a atividade despertara minha curiosidade, e assim decidi verificar com a professora o que estava acontecendo. Ao me aproximar dela, notei que ela também estava ocupada escrevendo. Achei melhor não interromper. "Não consigo trazer a mãe de John para uma reunião de professores." "Não consigo fazer com que minha filha abasteça o carro." "Não consigo fazer com que Allan use palavras em vez de murros." Frustrado em meus esforços em determinar por que os alunos estavam trabalhando com negativas, em vez de escrever frases mais positivas, ou "eu consigo", voltei para o meu lugar e continuei minhas observações. Os estudantes escreveram por mais dez minutos. A maioria encheu sua página. Alguns começaram outra. "Terminem a página em que estiverem e não comecem outra", foram as instruções que Donna usou para assinalar o final da atividade. Os alunos foram então instruídos 53
a dobrar Descanse em paz: o enterro do "não consigo". suas folhas ao meio e trazê-las para a frente da classe. Quan do os alunos chegaram à mesa da professora, depositaram frases "não consigo" numa caixa de sapatos vazia. Quando as folhas de todos os alunos haviam sido reco lhidas, Donna acrescentou as suas. Ela pôs a tampa na caixa, enfiou-a embaixo do braço e saiu pela porta, pelo corredora Os alunos seguiram a professora. Eu segui os alunos. Na metade do corredor a procissão parou. Donna entrou na sala do zelador, remexeu um pouco e saiu com uma pá. Pá numa das mãos, caixa de sapatos na outra, Donna saiu para o pátio da escola, conduzindo os alunos até o canto mais distante do playground. Ali começaram a cavar. Iam enterrar seus "Não consigos"! A escavação levou mais de dez minutos, pois a maioria dos alunos queria sua vez. Quando o buraco chegou a cerca de um metro de profundidade, a escavação terminou. A caixa de "não consigos" foi depositada no fundo do buraco e rapidamente coberta de terra. Trinta e uma crianças de dez e onze anos permaneceram de pé, no local da sepultura recémcavada. Cada um tinha no mínimo uma página cheia de "não consigos" na caixa de sapatos um metro abaixo. E a professora também. Neste ponto, Donna anunciou: "Meninos e meninas, por favor dêem-se as mãos e baixem suas cabeças." Os alunos obedeceram. Rapidamente, dando-se as mãos, formaram um círculo ao redor da sepultura. Baixaram as cabeças e esperaram. Donna proferiu os louvores. "Amigos, estamos hoje aqui reunidos para honrar a memória do 'Não consigo'. Enquanto esteve conosco na Terra, ele tocou as vidas de todos nós, de alguns mais do que de outros. Seu nome, infelizmente, foi mencionado em cada instituição pública - escolas, prefeituras, assembléias legislativas e, sim, até mesmo na Casa Branca. Providenciamos um local para o seu descanso final e uma lápide que contém seu epitáfio. Ele vive na memória de seus irmãos e irmãs 'Eu consigo', 'Eu Vou' e 'Eu vou imediatamente'. Estes não são tão conhecidos quanto seu famoso parente e certamente ainda não tão fortes e poderosos. Talvez algum dia, com sua ajuda, eles tenham uma importância ainda maior no mundo. Que'Não Consigo' possa descansar em paz e que todos os presentes possam retomar suas vidas e ir em frente na sua ausência. Amém." Ao escutar as orações entendi que aqueles alunos jamais esqueceriam esse dia. A atividade era simbólica, uma metáfora da vida. Foi uma experiência direta que ficaria gravada no consciente e no inconsciente para sempre. Escrever os "Não Consigos", enterrá-los e ouvir a oração. Aquele havia sido um esforço maior da parte daquela professora. E ela ainda não terminara. Ao concluir a oração ela fez com que os alunos se virassem, encaminhou-os de volta à classe e promoveu uma festa. Eles celebraram a passagem de "Não Consigo" com biscoitos, pipoca e sucos de frutas. Como parte da celebração, Donna recortou uma grande lápide de papelão. Escreveu as palavras "Não Consigo" no topo, "Descanse em Paz" no centro e a data embaixo. NÃO CONSIGO
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Descanse em Paz 28/3/80 A lápide de papel ficou pendurada na sala de aula de Donna durante o resto do ano. Nas raras ocasiões em que um aluno se esquecia e, dizia "Não Consigo", Donna simples . 153 • 152 mente apontava o cartaz Descanse em Paz. O aluno então lembrava que "Não Consigo" estava morto e reformula frase. Eu não era aluno de Donna. Ela era minha aluna. Ain assim, naquele dia aprendi uma lição duradoura com ela. Agora, anos depois, sempre que ouço a frase "Não Co go", vejo imagens daquele funeral da quarta série. Como alunos, eu também me lembro de que "Não Consigo" es morto. • 154 A história do 333 Estava ministrando um seminário de final de semana no Hotel Deerhust, norte de Toronto. Na noite de sexta-feira, um tornado varreu uma cidade ao norte da nossa, chamada Barrie, matando dezenas de pessoas e causando prejuízos de milhões de dólares. Na noite de sábado, voltando para casa, parei o carro quando cheguei a Barrie. Desci do carro no acostamento e olhei em volta. Estava uma confusão. Em todos os lugares para onde eu olhava havia casas destruídas e carros de cabeça para baixo. Naquela mesma noite, Bob Templeton dirigia pela mesma estrada. Ele parou para olhar a tragédia assim como eu, só que seus pensamentos foram diferentes dos meus. Bob era vice-presidente da Telemedia Communications, dona de uma cadeia de estações de rádio em Ontário e Quebec. Ele achou que devia haver algo que pudéssemos fazer por aquelas pessoas através de suas estações de rádio. Na noite seguinte, estava ministrando um outro seminário em Toronto. Bob Templeton e Bob Johnson, outro vicepresidente da Telemedia, entraram e ficaram de pé no fundo da sala. Ambos compartilhavam a convicção de que devia haver algo que pudessem fazer pelas pessoas em Barrie. Ter 155 minado o seminário, voltamos para o escritório de Bob. Agora ele estava comprometido com a idéia de ajudar as pessoas que haviam sido afetadas pelo tornado. Na sexta-feira seguinte, ele chamou todos os executivos da Telemedia em seu escritório. No alto de um flipchart, ele escreveu três 3. E disse a seus executivos: - Vocês gostariam de levantar 3 milhões de dólares, em apenas 3 horas, daqui a 3 dias, a contar de hoje, e dar esse dinheiro à população de Barrie? Não houve nada além de silêncio na sala. Finalmente alguém disse: - Templeton, você está louco. Não há como fazer isso. Bob disse: - Espere um minuto. Eu não perguntei se poderíamos ou se deveríamos. Perguntei apenas se vocês gostariam. Todos eles disseram: - É claro que gostaríamos. Então ele desenhou um grande T embaixo do 333. De um lado ele escreveu "Porque não podemos". Do outro, "Como podemos". - Vou fazer um grande X no lado do "Porque não podemos". Não vamos perder tempo com 55
idéias de "Porque não podemos". Isso é inútil. Do outro lado vamos escrever todas as idéias que tivermos sobre "Como podemos". Não vamos sair da sala até chegar às soluções. Houve silêncio novamente. Finalmente, alguém disse: Poderíamos fazer um show de rádio e transmiti-lo a todo o Canadá. Bob disse: - Esta é uma grande idéia - e anotou-a. Antes que tivesse terminado de escrever, alguém disse: - Não podemos fazer um show de rádio e transmiti-lo a todo o Canadá. Não temos estações em todo o Canadá. Aquela foi uma objeção bastante válida. Eles tinham es tações apenas em Ontário e Quebec. Templeton replicou: - Isso é "porque podemos". Isso fica. Mas essa era uma objeção realmente forte, porque as estações de rádio são muito competitivas. Normalmente, elas não trabalham juntas e conseguir que o fizessem seria praticamente impossível, de acordo com os padrões estabelecidos de raciocínio. De repente alguém sugeriu: - Poderíamos convidar Harvey Kirk e Lloyd Robertson, os maiores nomes da radiodifusão canadense, como âncoras do show. (Isso seria como ter Tom Brokaw e Sam Donaldson ancorando o show. Eles são âncoras na televisão nacional. Eles não irão ao rádio.) Àquela altura foi absolutamente espantoso a rapidez e a fúria com que as idéias criativas começaram a fluir. Isso foi numa sexta-feira. Na quinta-feira seguinte, cinqüenta estações de rádio do país inteiro haviam concordado em transmitir o show. Não importava de quem seriam os créditos desde que as pessoas em Barrie recebessem o dinheiro. Harvey Kirk e Lloyd Robertson ancoraram o show e conseguiram levantar 3 milhões de dólares, em três horas, dentro de um período de três dias úteis! Veja só, você pode fazer qualquer coisa se concentrar sua energia em "Como pode" fazer, e não em "Porque não pode". Bob Proctor • 156 • 157 A atual maior vendedora do mundo não se importa q a chamem de menina. Isso porque Markita Andrews gero mais de oitenta mil dólares vendendo os biscoitinhos G* Scout desde que tinha sete anos. Batendo de porta em porta após a escola, Markita, em rã terrivelmente tímida, transformouse num dínamo d vender biscoitos quando descobriu, aos treze anos, o segr do de vender. Tudo começou com um desejo. Um desejo abrasador incandescente. O sonho de Markita e sua mãe, que trabalha vã como garçonete desde que seu marido a deixara, quando Markita tinha oito anos, era dar a volta ao mundo. "Vou trabalhar duro para conseguir dinheiro suficiente para mandála à faculdade", sua mãe lhe disse certo dia - "Você irá para a faculdade e, quando se formar, ganhará bastante dinheiro para nos levar a uma volta ao mundo. Está bem?" Assim, aos treze anos, quando Markita leu na revista Girl Scout, a revista das bandeirantes, que a bandeirante que vendesse mais biscoitos ganharia uma viagem para 56
dois ao redor do mundo, com todas as despesas pagas, decidiu vender todos os biscoitos Girl Scout que conseguisse - mais do que qualquer outra pessoa no mundo jamais vendera. Mas desejo apenas não basta. Para transformar seu sonho em realidade, Markita sabia que precisava de um plano. - Use sempre o equipamento correto, seu uniforme profissional -aconselhou sua tia. Quando estiver trabalhando, vista-se como se estivesse fazendo negócios. Use seu uniforme de bandeirante. Quando subir nos prédios para visitar as pessoas em seus apartamentos às 16:30 ou 18:30, e especialmente às sextas-feiras à noite, peça-lhes que façam grandes encomendas. Sorria sempre, seja sempre agradável. E não lhes peça para "comprar" seus biscoitos, peça-lhes para investir. Muitas outras bandeirantes podem ter desejado aquela viagem ao redor do mundo. Muitas outras bandeirantes podem ter planejado essa viagem. Mas apenas Markita saiu, vestida com seu uniforme, todos os dias após a escola, pronta para pedir - e continuar pedindo - às pessoas que investissem nos seus sonhos. - Olá. Eu tenho um sonho. Ganharei uma viagem ao redor do mundo para mim e minha mãe vendendo os biscoitos Girl Scout - dizia ela à porta. - Gostaria de investir em uma ou duas dúzias de caixas de biscoitos? Markita vendeu 3.526 caixas de biscoitos Girl Scout naquele ano e ganhou sua viagem ao redor do mundo. Desde então, vendeu mais 42.000 caixas de biscoitos Girl Scout, deu palestras em convenções de vendas no país inteiro, estrelou um filme na Disney sobre sua aventura e foi co-autora do best-seller How to Sell More Cookies, Condor, Cadillacs, Computers... And Everything Else. Markita não é mais esperta ou mais extrovertida do que milhares de outras pessoas, jovens ou idosas, que têm seus próprios sonhos. A diferença é que Markita descobriu o segredo de vender: Pedir! Pedir! Pedir! Muitas pessoas fracassam mesmo antes de começar, porque não conseguem pedir o que querem. O medo da rejeição leva muitos de nós a rej eitar a nós mesmos e aos nossos sonhos, muito antes que qual Pedir, pedir, pedir 158 159 quer um tenha jamais tido a chance de fazer isso - não porta o que estejamos vendendo. E todos estamos vendendo algo. "Vendemos a nós mesmos todos os dias - na escola,, patrão, às novas pessoas que encontramos - disse Mar aos 14 anos. - Minha mãe é garçonete: ela vende a refei do dia. Prefeitos e presidentes tentando angariar votos es vendendo... Uma de minhas professoras favoritas foi a Chapin. Ela fez com que Geografia se tornasse uma mat interessante, e isso, na verdade, é vender... Vejo vendas p toda parte. Vender faz parte do mundo. É necessário coragem para pedir ó que se deseja. Cor gem não é ausência de medo. É fazer o que é necessário ap sar do medo.. E, como Markita descobriu, quanto mais pede, mais fácil (e mais divertido) isso se torna. Uma vez, na televisão, ao vivo, o produtor resolveu pr por a Markita seu maior desafio de vendas. Pediram-lhe q vendesse os biscoitos Girl Scout a um outro convidado d programa. - Gostaria de investir em uma ou duas dúzias de caix de biscoitos Girl Scout? -perguntou ela. 57
- Biscoitos Girl Scout?! Eu não compro nenhum biscoito Girl Scout! - respondeu ele. - Sou diretor da Penitenciári Federal. Coloco na cama dois mil raptores, ladrões, crimino-a sos, desordeiros e corruptores de menores todas as noites. Tranqüila, Markita rapidamente replicou: - Senhor, se aceitar alguns destes biscoitos, talvez não se sinta tão indisposto, zangado e mau. E acho que também seria uma boa idéia levar alguns biscoitos para cada um dos seus dois mil prisioneiros. Markita pediu. O diretor fez um cheque. 160 Você já fez a terra se mover? Angela, de onze anos, foi acometida por uma doença debilitante envolvendo seu sistema nervoso. Ela não podia andar e também havia outros tipoçde restrições em seus movimentos. Os médicos não tinham muita esperança de que ela algum dia se recuperasse dessa doença. Previram que ela passaria o resto de sua vida numa cadeira de rodas. Disseram que poucos, talvez ninguém, seriam capazes de voltar à vida normal depois de contrair essa doença. A garotinha era destemida. Ali, deitada em seu leito de hospital, ela prometia a quem quisesse ouvir que, definitivamente, um dia voltaria a andar. Foi transferida para um hospital especializado em reabilitação, na região da baía de São Francisco. Todas as terapias que podiam ser aplicadas ao seu caso foram usadas. Os terapeutas ficaram encantados pelo seu espírito inabalável. Eles a ensinaram a técnica de "criação de imagens" - visualizar a si mesma caminhando. Se não ajudasse em mais nada, ao menos lhe daria esperança e alguma coisa positiva para fazer durante as longas horas em que permanecia acordada na cama. Angela dedicou-se com o maior afinco à fisioterapia, hidromassagens e em sessões de exercícios. Mas de dicou-se com o mesmo afinco à prática fervorosa da "construção de imagens", visualizando a si mesma se m do, movendo, movendo! Um dia, quando se esforçava ao máximo para ima suas pernas se movendo novamente, aconteceu uma c que pareceu um milagre: A cama se moveu! E começou a mover pelo quarto! Ela gritava: - Olhem o que estou fazendo! Olhem! Olhem! Eu co go! Eu me movi! Eu me movi! É claro que, neste momento, o hospital inteiro tam estava gritando e correndo em busca de abrigo; pessoas tavam, equipamentos caíam e vidros se quebravam. Veja era o recente terremoto de São Francisco. Mas não conte Angela. Ela está convencida de que fez aquilo sozinha. E a ra, apenas alguns anos depois, está de volta à escola. Sob suas próprias pernas. Sem muletas, sem cadeiras de ro Veja só, uma pessoa capaz de fazer a terra tremer entre Francisco e Oakland pode vencer uma doencinha trivial, n pode? Um garotinho da nossa igreja em Huntington Beach veio me procurar depois de me ouvir falar sobre o Banco das Crianças. Ele apertou minha mão e disse: - Meu nome é Tommy Tighe, tenho seis anos e quero um empréstimo do seu Banco das Crianças. Eu disse: - Tommy, este é um dos meus objetivos, emprestar dinheiro aos garotos. E até hoje todos eles me pagaram de volta. O que quer fazer? 58
Ele disse: -Desde que eu tinha quatro anos tenho o sonho de que eu poderia trazer paz ao mundo. Quero fazer um adesivo que diga: "PAZ, POR FAVOR! PAZ POR NÓS, CRIANÇAS!", assinado Tommy. - Posso apoiar sua idéia - eu disse. Ele precisava de US$454,00 para produzir mil adesivos. O Fundo pelos Livres Empreendimentos das Crianças Mark Victor Hansen fez um cheque à gráfica que estava imprimindo os adesivos. O pai de Tommy cochichou em meu ouvido: - Se ele não lhe pagar o empréstimo, você vai executar a bicicleta dele? O adesivo de Tommy • 162 • 163 #Eu disse: - Não, bata na madeira, todo garoto nasce com hon dade, moral e ética. É preciso ensiná-los outras coisas. Acr dito que ele nos pagará. Se você tem um filho de mais de nove anos, deixe-o t-r b-a-l-h-a-r e ser r-e-m-u-n-e-r-a-d-o por algo honesto, mo e ético, para que aprenda o princípio desde cedo. Demos a Tommy uma cópia de todas as minhas fitas, e ouviu 21 vezes cada uma e assumiu a propriedade do mat rial. As fitas dizem: "Comece sempre a vender do topo Tommy convenceu seu pai a levá-lo até a casa de Ronald Reagan. Tommy tocou a campainha e o porteiro veio ateu der. Tommy fez uma irresistível apresentação de dois minu tos da venda de seus adesivos. O porteiro enfiou a mão no bolso, deu US$1,50 a Tommy e disse: -Aqui está, quero um desses. Espere e eu chamarei o expresidente. Perguntei: - Por que pediu a ele que comprasse o adesivo? Ele disse: - Você disse nas fitas para pedir a todo mundo para comprar. Eu disse: - É, eu disse, disse. A culpa é minha. Ele enviou um adesivo a Mikhail Gorbachev com uma conta de US$1,50 em fundos norteamericanos. Gorbachev enviou-lhe os US$1,50 e uma fotografia com a dedicatória , va em frente pela paz, Tommy" e assinava "Mikhail Gorbachev, Presidente". Já que coleciono autógrafos, eu disse a Tommy: Eu lhe darei US$500,00 pelo autógrafo de Gorbachev. Ele disse: - Não, obrigado, Mark Eu falei: - Tommy, sou dono de muitas empresas. Quando você crescer gostaria de contratá-lo. Está brincando? Quando eu crescer, eu vou contratar você. A edição de domingo do Orange County Register fez um especial com a história de Tommy, o Banco pelos Livres Empreendimentos das Crianças e eu. Marty Shaw, o jornalista, entrevistou Tommy durante seis horas e escreveu uma reportagem fenomenal. Marty perguntou a Tommy que impacto ele esperava causar sobre a paz mundial. Tommy disse: - Acho que ainda não tenho idade suficiente; acho que você tem que ter oito ou nove anos para parar todas as guerras no mundo. Marty perguntou: 59
- Quem são seus heróis? Ele disse: - Meu pai, George Burns, Wally Joiner e Mark Victor Hansen. Tommy tem bom gosto para ídolos. Três dias depois, recebi um telefonema da empresa de cartões Ha1knark Uma das franquias da Hallmark havia passado por fax uma cópia do artigo do Register. Eles teriam uma convenção em São Francisco e gostariam que Tommy falasse. Afinal, eles viram que Tommy tinha nove metas: 1. Resgatar os custos (caução do cartão de beisebol). 2. Imprimir os adesivos. 3. Fazer plano para um empréstimo. 4. Descobrir como falar às pessoas. 5. Conseguir endereços de líderes. 6. Escrever uma carta a todos os presidentes e líderes de outros países e enviar-lhes um adesivo gratuito. 7. Falar a todos sobre paz. 8. Ligar para a banca de j ornais e falar sobre o meu negó cio. 9. Ter uma conversa na escola. 164 • 165 A Hallmark queria que a minha empresa, Look Talking, agendasse a palestra de Tommy. Embora a pales não tenha acontecido, porque o intervalo de duas se era pequeno demais, as negociações entre a Hallmark, eu Tommy foram divertidas, estimulantes e poderosas. Joan Rivers chamou Tommy Tighe para seu programa televisão. Alguém também lhe passara uma cópia via fax entrevista de Tommy ao Register. - Tommy - Joan disse - aqui é Joan Rivers e quer você no meu programa, que tem milhões de espectadores. - ótimo! - disse Tommy. Ele não tinha a menor idé' de quem era ela. - Pagarei a você US$300,00 - disse Joan. - ótimo! - disse Tommy. Tendo ouvido repetidamente as minhas fitas Sell Yoursel Rich e se transformado num mestre de vendas, Tommy continuou a vender a Joan dizendo: -Tenho apenas oito anos, então não poderei ir sozinho. Você poderia custear a ida de minha mãe também, não é Joan? - Sim! - respondeu Joan. - Falando nisso, acabei de assistir a um programa Estilos de Vida dos Ricos e Famosos, que dizia que se deve hospedar no Trump Plaza quando se vai a Nova York, Pode providenciar isso, não é, Joan? - Sim! - ela respondeu. - O programa também disse que, uma vez em Nova York, deve-se visitar o Empire State Building e a Estátua da Liberdade. Pode conseguir ingressos, não é? - Sim... - Ótimo. Eu lhe disse que minha mãe não dirige? Então, podemos usar sua limousine, não podemos? - Claro - disse Joan. • 166 Tommy foi ao programa de Joan Rivers e fez um enorme sucesso com Joan, a equipe de 60
cinegrafistas, o público ao vivo e o da televisão. Ele estava bonito, interessante, autêntico e um excelente exemplo de alguém que se lança por conta própria. Contou histórias tão cativantes e persuasivas que o público se viu puxando imediatamente o dinheiro da carteira para comprar os adesivos. Ao final do programa, Joan se inclinou e perguntou: - Tommy, você realmente acha que seu adesivo trará a paz ao mundo? Tommy disse entusiasticamente, com um sorriso radiante: - Até agora, trabalhei apenas dois anos e já consegui derrubar o muro de Berlim. Estou indo bem, não acha? Mark V. Hansen Se não pedir, você não consegue mas se pedir, consegue! Até hoje Tommy vendeu mais de 2.500 adesivos e devolveu ao Banco pelos - vres Empreendimentos das Crianças Mark Victor Hansen seu empréstimo de US$454,00. Se você gostaria de obter um dos adesivos de Tommy, envie US$3,00 a Tommy Tighe,17283 Ward Street, Fountain Valley, CA 92708. Linda, minha esposa, e eu moramos em Miami, na Flórida. Quando havíamos apenas começado nosso programa de treinamento em auto-estima, chamado Little Acorns, para ensinar às crianças como dizer não às drogas, à promiscuidade sexual e a outros comportamentos autodestrutivos, recebemos o prospecto de uma conferência sobre Educação em San Diego. Ao lermos o prospecto, percebemos que todas as pessoas importantes estariam lá e percebemos que tínhamos que ir. Mas não víamos como. Estávamos apenas começando, trabalhando em casa, e tínhamos acabado de exaurir nossas economias com os primeiros estágios do trabalho. Não havia forma de pagarmos as passagens aéreas ou quaisquer outras despesas. Mas sabíamos que deveríamos estar lá, e assim começamos a pedir. A primeira coisa que fiz foi telefonar aos coordenadores da conferência em San Diego, explicar por que simplesmente tínhamos que estar lá e perguntar-lhes se nos dariam duas admissões para a conferência. Quando expliquei nossa situação, o que estávamos fazendo e por que tínhamos que estar lá, eles disseram sim. Portanto, tínhamos os ingressos. Contei a Linda que já tínhamos os ingressos e podíamos entrar na conferência. Ela disse: 168 • 169 #- Ótimo! Mas estamos em Miami e a conferência é San Diego. O que faremos agora? Então eu disse: - Temos que conseguir transporte. Liguei para a Northeast Airlines, uma companhia a que eu sabia que estava em ótima situação na época. Coi dentemente, a mulher que atendeu era a secretária do pr dente, então eu disse a ela o que precisava. Ela me colos diretamente em contato com o presidente, Steve Quinto. pliquei-lhe que acabara de falar com os conferencistas e San Diego, que eles nos tinham ofertado as entradas para conferência, mas que não podíamos ir porque não tnham como chegar lá e, por favor, será que ele poderia nos do duas passagens de ida e volta de Miami a San Diego? Ele disse: 61
- É claro que sim - e foi exatamente assim. Foi assa rápido, e o que disse em seguida realmente me surpreende Ele disse: - Obrigado por pedir. Eu disse: - Como? Ele disse: - Não é sempre que tenho a oportunidade de fazer o melhor que posso pelo mundo, a não ser que alguém me peça. Esta é uma ótima oportunidade e quero agradecer a você por ela. Fiquei desconcertado, mas agradeci e desliguei o telefone. Olhei para minha esposa e disse: - Querida, temos as passagens aéreas! Ela falou: - Ótimo. Onde vamos ficar? A seguir telefonei para a Holliday Inn Downtown Miarru e perguntei: - Onde é a sua sede? • 170 Eles me disseram que era em Memphis, Tennessee. Ligt1ei para o Tennessee e eles me passaram para a pessoa com quem eu precisava falar. Era alguém de São Francisco. Ele dirigia todas os Holiday Inns na Califórnia. Expliquei-lhe que tínhamos conseguido as passagens aéreas com uma empresa e perguntei se ele poderia nos auxiliar de alguma forma com a hospedagem durante três dias. Ele perguntou se estaria bem se nos colocasse em seu novo hotel no centro de San Diego como seus convidados. Eu disse: - Sim, isso seria ótimo. Ele então disse: - Espere um minuto. Tenho de preveni-los, o hotel fica a cinqüenta quilômetros de carro do campus onde a conferência será realizada e terão que achar um meio de chegar lá. Eu disse: - Darei um jeito mesmo que eu tenha que comprar um cavalo. Agradeci a ele e disse a Linda: - Bem, querida, temos as entradas, conseguimos as passagens aéreas e lemos um lugar para ficar. Precisamos agora de um meio para ir do hotel ao campus e voltar, duas vezes ao dia. Em seguida, liguei para a National Car Rental, conteilhes a história e perguntei se poderiam me ajudar. Eles disseram: - Um Olds 88 estaria bem? Eu disse que estaria. Num único dia tínhamos conseguido tudo. Acabamos pagando nossas próprias refeições parte do tempo, mas, antes do término da conferência, levantei-me, contei esta história numa das assembléias gerais e disse: - Seremos extremamente gratos desde já a qualquer um que queira ser voluntário para nos levar para almoçar. Cerca de cinqüenta pessoas levantaram e se candidataram, e assim terminamos conseguindo também algumas refeições. Foi uma experiência maravilhosa, aprendemos nau conhecemos gente como Jack Canfield, que ainda es nosso conselho consultivo. Quando retornamos, lança programa e 62
ele vem crescendo cerca de 100% ao ano. timo mês de junho, formamos a turma número 2.250 do namento Little Acorn. Também realizamos duas impo tes conferências para educadores chamadas Tornand Mundo Seguro para as Crianças, para as quais convida pessoas do mundo inteiro. Milhares de educadores vie a fim obter idéias sobre como realizar treinamentos em au estima em suas salas de aula. Da última vez que patrocinamos a conferência, convi mos educadores de 81 países. Dezessete países enviaram presentantes, inclusive ministros da educação. Além di surgiram convites para que levássemos nosso programa a seguintes lugares: Rússia, Ucrânia, Bielorrússia, Gelara Kazaquistão, Mongólia, Taiwan, Ilhas Cook e Nova Zelâ dia. Assim, como você vê, é possível conseguir o que você qw ser; basta pedir a um número suficiente de pessoas. A busca de Rick Little Às cinco horas da manhã, Rick Little dormiu no volante de seu carro, foi arremessado sobre um barranco de três metros de altura e bateu contra uma árvore. Passou os seis meses seguintes engessado, com a coluna quebrada. Rick teve tempo de sobra para pensar profundamente sobre sua vida - algo para o que seus treze anos de formação não o haviam preparado. Certa tarde, ao voltar para casa, apenas duas semanas depois de receber alta no hospital, encontrou sua mãe deitada no chão, semiconsciente, devido a uma overdose de pílulas para dormir. Rick enfrentou mais uma vez a inadequabilidade de sua educação formal em preparálo para lidar com os aspectos sociais e emocionais de sua vida. Durante os meses que se seguiram, Rick começou a formular uma idéia -o desenvolvimento de um curso que desse aos alunos auto-estima, habilidade de relacionamento e de administração de conflitos. Ao começar a pesquisar o possível conteúdo de um curso como esse, deparou com um estudo do Instituto Norte-Americano de Educação, no qual 1.000 indivíduos de trinta anos foram questionados se achavam que seus cursos de segundo grau os haviam preparado 173 • 172 com as habilidades necessárias para enfrentar a vi Mais de oitenta por cento responderam "Definitiva não". Esses indivíduos de trinta anos também foram quer dos sobre quais habilidades eles gostariam que lhes tiv sido ensinadas. A maior parte das respostas referiu-se a habilidad relacionamento: Como conviver melhor com as pessoas quem se vive. Como encontrar e manter um trabalho. lidar com um conflito. Como ser um bom pai. Como e der o desenvolvimento normal de uma criança. Como a nistrar financeiramente o dia-a-dia. E como intuir o sen da vida. Inspirado em seu sonho de criar um curso que pud ensinar essas coisas, Rick deixou a faculdade e se lançou país, entrevistando alunos de segundo grau. Em sua busca de informações sobre o que deveria ser cluído no curso, ele fez a mais de 2.000 estudantes de 120 colas as mesmas duas perguntas: 1. Se você tivesse que desenvolver um programa para s curso de segundo grau que o auxiliasse a enfrentar situações que está vivenciando hoje e as que acha encontrará no futuro, o que este programa incluiria? 2. Liste os dez principais problemas em sua vida, os você gostaria que fossem tratados melhor em casa e escola. Fossem estudantes de escolas particulares abastadas 63
de guetos de cidades do interior, rurais ou suburbanos, respostas foram surpreendentemente idênticas. Solidão falta de adaptação encabeçavam a lista de problemas. Alé do mais, a lista das habilidades que gostariam de ter apren dido era a mesma mencionada pelos indivíduos de trinta anos. Rick dormiu em seu carro por dois meses, vivendo de um total de sessenta dólares. Na maioria dos dias comeu biscoito com pasta de amendoim. Alguns dias não comeu absolutaniente nada. Rick tinha poucos recursos, mas estava comprometido com seu sonho. Seu próximo passo era fazer uma lista dos principais educadores e líderes nacionais em aconselhamento e psicologia. pecidiu visitar todas as pessoas dessa lista e pedir sua contribuição e apoio. Embora impressionadas com sua iniciativa - perguntar diretamente aos alunos o que gostariam de aprender - elas não ofereceram grande ajuda. "Você é muito jovem. Volte para a faculdade. Tire seu diploma. Faça um curso de pós-graduação e então poderá ir atrás disso." Não se pode dizer que foram encorajadores. Mesmo assim, Rick persistiu. Quando completou 20 anos, havia vendido seu carro, suas roupas, tomara dinheiro emprestado de amigos e tinha uma dívida de 32 mil dólares. Alguém sugeriu que ele procurasse uma fundação e pedisse dinheiro. Sua primeira entrevista numa fundação local foi uma enorme decepção. Ao entrar no escritório, Rick literalmente tremia de medo. O vice-presidente da fundação era um homem enorme, de cabelos escuros e com um rosto frio e inflexível. Durante meia hora, ele ficou sentado sem pronunciar uma só palavra, enquanto Rick contava sobre sua mãe, os dois mil alunos e seus planos de um novo tipo de curso para os garotos do segundo grau. Quando ele terminou, o vice-presidente puxou uma pilha de pastas. - Filho - ele disse. - Estou aqui há quase vinte anos. Fundamos todos estes programas educacionais. E todos falharam. O seu também falhará. As razões? São óbvias. Você tem vinte anos, não tem experiência, não tem dinheiro, não tem diploma. Nada! Ao deixar o escritório da fundação, Rick jurou provar que aquele homem estava errado. Iniciou uma pesquisa sobre as instituições que estavam interessadas em financiar progra • 174 • 175 mas de estudo para adolescentes. Então, passou meses gindo propostas para subvenções Rick trabalhou um ano laboriosamente, desde a madrugada até tarde noite, redigindo grandes propostas, cada uma cuidad mente talhada conforme os interesses e exigências de fundação. Todas partiram com grandes expectativas e to voltaram - rejeitadas. Uma após a outra, suas propostas foram enviadas e rej tadas. Finalmente, depois que a centésima güinquagési quinta proposta de subvenção foi recusada, todo o apoio Rick começou a desmoronar. Os pais de Rick implorav que ele voltasse para a faculdade e Ken Greene, um edu dor que abandonara o emprego para ajudar Rick a redigir propostas, disse: - Não tenho mais dinheiro e tenho esposa e filhos p sustentar. Esperarei mais uma única proposta. Mas, se f uma recusa, terei que voltar a Toledo para lecionar. Rick tinha uma última chance. Movido por desespero e convicção, ele conseguiu pass por varas secretárias e agendar um 64
almoço com o Dr. Ru Mawby, Presidente da Fundação Kellogg. A caminho do moço, eles passaram por uma banca de sorvetes. - Gostaria de um? - perguntou Mawby. Rick assentiu. Mas sua ansiedade lhe pregou uma pe Ele apertou a casquinha na mão e, com sorvete de chocola escorrendo-lhe entre os dedos, ele fez um esforço furtivo maÊ frenético de soltá-lo antes que o dr. Mawby pudesse notar que acontecera. Mas Mawby vira, e desatando a rir, voltou ao sorveteiro e trouxe um maço de guardanapos de papel para Rick O jovem rapaz entrou no carro, corado e infeliz. Como poderia pedir financiamento para um novo programa educacional quando não sabia nem segurar uma casquinha de sorvete? Duas semanas mais tarde Mawby telefonou. - Você pediu US$55.000. Sentimos muito, mas os membros do conselho votaram contra. Rick sentiu lágrimas a lhe pressionarem os olhos. Por dois anos ele trabalhara por u,n sonho, que agora ia por água abaixo. - No entanto - disse Mawby -, os membros do conselho votaram unanimemente a favor de conceder-lhe US$130.000. Então, sim, vieram as lágrimas. Rick mal podia balbuciar um "obrigado". Desde então, Rick Little levantou mais de US$100.000.000 para financiar seu sonho. Os Programas de Habilidades Quest são ensinados atualmente em mais de 30 mil escolas de todos os cinqüenta estados norte-americanos e em 32 países. Anualmente, três milhões de crianças aprendem habilidades importantes para sua vida porque um rapaz de 19 anos de idade se recusou a receber um "não" como resposta. Em 1989, devido ao incrível sucesso do Quest, Rick Little expandiu seu sonho e foi recompensado com US$65.000.000, a segunda maior doação jamais feita na história norte-americana, para a çriação da Fundação Internacional da juventude. O propósito desta fundação é identificar e expandir pelo mundo programas de sucesso para a juventude. A vida de Rick Little é testemunho do poder de um compromisso com um ideal elevado, aliado à disposição de continuar pedindo até que alguém manifeste o sonho. Adaptado de Peggy Mann • 176 177 A magia de acreditar Não tenho idade suficiente para jogar futebol ou beisebol. Ainda não tenho oito anos. Minha mãe me disse que "quando começar a jogar beisebol, você não vai ser muito veloz, porque sofreu uma operação". Eu disse à mamãe que não precisarei correr tanto. Quando jogar beisebol, vou lançar para fora do campo. Então, poderei simplesmente caminhar. Edward J. McGrath, Jr. "Uma Visão Excepcional da Vida O livro de metas de Glenna Em 1977 eu era uma mãe solteira com três filhas pequenas para criar, as prestações de uma casa e de um carro para pagar e uma necessidade de recuperar alguns sonhos. Certa tarde, assisti a um seminário e ouvi um homem falar sobre o princípio do I + V = R (Imaginação mais Nitidez igual a Realidade). O orador mostrava que a mente pensa em imagens, e não em palavras. E que se fotografarmos em nossas mentes o que 65
desejamos, isso se tornará realidade. Esse conceito acendeu uma veia criativa em meu coração. Eu conhecia a verdade bíblica de que Deus nos proporciona "os desejos de nosso coração" (Salmos 37:4) e que "um homem é o que pensa em seu coração" (Provérbios 23:7). Estava determinada a tomar minha lista escrita de orações e transformá-la em imagens. Comecei a recortar velhas revistas e a reunir fotografias que ilustrassem os "desejos de meu coração". Eu as organizei num caro álbum de fotografias e esperei ansiosamente. Minhas imagens eram bastante específicas. Elas incluíam: 1. Um homem bonito. 2. Uma mulher vestida de noiva e um homem de smoking. 3. Buquês de flores (sou romântica). • 179 • 178 4. Belas jóias com diamantes (eu pensei: Deus ama David e Salomão, e eles foram duas das pessoas ricas que já existiram). 5. Uma ilha no azul cintilante caribenho. 6. Uma linda casa. 7. Mobília nova. 8. Uma mulher que recentemente se tornara vice-presa dente de uma grande empresa. (Eu trabalhava p uma empresa que não tinha mulheres como diretoras, Queria ser a primeira mulher vice-presidente daque empresa.) Cerca de oito semanas depois, estava dirigindo numa auto-estrada na Califórnia, pensando na vida, às 10:30 d manhã. De repente um lindo Cadillac branco e vermelh passou por mim. Olhei para o carro porque era um carro bonito. O motorista me olhou e sorriu, e eu correspondi porque sempre sorrio. Aí me vi em má situação. Alguma vez você já fez isso? Tentei fingir que não tinha olhado. "Quem, eu? Eu não olhei para você!" Ele me seguiu durante quinze minutos. Quase morri de medo! Dirigi algumas milhas, ele dirigiu algumas milhas. Estacionei, ele estacionou ... e, finalmente, me casei com ele! No dia seguinte ao nosso primeiro encontro, Jim me enviou uma dúzia de rosas. Então, descobri que ele tinha um passatempo. Seu passatempo era colecionar diamantes. Dos grandes! E ele estava procurando alguém para embelezar! Eu me ofereci! Namoramos durante mais ou menos dois anos e todas as segundas-feiras eu recebia dele uma rosa vermelha de caule longo com uma mensagem de amor. Cerca de três meses antes de nos casarmos, Jim me disse: "Descobri o lugar perfeito para irmos em nossa lua-de-mel. Iremos à Ilha de St. John, no Caribe. E eu disse risonhamente: - Eu jamais teria pensado nisso! • 180 Só confessei a verdade sobre meu livro de imagens quando eu e Jim já estávamos casados há quase um ano. Foi quando estávamos nos mudando para nossa nova e linda casa e mobiliando-a com a elegante mobília que eu havia imaginado. (Jim era distribuidor atacadista, na Costa Oeste, do fabricante de uma das mais belas linhas de móveis.) Por falar nisso, o casamento foi em Laguna Beach, Califórnia, com o vestido de noiva e o smoking de verdade. Oito meses depois de eu ter criado meu livro de sonhos, tornei-me vice-presidente de Recursos Humanos da empresa onde trabalhava. 66
De certa forma, isso soa como um conto de fadas, mas é absolutamente real. Jim e eu fizemos muitos outros "livros de imagens" desde que nos casamos. Deus preencheu nossas vidas com as demonstrações desses poderosos princípios de fé no trabalho. Decida o que quer em cada área de sua vida. Imagine nitidamente. Então, represente seus desejos criando seu próprio livro de metas. Transforme suas idéias em realidades concretas através deste simples exercício. Não há sonhos impossíveis. E, lembre-se, Deus prometeu dar a seus filhos os desejos de seus corações. Glenna Salsbury #Mais um item assinalado na lista Certa tarde chuvosa, um inspirado garoto de quinze anos chamado John Goddard sentou-se em frente à mesa da cozinha em sua casa em Los Angeles e escreveu as seguintes palavras no alto de um bloco de anotações: "Minha Lista de Vida". Sob este título, escreveu 127 metas. Desde então, cumpriu 108 delas. Veja a lista dos objetivos de Goddard apresentada a seguir. Não são metas simples ou fáceis. Incluem escalar as montanhas mais altas do mundo, explorar vastos cursos d'água, correr um quilômetro e meio em cinco minutos, ler as obras completas de Shakespeare e toda a Enciclopédia Britânica. Explorar 1/1. Rio Nilo 1/2. Rio Amazonas 1/3. Rio Congo 1/4. Rio Colorado 5. Rio Yang-tsé, China 6. Rio Negro 7. Rio Orinoco, Venezuela 1/8. Rio Coco, Nicarágua Estudar Culturas Primitivas em 1/ 9. Congo 1/10. Nova Guiné 1/11. Brasil 1/12. Borneo 1/13. Sudão (John quase foi en terrado vivo durante uma tempestade de areia) 1/14. Austrália 1/15. Kênia s/16. Filipinas r/17. Tanganica (agora Tanzânia) V18. Etiópia V19. Nigéria r/20. Alaska Escalar 21. Monte Everest 22. Monte Aconcágua, Argentina 23. Monte McKinley 1/24. Monte Huascaran, Peru 1/25. Monte Kilimanjaro 1/26. Monte Ararat, Turquia 1/27. Monte Kênia 28. Monte Cook, Nova Zelândia 1/29. Monte Popocatepetl, México 67
1/30.0 Matterhorn 1/31. Monte Rainer 1/32. Monte Fuji 1/33. Monte Vesúvio 1/34. Monte Bromo, Java 1/35. Grand Tetons V36. Monte Baldy, Califórnia x/37. Desenvolver carreiras em Medicina e exploração (fez um curso de inicia ção na área de Medicina e trata doenças entre tribos primitivas) 38. Visitar todos os países do mundo (faltam trinta) V39. Estudar os índios Navaho e Hopi x/40. Aprender a pilotar um avião x/41. Montar a cavalo em Rose Parade Fotografar x/42. Cataratas do Iguaçu, Brasil x/43. Cataratas do Vitória, Rodésia (perseguido por um javali no percurso) 1/44. Cataratas de Shuterland, Nova Zelândia 1/45. Cataratas de Yosemite 1/46. Cataratas do Niágara 1/47. Retraçar as viagens de Marco Polo e Alexandre, o Grande Exploração Subaquática 1/48. Recifes de corais da Flórida 1/49. A Grande Barreira de Recifes, Austrália (foto grafado com um molusco de 120 quilos) 1/50. Mar Vermelho 1/51. Ilhas Fiji 1/52. Bahamas 1/53. Explorar Okefenokee Swamp e os Everglades 182 183 #Visitar 54. Pólos Norte e Sul x/55. Grande Muralha da China x/56. Canais de Suez e do Panamá x/57. Eastem Island x/58. Ilhas Galápagos x/59. Cidade do Vaticano (viu o Papa) 68
x/60. Taj Mahal x/61. Torre Eiffel x/62. Gruta Azul x/63. Torre de Londres x/64. Torre inclinada de Pisa x/65. Poço Sagrado de Chichen-ltza, México x/66. Escalar a Pedra Ayers na Austrália 67. Acompanhar o Rio Jordão desde o Mar da Galiléia até o Mar Morto Nadar em W/68. Lago Vitória s/69. Lago Superior x/70. Lago Tanganica x/71. Lago Titicaca, América do Sul x/72. Lago Nicarágua Realizar v/73. Tomar-me um Escoteiro da Águia s/74. Andar de submarino V75. Pousar e levantar vôo num porta-aviões x/76. Voar num pequeno bala( dirigível de ar quente e planador x/77. Montar um elefante, um camelo, um avestruz e um potro xucro (Oeste dos E.U.A.) V78. Mergulhar a 12 metros de profundidade e prender a respiração por 2,5 minutos embaixo d'água x/79. Pegar uma lagosta de cinco quilos e achar uma concha de vinte centíme tros. V80. Tocar flauta e violino x/81. Datilografar 50 palavras por minuto x/82. Saltar de pára-quedas x/83. Aprender a esquiar na água e na neve. V84. Sair em missão eclesiásti ca V85. Seguir a Trilha de John Muir õ/86. Estudar remédios nativos e relançar os úteis. V87. Obter troféus fotográficos de um elefante, leão, rinoceronte, cheetah, búfalo e baleia x/88. Aprender hipismo V 89. Aprender jiu-jitsu r/ 90. Lecionar um curso superior 69
~/ 91. Assistir a uma cerimônia de cremação em Bali ~/ 92. Explorar as profundezas do mar 93. Aparecer num filme do Tarzan (este sonho ele considera agora como um irrelevante sonho da infância de um menino) 94. Ter uri cavalo, um chimpanzé, um guepardo e um coiote (ainda não tem o chimpanzé e o guepardo) 95. Tornar-se um operador de radio amador r 96. Construir o próprio telescópio * 97. Escrever um livro (sobre a viagem ao Nilo) * 98. Publicar um artigo na revista National Geographic * 99. Saltar uma altura de 1,5 metro x/100. Saltar uma distância de 4,5 metros x/101. Correr um quilômetro e meio em cinco minutos x/102. Pesar 70 quilos despido (ainda pesa) V103. Fazer 200 agachamentos e 20 flexões V104. Aprender francês, espanhol e árabe 105. Estudar lagartos na ilha Komodo (o barco quebrou a 32 quilômetros da ilha) V106. Visitar o local de nascimento do avô Sorenson na Dinamarca x/107. Visitar o local de nascimento do avô Goddard na Inglaterra /108. Viajar a bordo de um navio cargueiro como marinheiro 109. Ler toda a Enciclopédia Britânica (leu partes extensas de cada volume) x/110. Ler a Bíblia do começo ao fim VI 11. Ler as obras de Shakespeare, Platão, Aristóteles, Dickens, Thoreau, Poe, Rosseau, Bacon, Hemingway, Twain, Burroughs, Conrad, Talmage, Tolstoi, Longfellow, Keats, Whittier e Emerson (não leu todas as obras de todos esses autores) VI 12. Familiarizar-me com as composições de Bach, • 184 • 185 Beethoven, Debussy, Ibert, Mendelssohn, Lalo, Rimsky-Korsakov, Respighi, Liszt, Rachmaninov, Stravinsky, Toch, Tchaikovsky, Verdi j/113. Tornar-me proficiente no uso de um avião, motocicleta, trator, prancha de surf, rifle, pistola, canoa, microscópio, bola de futebol, bola de basquetebol, arco e flecha, laço e bumerangue x/114. Compor músicas VI 15. Tocar Clair de Lune ao piano VI 16. Assistir a cerimônia de caminhar sobre brasas (em Bali e no Suriname) VI 17. Extrair veneno de uma cobra (mordido por uma cascavel durante uma sessão de fotografias) I18. Acender um fósforo um rifle calibre 22 v4119. Visitar um estúdio de cinema x/120. Escalara pirâmide d Quéops V121. Tornar-me membro Clube dos Explorado e Clube dos Aventurei. ros 70
x/122. Aprender a jogar pólo /123. Viajar pelo Grand Canyon a pé e de bano x/124. Dar a volta ao mundo (quatro vezes) 125. Visitar a lua ("Algum dia, se Deus quiser') /126. Casar-me e ter filhos (tem cinco filhos) 127. Viver para ver o século 21 (terá 75 anos) Preste atenção, benzinho, eu sou seu amor É melhor estar preparado para uma oportunidade e não ter nenhuma, do que ter uma oportunidade e não estar preparado. Whitney Young, Jr. • 186 Les Brown e sëu irmão gêmeo foram adotados por Mamie Brown, funcionária de cozinha e empregada doméstica, logo depois de seu nascimento, num bairro miserável de Miami. Devido à sua hiperatividade e tagarelice incessante, Les foi colocado em classes de educação especial para deficientes durante todo o segundo grau. Depois da formatura, tornou-se funcionário do departamento de saneamento em Miami Beach. Porém sonhava ser disc jockey. A noite, levava um rádio transístor para a cama, onde ouvia os DJs locais e seus jargões. Criou uma estação de rádio imaginária em seu pequeno quarto de piso gasto de vinil. Uma escova de cabelos lhe servia de microfone enquanto ele praticava sua gíria, apresentando discos para seus ouvintes fantasmas. • 187 Sua mãe e seu irmão podiam ouvi-lo através das p finas e gritavam para ele que parasse de tagarelar e fosse mir. Mas Les não os ouvia. Estava envolvido em seu pró mundo, vivendo um sonho. Certo dia, Les foi à estação local de rádio durante seu h rário de almoço do serviço de cortador de grama da cidad Entrou no escritório do gerente da estação e disse a ele queria ser disc jockey. O gerente observou aquele jovem desalinhado de ma cão e chapéu de palha e perguntou: - Tem alguma experiência em radiodifusão? Les respondeu: - Não, senhor. - Bem, filho, então temo que não tenhamos um trabalh para você. Les agradeceu-o educadamente e saiu. O gerente da estação supôs ter visto aquele rapaz pela primeira e última vez. Mas subestimou a profundidade d compromisso de Les Brown e sua meta. Veja bem, Les tinha um propósito maior do que o simples desejo de ser disc jockey. Queria comprar uma casa melhor para sua mãe adotiva, a quem amava profundamente. O trabalho como disc jockey era somente um passo em direção a seu objetivo. Mamie Brown ensinara Les a perseguir seus sonhos, e ele tinha certeza que conseguiria um emprego naquela estação de rádio, a despeito do que o gerente havia dito. 71
Assim, Les voltou à estação todos os dias durante uma semana, perguntando se havia alguma vaga. Finalmente o gerente da estação desistiu e contratou-o como contínuo - sem salário. No início ele servia café ou comprava almoço e jantar para os DJs que não podiam sair do estúdio. Finalmente, seu entusiasmo pelo trabalho dos disc jockeys acabou conquistando sua confiança e ele começou a dirigir os Cadillacs que buscavam celebridades como The Temptations, Diana Ross ou The Supremes. Mal sabiam eles que o jovem Les não tinha carteira de motorista. Les fazia tudo que lhe pedissem na estação - e mais. Quando estava com os DJs, imitava seus movimentos de lnão no painel de controle. Permanecia nas salas de controle e aprendia o que podia, até que lhe pedissem para sair. Então, de volta ao seu quarto, à noite, praticava e se preparava para a oportunidade que sabia que surgiria. Numa tarde de sábado, enquanto Les estava na estação, um DJ chamado Rock estava bebendo no ar (durante a programação). Les era a única outra pessoa no prédio, e percebeu que Rock estava se embriagando e certamente arranjaria problemas. Les ficou por perto. Andava de um lado para o outro em frente à janela da cabina de Rock. E, enquanto espreitava, dizia a si mesmo: "Beba, Rock, beba!" Les estava faminto, e estava pronto. Teria corrido rua abaixo por mais bebida se Rock lhe tivesse pedido. Quando o telefone tocou, Les se lançou sobre ele. Era aquele gerente da estação, como sabia que seria. - Les, é o Sr. IQein. - Sim - disse Les. - Eu sei. - Les, acho que Rock não conseguirá terminar seu programa. - Sim, senhor, eu sei. - Poderia ligar para um dos outros DJs e pedir-lhe que o substitua? - Sim, senhor. Vou ligar. Mas, quando desligou o telefone, Les disse a si mesmo: "Ele deve achar que sou maluco." Les discou o telefone, mas não para chamar outro DJ. Telefonou para sua mãe e para sua namorada. - Vocês todos, vão para a varanda da frente e liguem o rádio porque estou entrando no ar! disse ele. Esperou quinze minutos antes de ligar para o gerente geral. - Sr. IQein, não consigo encontrar ninguém - disse Les. O Sr. Klein então perguntou: • 188 189 - Rapaz, sabe usar os controles no estúdio? - Sim, senhor - respondeu Les. Les voou para dentro da cabine, afastou delicada Rocle para o lado e sentou-se em frente ao toca-discos. pronto. E ávido. Ligou o botão do microfone e disse: - Atenção! Aqui quem fala é LB, o Fera do Disco. houve ninguém antes de mim e não haverá ninguém d de mim. Isso faz de mim o único e eterno. Jovem e soli cheio de amor para dar. Registrado, de boa fé, indu velmente qualificado para trazer-lhe satisfação e muita Preste atenção benzinho, eu sou seu amoo-o-or! Com essa estréia, Les estava pronto. Surpreendeu o blico e o gerente geral. Daquele começo fervoroso, Les p para uma carreira de sucesso na radiodifusão, em poli oratória e televisão. • 190 72
Quando eu e minha esposa Maryanne estávamos construindo nosso salão de cabeleireiro em Greenspoint Mall, há treze anos, um vietnamita passava no salão todos os dias para nos vender rosquinhas. Ele quase não falava inglês, mas era sempre simpático e, por meio de sorrisos e mímica, ficamos nos conhecendo. Seu nome era Le Van Vu. Durante o"dia ele trabalhava numa padaria, e à noite ele e a esposa ouviam cassetes para aprender inglês. Mais tarde fiquei sabendo que eles dormiam em sacas de serragem no chão do quarto dos fundos da padaria. No Vietnã, a família Van Vu era uma das mais abastadas do Sudeste da Ásia. Possuíam quase um terço do Vietnã do Norte, incluindo enormes complexos industriais e propriedades imobiliárias. No entanto, depois que seu pai foi brutalmente assassinado, Le mudou-se para o Vietnã do Sul com sua mãe, onde freqüentou a escola e finalmente tornou-se advogado. Como seu pai fez antes dele, Le prosperou. Vislumbrou uma oportunidade de construir prédios para acomodar a sempre crescente presença norte-americana no Vietnã do Sul e logo tornou-se um dos construtores mais bem-sucedidos do país. Disposto a pagar o preço Em viagem ao norte, no entanto, Le foi capturado vietnamitas do norte e jogado na prisão por três anos. pou, matando cinco soldados, e voltou para o Vietnã onde foi preso novamente. O governo do Vietnã do pôs que ele fosse "informante" do Norte. Depois de cumprir pena na prisão, Le saiu e com uma empresa de pesca, finalmente tornando-se o maio bricante de conservas do Vietnã do Sul. Quando soube que as tropas norte-americanas e o p al da embaixada estavam prestes a sair de seu país, tom decisão de mudar de vida. Pegou todo o ouro que acumulara, carregou com ele u de suas embarcações de pesca e navegou com sua esposa os navios americanos no porto. Então, trocou todos os bens pela passagem livre do Vietnã às Filipinas, onde ele sua esposa foram recebidos num campo de refugiados. Depois de ter acesso ao presidente das Filipinas, L convenceu a transformar uma de suas embarcações em p queiro e lá estava ele novamente nos negócios. Dois an depois, antes de deixar as Filipinas a caminho da Améri seu maior sonho, Le havia desenvolvido, com sucesso, to a indústria pesqueira das Filipinas. Mas a caminho da América, Le ficou deprimido e desanimado quanto a ter que recomeçar novamente do nada. Sua esposa conta como o encontrou perto da murada do navio prestes a se lançar ao mar. - Le - disse ela - se você saltar, o que será de mim? Estamos juntos há tanto tempo, passamos por tantas coisas. Podemos fazer isso juntos. Era todo o estímulo que Le Van Vu precisava. Quando ele e sua esposa chegaram a Houston, em 1972 estavam "falidos" e não falavam inglês. No Vietnã, família cuida de família, e Le e sua esposa se viram abrigados no quarto dos fundos da padaria de seu primo em Greenspoint Mall. Estávamos construindo nosso salão a apenas sessenta metros de distância. Agora, como eles dizem, aqui vai a "mensagem' desta história: p primo de Le ofereceu a ele e a sua esposa emprego na padaria. Deduzidos os impostos, Le levaria para casa US$175 por semana, e sua esposa, US$125. Em outras palavras, sua renda anual total seria US$15.600. Além disso, seu primo ofereceu vender-lhes a padaria quando pudessem dar US$30.000 de entrada. O primo financiaria o restante com uma promissória de US$90.000. 73
Aqui está o que Le e sua esposa fizeram: Mesmo com uma renda de US$300 semanais, resolveram continuar morando no quarto dos fundos. Durante dois anos, mantinham-se limpos tomando banho com esponjas nos banheiros dos shoppings. Durante dois anos, sua dieta compreendeu quase inteiramente mercadorias da padaria. A cada ano, durante dois anos, sobreviveram com um total de, é isso mesmo, US$600, economizando US$30.000 para o pagamento da entrada. Le depois explicou seu raciocínio: - Se alugássemos um apartamento, que poderíamos pagar com US$300 por semana, teríamos que pagar o aluguel. Então, é claro, teríamos que comprar a mobília. Depois, teríamos que pagar o transporte de ida e volta para o trabalho, e assim teríamos que comprar um carro. Então, teríamos que comprar gasolina para o carro e fazer seguro. E, provavelmente, iríamos querer visitar lugares de carro e precisariamos comprar roupas e artigos de toalete. Assim, eu sabia que, se alugasse o apartamento, nunca conseguiríamos juntar os US$30.000. Agora, se você pensa que já sabe tudo a respeito de Le, deixe-me dizer-lhe uma outra coisa: depois que ele e sua esposa economizaram os US$30.000 e compraram a padaria, Le sentou-se novamente com a esposa para uma conversa séria. Ainda deviam US$90.000 a seu primo, disse, e por mais difíceis que tivessem sido os dois últimos anos, teriam que conti • 192 • 193 #nuar a viver no quarto dos fundos da padaria durante um ano. Tenho orgulho de lhe contar que, em um ano, meu go e mentor, Le Van Vu, e sua esposa, economizando camente cada níquel do lucro do negócio, pagaram a pro sova de US M.000. E que, em apenas três anos, eram d de um negócio extremamente lucrativo, livre e sem dí ' Então, e somente então, os Van Vu arrumaram seu meiro apartamento. Até hoje, continuam a economizar regularidade, vivem de um percentual extremamente queno de sua renda e, é claro, sempre pagam em dinh por qualquer de suas aquisições. Você acha que Le Van Vu é milionário hoje em dia? Fico feliz em lhe dizer que é muito mais que isso. Todo mundo tem um sonho • 194 Há alguns anos, aceitei uma atribuição numa cidade do sul para trabalhar numa obra assistencial do governo. O que eu queria era mostrar que todo mundo tem capacidade de ser auto-suficiente, basta que essa capacidade seja ativada. Pedi à cidade que selecionasse um grupo de pessoas da obra assistencial, pessoas de diferentes grupos raciais e famílias. Assim, eu veria essas pessoas, em grupo, durante três horas, todas as sextas-feiras. Pedi também uma pequena quantia em dinheiro para o trabalho, conforme minha necessidade. A primeira coisa que eu disse depois de apertar as mãos de todos foi: "Quero saber quais são seus sonhos." Todos me olharam como se eu fosse alguma desequilibrada. - Sonhos? Não temos sonhos. Eu disse: - Bem, o que aconteceu quando você era criança? Não tinha algo que queria fazer? Uma mulher me disse: -Não sei para que servem os sonhos. Os ratos estão comendo meus garotos. 74
- Oh - eu disse. - Isso é terrível. Não, é claro, você está muito envolvida com os ratos e seus garotos. Como se pode resolver isto? • 195 - Bem, eu poderia utilizar uma nova porta de tela que há buracos na minha. Perguntei: - Há alguém aqui que saiba consertar uma porta tela? Havia um homem no grupo, que disse: -Eu costumava fazer coisas assim há muito tempo, mas agora tenho uma terrível dor nas costas. No entanto, vos tentar. Eu disse a ele que tinha algum dinheiro, se ele iria até a loja comprar um pouco de tela para consertar a porta da senhora. - Acha que pode fazer isso? - Sim, vou tentar. Na semana seguinte, quando o grupo se sentou, eu disse: - Bem, sua porta de tela está consertada? - Oh, sim - ela disse. - Podemos então começar a sonhar, não podemos? Ela deu um meio sorriso. Eu disse ao homem que havia feito o trabalho: - Como se sente? Ele disse: -Bem, sabe, é muito engraçado. Estou começando a me sentir muito melhor. ... Aquilo ajudou o grupo a começar a sonhar. Estes aparentemente pequenos sucessos permitiram que o grupo visse que os sonhos não eram insanos. Estes pequenos passos começaram a fazer as pessoas sentirem que algo podia realmente acontecer. Comecei a perguntar a outras pessoas sobre seus sonhos. Uma mulher contou que sempre quisera ser secretária. Eu disse: - Bem, o que a impede? (Esta é sempre a minha próxima pergunta.) Ela disse: - Tenho seis filhos e ninguém que tome conta deles enquanto estou fora. - Vamos ver - eu disse. - Há alguém aqui que tome conta de seis crianças por um dia ou dois na semana enquanto esta mulher faz um treinamento na faculdade da comunidade? Uma mulher disse: - Também tenho filhos, mas poderia fazer isso. - Mãos à obra - eu disse. Então criou-se um plano e a mulher foi para a escola. Todos encontraram algo. O homem que instalou a porta de tela tornou-se faz-tudo. A mulher que tomou conta das crianças transformou essa atividade em profissão. Em doze semanas, todas aquelas pessoas estavam fora da obra assistencial. E eu não fiz isso uma única vez, tenho feito muitas vezes. Virgínia Satir • 196 197 Siga seu sonho Tenho um amigo, chamado Monty Roberts, que tem unr° rancho em San Isidro. Ele me emprestou sua casa para reali-? zar eventos com a finalidade de levantar dinheiro para programas em prol dos jovens em perigo. Da última vez em que estive lá, ele me apresentou dizendo: - Quero dizer-lhes porque deixo Jack usar minha casa. Isso remonta a uma história de um jovem rapaz, filho de um treinador de cavalos itinerante, que vivia de estrebaria em estrebaria, de pista de corridas em pista de corridas, de fazenda em fazenda e de rancho em rancho, treinando cavalos. Conseqüentemente, o curso de segundo grau 75
do garoto era constantemente interrompido. Quando estava no último ano, lhe pediram que escrevesse sobre o que queria ser e fazer quando crescesse. "Naquela noite, ele escreveu sete páginas sobre seu objetivo de algum dia possuir um rancho de cavalos. Descreveu seus sonhos com riqueza de detalhes e até fez o desenho de um rancho de oitenta hectares, mostrando a localização de todos os prédios, as estrebarias e a pista. Então, desenhou em detalhes a planta baixa de uma casa de quatrocentos metros quadrados, que edificaria nos oitenta hectares do rancho de seus sonhos. "Ele colocou seu coração no projeto e no dia seguinte entregou-o ao professor. Dois dias depois recebeu sua folha de volta. Na página frontal havia um grande F vermelho e uma mensagem que dizia: 'Procure-me depois da aula."' O garoto do sonho foi ver o professor depois da aula e perguntou: - Por que recebi um F? O professor disse: - Este é um sonho irreal para um rapaz como você. Você não tem dinheiro, vem de uma família itinerante. Não tem recursos. Ter um haras requer muito dinheiro. Você tem que comprar a terra. Tem que comprar os primeiros animais e, mais tarde, terá que pagar impostos enormes. Não há como você possa realizar isso algum dia. - E o professor acrescentou: - Se reescrever estas folhas com um objetivo mais realista, reconsiderarei sua nota. O garoto foi para casa e pensou muito naquilo. Perguntou a seu pai o que deveria fazer. Seu pai disse: - Olhe, filho, você tem que decidir isso sozinho. No entanto, acho que é uma decisão muito importante para você. Finalmente, depois de sentar-se diante do trabalho por uma semana, o garoto devolveu o mesmo papel, sem fazer nenhuma mudança. E declarou: - Pode ficar com seu F, que eu ficarei com meu sonho. Monty voltou-se para o grupo e disse: - Estou lhes contando esta história porque estão sentados em minha casa de quatrocentos metros quadrados, bem no meio de meu haras de oitenta hectares. Ainda tenho aquele trabalho escolar emoldurado em cima da lareira. E acrescentou: -A melhor parte da história é que, há dois verões, aquele mesmo professor trouxe trinta garotos para acampar no meu rancho durante uma semana. Quando estava indo embora, o professor disse: • 198 • 199 #- Olhe Monty, posso dizer-lhe isso agora. Quando seu professor eu era um tip d ldã d ,oearoe sonhos . aqueles anos, roubei os sonhos de uma porção de alu P01;' I. men e você teve jífii seus.,uzo sucente para não desistir Não deixe que ninguém roube seus sonhos. Siga seu c ração não importa o que at ,coneça. • 200 A caixa 76
Quando estava no último ano da faculdade, fui para casa nos feriados de Natal prevendo quinze dias cheios de diversão com meus dois irmãos. Estávamos tão agitados por estarmos juntos, que nos oferecemos para tomar conta da loja para que meu pai e minha mãe pudessem tirar seu primeiro dia de folga em anos. Um dia antes que meus pais fossem para Boston, meu pai me puxou silenciosamente de lado e me levou ao quartinho atrás da loja. O quarto era tão pequeno que só comportava um piano e uma cama embutida. De fato, quando se puxava a cama para fora, ela enchia o quarto e podia-se sentar aos pés dela para tocar piano. Papai estendeu a mão e retirou de trás do piano uma caixa de cigarros. Abriu-a e mostrou-me uma pilha de artigos de jornal. Eu havia lido tantas histórias de detetive de Nancy Drew que fiquei excitada e de olhos arregalados quando vi a caixa de recortes escondida. - O que são? - perguntei Papai respondeu seriamente: - São artigos que escrevi e foram publicados e algumas cartas ao editor. Ao começar a ler, observei, no final de cada artigo cuidadosamente recortado, o nome Walter Chapman. 201 - Por que não me disse que fez isso? - perguntei. - Porque não queria que sua mãe soubesse. Ela sena me disse que como eu não tinha uma boa formação, não veria tentar escrever. Eu também queria me candidatar a gum cargo público, mas ela me disse que eu não deveria te tar. Acho que ela tinha medo de ficar envergonhada se perdesse. Eu só queria tentar para me divertir. Vi que pod escrever sem que ela soubesse, e assim fiz. Quando cada ite era publicado, eu o recortava e escondia nesta caixa. Eu sabià que algum dia mostraria a alguém, e esse alguém é você. Ele me olhava enquanto eu passava os olhos pelos arti, gos e, quando olhei para cima, seus grandes olhos azuis estavam úmidos. - Acho que tentei algo grande demais desta vez - ele acrescentou. - Escreveu alguma outra coisa? - Sim, enviei algumas sugestões para a revista da nossa igreja sobre como melhor conduzir a seleção para a nomeação do comitê nacional. Já faz três meses que as enviei. Acho que tentei algo grande demais. Este era um aspecto tão novo do meu pai, um homem que gostava de se divertir, que eu quase não sabia o que dizer, então arrisquei: - Talvez ainda saia. - Pode ser, mas não espere demais. Papai deu um sorrisinho e uma piscadela para mim, e então fechou a caixa de cigarros e enfiou-a no espaço atrás do piano. Na manhã seguinte, nossos pais partiram no ônibus para Haverhill Depot, onde tomaram um trem para Boston. Jim, Ron e eu cuidávamos da loja e eu pensava na caixa. Eu nunca soubera que meu pai gostava de escrever. Não contei a meus irmãos, era um segredo entre meu pai e eu. O Mistério da Caixa Oculta. À noitinha, naquele dia, olhei pela janela da loja e vi minha mãe descer do ônibus - sozinha. Ela cruzou a praça e atravessou a loja rapidamente. -- Onde está o papai? - Seu pai morreu - disse ela, sem lágrimas. Descrentes, nós a seguimos para a cozinha onde ela nos contou que estavam andando na 77
estação do Metrô de Park Street, em meio a multidões de pessoas, quando papai caíra ao chão. Uma enfermeira se inclinara sobre ele, olhara para mamãe e dissera simplesmente: - Está morto. Mamãe permanecera de pé ao seu lado, desorientada, sem saber o que fazer, enquanto as pessoas saltavam sobre ele em sua pressa para chegar ao metrô. Um padre disse: - Vou chamar a polícia - e desaparecera. Mamãe guardou o corpo de papai durante mais ou menos uma hora. Finalmente, uma ambulância chegou e levou os dois ao único necrotério da cidade, onde mamãe teve que revistar seus bolsos e remover seu relógio. Ela voltara sozinha no trem, e depois no ônibus local para casa. Mamãe contou-nos a chocante história sem derramar sequer uma lágrima. Não demonstrar emoções sempre fora para ela uma questão de disciplina e motivo de orgulho. Nós também não choramos e nos revezamos para aguardar os fregueses. Um freguês assíduo perguntou: - Onde está o velho senhor esta noite? - Morreu - respondi. - Oh, que pena! - e foi embora. Eu nunca pensara nele como velho, e fiquei louca com a pergunta, mas ele tinha setenta anos e mamãe apenas cinqüenta. Ele sempre fora saudável e alegre, cuidara da minha frágil mãe sem reclamar, e agora se fora. Acabaram-se os assobios, os hinos cantados enquanto ele abastecia as prateleiras. O "velho" se fora. Na manhã do funeral sentei-me à mesa na loja abrindo cartões de pêsames e colando-os num álbum de recortes, • 202 203 #quando notei a revista da igreja sobre a pilha. Normalmen eu não teria aberto o que julgava uma estúpida publica religiosa, mas talvez aquele artigo sagrado estivesse lá estava. Levei a revista para o quartinho, fechei a porta e explodi em lágrimas. Eu havia sido valente, mas ver as corajosas re. comendações de papai para a convenção nacional publicai das foi mais do que eu podia suportar. Li e chorei, e reli. Pu xei a caixa de trás do piano e sob os recortes encontrei ume carta de duas páginas de Henry Cabot Lodge para meu pai, agradecendo as sugestões para sua campanha. Não contei a ninguém sobre minha caixa. Permaneceu um segredo. Estímulo Alguns dos maiores sucessos da história seguiram-se a uma palavra de estímulo ou a um ato de confiança de uma pessoa amada ou de um amigo confiável. Se não fosse por uma esposa confiante, Sophia, poderíamos não ter incluído na lista dos grandes nomes da literatura o de Nathaniel ~thorne. Quando Nathaniel, de coração partido, foi para casa para contar à sua esposa que era um fracasso e havia sido demitido de seu emprego na alfândega, ela o surpreendeu com uma exclamação de alegria. - Agora - disse ela triunfante - você pode escrever seu livro! - Sim - replicou o homem, com prudência - e de que viveremos enquanto eu estiver escrevendo? Para seu espanto, ela abriu uma gaveta e tirou uma quantia considerável de dinheiro. - Onde foi que você conseguiu isso? - exclamou ele. - Eu sempre soube que você era um homem genial - ela lhe disse. - Eu sabia que algum dia 78
você escreveria uma obra de arte. Assim, toda a semana, eu economizava um pouquinho do dinheiro que você me dava para as despesas • 205 • 204 #da casa. E aqui há o suficiente para nos mantermos durante um ano inteiro. De sua confiança surgiu um dos maiores romances da literatura norte-americana, The Scarlett Letter. Walt Jones A grande questão é se você será capaz de dizer um sincero sim à sua aventura. Joseph CampbA Ninguém é prova maior de que o sucesso é uma jornada e não um fim, do que aquelas pessoas sempre viçosas e em crescimento constante que não permitem que a idade impeça suas realizações. Florence Brooks juntou-se ao Corpo da Paz quando tinha 64 anos de idade. Gladys Clappison viveu no dormitório da Universidade de louva enquanto trabalhava em sua tese, aos 82 anos. E Ed Stitt, aos 87, trabalhou no programa de cursos universitários comunitários em Nova Jersey. Ed disse que isso evitava que ele se contaminasse com a doença "da velha guarda" e mantinha seu cérebro vivo. Provavelmente, em todos esses anos, ninguém despertou mais minha imaginação do que Walt Jones, de Tacoma, Washington. Walt sobreviveu à sua terceira esposa com quem estava casado há 52 anos. Quando ela morreu, alguém disse a Walt que devia ter sido triste perder uma companheira de tantos anos. Sua resposta foi: 206 • 207 - Bem, é claro que foi, mas, mais uma vez, talvez isso nha sido pelo seu bem. - Por quê? - Não quero ser negativo ou dizer algo que deponha contra a maravilhosa personalidade de minha esposa, ma na última década, ela estava me consumindo. Quando lhe pediram que explicasse, ele prossegw acrescentando: - Ela simplesmente nunca queria fazer nada, tornou-se retrógrada. Há dez anos, quando tinha 94 anos, eu disse minha esposa que nunca tínhamos viajado para lugar ai gum, exceto para o belo nordeste do Pacífico. Ela me perguntou o que eu tinha em mente, e eu lhe disse que pensava em comprar uma casa sobre rodas e que talvez pudéssemos visitar todos os 48 estados norte-americanos. "O que você acha disso?" Ela disse: -Acho que você perdeu o juízo, Walt. - Por que você diz isso? - perguntei. - Seríamos assaltados. Morreríamos e não seríamos nem velados. Então ela me perguntou: - Quem vai dirigir, Walter? - Eu, Lambie - respondi. - Você vai nos matar! - ela disse. Eu queria deixar pegadas nas areias do tempo antes de me retirar, mas não se pode deixar 79
pegadas nas areias do tempo quando se fica o tempo todo com o traseiro sentado... a não ser que se queira deixar "traseiradas" nas areias do tempo. - E agora que ela se foi, Walt, o que pretende fazer? - O que pretendo fazer? Enterrei a minha velha garota e comprei uma casa sobre rodas para mim. Estamos em 1976 e pretendo visitar todos os 48 estados para comemorar nosso bicentenário. 208 Walt foi a 43 dos estados naquele ano vendendo antigui dades e souvenirs. Quando lhe perguntaram se pegava ca ronistas, ele disse: - De jeito nenhum. A maioria deles o acertarão bem na cabeça por qualquer micharia ou o processarão por alta velo cidade se você se meter em algum acidente. Walt tinha sua casa sobre rodas há alguns meses apenas e sua esposa havia sido enterrada há apenas seis meses, quando foi visto descendo a rua com uma senhora bastante atraente, de 62 anos, ao seu lado. - Walt? - perguntaram-lhe. - Sim - respondeu ele. - Quem era a mulher sentada ao seu lado? Quem é essa sua nova amiga, Walt? Ao que ele respondeu: - Sim, ela é. -Ela é o quê? - Minha amiga. - Amiga? Walt, você foi casado três vezes, você tem 104 anos de idade. Essa mulher deve ter quatro décadas a menos que você. - Bem - respondeu ele. - Logo descobri que um ho mem não pode viver sozinho numa casa sobre rodas. - Compreendo, Walt. Provavelmente você sente falta de alguém com quem conversar, depois de ter uma companhei ra por todos estes anos. Sem hesitar, Walt replicou: - Eu sinto falta daquilo também. - Também? Você está insinuando que tem um interesse romântico? - Bem, eu poderia. - Walt... - O quê? - ele disse. - Há um tempo na vida em que se dispensa esse tipo de coisa. 209 - Sexo? - respondeu ele. - Sim. - Por quê? - Bem, porque esse tipo de esforço poderia ser preju ciai à saúde. Walt considerou a questão e disse: - Bem, se ela morrer, morreu. Em 1978, com uma inflação de dois dígitos esquentar o país, Walt foi um dos principais investidores no desenv vimento de um prédio de apartamentos. Quando lhe p guntaram por que estava tirando seu dinheiro de uma cor bancária segura e colocando-o 80
num empreendimento imo liário, ele disse: - Não ouviu dizer? São tempos de inflação. Você te que investir em bens imobiliários para que seu dinheiro se valorize e esteja aí anos depois, quando você realmente precisar. Que tal essa afirmação como pensamento positivo? Em 1980, ele vendeu grande parte de suas propriedades ao redor de Pierce County, Washington. Muitas pessoas pensaram que Walt estivesse batendo as botas, mas ele vendera as propriedades para ter fluxo de caixa. - Fiz um depósito pequeno e um contrato de 30 anos. Terei mil dólares por mês até os 138 anos. Ele comemorou seu centésimo décimo aniversário no programa de Johnny Carson. Estava resplandescente com sua barba branca e seu chapéu preto, parecendo-se um pouco com o recente Coronel Sanders, e Johnny disse: - É muito bom tê-lo aqui conosco, Walt. - É bom estar em qualquer lugar quando se tem 110 anos, Johnny. - 110? -110. -1-1-0? -210 - Qual é o problema, Carson, está perdendo a audição? Foi o que eu disse. É a minha idade. Qual é a grande novidade? - A novidade é que daqui a três dias você será duas vezes mais velho do que eu. Isso lhe chamaria a atenção, não é? Cento e dez anos de idade - um homem viçoso e em crescimento. Walt aproveitou a deixa e rapidamente devolveu a Johnny. - Quantos anos você teria se não soubesse sua data de nascimento e não houvesse nenhum para deprimi-lo uma vez por ano? Nunca ouviu falar em gente deprimida por causa de uma data do calendário? Ai, meu Deus, cheguei ao meu trigésimo aniversário. Estou tão deprimido, estou em cima do muro. Meu Deus, cheguei aos quarenta. Todos os membros de minha equipe de trabalho se vestiram de preto e mandaram um carro fúnebre me apanhar. Meu Deus, tenho cinqüenta anos. Meio século de idade. Enviaram-me rosas murchas com teias de aranha. Johnny, quem disse que uma pessoa deve se virar de lado e morrer aos 65 anos? Tenho amigos que prosperaram mais depois dos 75. E como conseqüência de um pequeno investimento que fiz num condomínio há alguns anos, ganhei mais dinheiro dos 105 anos para cá do que jamais ganhara. Posso dar-lhe minha definição de depressão, Johnny? - Vá em frente. - Deixar passar o aniversário. Que a história de Walt Jones possa nos inspirar a todos para que permaneçamos viçosos e em crescimento todos os dias de nossas vidas. Bob Moawad Você é suficientemente forte para agüentar críticas? Correndo riscos O valor não está no crítico, nem naquele que aponta a falha do forte ou mostra de que forma uma pessoa poderia ter feito algo melhor. O crédito pertence àquele que está de fato na arena, cujo rosto está marcado pela poeira, pelo suor e pelo sangue, que luta valentemente, que tenta muitas vezes sem alcançar, pois não há esforço 81
sem tentativa e dificuldades, que conhece a verdadeira devoção, que se esgota por uma causa valiosa, e que sabe que, na melhor das hipóteses, conhecerá a alta realização do triunfo, e que, na pior, se fracassar com coragem, seu lugar jamais será junto das frias e tímidas almas que desconhecem vitória ou derrota. Theodore Roosevelt Duas sementes descansam lado a lado no solo fértil da primavera. A primeira semente disse: - Eu quero crescer! Quero enviar minhas raízes às profundezas do solo e fazer meus brotos rasgarem a superfície da terra... Quero abrir meus botões como bandeiras anunciando a chegada da primavera... Quero sentir o calor do sol em meu rosto e a bênção do orvalho da manhã em minhas pétalas! E assim ela cresceu. A segunda semente disse: - Tenho medo. Se eu enviar minhas raízes às profundezas, não sei o que encontrarei na escuridão. Se rasgar a superfície dura, posso danificar meus brotos... e se eu deixar que meus botões se abram e um caracol tentar comê-los? E se abrir minhas flores e uma criança me arrancar do chão? Não é muito melhor esperar até que eu me sinta segura? 212• 213• #E assim ela esperou. Uma galinha ciscando no solo da primavera recent procura de comida, encontrou e rapidamente co a semente à espera de segurança. MORAL DA HISTÓRIA Os que se recusam a correr riscos e crescer são engolidos pela vida. Um homem escreveu uma carta para um pequeno hotel de uma cidade do centro-oeste que planejava visitar em suas férias. Escreveu: Gostaria muito de levar meu cachorro comigo. Ele é muito bem-cuidado e muito bemeducado. Seria possível que ficasse comigo em meu quarto à noite? Uma resposta imediata veio do dono do hotel, que disse: Administro este hotel há muitos anos. Em todo este tempo, nunca hospedei um cachorro que tivesse roubado as toalhas, as roupas de cama, os talheres ou os quadros das paredes. Nunca tive que expulsar um cachorro no meio da noite por estar bêbado e fazendo desordem. E nunca hospedei um cachorro que tivesse fugido sem pagar a conta. Portanto, seu cachorro é bem-vindo em meu hotel. E, se seu cachorro garantir, o senhor também será bem-vindo para se hospedar aqui. • 214 215• Karl Albrecht e Ron Zenke Service America 6 VENCENDO OBSTÁCULOS 82
Obstáculos são aquelas coisas tenebrosas que vemos quando desviamos os olhos de nossos objetivos. Henry Ford Obstáculos Nós, que vivemos nos campos de concentração, lembramo-nos dos homens que passavam pelas tendas confortando os outros, dando-lhes seu último pedaço de pão. Podem ter sido poucos, mas são prova suficiente de que se pode tirar tudo de um homem, menos uma coisa: a última de suas liberdades -.a de escolher seu comportamento em quaisquer circunstâncias; a de escolher seu próprio caminho. Viktor E. Frankl Man 's Search for Meaning 219• Considere isto: • Após o primeiro teste cinematográfico de Fred Astaire, o memorando do diretor de testes da ~, datado de 1933, dizia: "Não sabe representar! Ligeiramente calvo! Dança um pouco!" Astaire conservou este memorando pendurado sobre a lareira em sua casa de Beverly Hills. • Um perito comentou sobre Vince Lombardi: "Possui conhecimentos mínimos sobre futebol. Falta-lhe motivação." • Sócrates foi chamado de "corruptor imoral da juventude". • Quando Peter J. Daniel estava na quarta série, sua professora, Sra. Phillips, dizia constantemente: "Peter J. Daniel, você é imprestável, uma maçã bichada, e nunca chegará a lugar algum." Peter foi totalmente analfabeto até os 26 anos. Um amigo ficou acordado com ele a noite toda, e leu para ele uma cópia de Think and Grow Rich. Agora ele é dono das esquinas das ruas onde costumava brigar e acaba de publicar seu mais recente livro: Mrs. Phillips, You Were Wrong! (Sra. Phillips, a senhora estava errada!) • Louisa May Alcott, autora de Little Women, foi aconselhada por sua família a procurar trabalho como servente ou costureira. • Beethoven segurava o violino desajeitadamente e preferia tocar suas próprias composições ao invés de aperfeiçoar sua técnica. Seu professor julgava-o um compositor sem futuro. • Os pais do famoso cantor de ópera Enrico Caruso queriam que ele fosse engenheiro. Seu professor lhe disse que ele não tinha voz e não poderia cantar. • Charles Darwin, pai da Teoria da Evolução, abandonou a carreira médica e ouviu de seu pai: "Você não se importa com nada além de cães, caçar ratos e atirar." Em sua autobiografia, Darwin escreveu: "Fui considerado, por todos os meus mestres e por meu pai, um garoto muito comum, bem abaixo do padrão intelectual normal." • Walt Disney foi despedido pelo editor de um jornal por falta de idéias. Walt Disney também faliu várias vezes antes de construir a Disneylãndia. • Os professores de Thomas Edison disseram que ele era burro demais para aprender alguma coisa. • Albert Einstein não falou antes dos quatro anos de idade e não leu ant• es dos sete. 83
Seu professor o descreveu como "mentalmente lento, insociável e eternamente mergulhado em seus sonhos imbecis". Foi expulso e sua admissão na Escola Politécnica de Zurich foi recusada. • Louis Pasteur foi apenas um aluno medíocre nos estudos de primeiro grau; ficou em décimo quinto lugar entre os 22 alunos de química. • Isaac Newton foi muito mal na escola. • O pai do escultor Rodin disse: "Tenho um filho idiota." Descrito como o pior aluno da escola, Rodin foi reprovado três vezes no exame de admissão da escola de artes. Seu tio chamava-o de "ineducável". • Leon Tolstoi, autor de Guerra e Paz, foi afastado da escola por incompetência. Descreveram-no como "incapaz e sem vontade de aprender". • O dramaturgo Tennessee Williams se enfureceu quando sua peça Me, Vasha não foi escolhida num concurso na • 221 Considere isto • 220 Universidade de Washington, onde estava inscrito no so Inglês XVI. O professor recorda que Williams ques nou as escolhas dos juízes e sua inteligência. • Os funcionários de F.W. Woolworth's que trabalhavam depósito disseram que ele não tinha sensibilidade p atender os fregueses. • Henry Ford fracassou e faliu cinco vezes antes de ser finai: mente bem-sucedido. • Babe Ruth, considerado pelos historiadores do esporte co--fij mo o maior atleta de todos os tempos e famoso por estabelecer o recorde do honre run, também mantém o recorde bolas fora. • Winston Churchill repetiu a sexta série. Só foi Primeiro-No nistro da Inglaterra aos 62 anos e, mesmo assim, depois dê uma eternidade de derrotas e retrocessos. Deu suas maiores contribuições quando se tornou um "cidadão idoso". • Dezoito editores recusaram a história de 10.000 palavras de Richard Bach sobre a gaivota sublime, Fernão Capelo Gaivota, até que a Macmillan finalmente a publicou em 1970. Em 1975, já havia mais de sete milhões de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos. • Richard Hooker trabalhou por sete anos em M*A*S*H, seu romance satirizando a guerra, recusado simplesmente por 21 editores antes que a Morrow decidisse publicá-lo. Tornou-se um best-seller, dando origem a um filme de sucesso estrondoso e a um seriado de televisão altamente bem-su-, cedido. Desde quando John Corcoran podia se lembrar, as palavras zombaram dele. As letras das sentenças trocavam de lugar, os sons das vogais se perdiam nos túneis de seus ouvidos. Na escola, ele se sentava em sua carteira, ignorante e silencioso como uma pedra, sabendo que seria diferente de todos os outros, eternamente. Se simplesmente alguém tivesse se sentado ao lado daquele garotinho, colocado o braço em torno de seus ombros e dito "Vou ajudá-lo. Não tenha medo"... . Mas, até então, ninguém ouvira falar em dislexia. E John não podia lhes dizer que o seu lado esquerdo do cérebro, o lobo que os seres humanos usam para organizar os símbolos numa seqüência lógica, sempre falhara. Em vez disso, na segunda série, colocaram-no na fila dos "burros". Na terceira série, uma freira entregava uma régua às outras crianças quando John se recusava a ler ou a escrever e deixava que cada aluno lhe desse uma reguada nas pernas. Na quarta série, seu professor o chamava para ler e fazia com que todos esperassem em 84
silêncio, minuto após minuto, até que a criança pensasse que ia sufocar. E então ele passava para a série seguinte e para a outra. John Corcoran nunca repetiu de ano na vida. e, John Corcoran O homem que não sabia ler • 222 223 No último ano, John foi eleito rei da turma, portoucom segurança como orador e foi a estrela do time de bas. quete. Na formatura, sua mãe o beijou - e continuou falara_ do sobre a faculdade. Faculdade? Seria uma loucura só pen sar. Mas, finalmente, ele se decidiu pela Universidade da Texas em El Paso, onde poderia tentar o time de basquete. Respirou fundo, fechou os olhos... e tornou a cruzar as linhas inimigas. No campus, John perguntava a cada novo amigo: quais os professores que faziam questões dissertativas? Quais os que usavam testes de múltipla escolha? No exato momento em que pisava fora da sala de aula, ele arrancava as páginas de rabiscos do caderno, para o caso de alguém pedir para ver suas anotações. A noite, ficava olhando para grossos livros de textos, para que seu companheiro de quarto não desconfiasse. E deitava-se na cama, exausto, porém sem coraseguir dormir, incapaz de deixar sua mente perturbada descansar. John prometeu que iria à missa durante trinta dias seguidos ao raiar do dia se Deus apenas lhe permitisse tirar seu diploma. Conseguiu o diploma. Pagou a Deus seus trinta dias de missas. E agora? Talvez estivesse viciado. Talvez o motivo maior de sua insegurança - sua mente - fosse o que precisava ter admirado mais. Talvez por isso, em 1961, John se tornou professor. John lecionava na Califórnia. Todos os dias ele fazia um aluno ler o livro de textos para a classe. Ele usava testes padronizados que poderiam ser corrigidos com um gabarito perfurado nas questões corretas e, nas manhãs dos fins de semana, ficava horas deitado na cama, deprimido. Foi então que ele conheceu Kathy, enfermeira e uma aluna que só tirava A. Não uma tábua, como John. Uma pedra. - Há algo que preciso te contar, Kathy - disse ele certa noite, em 1965, antes de se casarem. - Eu... eu não sei ler. "Ele é professor", pensou ela. "Deve estar querendo dizer que não sabe ler bem." Kathy não compreendeu até anos mais tarde, quando viu que John não conseguia ler um livro infantil para sua filha de dezoito meses. Kathy preenchia seus formulários, lia e escrevia suas cartas. Por que ele simplesmente não pedia a ela que o ensinasse a ler e a escrever? Ele não acreditava que alguém pudesse ensiná-lo. Aos 28 anos, John tomou emprestados US$2.500, comprou uma segunda casa, consertou-a e alugou-a. Comprou e alugou outra. E mais outra. Seu negócio cresceu e cresceu até que ele precisou de uma secretária, um advogado e um sócio. Então, certo dia, seu contador contou-lhe que ele estava milionário. Perfeito. Quem iria notar que um milionário sempre puxava as portas onde estava escrito "EMPURRE", ou que se detinha antes de entrar em banheiros públicos, esperando para ver de qual deles saíam os homens? Em 1982, as coisas começaram a degringolar. Suas propriedades começaram a se esvaziar, e os investidores a se afastar. Ameaças de execução de hipotecas e processos 85
judiciais saltavam dos envelopes. Parecia-lhe que a todo o momento estava negociando com banqueiros para estender os prazos de seus empréstimos, persuadindo os construtores a permanecerem no trabalho, tentando dar sentido à pirâmide de papéis. Logo soube que estaria no banco das testemunhas e o homem de vestes negras lhe diria: "A verdade, John Corcoran. Você nem sabe ler?" Finalmente, no outono de 1986, aos 48 anos, John fez duas coisas que prometera não fazer jamais. Hipotecou sua casa para obter um empréstimo para uma última construção. E entrou na Biblioteca da Cidade de Carlsbad e disse à encarregada do programa de instrução: - Eu não sei ler. E então, chorou. Foi colocado junto a uma avó de 65 anos de idade chamada Eleanor Condit. Cuidadosamente - letra por letra, foneticamente - ela começou a ensiná-lo. Em 14 meses, sua - 225 -224 empresa de loteamentos começou a reviver. E John Corcoran estava aprendendo a ler. O passo seguinte foi uma confissão: uma palestra para uma platéia de duzentos executivos estupefactos em San Diego. Para curar-se, era preciso se sentir limpo. Ele foi colocado no conselho diretor do Conselho de Alfabetização de San Diego e começou a viajar pelo país fazendo palestras. - O analfabetismo é uma forma de escravidão! - lamentava ele. -Não podemos perder tempo culpando ninguém. Precisamos tornar-nos obsessivos em ensinar as pessoas a ler! Ele lia todos os livros e revistas que lhe caíam nas mãos, cada sinal de trânsito por que passava, em voz alta, enquanto Kathy pudesse suportar. Era glorioso, como cantar; e agora ele conseguia dormir. Então, certo dia lhe ocorreu - ainda havia algo que ele poderia finalmente fazer. Sim, aquela caixa empoeirada em seu escritório, aquele maço de papéis presos por um laço... um quarto de século depois, John Corcoran pôde ler as cartas de amor de sua esposa. Parcela Truax • 226 Abraham Lincoln não desistiu O senso do dever de continuar está presente em todos nós. A obrigação de lutar é obrigação de todos nós. Eu senti o apelo desta obrigação. Abraham Lincoln Provavelmente o maior exemplo de persistência é o de Abraham Lincoln. Se você quiser aprender sobre alguém que não desistiu, não procure mais. Nascido na miséria, Lincoln defrontou-se com a derrota ao longo de toda sua vida. Perdeu oito eleições, fracassou duas vezes nos negócios e teve um colapso nervoso. Poderia ter desistido muitas vezes -mas não desistiu e, por não ter desistido, tornou-se um dos maiores presidentes na história dos Estados Unidos. Lincoln era um vencedor e jamais se entregou. Aqui está um resumo do caminho percorrido por Lincoln até a Casa Branca: 1816 Sua família foi forçada a sair de sua casa. Ele teve que 86
trabalhar para sustentá-la. 1818 Sua mãe morreu. 1831 Fracassou nos negócios. 227 1832 Concorreu a deputado estadual - perdeu. 1832 Perdeu também o emprego - quis entrar na escola d Direito, mas não conseguiu ser admitido. 1833 Tomou dinheiro emprestado com um amigo para co meçar um negócio e, por volta do final do ano, estava falido. Passou os dezessete anos seguintes de sua vida pagando essa dívida. 1834 Candidatou-se novamente a deputado estadual -ga nhou. 1835 Estava noivo, sua noiva morreu e ele ficou desolado. 1836 Teve um colapso nervoso e ficou de cama durante seis meses. 1838 Indicado para porta-voz da Câmara Estadual - der- rotado. 1840 Indicado para o Colégio Eleitoral - derrotado. 1843 Candidato ao Congresso - perdeu. 1846 Candidato ao Congresso novamente-desta vez ganhou - foi a Washington e fez um bom trabalho. 1848 Candidato à reeleição para o Congresso - derrotado. 1849 Indicado para o Cartório de Registro de Imóveis em seu estado - rejeitado. 1854 Candidato ao Senado dos Estados Unidos - perdeu. 1856 Solicita a indicação para Vice-Presidente na convenção nacional do seu partido - obteve menos de cem votos. 1858 Candidato ao Senado dos Estados Unidos novamente - novamente perdeu. 1860 Eleito presidente dos Estados Unidos. O caminho foi difícil e escorregadio. Um de meus pés escorregou, empurrando o outro para fora da estrada, mas eu me levantei e disse a mim mesmo: "É apenas um deslize e não uma queda. " Abraham Lincoln Depois de perder uma candidatura ao Senado Licão de um filho A paixão de meu filho Daniel pelo surf começou aos treze anos. Antes e depois da escola, ele vestia sua roupa de borracha, remava para além da linha da arrebentação e esperava ser desafiado por suas companheiras de um a dois metros. O amor de Daniel pelo esporte foi posto à prova em certa tarde decisiva. - Seu filho sofreu um acidente - o salva-vidas disse a meu marido Mike ao telefone. - Feriu-se muito? - Bastante. Quando subiu para a superfície da água a ponta da prancha estava apontada para o seu olho. Mike correu com ele para um pronto socorro, de onde foram mandados para o consultório de um cirurgião plástico. Ele recebeu 26 pontos do canto do olho ao alto do nariz. Eu estava dentro de um avião, voltando de uma palestra, enquanto o olho de Dan estava 87
sendo costurado. Mike foi diretamente ao aeroporto depois que deixaram o consultório do médico. Ele veio ao meu encontro no portão e me disse que Dan estava esperando no carro. - Daniel? - estranhei. Lembro-me de ter pensado que as ondas deveriam estar ruins naquele dia. • 228 • 229 - Ele sofreu um acidente, mas vai ficar bem. O pior pesadelo de uma mãe em viagem de negócios via se realizado. Corri tão depressa para o carro que o salto meu sapato se quebrou. Eu quase arrebentei a porta do e meu filho mais novo, com um curativo no olho, inclinoupara a frente, com ambos os braços esticados em minha dir' ção, chorando: "Oh, Mãe, que bom que você voltou." Solucei em seus braços dizendo a ele como me sen mal por não estar lá quando o salvavidas telefonara. - Tudo bem, mamãe - ele me confortou. - Você nã sabe surfar, de qualquer jeito. - O quê? - perguntei, confusa diante da sua lógica. -Vou ficar bem. O médico disse que posso voltar para água dentro de oito dias. Estaria ele fora de si? Eu quis dizer a ele que estava proibido de se aproximar da água novamente antes dos 35 anos, mas, em vez disso, mordi a língua e rezei para que ele esquecesse o surf para sempre. Durante os sete dias seguintes, ele ficou me pressionando para deixá-lo voltar a subir na prancha. Um dia depois de eu lhe ter repetido enfaticamente "Não" pela centésima vez, ele me venceu no meu próprio jogo. - Mamãe, você nos ensinou a nunca desistirmos do que amamos. E me entregou um suborno - um poema emoldurado de Langston Hughes que havia comprado "porque o poema me lembrou você". De mãe para filho Bem, filho, eu te digo: A vida para mim não tem sido nenhuma escadaria de cristal. Ela tem preguinhos. E lascas, E tábuas arrancadas, E lugares sem tapete no chão - Desertos. Mas, todo tempo, Tem sido uma escalada, E várias aterrissagens, E um dobrar de esquinas, E algumas vezes penetrar na escuridão Onde não há luz. Assim, filho, não se volte, Não se detenha nos degraus, Por achar que são muito difíceis para uma criança. Não caia agora Pois eu continuarei prosseguindo, querido, Eu continuarei escalando, E a vida para mim não é nenhuma escadaria de cristal. Eu entreguei os pontos. Daniel era apenas um garoto apaixonado pelo surf. Agora ele é um homem com uma responsabilidade. Ele está entre os 25 maiores surfistas profissionais do mundo. Fui posta à prova em minha própria casa quanto a um importante princípio que ensino ao público em cidades distantes: "Pessoas apaixonadas abraçam o que amam e nunca desistem". 88
Danielle Kennedy 230 • 231 Fracasso? Não! Só dificuldades temporárias Ver as coisas na semente, isso é gênio. Lao-tse Ziggy © Ziggy and Friends. Distribuído por Universal Press Syndicate Inc. Reimpressão autorizada. Todos os direitos reservados. 232 Se você pudesse vir hoje ao meu escritório na Califórnia para me visitar, notaria de um lado da sala um belo e antigo balcão de mogno com ladrilhos espanhóis, e nove banquinhos forrados de couro (do tipo que se costumava ter nas velhas farmácias). Estranho? Sim. Mas, se aqueles banquinhos pudessem falar, eles lhe contariam uma história sobre o dia em que eu quase perdi as esperanças e desisti. Era um período de recessão após a Segunda Guerra Mundial e os empregos estavam escassos. Cowboy Bob, meu marido, havia comprado um pequeno negócio de lavagem a seco com um dinheiro emprestado. Tínhamos dois bebês adoráveis, as prestações de uma casa, um carro e todos os pagamentos periódicos costumeiros. Foi então que as coisas degringolaram. Não tínhamos dinheiro para as prestações da casa ou para qualquer outra coisa. Senti que não tinha nenhum talento especial, nenhum treinamento, nenhuma formação universitária. Eu não pen • 233 sava muito em mim mesma. Mas me lembrei de alguém no passado achava que eu tinha alguma capacidade nha professora de inglês na Escola Secundária de Alham Ela me estimulava a cursar jornalismo e me nomeou geres de propaganda e editora de reportagem do jornal da escola, Pensei: "Agora, se pudesse escrever uma 'Coluna de Com, pras' para o pequeno jornal semanal de nossa cidade, talvez pudesse conseguir as prestações da casa." Eu não tinha carro nem babá. Assim, saí empurrando meus dois filhos num frágil carrinho de bebês, com um gran de travesseiro amarrado atrás. A rolinha vivia caindo, mas eu a colocava de volta batendo com o salto do meu sapato e seguia em frente. Eu estava determinada a que meus filhos não perdessem sua casa como eu freqüentemente havia perdido a minha quando criança. Porém, não havia empregos disponíveis no escritório do jornal. Recessão. Então tive uma idéia. Perguntei se poderia comprar anúncios por atacado e vendê-los no varejo para uma "Coluna de Compras". Eles concordaram. Mais tarde, disseram-me que, secretamente, haviam me dado no máximo uma semana para continuar empurrando aquele carrinho pelas estradas até que eu desistisse. Mas estavam errados. A idéia da coluna no jornal funcionou. Consegui dinheiro suficiente para as prestações da casa e para comprar um velho carro usado que Cowboy Bob encontrara para mim. Em seguida, contratei uma garota do segundo grau para tomar conta dos meus filhos, das três às cinco, todas as tardes. Quando o relógio batia três horas, eu 89
passava a mão nas minhas amostras de jornal e voava pela porta em direção aos meus compromissos. Porém, certa tarde escura e chuvosa, todos os clientes com os quais eu havia trabalhado desistiram dos anúncios quando fui buscá-los. - Por quê? - perguntei. Eles disseram que haviam notado que Ruben Ahlman, Presidente da Câmara de Comércio e dono da Drogaria Rexall, não anunciava comigo. Sua loja era a mais popular da cidade. Eles respeitavam seu julgamento. - Deve haver algo errado com sua propaganda - eles explicaram. Meu coração afundou. Aqueles quatro anúncios teriam pago a prestação da casa. Então, pensei, vou tentar falar com o Sr. Ahlman mais uma vez. Todos gostam dele e o respeitam. Seguramente, ele me ouvirá. Todas as vezes que eu havia tentado me aproximar dele antes, ele se recusara a me ver. Estava sempre "fora" ou ocupado. Eu sabia que se ele publicasse seus anúncios comigo, os outros comerciantes da cidade seguiriam sua iniciativa. Desta vez, ao entrar na Drogaria Rexall, ele estava lá, atrás do balcão de remédios. Sorri o meu melhor sorriso e empunhei minha Coluna de Compras" cuidadosamente assinalada com o lápis de cera verde de meus filhos. Eu disse: - Todos respeitam a sua opinião, Sr. Ahlman. Poderia apenas olhar meu trabalho por um momento, para que eu possa dizer aos outros comerciantes o que o senhor acha? Sua boca ficou perpendicular, formando um "U" de cabeça para baixo. Sem dizer uma palavra, ele sacudiu enfaticamente a cabeça, num gesto negativo e desalentados. - NÃO! Meu coração nocauteado foi ao chão, fazendo tanto barulho que pensei que todo mundo tivesse ouvido. De repente, todo o meu entusiasmo desapareceu. Consegui chegar ao belo balcão na frente da drogaria, sentindo-me sem energia para dirigir até em casa. Eu não queria me sentar sem comprar algo, então puxei meus últimos dez centavos e pedi uma Cherry Coke. Pensava desesperadamente no que fazer. Será que meus bebês perderiam sua casa, como eu, que perdera a minha tantas vezes durante a infância? Minha professora de jornalismo estaria errada? Talvez aquele talen 234 235 to de que ela falava fosse apenas um embuste. Meus olhos encheram de lágrimas. Uma voz suave vinda do banco ao lado disse: - O que houve, meu bem? Olhei para o rosto solidário de uma simpática senhora de cabelos grisalhos. Desabafei contando-lhe minha estória, e terminei: - Mas o Sr. Ahlman, a quem todos respeitam tanto, não quer ver meu trabalho. - Deixe-me ver essa "Coluna de Compras" - disse ela, Pegou nas mãos meu exemplar assinalado do jornal e leu-o cuidadosamente do começo ao fim. Então, virou-se no banquinho, levantou-se e olhou novamente para o balcão de receitas, e numa voz de comando que poderia ter sido ouvida por todo o quarteirão, disse: - Ruben Ahlman, venha aqui! Era a Sra. Ahlman! Ela disse a Ruben que comprasse meu anúncio. Sua boca virou-se em sentido contrário, abrindo-se num amplo sorriso. Então ela me perguntou os nomes dos comerciantes que haviam se recusado a comprar os anúncios. Foi até o telefone e ligou para cada um deles. Abraçou-me e disse-me que eles estavam me aguardando; que eu voltasse 90
para pegar os anúncios. Ruben e Vivien Ahlman se tornaram nossos amigos queridos, além de clientes fixos dos anúncios. Fiquei sabendo que Ruben era um homem amável, que comprava de todo mundo. Ele havia prometido a Vivian não comprar mais nenhum anúncio. Estava apenas tentando manter sua palavra. Se tivesse perguntado às outras pessoas na cidade, eu descobriria que deveria ter falado com a Sra. Ahlman desde o começo. Aquela conversa no balcão foi o momento decisivo. Minha empresa de propaganda prosperou e hoje tem quatro escritórios, com 285 funcionários servindo a 4.000 contas com contratos permanentes de propaganda. Mais tarde, quando o Sr. Ahlman modernizou a velha drogaria e tirou o balcão, meu doce marido Bob comprou-o e instalou-o no meu escritório. Se você estivesse aqui na Califórnia, nos sentaríamos juntos nos bancos em frente ao balcão. Eu lhe serviria uma Cherry Coke e lhe recomendaria que nunca desistisse, que se lembrasse que a ajuda está sempre mais próxima do que pensamos. Então eu lhe diria que, se não consegue se comunicar com uma determinada pessoa, procure outras informações. Tente outro caminho. Procure alguém que possa se comunicar em seu nome, o endosso de uma terceira pessoa. E finalmente, eu lhe serviria estas palavras iluminadas e renovadoras de Bill Marriot, dos Hotéis Marriot: Fracasso? Nunca o enfrentei. Só me deparei com dificuldades temporárias. Dottie Walters 236 • 237 1. Inspiração 2. Permissão 3. Reafirmação 4.0 café ficar pronto 5. Minha vez 6. Alguém que abra caminho 7.0 restante das regras 8. Alguém para mudar 9. Passagens mais amplas 10. Vingança 11. Riscos menores 12. Mais tempo 13. Que um relacionamento significativo: a. melhore b. termine c. aconteça 14. A pessoa certa 15. Um desastre 16. Tempo para quase acabar 17. Um óbvio bode-expiatório 18. Que as crianças saiam de casa 19. Um Dow-Jones de 1500 20. Que o leão se deite com o carneiro 21. Acordo mútuo 22. Um tempo melhor 23. Um horóscopo mais favorá vel 24. Minha juventude retornar 25.0 aviso de dois minutos 26. A reforma legal 27. Que 91
Richard Nixon seja reeleito 28. Que a idade me conceda o direito à excentricidade 29. Amanhã 30. Três-coarias ou melhor 31. Meu check-up anual 32. Um melhor círculo de amizades 33. Que os riscos aumentem 34. Que o semestre comece 35. Caminho livre 36.0 gato parar de arranhar o sofá 37. A ausência de riscos 38. Que o cão que late no vizinho deixe a cidade 39. Meu tio retornar do serviço militar 40. Alguém me descobrir 41. Mais garantias 42. Uma taxa mais baixa de ganhos de capital 43.0 estatuto das limitações perder o valor 44. Meus pais morrerem! (brincadeirinha!) 45. A cura da herpes/Aids 46. Que as coisás que não entendo ou não aprovo desapareçam 47. Que as guerras acabem 48. Meu amor se reacender 49. Alguém para observar 50. Um conjunto de instruções claramente redigidas 51. Melhor controle de natali dade 52. Que a ERA termine 53. Um fim para a pobreza, injustiça, crueldade, falsida de, incompetência, pesti lência, crime e sugestões ofensivas 54. Uma patente rival expirar 55. A volta do Chicken Little 56. Meus subordinados amadu recerem 57. Meu ego se aperfeiçoar 58.0 bule ferver 59. Meu novo cartão de crédito 60.0 afinador do piano 61. Esta reunião terminar 62. Os meus créditos serem liberados 63. Os cheques do seguro desemprego expirarem 64. A primavera 65. Meu temo voltar do 92
tintureiro 66. Minha auto-estima se recuperar 67. Um sinal dos céus 68. Os pagamentos da pensão alimentícia terminarem 69. Que as preciosidades de inteligência ocultas em meus primeiros esforços vaidosos de ser reconheci do, sejam aplaudidas e substancialmente recom pensadas, para que eu possa trabalhar a segunda versão confortavelmente 70. Uma reinterpretação de Robert's Rules of Order 71. Que várias dores e sofri mentos cedam 72. Filas menores no banco Para ser mais criativo, estou esperando... • 238 • 239 #73. Que o vento aumente 74. Meus filhos se tornarem ponderados, arrumados, obedientes e auto-suficientes 75. A próxima estação 76. Outra pessoa para tomar coragem 77. Minha vida ser declarada ensaio geral, com algumas mudanças no roteiro permitidas antes da estréia 78. Que a lógica prevaleça 79. A próxima vez 80. Que você saia de frente da luz 81. Que o meu navio chegue 82. Um desodorante melhor 83. Que minha dissertação esteja terminada 84. Um lápis apontado 85. Que o cheque seja liberado 86. Que minha mulher, filme ou bumerangue voltem 87. A aprovação do meu médico, a permissão do meu pai, a bênção do meu pastor ou o Ok do meu advogado 88. A manhã 89. Que a Califórnia caia no mar 90. Um tempo menos turbul to 91.0 Iceman to Cometh 92. Uma oportunidade para ligar a cobrar 93. Escrever melhor 94. Que minha vontade de fumar desapareça 93
95. Que as cotações caiam 96. Que as cotações subam 97. Que as cotações se estabili zem 98. Que a herança do meu avô seja estabelecida 99. As cotações do fim de semana 100. Uma senha 101. Que você vá primeiro Todo mundo pode fazer alguma coisa A diferença básica entre um homem comum e um guerreiro é que um guerreiro toma tudo como desafio, enquanto um homem comum toma tudo ou como bênção ou como castigo. Don Juan David B. Campbell Roger Crawford tinha tudo o que precisava para jogar tênis - menos duas mãos e uma perna. Quando os pais de Roger viram seu filho pela primeira vez, viram um bebê com uma projeção parecida com um polegar saindo diretamente de seu antebraço direito e um polegar e um dedo saindo de seu antebraço esquerdo. Ele não tinha palmas. Os braços e pernas do bebê eram encurtados, e ele tinha apenas três dedos no mirrado pé direito e uma perna esquerda seca, que mais tarde viria a ser amputada. O médico disse que Roger sofria de ectrodactilismo, um raro defeito de nascença que afeta uma entre 90.000 crianças nascidas nos Estados Unidos. O médico disse que Roger provavelmente nunca andaria ou poderia cuidar de si mesmo. Felizmente, os pais de Roger não acreditaram no médico. - Meus pais sempre me ensinaram que eu só seria defeituoso o quanto quisesse ser - disse Roger. - Eles nunca - 240 • 241 #permitiram que eu sentisse pena de mim mesmo ou ti vantagem das pessoas por causa do meu defeito. Certa tive problemas porque meus trabalhos de escola estav sempre atrasados- explicou Roger, que tinha que segurar lápis com ambas as "mãos" para escrever devagar. - Pedi papai que escrevesse um bilhete para os meus professo pedindo que o prazo de minhas tarefas fosse adiado d dias. Em vez disso, papai me fez começar a escrever os tra lhos com dois dias de antecedência! O pai de Roger sempre o encorajou a se envolver nos e portes, ensinando Roger a receber e a lançar uma bola d voleibol e a jogar futebol no quintal depois da escola. Aos anos, Roger conseguiu ser destaque no time de futebol escola. Antes de cada jogo, Roger visualizava seu sonho de faz um touchdown. Então, um dia, teve sua chance. A bola caiu em seus braços e ele correu o mais rápido que pôde com sua perna artificial em direção ao gol, seu treinador e seus colegas torcendo loucamente. Porém, antes dele chegar lá, um garoto do outro time agarrou seu tornozelo esquerdo. Roger, tentou libertar sua perna artificial, mas, em vez disso, ela acabou se soltando. - Eu ainda estava em pé - relembra Roger. - Eu não sabia mais o que fazer e então comecei a 94
saltar de um pé só até o gol. O juiz correu e lançou as mãos para o ar. Touchdownl Sabe, melhor ainda que os seis pontos, foi ver a expressão no rosto do garoto que ficou segurando minha perna artificial. O amor de Roger pelos esportes cresceu e também sua autoconfiança. Mas nem todos os obstáculos abriam caminho para a determinação de Roger. Comer no refeitório, com os outros garotos observando a bagunça que ele fazia com a comida, era muito doloroso para Roger, assim como seus fracassos sucessivos na aula de datilografia. -Aprendi uma boa lição na aula de datilografia - disse Roger. - Não se pode fazer tudo; é melhor nos concentrarmos naquilo que podemos fazer. Uma das coisas que Roger podia fazer era manejar uma raquete de tênis. Infelizmente, quando o fazia com força, sua fraca empunhadura geralmente lançava a raquete no espaço. Por sorte, Roger encontrou uma raquete de tênis estranha numa loja de esportes e, acidentalmente, enfiou o dedo entre as duas partes do seu cabo duplo quando a empunhou. O formato da raquete possibilitou a Roger bater, sacar e lançar como um jogador sem nenhuma deficiência. Ele praticava todos os dias e logo estava jogando - e perdendo partidas. Mas Roger persistiu. Praticou e praticou, e jogou e jogou. Uma cirurgia nos dois dedos de sua mão esquerda permitiu a Roger empunhar melhor sua raquete especial, aperfeiçoando enormemente seu jogo. Apesar de não ter um modelo para copiar, Roger ficou obcecado pelo tênis e com o tempo começou a vencer. Roger continuou a jogar na faculdade, terminando sua carreira com 22 vitórias e 11 derrotas. Mais tarde, tornou-se o primeiro jogador de tênis deficiente fisico a ser reconhecido como professor profissional pela Associação Norte-Americana de Tênis Prófissional. Agora Roger viaja pelo país, dando palestras sobre o que é necessário para ser um vencedor, não importa quem você seja. -A única diferença entre vocês e eu é que vocês podem ver minhas deficiências, mas eu não posso ver as suas. Todos nós as temos. Quando as pessoas me perguntam como fui capaz de superar minhas deficiências físicas, eu lhes digo que não superei nada. Simplesmente aprendi o que não posso fazer - como tocar piano ou comer com palitinhos - mas, mais importante, aprendi o que posso fazer. E assim, faço o que posso, com todo meu coração e toda a minha alma. Jack Canfield • 242 • 243 Sim, você pode Experiência não é aquilo que acontece a um homem. É o que um homem faz com o que lhe acontece. Aldous Huxley O que aconteceria se, aos 46 anos, você se queimasse num terrível acidente de motocicleta a ponto de ficar irreconhecível e, quatro anos mais tarde, ficasse paralítico da cintura para baixo num acidente aéreo? Então você poderia se imaginar tornando-se um milionário, um respeitado orador, um feliz recém-casado e um bem-sucedido homem de negócios? Poderia se imaginar praticando canoagem? Sky diving? Concorrendo a uma carreira política? W. Mitchell fez tudo isso e muito mais, depois que dois horríveis acidentes deixaram seu rosto como uma colcha de retalhos, de tantos enxertos de pele, suas mãos 95
sem os dedos e suas pernas finas e sem os movimentos, preso a uma cadeira de rodas. As dezesseis cirurgias que Mitchell enfrentou após o acidente de motocicleta que queimou mais de 65% do seu corpo, deixaram-no impossibilitado de segurar um garfo, discar • 244 o telefone ou ir ao banheiro sem ajuda. Mas Mitchell, ex-fuzileiro naval, nunca acreditou que estivesse derrotado. - Eu sou o capitão da minha nave espacial. Eu digo "para cima" e "para baixo". Eu poderia ter escolhido essa situação como um retrocesso ou como um ponto de partida. Seis meses depois, ele estava novamente pilotando um avião. Mitchell comprou uma casa em estilo vitoriano no Colo- 19 rado, alguns imóveis, um avião e um bar. Mais tarde, juntouse a dois amigos e os três fundaram uma madeireira que progrediu até se tornar a segunda maior empresa privada de Vermont. Quatro anos depois do acidente de motocicleta, o avião que Mitchell pilotava espatifou-se na pista durante a decolagem, esmagando 12 de suas vértebras torácicas e paralisando-o permanentemente da cintura para baixo. - Eu me perguntava que diabos estaria acontecendo comigo? O que eu fiz para merecer isso? Impávido, Mitchell trabalhou noite e dia para recuperar ao máximo sua independência. Elegeu-se Prefeito de Crestem Butte, no Colorado, para salvar a cidade da mineração, o que arruinaria sua beleza natural e o meio ambiente. Mais tarde candidatou-se ao Congresso, transformando sua estranha aparência em vantagem, com slogans como "Não apenas mais um belo rosto". A despeito de sua aparência a princípio chocante, e de seus desafios, Mitchell começou a praticar canoagem, apaixonou-se e casou-se, fez mestrado em administração pública e continuou a pilotar, a participar de atividades ligadas ao meio ambiente e a falar em público. A atitude mental inabalável de Mitchell renderam-lhe aparições no Today Show e no Good Morning América, assim como reportagens nas revistas Parade, Time, no The New York Times e outras publicações. - Antes de ficar paralítico, havia dez mil coisas que eu podia fazer- diz Mitchell. -Agora há nove mil. Posso ficar • 245 #com as mil que perdi, ou me concentrar nas nove mil que me restam. Digo às pessoas que tive dois enormes solavancos em minha vida. Se escolhi não usá-los como uma desculpa para desistir, talvez algumas das experiências que vocês estejam vivendo e que os estejam desestimulando, possam ser colocadas sob uma nova perspectiva. Você pode recuar, ter uma visão mais ampla e a oportunidade de dizer "Afinal, talvez isso não seja tão ruim assim". Lembre-se: "Não é o que lhe acontece, é a sua atitude em relação ao que lhe acontece." Iack Canfield e Mark V. Hansen Corra, Patti, corra Jovem de tenra idade, Patti Wilson soube através de seu médico que era epilética. Seu pai, Jim Wilson, costumava fa zer jogging pela manhã. Um dia, sorrindo através de seu apa1~ relho de adolescente, ela disse: ~ - Papai, eu gostaria mesmo era de coper com você todos os dias, mas tenho medo de ter uma crise. 96
Seu pai lhe disse: - Se tiver, sei como controlá-la, então gamos começar a correr! E foi o que fizeram, todos os dias. Foi ~ experiência maravilhosa que os dois compartilharam, e Patti não teve nenhuma crise durante as corridas. Depois de algumas se- ii manas, ela disse a seu pai: - Papai, o que eu gostaria mesmo era de quebrar o recorde mundial de corrida de longa distânciâ Para mulheres. Seu pai consultou o livro Guiness de recordes mundiais e descobriu que o máximo que uma mulhei já correra haviam sido 128 quilômetros. Como caloura do colégio, Patti declarou: - Vou correr do Município de Orange até São Francisco (uma distância de 640 quilômetros). No segundo ano - con• 246 247 tinuou -, vou correr até Portland, Oregon (mais de 2.400 quilômetros). No terceiro ano correrei até St. Louis (cerca de 3.200 quilômetros). E, no último, vou correr até a Casa Branca (mais de 4.800 quilômetros de distância). Em vista de sua deficiência, Patti era tão ambiciosa quanto entusiasta, mas disse que via sua epilepsia simplesmente como "uma inconveniência". Concentrava-se não no que havia perdido, mas no que lhe restava. Naquele ano, completou seu percurso até São Francisco vestindo uma camiseta que dizia "Amo os epiléticos". Seu pai correu cada milha a seu lado, enquanto sua mãe, enfermeira, seguia atrás deles numa motor honre, para o caso de algo sair errado. No segundo ano, os colegas de Patti a seguiram. Fizeram um poster gigante onde se lia "Corra, Patti, Corra!" (Desde então, este se tornou seu lema e o título de um livro que ela escreveu.) Em sua segunda maratona, a caminho de Portland, ela fraturou um osso do pé. Um médico disse-lhe que ela teria que parar a corrida. Ele disse: - Tenho que engessar seu tornozelo para que você não sofra um dano permanente. -Doutor, o senhor não compreende-disse ela. -Este não é apenas um dos meus caprichos, é uma grande obsessão! Não estou fazendo isso por mim, estou fazendo para romper as correntes que aprisionam o cérebro de tantos outros. Não há uma forma de eu continuar correndo? Ele deu a ela uma alternativa. Ele poderia enfaixá-la com esparadrapo em vez de engessá-la. Advertiu-a de que seria incrivelmente doloroso, e disse-lhe: "Seu tornozelo ficará cheio de bolhas." Ela pediu ao médico que enfaixasse. Ela terminou o percurso até Portland, completando o último quilômetro com o governador do Oregon. Vocês devem ter visto as manchetes: "Super Corredora, Patti Wilson, Termina Maratona Pela Epilepsia Em Seu 17° Aniversário!" Depois de quatro meses de corrida quase contínua da Costa Oeste até a Costa Leste, Patti chegou à Casa Branca em Washington e apertou a mão do presidente dos Estados Unidos. Ela lhe disse: - Queria que as pessoas soubessem que os epiléticos são seres humanos normais com vidas normais. Há pouco tempo, contei esta história num de meus seminários e, em seguida, um homem grande com os olhos cheios d'água me procurou, estendeu a mão enorme e carnuda e disse: -Mark, meu nome é Jim Wilson. Você estava falando de minha filha, Patti. 97
Os nobres esforços de Patti, como seu pai me contou, ajudaram a levantar dinheiro suficiente para abrir dezenove centros multimilionários para epiléticos por todo o país. Se Patti Wilson pode fazer tanto com tão pouco, o que você, com sua saúde perfeita, poderia fazer para superar seu próprio desempenho? Mark V. Hansen 248 249 O poder da determinação A casinha da escola rural era aquecida por um velho e bo! judo forno a carvão. Um garotinho tinha a função de ir mais,, cedo à escola todos os dias, para acender o fogo e aquecer o recinto antes que a professora e seus colegas chegassem. Certa manhã, eles chegaram e encontraram a escol engolida pelas chamas. Retiraram o garotinho inconsciente do prédio em chamas, mais morto do que vivo. Tinha queimaduras profundas na parte inferior do corpo e foi levado para o hospital do município vizinho. De seu leito, o semiconsciente e pavorosamente queimado garotinho ouviu ao longe o médico que conversava com sua mãe. O médico dizia a ela que seu filho seguramente morreria- o que na realidade, até seria melhor-pois o terrível fogo devastara a parte inferior de seu corpo. Porém o bravo garoto não queria morrer. Ele se convenceu de que sobreviveria. De alguma maneira, para surpresa do médico, ele realmente sobreviveu. Quando o risco de morte havia passado, ele novamente ouviu o médico e sua mãe falando baixinho. A mãe foi informada de que, uma vez que o fogo destruíra tantos músculos na parte inferior de seu corpo, quase que teria sido melhor que ele tivesse morrido, já que estava condenado a ser eternamente inválido e não fazer uso algum de seus membros inferiores. Mais uma vez o bravo garoto tomou uma decisão. Não seria inválido. Ele andaria. Mas, infelizmente, da cintura para baixo, ele não tinha nenhuma capacidade motora. Suas pernas finas pendiam inertes, quase sem vida. Finalmente, ele teve alta do hospital. Todos os dias sua mãe massageava suas perninhas, mas não havia sensação, controle, nada. Ainda assim, sua determinação de andar era mais forte do que nunca. Quando ele não estava na cama, estava confinado a uma cadeira de rodas. Num dia ensolarado, sua mãe o conduziu até o quintal para tomar um pouco de ar fresco. Neste dia, ao invés de ficar sentado na cadeira, ele se jogou no chão. Arrastou-se pela grama, puxando as pernas atrás de si. Arrastou-se até a cerca de estacas brancas que limitava o terreno. Com grande esforço, levantou-se apoiando-se na cerca. E então, estaca por estaca começou a arrastar-se ao longo da cerca, decidido a andar. Começou a fazer isso todos os dias até que um caminho se formou ao lado da cerca, e em volta de todo o quintal. Não havia nada que ele desejasse mais do quedar vida àquelas pernas. Finalmente, com as massagens diárias, com sua persistência de ferro e com sua resoluta determinação, ele foi capaz de ficar em pé, depois de andar mancando, e então, de andar sozinho. Mais tarde, de correr. Começou a caminhar para a escola, depois passou a correr para a escola, e a correr, pura e simplesmente, pela alegria de correr. Na faculdade, integrou o time de corrida com obstáculos. Depois, no Madison Square Garden, aquele rapaz sem esperanças de sobreviver, que 98
seguramente não andaria nunca mais, e que jamais poderia esperar correr - aquele rapaz determinado, o Dr. Glenn Cunningham, foi o corredor mais rápido do mundo na corrida de uma milha! Burt Dubin 250 251 Fé Nós, os quadraplégicos, somos seres fortes. Se não fôssemos, não estaríamos por aí atualmente. Sim, somos uma espécie resistente. De muitas formas, fomos abençoados com doses de sabedoria e humor que não são concedidas a todos. E, permitam-me dizer, toda essa recusa de aceitação total ou completa da deficiência de alguém está conectada a uma única coisa - fé, uma fé quase divina. Lá em baixo, na recepção do Instituto de Medicina Física e Reabilitação em East River, Rua 34, East 400, na cidade de Nova York, há uma placa de bronze pregada à parede. Durante os meses em que freqüentei o Instituto para tratamento - duas ou três vezes por semana - passei por aquela recepção muitas vezes - indo e vindo. Mas nunca parei o suficiente para me afastar para o lado e ler as palavras que estão escritas naquela placa, segundo dizem, proferidas por um soldado confederado anônimo. Então, certa tarde, li a placa. Li e reli. E, quando terminei de ler pela segunda vez, estava a ponto de explodir - não de desespero, mas de uma força interior, que me fazia querer arrancar os braços de minha cadeira de rodas. Gostaria de compartilhar com vocês essas pa lavras.. • 252 Um credo para os que sofrem Pedi a Deus força, para que pudesse realizar. Fui feito fraco, para que aprendesse a obedecer humildemente... Pedi saúde, para que pudesse realizar grandes feitos. Me foi dada a enfermidade, para que eu pudesse fazer coisas melhores... Pedi riquezas, para que pudesse ser feliz. Me foi dada a pobreza, para que eu fosse sábio... Pedi poder, para que eu pudesse exercê-lo sobre os homens. Me foi dada a fraqueza, para que eu pudesse sentir a necessidade de Deus... Pedi todas as coisas, para que pudesse aproveitar a vida. Me foi dada a vida, para que eu pudesse aproveitar todas as coisas... Não obtive nada do que pedi - mas tudo por que ansiava. Quase a despeito de mim mesmo, minhas orações silenciosas foram atendidas. Sou, entre os homens, o mais plenamente abençoado! Roy Campanella • 253 A Sra. Betty Tisdale é uma heroína de categoria mundial. Quando a guerra no Vietnã esquentou, em abril de 1975, ela, soube que precisava salvar os quatrocentos órfãos 99
que estavam para ser jogados nas ruas. Ela e seu marido, o ex-pediatra Coronel Patrick Tisdale, que era viúvo e já tinha cinco filhos, já haviam adotado cinco garotas vietnamitas órfãs. Em 1954, como médico da marinha dos Estados Unidos no Vietnã, Tom Dooley ajudou refugiados a escaparem dos comunistas do norte. Betty diz: - Realmente acho que Tom Dooley era um santo. Sua influência mudou minha vida para sempre. Por causa do livro de Dooley, ela pegou todas as suas economias e viajou para o Vietnã quatorze vezes em férias, para visitar e trabalhar em hospitais e orfanatos que ele fundou. Em Saigon, apaixonou-se pelos órfãos do An Lac (Lugar Feliz), dirigido por madame Vu Thi Ngai, e que, mais tarde, no dia em que o Vietnã caiu, foi evacuado por Betty, que voltou à Geórgia levando as crianças para viver com ela e seus dez filhos. Quando Betty, uma pessoa do tipo "faça já" e "invente soluções conforme os problemas vão surgindo", percebeu o drama das quatrocentas crianças, entrou em ação a toda velocidade. Telefonou para Madame Ngai e disse: "Sim! Irei buscar as crianças e adotarei todas." Não sabia como o faria. Apenas sabia que faria. Mais tarde, num filme sobre a desocupação, The Children of An Lac, Shirley Jones retratou Betty. Em instantes, ela começou a mover montanhas. Usou vários expedientes para levantar o dinheiro necessário. Simplesmente decidiu fazê-lo e fez. Ela disse: - Eu visualizava todas aquelas crianças crescendo em bons lares cristãos na América, e não sob o comunismo. Isso a manteve motivada. Ela partiu para o Vietnã de Fort Benning, na Geórgia, num domingo, chegou na terça-feira em Saigon e, sem dormir, venceu milagrosamente cada obstáculo para embarcar quatrocentas crianças para fora de Saigon até a manhã de sábado. No entanto, no momento de sua chegada, o chefe do serviço social vietnamita, Dr. Dan, anunciou repentinamente que só aprovaria a saída de crianças menores de dez anos e que todas deveriam ter certidão de nascimento. Rapidamente, ela descobriu que órfãos de guerra têm apenas a sorte de estarem vivos. Eles não têm certidões de nascimento. Betty foi ao departamento pediátrico do hospital, obteve 225 certidões de nascimento e criou rapidamente datas e locais de nascimento para os 219 recém-nascidos, bebês e crianças. Ela diz: - Não tenho idéia de quando e onde nasceram e quem eram seus pais. Meus dedos apenas criaram certidões de nascimento. Certidões de nascimento eram a única esperança que as crianças tinham de deixar o lugar a salvo e terem um futuro viável com liberdade. Era agora ou nunca. Agora ela precisava de um local para alojar os órfãos, uma vez que haviam sido despejados... Os militares em Fort Benning resistiram, mas Betty persistiu com inteligência e tenacidade. Por mais que tentasse, não conseguia falar com o General Comandante ao telefone, então ligou para o escritó • 255 Ela salvou 219 vidas • 254 rio do Secretário do Exército, Bo Callaway. Ele também tinhã dado uma ordem de que as chamadas de Betty não seriam atendidas, não importava o quanto fossem urgentes e de i" portância vital. No entanto, Betty não seria derrotada. Havia chegado muito longe 100
para ser detida agora. Como ele também era da Geórgia, ela ligou para a mãe dele e contou-lhe seu caso. Betty a envolveu com seu coração e pediu que intercedesse. Praticamente do dia para a noite, o Secretário do Exército, seu filho, respondeu e providenciou para que uma escola em Fort Benning fosse usada como casa provisória para os órfãos de An Lac. Mas o desafio de retirar as crianças ainda estava por ser realizado. Ao chegar em Saigon, Betty dirigiu-se imediatamente ao Embaixador Graham Martin e pleiteou algum tipo de transporte para as crianças. Ela tentara fretar um vôo da Pan Am, mas o Lloyds de Londres aumentara tanto o seguro que se tornara impossível negociar àquela altura. O embaixador concordou em ajudar se todos os documentos fossem liberados pelo governo vietnamita. O Dr. Dan assinou a última declaração, literalmente, enquanto as crianças embarcavam em dois aviões da força aérea. Os órfãos estavam subnutridos e doentes. Muitos nunca haviam saído do orfanato. Estavam assustados. Ela recrutara soldados e a equipe da ABC para ajudar a segurá-los, transportá-los e alimentá-los. É incrível de que forma permanente e profunda os corações daqueles voluntários ficaram tocados naquele lindo sábado em que 219 crianças foram transportadas para a liberdade. Todos os voluntários choraram de alegria e satisfação por terem contribuído tangivelmente para a liberdade do próximo. Os vôos fretados das Filipinas para casa criaram uma grande controvérsia. O custo do avião da United Airlines foi de US$21.000.0 Dr. Tisdale garantiu o pagamento por amor aos órfãos. Se Betty tivesse tido mais tempo, provavelmente conseguiria de graça! Mas o tempo era o principal, então ela agiu rapidamente. Aproximadamente um mês depois de sua chegada aos Estados Unidos, todas as crianças haviam sido adotadas. A agência Tresler Lutheran, em York, Pennsylvania, especializada em adoções de crianças deficientes, encontrou um lar para cada órfão. Betty provou repetidas vezes que, definitivamente, se pode fazer qualquer coisa, basta ter disposição para pedir, para não se acomodar diante de um "não", para fazer o que for necessário e perseverar. Como disse o Dr. Tom Dooley certa vez: "São necessárias pessoas comuns para fazer coisas extraordinárias." Jack Canfield e Mark V. Hansen 257 256 Em 1989, um terremoto de 8.2 graus quase nivelou a Armênia, matando mais de 30 mil pessoas em menos de quatro minutos. Em meio à completa devastação e ao caos, um pai deixou sua esposa a salvo em casa e correu para a escola onde seu filho deveria estar, descobrindo simplesmente que o prédio tinha sido achatado como uma panqueca. Depois do traumático choque inicial, ele lembrou a promessa que fizera a seu filho: - Haja o que houver, eu sempre estarei com você! E lágrimas começaram a encher seus olhos. Olhando para a pilha de escombros que antes havia sido a escola, parecia sem esperança, mas ele continuava recordando seu compromisso com o filho. Começou a se concentrar nos caminhos que percorria para conduzir o filho à classe todas as manhãs. Lembrandose que a classe de seu filho ficava no canto direito ao fundo do prédio, ele correu para lá e começou a cavar no meio do entulho. Enquanto cavava, outros pais desesperados chegaram com os corações apertados e dizendo: - Meu filho! 101
- Minha filha! Outros pais bem-intencionados tentavam retirá-lo de cima do que sobrara da escola dizendo: - Tarde demais! - Estão mortos! -Você não pode ajudar! - Vá para casa! - Vamos, encare a realidade, não há nada que você pos sa fazer! - Você só vai piorar as coisas! E a cada um ele respondia com apenas uma frase: - Você vai me ajudar? - e continuava cavando em bus ca de seu filho, pedra por pedra. O chefe do corpo de bombeiros apareceu e tentou afastá lo das ruínas da escola dizendo: - Há incêndios começando e explosões em toda a parte. O senhor está em perigo. Nós cuidaremos de tudo. Vá para casa. Ao que este pai armênio, amoroso e cuidadoso, respon dia: - Você vai me ajudar? A polícia chegou e disse: - O senhor está revoltado, decepcionado e arrasado. O senhor está colocando outras pessoas em risco. Vá para casa. Nós cuidaremos disso! A quem ele replicou: - Você vai me ajudar? Ninguém o ajudou. Corajosamente, ele prosseguiu sozinho, porque precisa va ver com seus próprios olhos: "Meu garoto estará vivo ou morto?" Cavou por oito horas... 12 horas... 24 horas... 36 horas... e então, na trigésima oitava hora, removeu uma enorme pedra • 259 Você vai me ajudar? 258 #e ouviu a voz de seu filho. Gritou seu nome "ARMAND!" E ouviu em resposta: - Papai?! Sou eu, papai! Eu disse aos outros garotos que não se preocupassem. Disse a eles que se estivesse vivo, você me salvaria, e quando me salvasse, todos estariam salvos. Você prometeu "Haja o que houver, estarei sempre com você!" Você cumpriu, papai! - O que está acontecendo aí? Como está? - perguntou o pai. - Restaram quatorze da nossa turma de 33, papai, Estamos assustados, com fome, com sede, e gratos por você estar aqui. Quando o prédio caiu, formou-se uma cunha, como um triângulo, e isso nos salvou. - Saia daí, garoto! - Não, papai! Deixe os outros garotos saírem primeiro, porque sei que o senhor vai me esperar! Haja o que houver, sei que estará sempre comigo! Há um romance do século dezenove que se passa numa pequena cidade gaulesa, na qual, durante os últimos quinhentos anos, a cada ano, na noite de Natal, o povo todo se reúne na igreja para orar. Pouco antes da meia-noite, eles acendem velas e, cantando cânticos e hinos, descem alguns quilômetros por um caminho de terra, em direção a uma velha choupana de pedra abandonada. Lá montam um presépio, com manjedoura e 102
tudo. E, em simples devoção, se ajoelham e rezam. Seus hinos aquecem o ar gelado de dezembro. Todos da cidade, podendo caminhar, estão lá. Há um mito naquela cidade, uma crença de que se todos os habitantes estiverem presentes na noite de Natal, e se todos rezarem com fé verdadeira, então, e só então, ao bater da meia-noite, o Messias retornará. E durante quinhentos anos, o povo tem ido àquela ruína de pedra e rezado. Entretanto, o retorno do Messias os iludiu. Pergunta-se a uma das principais personagens neste romance: - Você acredita que Ele voltará para a nossa cidade na noite de Natal? -Não -ele responde, balaçando tristemente a cabeça não acredito. Só mais uma vez Mark V. Hansen 260• • 261 - Então, por que vai todos os anos? - pergunta - Ah - diz ele sorrindo. - E se eu for o único a não tar lá quando acontecer? Sua fé é bem pequena, não é? Mas, ainda assim é algo fé. Como foi dito no Novo Testamento, basta uma fé do ta. manho de um grão de semente de mostarda para entrar no reino dos céus. E, algumas vezes, ao trabalharmos com crianças perturbadas, jovens que correm perigo, adolescentes pra blemáticos, parceiros, amigos ou clientes alcoólatras, corruptos ou depressivos... é nesses momentos que precisamos daquele pouquinho de fé que fazia aquele homem retornar à ruína de pedra na noite de Natal. Só mais uma vez. Só esta próxima vez, talvez aconteça. Às vezes, somos chamados a trabalhar com pessoas que outros já perderam todas as esperanças de recuperar. Talvez nós também cheguemos à conclusão de que não há possibilidade de mudança ou crescimento. É nesta hora que, se conseguirmos encontrar o menor resíduo de esperança, dobramos a esquina e conseguimos uma melhoria considerável, salvamos alguém que vale a pena ser salvo. Por favor volte, amigo, só mais uma vez. Hanoch McCarty Há muitas pessoas que poderiam ser campeãs olímpicas; todos os norte-americanos que nunca tentaram. Estimo que cinco milhões de pessoas poderiam ter me vencido nos anos em que ganhei a competição de salto com vara; cinco milhões, no mínimo. Homens mais fortes, maiores e mais velozes do que eu poderiam tê-lo feito, mas nunca pegaram uma vara; nunca fizeram o menor esforço para tirar as pernas do chão e tentar passar por cima da barra. A grandeza está ao nosso redor. É fácil ser grande porque as grandes pessoas o ajudarão. O fantástico em todas as convenções a que vou é que as pessoas mais importantes da área comparecem e compartilham suas idéias, métodos e técnicas com todos os outros. Tenho visto os maiores homens de vendas se abrirem e mostrarem aos jovens vendedores exatamente como fizeram. Eles não escondem. Também descobri que isso acontece ainda no mundo dos esportes. Nunca me esquecerei de quando estava tentando bater o recorde de Dutch Warmer Dam. Eu estava cerca de uns 30 centímetros abaixo de sua marca; então, telefonei para ele. Disse-lhe: - Dutch, você me ajudaria? Parece que estou estacionado. Não consigo saltar mais alto. 263 103
Há grandeza ao seu redor - aproveite-a 262 I Ele disse: -Claro, Bob, venha me visitar e eu lhe transmitirei tudo que sei. Passei três dias com o mestre, o maior do mundo. Por três dias, Dutch me ensinou tudo que sabia. Havia coisas que eu estava fazendo errado e ele as corrigiu. Para encurtar a história, saltei 16 centímetros mais do que sua marca. Aquele grande sujeito me deu o melhor que podia. Descobri que campeões do esporte e heróis fazem isso de boa vontade, apenas para que você também se torne grande. John Wooden, o grande treinador de basquete da UCLA., tem a filosofia de que todos os dias se deve ajudar alguém que nunca possa lhe retribuir. Este é o seu dever. Quando estava na faculdade, trabalhando em sua tese sobre futebol defensivo e explorador, George Allen redigiu um questionário de trinta páginas e enviou-o para os melhores treinadores do mundo. Oitenta e cinco por cento responderam todo o questionário. Os grandes compartilham; foi o que fez de George Allen um dos maiores técnicos de futebol do mundo. Os grandes contam seus segredos. Procure-os, telefone-lhes ou compre seus livros. Vá onde eles estão, fique em volta deles, converse com eles. É fácil ser grande quando se está ao lado dos grandes. Bob Richards Atleta Olímpico 264• 7 SABEDORIA ECLÉTICA Esta vida é um teste. É só um teste. Se fosse de verdade Você teria recebido Mais instruções sobre Onde ir e o que fazer! Retirado de um quadro de avisos #Negócio fechado! Quando Marita tinha treze anos, as meninas usavam camisetas tingidas e jeans rasgados. Embora tivesse crescido durante a Depressão e não tivesse dinheiro para roupas, eu nunca havia me vestido de forma tão desleixada. Um dia, vi Manta na rua esfregando a 104
bainha de seus jeans novos com poeira e pedras. Fiquei furiosa quando a vi estragando as calças que eu havia acabado de pagar e corri para lhe dizer isso. Ela continuou a triturar as calças enquanto eu recomeçava minha novela de privações da infância. Quando terminei, sem conseguir levá-la às lagrimas de arrependimento, perguntei por que ela estava arruinando seus jeans novos. Ela respondeu sem me olhar: -Não se pode usar jeans novos. - Por que não? - Porque não, por isso estou esfregando para que pareçam velhos. Uma total falta de lógica! Como poderia ser moda estragar roupas novas? Todas as manhãs, quando ela saía de casa para a escola, eu olhava para ela e suspirava: • 267 - Minha filha, com essa aparência. Lá estava ela com a velha camisa do pai, tingida com grandes manchas e tiras azuis. Perfeita para pano de chão, pensei. E os jeans - tão baixos que eu temia que se ela respi rasse fundo eles desceriam de seu traseiro. Mas para onde eles iriam? Eram tão justos e duros que não poderiam se mo ver. As bainhas, com a ajuda das pedras, tinham fios que se arrastavam atrás dela à medida que andava. Um dia, depois que ela saiu para a escola, foi como se Deus chamasse minha atenção e dissesse: - Você percebe quais são suas últimas palavras a Marita todas as manhãs? "Minha filha, com essa aparência." Quando ela chega à escola e seus amigos falam de suas mães antiquadas que reclamam o tempo todo, ela terá seus comentários constantes para contribuir. Você já olhou para as outras garotas da classe dela? Por que você não dá uma olhada? Naquele dia, fui buscá-la na escola e observei que muitas das outras meninas tinham uma aparência ainda pior. No caminho para casa, mencionei minha reação exagerada aos seus jeans arruinados. Assumi um compromisso: - De agora em diante, você pode usar o que quiser para ir à escola e sair com seus amigos; e eu não vou mais importuná-la. - Será um alívio. - Mas quando você for comigo à igreja ou ao shopping ou à casa de meus amigos, gostaria que se vestisse do jeito que você sabe que eu gosto sem precisar dizer uma palavra. Ela pensou no acordo. Então acrescentei: - Isso significa 95% do seu jeito e 5% do meu. O que você acha? Seus olhos brilharam e ela estendeu sua mão e apertou a minha. -Negócio fechado! Daquele dia em diante, passei a despedir-me dela alegremente pela manhã, sem importuná-la a respeito de suas roupas. Quando saíamos juntas, ela se vestia adequadamente, sem estardalhaço. Negócio fechado! Florence Littauer • 268 • 269 #Reserve um momento para
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ver de verdade Todos nós já ouvimos a expressão: "Lembre-se de parar e sentir o perfume das rosas." Mas com que freqüência realmente reservamos tempo das nossas vidas agitadas para perceber o mundo à nossa volta? Comumente, somos prisioneiros de nossos horários ocupados, de pensamentos sobre nosso próximo compromisso, do trânsito ou da vida em geral, tanto que não nos damos conta de que há outras pessoas por perto. Sou tão culpado quanto qualquer um por dessintonizar o mundo dessa forma, especialmente quando estou dirigindo pelas ruas exageradamente cheias da Califórnia. Há pouco tempo, no entanto, testemunhei um acontecimento que me mostrou o quanto o fato de ser prisioneiro de meu pequeno mundo me impedia de estar completamente consciente da imagem maior do mundo ao meu redor. Eu dirigia o carro a caminho de um compromisso de negócios e, como de costume, planejava em minha mente o que iria dizer. Cheguei a um cruzamento muito movimentado onde o sinal acabara de ficar vermelho. - Tudo bem - pensei comigo mesmo -, posso passar o próximo sinal se arrancar à frente dos outros. Minha mente e meu carro estavam no pilotoauto%prontos para sair quando, de repente, meu transe E01 ~i rompido por uma visão inesquecível. Um joveP casa, bos cegos, caminhava de braços dados atrave9sandq cruzamento movimentado, cheio de carros zunindo 1 das as direções. O homem segurava a mão de uWSar~t; e a mulher apertava um "porta-bebês" contra o se10"~~~ fiando obviamente uma criança. Ambos levavam n , gala branca à frente, tateando pistas que os gviose ~ cruzamento. Eles estavam superando A princípio fiquei tocado. eu achava uma das deficiências mais temerosasa cai - "Não seria horrível ser cego?" -pensei. Meus pense . tos foram subitamente interrompidos por horror/ 9ua que o casal não caminhava pela faixa de ped&tres, desviava na diagonal, em direção ao meio do a hP Sem perceberem o perigo que corriam estavann nq , TF, Ao bem na direção dos carros que se aproximavam' 1 eles, pois não sabia se os outros motoristas havíamc~V i endido o que estava acontecendo. É, Olhando da primeira fila de trânsito (eu estava hpi~, lhor lugar da casa), vi um milagre se manifestar d'ahr` meus olhos. Todos os carros, em todas as direções, Mktkt ) multaneamente Não ouvi ruídos de freadas, nem ° v,11 . buzinas. Ninguém sequer gritou: "Saiam do carYlinhol~ o tempo parece0 Ya W congelou. Naquele momento, aquela família. ar i Surpreso, olhei para os carros à minha volta F c z1~ J car se estávamos todos vendo a mesma coisaa rotei b¿, das as atenções também se haviam fixado no Ga ' ~J ,I~i mente, o motorista à minha direita 106
reagiu. Estica"'p ) coço para fora do seu carro, gritou: - Para a direita! Para a direita! P? Outras pessoas o seguiram, em uníssono, gïltando ~I a direita!" • 270 • 271 #Sem perder o ritmo, o casal ajustou o curso seguindo as instruções. Confiando em suas bengalas brancas e nos gritos de alguns cidadãos preocupados, eles conseguiram chegar ao outro lado da rua. Ao atingirem o meio-fio, algo me intrigou - estavam ainda de braços dados. Fiquei surpreso pelas expressões sem emoção em seus rostos e julguei que eles não tivessem idéia alguma do que estava acontecendo ao seu redor. Senti ainda, imediatamente, os suspiros de alívio de todos que estavam parados no cruzamento. Ao olhar para os carros à minha volta, pude ver que o motorista à minha direita pronunciava as palavras "Uau, você viu isso?!" O motorista à minha esquerda dizia "Não acredito!" Acho que todos ficamos profundamente tocados com o que havíamos acabado de testemunhar. Ali estavam seres humanos esquecendo-se de si mesmos por um momento, a fim de ajudar quatro pessoas em dificuldades. Voltei a refletir sobre essa situação várias vezes, e dela aprendi diversas lições poderosas. A primeira é: "Diminua a velocidade e sinta o perfume das rosas" (algo que eu raramente fizera até então). Reserve um tempo para olhar à sua volta e realmente ver o que está acontecendo neste exato momento, diante de você. Faça isso e perceberá que este momento é tudo o que há, e mais importante, este momento é tudo que você tem para tornar sua vida diferente. A segunda lição que aprendi é que os objetivos que estabelecemos para nós podem ser alcançados, através da fé que depositamos em nós mesmos e nos outros, a despeito de obstáculos aparentemente insuperáveis. O objetivo do casal de cegos era simplesmente chegar ao outro lado da rua intactos. Seu obstáculo eram oito filas de carros apontados diretamente para eles. Mesmo assim, sem pãnico ou dúvida, eles foram em frente até atingir seu objetivo. Nós também podemos ir em frente para alcançar nossos objetivos, colocando vendas nos olhos para os obstáculos que se colocarem em nosso caminho. Apenas precisamos confiar em nossa intuição e aceitar as instruções de outras pessoas que tenham maior discernimento. Finalmente, aprendi a apreciar de verdade o meu dom da visão, algo que eu ignorava com muita freqüência. Você pode imaginar o quanto a vida seria diferente sem seus olhos? Tente se imaginar, por um momento, caminhando num cruzamento movimentado sem poder enxergar. Com que freqüência nos esquecemos das dádivas simples, porém incríveis, que recebemos na vida. Ao me afastar daquele cruzamento movimentado, eu dirigia mais consciente da vida e com mais compaixão pelos outros do que possuía ao chegar ali. Desde então, tomei a resolução de enxergar a vida de verdade ao realizar minhas atividades diárias e usar meus talentos, concedidos por Deus, para ajudar outras pessoas menos afortunadas. Enquanto caminha pela vida, faça um favor a si mesmo: diminua a velocidade e reserve um tempo para ver de verdade. Reserve um momento para ver o que está acontecendo à sua volta, neste exato instante, bem onde você está. Você pode estar perdendo algo maravilhoso. J. Michael Thomas 272 107
273 Se eu pudesse começar tudo novamente Fui uma dessas pessoas que nunca vão a lugar algum sem um termômetro, uma garrafa térmica, uma capa de chu va e um pára-quedas. Se eu pudesse viver novamente, viajaria mais leve da próxi ma vez. Se eu pudesse viver novamente, tiraria os sapatos no começo da primavera e ficaria descalço até o final do outono. Dançaria mais. Subiria em mais carrosséis. Colheria mais margaridas. Entrevistas com doentes terminais e idosos não revelam se as pessoas se arrependem das coisas que fizeram, mas a maioria fala sobre o que se arrependeu de não ter feito. Eu me arriscaria mais da próxima vez. Relaxaria. Seria flexível. Seria mais bobo do que fui nesta viagem. Levaria as coisas menos a sério. Aproveitaria mais oportunidades. Viajaria mais. Subiria mais montanhas e nadaria em mais rios. Tomaria mais sorvete e comeria menos feijão. Talvez eu tivesse mais problemas reais, mas teria menos ima ginários. Veja, sou dessas pessoas que vivem de forma sensata todas as horas, todos os dias. Oh, tive meus momentos, e se pudesse começar novamente, teria mais alguns. Na verdade, tentaria não ter nada mais. Só momentos. Um após o outro, em vez de viver tantos anos à frente de cada dia. Nadine Stair (85 anos) • 274 • 275 Dois monges Dois monges em peregrinação iam passando por um rio. Lá avistaram uma menina vestida com toda a elegância, obviamente sem saber o que fazer, já que o rio estava alto e ela não queria estragar suas roupas. Sem mais cerimônias, um dos monges levou-a nas costas, atravessou-a e depositou-a em solo seco do outro lado. Então os monges continuaram seu caminho. Porém o outro monge, depois de uma hora, começou a reclamar: - Com certeza não é certo tocar uma mulher; é contra os mandamentos ter contato íntimo com mulheres. Como você pôde ir contra as leis dos monges? O monge que carregara a menina seguia em frente em silêncio, mas finalmente observou: - Eu a deixei no rio há uma hora, por que você ainda a está carregando? Logo após o nascimento de seu irmão, a pequena Sachi começou a pedir a seus pais que a deixassem a sós com o bebê. Temendo que, como a maioria das crianças de quatro anos, ela pudesse sentir ciúmes e o quisesse machucar, eles disseram não. Porém, ela não mostrava sinais de ciúmes. Tratava o bebê com carinho e seus apelos para que fosse deixada a sós com ele começaram a se intensificar. Eles decidiram permitir. Alvoroçada, ela entrou no quarto do bebê e fechou a porta; mas uma fresta se abriu - o suficiente para que seus curiosos pais espiassem e ouvissem. Eles viram a 108
pequena Sachi andar devagarinho até seu irmãozinho, aproximar seu rosto para bem junto do dele e dizer baixinho: - Bebê, diga-me como é Deus. Estou começando a me esquecer. Irmgard Schloegl The Wisdom of The Zen Masters Dan Millman • 276 • 277 Estava a cerca de doze metros de profundidade na água, sozinha. Sabia que não devia ter ido sozinha, mas era bastante hábil e apenas estava aproveitando a oportunidade. Não havia muita correnteza, e a água estava morna, clara e atraente. Ao ter uma cãibra, percebi logo como havia sido tola. Não fiquei alarmada, mas estava completamente dobrada de cãibras no abdômen. Tentei remover meu cinturão de peso, mas estava tão dobrada que não conseguia alcançar a fivela. Fui afundando e comecei a ficar mais amedrontada, incapaz de me mover. Eu podia enxergar meu relógio e sabia que havia apenas mais um pouco de tempo no tanque, até que ficasse sem ar. Tentei massagear meu abdômen. Eu não estava de roupa de borracha, mas não conseguia me esticar para alcançar os músculos retesados com as mãos. Pensei: "Não posso terminar assim! Tenho coisas a fazer!" Eu simplesmente não podia morrer daquela forma, anonimamente, sem que ninguém ao menos soubesse o que me acontecera. Chamei mentalmente "Alguém, alguma coisa, socorro!" Eu não estava preparada para o que aconteceu. De repente, senti um cutucão por trás de mim sob a axila. Pensei: Oh, não, tubarões!" Fiquei realmente aterrorizada e entrei em desespero. Mas meu braço estava sendo levantado energicamente. No meu campo de visão entrou um olho - o olho mais maravilhoso que eu jamais poderia imaginar. Eu juro que sorria. Era o olho de um enorme golfinho. Olhando dentro daquele olho, eu soube que estava salva. Ele veio mais para a frente, cutucando e enganchando sua barbatana embaixo da minha axila, deixando meu braço sobre suas costas. Relaxei, abraçando-o, aliviada. Senti que o animal estava me transmitindo segurança, que estava me curando ao mesmo tempo que me levava para a superfície. Minhas cãibras passaram, conforme subíamos e eu relaxava em segurança, mas senti que ele também me curara. Na superfície, ele me puxou até a praia. Levou-me a águas tão rasas que comecei a temer que encalhasse e puxeio de volta um pouco mais para o fundo, onde ele esperou, me observando, acho que querendo ver se eu estava bem. Foi como se eu tivesse renascido. Quando tirei o cinturão de peso e o tanque de oxigênio, tirei simplesmente todo o resto e voltei nua para dentro do oceano e para o golfinho. Eu me sentia tão livre e leve e viva, que queria apenas brincar ao sol e na água, gozando de toda aquela liberdade. O golfinho me levou de novo para o fundo e brincou comigo na água. Notei que havia uma porção de golfinhos ali, mais distantes. Depois de um tempo ele me levou de volta para a praia. Eu estava muito cansada, quase desmaiando, e ele se certificou de que eu estivesse a salvo em águas mais rasas. Depois, virou-se de ambos os lados, com um olho fitando os meus. Permanecemos assim pelo que me pareceu muito tempo, uma eternidade, eu acho, quase que em transe, com pensamentos pessoais sobre o passado atravessando minha mente. Depois, ele apenas 109
emitiu um som e foi para o fundo se juntar aos outros. E todos partiram. Elizabeth Gawain O presente do golfinho -278 279 O toque da mão do mestre "Estava maltratado e amassado, e o leiloeiro Pensou que quase nem valia a pena Perder tanto tempo com o velho violino, Porém, segurou-o com um sorriso. "Quanto me oferecem, meus amigos?" - falou - "Quem dará o primeiro lance?" "Um dólar, um dólar", e então, dois! Apenas dois? "Dois dólares, e quem oferecerá três? Três dólares, dou-lhe uma; três dólares, dou-lhe duas; Dou-lhe três..." Mas, não, Do salão, lá no fundo, um homem grisalho Veio à frente e tomou do arco: Então, tirando a poeira do velho violino, E afinando as cordas frouxas, Tocou uma doce e pura melodia Como canta um anjo que gorjeia. Cessa a música, e o leiloeiro, Em voz suave e calma, Diz: "O que me oferecem pelo velho violino?" E segura-o no alto juntamente com o arco. 280• "Mil dólares, e quem oferecerá dois? Dois mil! Alguém dá três? Três mil, dou-lhe uma; três mil, dou-lhe duas; Dou-lhe três, vendido", diz ele. A pessoas aplaudem, mas algumas gritam "Não compreendemos nada. O que alterou seu valor?" A resposta vem imediata: O toque da mão de um mestre. E muitas vezes um homem com a vida fora de tom E judiado e marcado pelo destino, É vendido barato para a multidão descuidada, Assim como o velho violino. Um prato de sopa, um cálice de vinho; Um jogo - e ele segue viajando. Vai "uma", e vão "duas", Vai a "terceira" e "foi". Mas, vem o Mestre, e a tola multidão Nunca compreende O valor de uma alma e a mudança operada Pelo toque da mão do Mestre. Myra B. Welch • 281 Mais canja de galinha? Abra seu coração para o resto do mundo. Se você tem uma história, poema ou artigo (próprio ou de outra pessoa) e acha que poderia ser incluído em um próximo volume de Canja de Galinha para a Alma, por favor, envie-nos. Jack Canfield e Mark Victor Hansen Self-Esteem Seminars (Seminários de auto-estima) 6035 Bristol Parkway Culver City, California 90230 110
FAX: 310-337-7465 CONTRIBUIÇÕES Nos certificaremos de que você e o autor recebam os créditos pela contribuição. Obrigado! Palestras, seminários e workshops Você também pode entrar em contato conosco no endereço acima para palestras ou para informações sobre circulares, outros livros, fitas de aúdio, workshops e programas de treinamento. Nós lhe desejamos muito amor! Jack e Mark • 282 ..r #Muitas das histórias deste livro foram retiradas de livros que lemos. As fontes são declaradas na seção de Agradecimentos. Algumas das histórias e poemas foram contribuições de nossos amigos que, como nós, são oradores profissionais. Se quiser entrar em contato com eles para informações sobre seus livros, gravações e seminários, poderá encontrá-los nos endereços e telefones fornecidos abaixo. Wally "Famous" Amos é fundador do Famous Amos Cookies e autor do livro e do álbum de cassetes The Power...In You. Wally mora em Maúi, Havaí. Para entrar em contato com ele, escreva para 215 Lanito Drive, Kailua, Hawaü 96734 ou ligue para (808) 2616075. Joe Batten C.P.A.E. é orador profissional e homem de negócios de sucesso, que sabe como inspirar autoconfiança em organizações nos bons e nos maus tempos da economia. Seus trinta e cinco anos de experiência como autor, consultor e orador rendeu-lhe o título de Mentor de Empresas. Joe foi autor do best-seller: Tough Minded Management. Joe é um homem que ama a vida e as risadas, e transmite essa ternura e essa paixão a qualquer público. Você poderá se comunicar com joe escrevendo para 2413 Grand Avenue, Des Moines, Iowa, 50312 ou ligando para (515) 244-3176. Gene Bedley é o diretor da Escola Elementar de El Rancho, em Irvine, Califórnia, ganhador do prêmio PTA de 1985 como Educador Nacional do Ano e autor de inúmeros livros sobre como criar um ambiente positivo em sala de aula. Pode-se entrar em contato • 285 #com ele em 14252 East Mall, Irvine, Califórnia 92714 ou pelo telefone (714) 551-3090. Michele Borba é uma criativa autora que escreve sobre o desenvolvimento de auto-estima em salas de aula de cursos elementares. É membro do Conselho Nacional pela Auto-estima. Seu melhor livro é Esteem Builders, coletânea de 379 atividades de sala de aula. Pode-se entrar em contato com ela escrevendo para 840 Proseou Drive, Palco Springs, Califórnia 92262 ou pelo telefone (619) 323-5387. Helice Bridges é uma considerada e dinâmica oradora e instrutora, que viaja internacionalmente, realizando treinamentos e workshops em escolas, organizações e empresas. É presidente da Board for Difference Makers, Inc., e pode-se entrar em contato com ela pela P.O. Box 2115, Del Mar, Califórnia 92014 ou pelo telefone (619) 481-6019. Les Brown é um orador altamente aclamado que fala às 500 empresas da Fortune e conduz seminários particulares e profissionais por todo o país. É bastante conhecido do público da televisão americana por seus especiais para a PBS, todos os quais podem ser encontrados em vídeo e audiocassetes. Para entrar em contato com ele, escreva para Les Brown Unlimited, 2180 Penobscot Building, Detroit, Michigan 48226 ou pelo telefone (800) 733-4226. Dan Clark é orador motivacional profissional, que conduziu milhares de palestras para 111
estudantes de colégio, pais e corporações. Pode ser contatado através da P.O. Box 8689, Salt Lake City, Utah 84108 ou pelo telefone (801) 532-5755. Alan Cohen é um orador criativo e dinâmico e escritor. Entre seus livros o nosso favorito é The Dragou Doesn't Live Here Anymore. Pode-se entrar em contato com ele na P.O. Box 450, Kula, Hawaü 96790 ou pelo telefone (808) 572-4500 ou (808) 878-2803. Roger Crawford é orador motivacional dinâmico. Seu livro chamase Playing froco The Heart. Pode ser contactado escrevendo-se para 1050 St. Andrews Drive, Byron, Califórnia 94514 ou pelo telefone (510) 634-8519. Stan Dale, anteriormente a voz do The Shadow e apresentador e narrador dos programas de rádio The Lone Ranger, Sgt.Preston e The Green Hornet, é diretor-fundador do Human Awareness Instituto em San Mateo, Califórnia, uma organização dedicada a "criar um mundo onde todos sejam vencedores". Conduz os workshops "Sexo, Intimidade e Amor" ao redor do mundo. É autor de Fantasies Can Set You Free e My Child, My Self: How to Raise The Child You Always Wanted To Be. Ambos também disponíveis em cassete no The Human Awareness Institute,1720 S. Amphlett B1vd. Suite 128, San Mateo, Califórnia 94402 ou pelo telefone (800) 800-4117 ou (415) 571-5524. Burt Dubin é o criador do Speaking Sucess System, um poderoso instrumento para ajudar aspirantes a oradores a desenvolverem presença no palco e a mágica do marketing. Um especialista em marketing e posicionamento, Burt transmite suas habilidades dos palanques quando se dirige às associações e organizações atacadistas e varejistas. Pode ser encontrado no Management Achievement Instituto, Box 6543, Kingman, Arizona 86402-6543 ou telefonando-se para (800) 321-1225. Patricia Fripp,,C.S.P, C.P.A.E. é a "oradora para todas as ocasiões". Foi presidente da National Speakers Association e é uma das oradoras mais dinâmicas que conhecemos. Pode ser contactada em 527 Hugo Street, San Francisco, Califórnia 94122 ou telefonando para (415) 753-6556. Bobbie Gee, C.S.P. é considerada como uma das oradoras americanas mais destacadas. É autora do livro Winning the Image Game (Pagemill Press) e de dois álbuns de cassetes Life Doesn't Have To Be A Struggle e Image Power. Você poderá entrar em contato com ela através da Bobbie Gee Enterprises, 1540 S. Coast Highway, Suite 206, Laguna Beach, Califórnia 92651 ou pelo telefone (800) 4624386 ou (714) 497-1915. Rick Gelinas é presidente da Lucky Acorns Delphi Foundation em Miami, Flórida. Tem Mestrado em Educação e dedica sua vida a ser útil às crianças. Pode-se contactá-lo através de 5888 S.W. 77 Terrace, Miami, Flórida 33143 ou pelo telefone (305) 667-7756. • 286 • 287 John Goddard é aventureiro, explorador e orador motivacional de categoria mundial. Pode ser contactado em 4224 Beulah Drive, La Canadá, Califórnia 91101 ou pelo telefone (818) 790-7094. Patt Hansen é esposa de Mark e diretora administrativa da Look Whó s Talking. Pode ser contactada pela P.O. Box 7665, Newport Beach, Califórnia 92658 ou pelo telefone (714) 759-9304. Danielle Kennedy, M.A. é autora famosa, instrutora de vendas de nível internacional, sugestiva e premiada vendedora. Possui diploma honorário em Humanidades da Faculdade de Clarke e Doutorado em Redação Profissional da Universidade da Califórnia do Sul. Faz palestras sobre vendas, marketing e liderança em 100 cidades por ano. Seus livros mais vendidos incluem How To List and Sell Real Estate in The '90s (Prentiee Hall) e Kennedy On Doubling Your Incorre in Real State Sales Qohn Wiley). É casada 112
e tem oito filhos. Pode ser contactada em 219 S. El Camino Real, San Clemente, Califórnia 92672 ou pelo telefone (714) 498-8033. Florente Littauer, C.S.P., C.P.A.E., é uma das pessoas mais maravilhosas que conhecemos. É professora e escritora inspirada. Entre seus livros, nosso favorito é Little Silver Boxes. Pode ser contactada em 1645 Rancho Fe Rd., San Marcos, Califórnia 92069 ou pelo telefone (619) 744-9202. Rick Little nos últimos dezesseis anos tem participado de ampla gama de esforços em prol da melhoria das condições econômicas e sociais das crianças e da juventude. Em 1975 fundou a Quest International, da qual foi presidente por 15 anos. O Sr. Little foi coautor de livros com autoridades em juventude, incluindo Bill Cosby e o Dr. Charlie W. Shedd. Em 1990, Rick Little fundou a International Youth Foundation com apoio maior da Fundação W.K. Kellogg. Agora é Secretário Geral da International Youth Foun dation, cujo objetivo é identificar e financiar programas para a juventude que tenham demonstrado sucesso e sejam reaplicáveis. A fundação geralmente se concentra em programas no Sul da África, Polônia, Equador, México, Bangladesh, Tailândia e Filipinas. Hanoch McCa^ Ed.D., é orador profissional, instrutor e consultor especializado em motivação, produtividade e aperfeiçoamento da auto-estima. Hanoch é um dos mais procurados oradores da nação, pois combina humor e histórias comoventes a habilidades práticas que podem ser trabalhadas imediatamente. Seus livros e programas em fitas de vídeo incluem Stress and Energy e SelfEsteem: The Bottom Line. Para entrar em contato com ele, escreva para P.O. Box 66, Galt, Califórnia 95632 ou pelo telefone (800) 2317353. Dan Millman é autor de inúmeros livros sobre tomar-se um vencedor espiritual. É excampeão mundial de ginástica, treinador na universidade e um professor de faculdade cuja desilusão para com a vida "normal" levou-o ao redor do mundo e para dentro das profundezas de seu coração e sua mente. Suas experiências geraram uma visão da vida que ele chama de "o caminho do guerreiro pacifista". Seus livros incluem Way Of The Peaceful Warrior, The Warrior Athlete, e No Ordinary Moments. Pode ser contactado através da Peaceful Warrior Services, P.O. Box 6148, San Rafael, Califórnia 94903 ou pelo telefone (415) 491-0301. W. Mitchell, C.P.A.E., é dos mais inspirados oradores que já conhecemos. Seu programa gravado chama-se It's Not What Happens To You, It's What You Do About It. Pode ser contactado em 12014 W. 54th Drive, #100, Arvada, Colorado 80002 ou pelo telefone (303) 425-1800.. Robert Moawad é dirigente e diretor-executivo do Edge Leaming Instituto com escritórios em Tacoma, Washington e Tempo, Arizona. A Edge é uma firma de desenvolvimento profissional dedicada a auxiliar organizações a atingirem melhores níveis de produtividade, qualidade e satisfação do cliente. Bob é um "educador-apresentador" dinâmico. Tem impressionante capacidade de inspirar e impacto sobre o público ao misturar ilustrações coloridas a sólidos princípios. Isso o tornou um dos mais procurados oradores de diretrizes do país. Desde 1973 ele assistiu mais de 2 milhões de pessoas, incluindo alguns dos líderes mais respeitados dos negócios, governo e educação. Pode ser contactado escrevendo-se para a Edge Learning Instituto, 2217 N. 30th, #200, Tacoma, Washington 98403 ou pelo telefone (206) 272-3103. Chick Moorman é diretor do Institute for Personal Power, empresa de consultoria dedicada a promover atividades de desenvolvi 113
- 289 • 288 mento profissional de alta qualidade para educadores e pais. Todos os anos ele cruza o país conduzindo mais de cem workshops sobre aprendizado cooperativo, aperfeiçoamento da auto-estima e desenvolvimento de comportamentos positivos. Sua missão é auxiliar pessoas a experimentar um maior sentimento de poder pessoal em suas vidas para que possam, por sua vez, dar poder ao outros. Seu último livro, que tem como co-autora sua esposa, Nancy, é Teacher Tal: What it Really Means. Teacher Talk explora as formas pelas quais os professores falam às crianças e examina as "mensagens silenciosas" implícitas que acompanham a palavra falada. Pode ser pedido por $11.95 dólares ao The Instituto for Personal Power, P.O. Box 1130, Bay City, Michigan 48706 ou pelo telefone (517) 686-3251. Michael Murphy, Ed.D., é diretor da Family Consultation Team no Northern Berkshire Counseling Conter, 85 Main Street, Suite 500, North Adams, Massachusets 01247. Victor H. Nelson, S.T.M., é terapeuta e conselheiro pastoral particular. Seu endereço é 505 Evergreen Street West, Lafayette, Indiana 47906. Price Pritchett, Ph.D., tem doutorado em psicologia e foi presidente da Dallas Psychological Association. É diretor-executivo da Pritchett e Associates, Inc., uma empresa de consultoria especializada em mudança organizacional sediada em Dallas. Dr. Pritchett é autor de onze livros sobre eficiência individual e organizacional, incluindo: You:z: A High Velocity Formula For Multiplying Your Personal Effeetiveness In Quantum Leaps. Você poderá contactálo pelo endereço 200 Crescem Court, Suite 1080, Dallas, Texas 75201 ou pelo telefone (214) 855-8999. Bobbie Probstein é escritora e fotógrafa e seu novo livro, Healing Now, foi amplamente elogiado. É indispensável para qualquer um que sofra de doença ou esteja se preparando para uma cirurgia. Seu primeiro livro, uma autobiografia, Return to Conter, está na terceira edição. Pode ser contactada através da P.O. Box 1433, Santa Mônica, Califórnia, 90401. Bob Proctor é presidente dos Seminários Bob Proctor e fundador do Million Dollar Forum em Ontário, Canadá. Bob é autor de You Were Born Rich e conduz os Born Rich Seminais pelo mundo todo. Os seminários de Bob dão força às pessoas para que possam ter a vida com que sempre sonharam. Você pode contactá-lo através da Million Dollar International, 211 Consumeis Road, Suite 201, Willowdale, Ontário, Canadá M2J 4G8 ou pelo telefone (416) 4986700. Nido Qubein, C.S.P., C.P.A.E., é ex presidente da National Speakers Association e destacado orador nas áreas de vendas, gerenciamento e marketing. Entre seus muitos livros estão Get The Best From Yourself, Communicate Like A Pro e Professional Selling Teehniques. Pode ser contactado pela Creative Services, Inc., P.O. Box 6008, High Point, North Carolina 27262-6008 ou pelo telefone (919) 889-3010. Anthony Robbins, nacionalmente conhecido como o líder no campo dos treinamentos de desenvolvimento humano, é autor de dois best-sellers, Unhmited Power e Awaken The Giant Within: How to Take Immediate Control of Your Mental, Emotional, Physical e Financial Destiny.! Durante os últimos dez anos, mais de um milhão de pessoas investiram e se beneficiaram de seus seminários, audio cassetes, fitas de vídeo e livros. Ele é fundador de nove empresas, consultor para negócios e governadores nos Estados Unidos e no exterior, e filantropo comprometido com a criação da Anthony 114
Robbins Foundation. Para maiores informações sobre produtos e serviços, ligar para Robbins Research International, Inc. no número 1-800445-8183 ou escrever para a empresa em 9191 Towne Centre Drive, Suite 600, San Diego, Califórnia 92122. Parcela Rogers fez doutorado em Educação na Universidade de Pennsylvania em 1990 e ensina o segundo grau na Reynolds Elementary School em Filadélfia. Estuda teatro quando não está lecionando. Glenna Salsbury. C.S.P., C.P.A.E., formada pela Northwestern University em Evanston, Illinois, obteve seu mestrado na UCLA e dezesseis anos depois um mestrado em Teologia do Fuller Seminary. Em 1980, Glenna fundou sua própria empresa que promove apresentação de diretrizes e seminários de crescimento pessoal. Na vida pessoal Glenna é casada com Jim Salsbury, ex-Detroit 291 • 290 #Lion e Green Bay Packer e tem três filhas. Telefone ou escreva para obter seu poderoso álbum de seis cassetes chamado Passion, Pozver and Purpose. Pode ser contactada em 9228 North 64th Placo, Paradise Valley, Arizona 85253 ou pelo telefone (602) 4837732. Jack Schlatter, ex-professor, é atualmente orador motivacional. Pode ser contactado em P.O. Box 577, Cypress, Califórnia 90630 ou pelo telefone (714) 772-1974 Lee Shapiro é ex-advogado e juiz que deixou de exercer o Direito por que nunca recebeu uma aclamação de pé de nenhum júri! Agora ele é orador e professor especializado em ética e gerência, definição de diretrizes e habilidades pessoais. Pode ser encontrado em 5700-12 Baltimore Drive, La Mesa, Califórnia 91942 ou pelo telefone (619) 668-9036. Frank Siccone, Ed.D., é diretor do Instituto Siccone em São Francisco. É consultor de várias escolas e negócios. Seus livros incluem Responsibility: The Most Basie R e 101 Ways to Develop Students SelfEsteem And Responsibility com Jack Canfield (Allyn & Bacon). Pode ser contactado através do Siccone Instituto, 2551 Union Street, São Francisco, Califórnia 94123 ou pelo telefone (415) 9222244. Cindy Spitzer é escritora free-lancer que nos auxiliou a reescrever várias de nossas mais difíceis e importantes histórias. Pode ser contactada em 5027 Berwyn Road, College Park, Maryland 20740. Jeffrey Michael Thomas é vice-presidente regional da Van Kampen Merritt, empresa de administração de investimentos. É membro da National Speakers Association e fala sobre tópicos que abrangem desde administração financeira até levantamento de fundos para obras de caridade através de sua empresa, a J. Michael Thomas & Associates. O Sr. Thomas vive e trabalha em Tustin, Califórnia, e está atualmente pleiteando uma cadeira no Conselho Municipal de Tustin. Pode ser contactado pelo telefone (714) 5441352. Pamela Truax é autora de Small Business Pitfalls And Bridges. Pode ser contactada através do endereço 2073 Columbia Way, Vista, Califórnia 92083 ou pelo telefone (619) 598-6008. Francis Xavier Trujillo, Ed.D., é fundador e presidente da Pro Teach Publications, firma especializada na criação e produção de posters, cartões e materiais relativos à motivação e construção da estima para estudantes e professores. Seus escritos, inicialmente em formato de cartazes, podem ser vistos enfeitando as paredes de praticamente todas as escolas dos Estados Unidos. Entre seus títulos se incluem Who Builds The 115
Builders?, The Power to Teach, A Letter to My Students e Giver of a Lifelong Gift. Frank fala sobre uma variedade de assuntos relacionados à auto-estima, sobre o poder do professor e reforma educacional. Pode ser contactado através da Pro Teach Publications, P.O. Box 19262, Sacramento, CA 95819 (800) 233-3541. Escreva ou telefone para adquirir seu catálogo colorido que exibe Building Me a Fewchr e dezenas de posters e materiais de motivação afins. Building MeA Fewchr se tornou a base para o projeto Build Me A Future Project, campanha de correspondência apartidária de nível nacional, em que garotos de todas as idades enviaram cartas ao Presidente Clinton sugerindo formas pelas quais todos poderiam trabalhar juntos para ajudar a construir um futuro melhor. Dottie Walters é presidente da Walters International Speakers Bureau, na Califórnia. Ela envia oradores remunerados ao mundo inteiro e está altamente envolvida no treinamento de apresentação. É autora, juntamente com sua filha Lilly, do novo livro da Simon and Schuster, Speak and Grow Rich, e fundadora e administradora do International Group of Agents and Bureaus. Dottie publica a Sharing Ideas, a maior revista do mundo para oradores profissionais. Pode-se escrever para ela para P.O. Box 1120, Glendora, Califórnia 91740 ou telefonar para (818) 335-8069 ou fax (818) 3356127. Bettie Youngs é presidente do Instruction & Professional Development, Inc., empresa de consultoria e recursos que presta serviços para escolas distritais. Bettie foi eleita Professora do Ano do louva, atualmente é professora na Universidade Estadual de San Diego e diretora-executiva da Phoenix Foundation. Autora de 14 livros in cluindo The Educator's Self-Esteem: It's Criteria #1, The 6 Vital Ingrediente of Self-Esteem And How To Develop Them In Students e Safeguarding Your Teenager From The Dragons Of Life. Pode ser con tactada pela P.O. Box 22588, Del Mar, Califórnia 92014 ou pelo telefone (619) 481-6360. • 292 • 293 #Agradecimentos (continuação) Gostaríamos de agradecer aos seguintes editores e indivíduos pela permissão de reeditar o material. (Nota: As histórias que foram escritas anonimamente, que são de domínio público ou foram escritas por Mark Victor Hansen ou por Jack Canfield, não estão incluídas nesta lista.) Sobre a coragem e Sachi, de Sacred Journey of the Peaceful Warrior de Dan Millman © 1991 Dan Millman - Reimpresso com a permissão do autor e H.J. Kramer, Inc., P.O. Box 1082, Tiburon, CA 94920. Todos os direitos reservados. A mais nobre necessidade. Reimpresso por Fred T. Wilhelms. Reimpresso com a permissão do autor e Educational Leadership, 48, 1:51. © ASDC. Minha declaração de auto-estima e Todo mundo tem um sonho reim pressos com a permissão expressa por escrito da AVANTA Network, que foi fundada por Virgina Satir e herdou os direitos de toda sua propriedade intelectual. Para informações sobre direitos dos materiais de Virgínia Satir elou AVANTA Network, entre em contato com: Avanta Network, 310 Third Avenue N.E., Ste.126, Issaquah, WA 98027 ou telefone para (206) 391-7310. Por que escolhi meu pai para ser meu papai de The Six Ingrediente of SelfEsteem and How They are Developed in Your Children de Bettie B. Youngs. ©1992 Rawson Assoc. 116
Sobre a paternidade de O Profeta de KahW Gibran. © 1923 de Kahhl Gibran e renovado em 1951 por Administrators C.T.A. of Kahld Gibran Estate and Mary G. Gibran. Reimpresso com a permissão de Alfred A. Knopf, Inc. Costruindo meu futuru. Copyright © 1990. Pro Teach Publications. Autoria de Frank Trujillo. Todos os direitos reservados. (800) 2333541. Disposto a pagar o preço, de Self Made in America de John McCormack. Reimpresso com a permissão de Addison-Wesley Publishing Co., Inc., e do autor. © 1990 de The Visible Changes Educational Foundation e David R. Legge. Dois monges, de Wisdom of the Zen Masters de Irmgard Schloegl. Reimpresso com a permissão de New Directions Publishing Corporation. ©1975 Irmgard Schloegl. Amor: A única força criativa. Reimpresso com a permissão de Eric Butterworth. © 1992 Eric Butterworth. Tudo de que me lembro e A mendiga. Reimpressos com a permissão de Bobbie Probstein. ©1992 Bobbie Probstein. O verdadeiro amor. Reimpresso com permissão de Barry Vissel. 1992 Barry Vissel. Isso pode acontecer aqui? Reimpresso com a permissão de Pamela Rogers. ©1992 Pamela Rogers. Você é importante. Reimpresso com a permissão de Helice Bridges. ©1992 Helice Bridges. Um irmão como esse. Reimpresso com a permissão de Dan Clark. 1992 Dan Clark. Grande Ed. Reimpresso com a permissão de Joe Batten. ©1989 de AMACOM Books. O amor e o taxista. Reimpresso com a permissão de Art Buchwald. ©1992 Art Buchwald. Um gesto simples e Sou professor. Reimpressos com a permissão de John Wayne Schlatter. © 1992 John Schlatter. O sorriso, Você já fez a terra se mover? e Só mais uma vez. Reimpressos com a permissão de Dr. Hanoch McCarty. ©1991 Hanoch McCarty and Associates. Uma história para o dia dos namorados. Reimpresso com a permissão de Jo Ann Larsen. ©1992 Jo Ann Larsen. Carpe diem , de Dare to Be Yourself de Alan Cohen. Reimpresso com a permissão de Alan Cohen. ©1991 Alan Cohen Publications. Para obter gratuitamente um catálogo dos livros, fitas e programa de workshops de Alan Cohen, escreva para P.O Box 98509, Des Moines, WA 98198 ou telefone para (800) 462-3013. Eu conheço você, você é igualzinho a mim. Reimpresso com a permissão de Human Awareness Instituto. © 1992 Stan V. Dale. • 294 295• #Filhotes à venda. Reimpresso com a permissão de Dan Clark. ©1989 Dan Clark. Eu acho que posso! Reimpresso com a permissão de Michele Borba. ©1992 Michele Borba. Nada além da verdade! Reimpresso com a permissão de David Casstevens. As crianças aprendem o que vivenciam. Reimpresso com a permissão de Dorothy Law Nolte. Tocado. Usado com a permissão de Victor H. Nelson. ©1990 Victor H. Nelson. Este artigo apareceu primeiramente na edição de maio/ junho de Family Therapy Networker. Eu te amo, filho! de Victor Brook Miller. Usado com a permissão de The Instituto for Humanistic and Transpersonal Education. ©1977 IHTE. "O que você é"é tão importante quanto "o que você faz". Reimpresso com a permissão de Patricia Fripp. © 1992 Patricia Fripp. A perfeita família americana. Reimpresso com a permissão de Michael Murphy, Ed.D. ©1992 Michael Murphy, Ed.D. 117
Apenas diga! Reimpresso com a permissão de Gene Bedley. ©1992 Gene Bedley. Um legado de amor. Reimpresso com a permissão de Bobbie Gee. 1992 Bobbie Gee. Agora gosto de mim, de Man, The Manipulator de Everett L. Shostrom. Usado com permissão. © 1967 Abington Press. Todas as coisas boas. Reimpresso com a permissão de Helen P. Mrosla. OSF, e Shippensburg University © 1991 Shippensburg University. Este artigo apareceu originalmente em Proteus: A Journal of Ideas, primavera de 1991. Reimpresso com a permissão de Readers Digest, outubro de 1991. O garotinho de Helen E. Buckley. Reimpresso com a permissão de "Glad To Be Me Building Self-Esteem in Yourself and Others". © 1989 Dov Peretz Elkins. (Princeton, NJ: Growth Associates). Transforme em realidade. Reimpresso com a permissão de Dan Clark. ©1992 Dan Clark. Descanse em paz: o funeral do "não consigo". Reimpresso com a permissão de Chicle Moorman. ©1992 Chicle Moorman. A história do 333. Reimpresso com a permissão de Robert C. Proctor. ©1992 Robert C. Proctor. Se não pedir, você não consegue - mas se pedir, consegue! Reimpresso com a permissão de Rick Gelinas. ©1992 Rick Gelinas. A magia de acreditar. Reimpresso com a permissão de Dale Madden, presidente da Island Heritage Publishing, uma divisão da The Madden Corporation. ©1992 Dale Madden. O livro de metas de Glena. Reimpresso com a permissão de Glena Salsbury. ©1991 Salsbury Enterprises. Um outro item assinalado na lista. Reimpresso com a permissão de John Goddard. ©1992 John Goddard. Veja, bonzinho, eu sou seu amor. Reimpresso com a permissão de Les Brown e Look Whó s Talking. A caixa e Negócio fechado! Reimpressos com a permissão de Florence Littauer. ©1992 Florence Littauer, presidente da CLASS Speakers, Inc., autora de 20 livros, inclusive: Silver Boxes, Dare to Dream e Personality Plus. Estímulo. Reimpresso com a permissão de Nido R. Qubein. ©1992 Nido R. Qubein. Walt Jones. Reimpresso com a permissão de Edge Learnig instituto, Inc. ©1992 Bob Moawad, presidente/diretor-executivo. Serviço e um sorriso, de Service America, página 128. Reimpresso com a permissão de Dow Jones/Irwin. ©1985 Karl Albrecht & Ron Zenke. Obstáculos. Reimpresso com a permissão de Beacon Press. © 1992 Victor E. Frankl. John Corcoran - o homem que não sabia ler. Reimpresso com a permissão de John Corcoran. © 1992 John Corcoran. • 296 • 297 Fracasso? Não!- Só dificuldades temporárias. Reimpresso com a permissão de Dorothy Walters. ©1992 Dorothy Walters. Para ser mais criativo, estou esperando... Reimpresso com a permissão de Center for Creative Leadership, Greensboro, NC ©1992, Issues and Observations. O centro é um instituto educacional sem fins lucrativos que trabalha para adaptar as teorias e idéias das ciências comportamentais às preocupações práticas dos gerentes e lideres. Para receber informações sobre o trabalho do centro ou uma assinatura gratuita de 118
Issues and Observations, escreva para: Center for Creative Leadership, P.O Box 26300, Greensboro, NC 27438-6300 ou telefone para (919) 288-7210. O poder da determinação. Reimpresso com a permissão de Burt Dubin. © 1992 Burt Dubin. Ela salvou 219 vidas. Reimpresso com a permissão de Betty Tisdale. ©1992 Betty Tisdale. Há grandeza ao seu redor-aproveite-a! Reimpresso com a permissão de Bob Richards. ©1992 Bob Richards. Reserve um momento para ver de verdade! Reimpresso com a permissão de Jeffrey M. Thomas. ©1992 Jeffrey M. Thomas. Se eu pudesse começar tudo novamente de Nadine Stair. Este poema, que foi distribuído e reimpresso durante anos, foi atribuído a Nadine Stair. Foi supostamente escrito quando ela tinha 85 anos. O consenso geral é de que ela vivia no estado de Kentucky quando escreveu o poema. Não conseguimos entrar em contato com sua família para verificar essas alegações. O presente do golfinho. Extraído de The Dolphin's Gift © 1980. Reimpresso com a permissão de New World Library, San Rafael, CA 94903. Jack Canfield é presidente dos Seminários Self-Esteem e do Canfield Training Group, empresa de seminários e treinamento dedicada a dar assistência a indivíduos e organizações para que vivam de acordo com seus mais altos propósitos e aspirações. Jack ministra treinamentos em corporações, agências governamentais, escolas distritais e seminários públicos individuais. Também faz palestras em conferências e convenções estaduais regionais e na cionais. Os seguintes workshops, seminários e serviços de consultoria estão disponíveis no Canfield Training Group: Self-Esteem and Peak Performance Self Esteem: The Bottom Line To Sucess Self-Esteem: Learning to Love And Express Yourself Self-Esteem In The Classroom: A Workshop For Teachers And Counselors How To Build High Self-Esteem Parenting For High Self-Esteem The Ten Steps to Success Visionary Selling: How To Become A World Class Salesperson The Couples Seminar: How To Have An Affair With Your Spouse The Self-Esteem Facilitating Skills Seminar: Training The Trainers The STAR programa A Video-Based Corporate Training Program. The Gonu Programa A Video-Based Training For At-Risk Adults. Jack também tem ampla variedade de livros, cassetes e programas de vídeo cassete disponíveis. Se você deseja receber um prospecto ou discutir possíveis datas para um workshop ou palestra, favor entrar em contato através do telefone (310) 337-9222 ou 1800 2-ESTEEM. • 299 • 298 Os clientes de Mark Victor Hansen o chamam de o "motivador das empresas norteamericanas". As 500 empresas da Fortune e suas associações profissionais têm requisitado 119
Mark por mais de dezoito anos para compartilhar seus amplos talentos e recursos nas áreas de estratégia e excelência em vendas, empowerment e desenvolvimento pessoal. Mark tem dedicado toda sua vida à missão de influenciar profunda e positivamente a vida das pessoas. A cada ano mais pessoas em todo o mundo conhecem Mark, já que ele viaja mais de 400 mil quilômetros internacionalmente e faz mais de duzentas palestras por ano. Ao longo de sua carreira, tem inspirado centenas de milhares de pessoas a criarem para si mesmas um futuro mais promissor e cheio de propósitos ao mesmo tempo em que estimula a venda de milhões de dólares em mercadorias e serviços. Seu livro Future Diary é lido por milhares de pessoas em todo o país. Dare to Win, seu livro mais recente, foi altamente recomendado por Norman Vincent Peale e Og Mandino, ambos mitos na área do desenvolvimento pessoal. Além disso, escreveu How to Achieve Total Prosperity e o Miracle Of Tithing, todos na lista de mais vendidos. Além de falar e escrever, Mark produziu uma biblioteca completa de cassetes sobre empowerment pessoal e programas de vídeo, que permitiram a seus ouvintes reconhecer e usar suas capacidades inatas em seus negócios e em sua vida pessoal. Sua mensagem também o tomou uma personalidade popular no rádio e na televisão. O "Mark Victor Hansen Show" levado ao ar na Califórnia do Sul, na HBO, assim como um programa piloto para a PBS entitulado "Build A Better You". A revista Success Magazine relatou suas realizações na capa de seu exemplar de agosto de 1991. Mark é um grande homem, com um grande coração e um grande espírito, inspiração para todos que buscam aperfeiçoar a si próprios. Comunique-se com Mark pelo telefone (714) 759-9304 ou, fora da Califórnia, (800) 4332314. • 300 ESTA OBRA, COMPOSTA EM PALATINO 11/13,5, FOI IMPRESSA NO PARQUE GRÁFICO DA EDIOURO, COM MIOLO EM CHAMBRIL, 75G, E CAPA EM CARTÃO SUPREMO 250 G Este livro foi digitalizado por Raimundo do Vale Lucas, com a intenção de dar aos cegos a oportunidade de apreciarem mais uma humano.
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