Bra Quit Era Pia

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Braquiterapia

A

braquiterapia, modalidade de tratamento na qual o material radiativo é colocado diretamente em contato com o tecido tumoral, tem sido muito utilizada no Brasil, principalmente em tumores ginecológicos. Atualmente esta técnica, principalmente em alta taxa de dose, vem sendo estudada em pacientes com câncer de próstata. Já conhecida por nossos especialistas, a braquiterapia de baixa taxa de dose com o uso de iodo ainda consiste, devido ao alto custo deste material radiativo, em um tratamento restrito a uma pequena parcela da população. No caso da técnica em alta taxa de dose, recentes estudos apontam para bons resultados a custos bem reduzidos. A radioterapeuta Dra. Ludmila Siqueira ressaltou em entrevista à Prática Hospitalar o papel atual da braquiterapia em pacientes com câncer de próstata a partir de estudos sobre esta modalidade terapêutica. Veja os destaques da entrevista. Prática Hospitalar - Quais as perspectivas que a braquiterapia traz para pacientes com tumores de próstata? Dra. Ludmila Siqueira - Primeiramente, temos que considerar a existência de duas técnicas distintas. A braquiterapia de baixa taxa de dose com o uso de sementes de iodo, conhecida e estabelecida há mais de 20 anos, que consiste em um tratamento extremamente dispendioso e possível para um número muito pequeno de pacientes, pois devido ao seu alto custo a sua utilização no país é restrita. Outra possibilidade, inclusive mais recente, que até agora tem mostrado os mesmos resultados da braquiterapia de baixa taxa de dose, é a braquiterapia de alta taxa de dose com o uso de iridium. Por ser mais recente, ainda não há um acompanhamento tão longo e seguro de pacientes que utilizam este método, mas ao longo de dez anos estes pacientes estão avaliados com os mesmos resultados. Nessa técnica, a irradiação do iridium é liberada em doses muito altas, o tratamento é rápido e até agora tem mostrado boas chances de controle da doença a um custo muito menor, pois o equipamento de alta taxa de dose utiliza apenas uma semente em vários tumores (ginecológicos, mama, esôfago, pulmão) diferentemente do que ocorre com o iodo, que para cada paciente tem que haver um jogo de sementes de uso individual. O implante de iridium de alta taxa de dose é temporário, ou seja, na realidade, o doente recebe cateteres ocos que são colocados através de uma anestesia peridural, após o que se realiza uma tomografia computadorizada, cujas imagens vão para um sistema de planejamento tridimensional e a partir daí será feito o cálculo ideal de dose de acordo com uma imagem real, especificamente para aquele paciente e naquele momento. Após realizado o cálculo do sistema de planejamento tridimensional, de acordo com sua orientação, uma minúscula pastilha de iridium é colocada no paciente através dos cateteres. P. H. - Qual tem sido o papel da braquiterapia? Dra. Ludmila - A braquiterapia é uma técnica na qual o material radiativo é colocado junto ou dentro do tumor que se quer tratar. Ela pode ser feita com vários isótopos, tais como césio, iodo, paládio, ouro e iridium, mas a escolha do radioisótopo vai depender da intenção do tratamento. O objetivo é dar uma altíssima dose na área do tumor e restringir ao máximo a dose nos órgãos vizinhos. Esse é o sistema mais conformacional

ou mais moldado de irradiação que existe: procura poupar os tecidos em volta e consegue dar uma dose mais alta no leito tumoral. O papel da braquiterapia é justamente dar uma altíssima dose de irradiação no tumor, inclusive mais alta do que o usual. No uso da teleterapia, que é a irradiação produzida longe do aparelho, que são os aceleradores lineares e as bombas de cobalto, quando o feixe entra no paciente ele atravessa todos os tecidos normais até chegar ao tumor e isso pode gerar reações ou mesmo complicações, tais como toxicidade de bexiga e reto nos tumores de próstata, por exemplo. A partir da braquiterapia, como um reforço de dose ou tratamento exclusivo, conseguimos moldar essa irradiação na menor área necessária, poupando os tecidos normais que estão próximos. P. H. - E quais seriam as desvantagens desta modalidade de tratamento? Dra. Ludmila - A única desvantagem desta técnica é que não pode ser utilizada quando o tumor não está restrito somente a uma área. Se o tumor extravasou um órgão alcançando outros órgãos ou linfonodos vizinhos, a braquiterapia não alcança à distância. Portanto, é um tratamento muito restrito, que só tem indicação para tumores muito pequenos. P. H. - Em relação ao Brasil, qual a situação atual quanto ao uso da braquiterapia? Dra. Ludmila - É extremamente restrito porque, por exemplo, um implante com uso do iodo com sementes importadas custa entre 20 e 60 mil reais, valor que restringe bastante o número de brasileiros que terão acesso a esse tipo de tratamento. Já a utilização do iridium é bem mais acessível, pois existem máquinas importadas em todo o país, visando principalmente o tratamento de tumores ginecológicos, mas que podem ser utilizadas também para tratar os tumores de próstata. No entanto, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que é o que realmente abrange o grande percentual da população, esse tratamento é utilizado somente em tumores ginecológicos, então não existe na tabela do SUS um código de pagamento para braquiterapia de alta taxa de dose nos tumores nãoginecológicos, como é o caso de próstata. Quanto aos convênios privados, à maior parte deles paga o tratamento de alta taxa de dose com iridium, mas gostaríamos que o uso desta modalidade terapêutica fosse possível para uma parcela cada vez maior da população. P. H. - De acordo com a sua prática diária, que tipo de paciente tem-se beneficiado mais com a braquiterapia? Dra. Ludmila - Pelo número de casos incidentes, certamente em pacientes acometidos por tumores ginecológicos são a maioria das indicações em nosso país e é imprescindível o uso de braquiterapia na abordagem destas neoplasias. Em tumores de próstata, como a incidência tem-se tornado muito crescente (um em cada sete ou oito homens tem desenvolvido a doença) e com início da dosagem do PSA, que permite que o diagnóstico seja feito em tumores muito pequenos, a indicação de braquiterapia tem sido cada vez maior. Trabalhos mais recentes têm mostrado que especialmente pacientes com fatores de risco aumentado têm obtido maior controle local da doença e melhor sobrevida com o uso da braquiterapia de alta taxa de dose.

N

esses seis ou sete anos de experiência com a braquiterapia especificamente em próstata, o tratamento tem se mostrado factível, não existindo restrições clínicas que contra-indiquem o procedimento desses pacientes que tenham o mínimo de possibilidade de receber uma raquianestesia. O tratamento é possível para

pacientes que, por exemplo, tenham contra-indicação para realizar uma cirurgia. É um tratamento com pouca toxicidade e bons resultados até o momento.

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