Biografia

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Biografia José Mauro de Vasconcelos tem nas veias sangue de índia e português. Nasceu em Bangu, Rio de Janeiro, e passou a infância em Natal, onde foi criado com muito sol e água. Aos nove anos de idade aprendeu a nadar, e com prazer ele hoje rememora os dias de contentamento, quando se atirava às águas do Potengi, quase na boca do mar, a fim de treinar para as provas de grande distância. Com freqüência ia mar a dentro, protegido por uma canoa porque a barra de Natal está sempre infestada de tubarões. Ganhou vários campeonatos de natação e, como todo garoto, gostava de futebol e de trepar em árvores. Mas o esporte, não constituía sua única preocupação. Depois do primário, aos 10 anos de idade já cursava o primeiro ano do curso ginasial, que terminou cinco anos mais tarde. Então, gostava dos romances de Graciliano Ramos, Paulo Setúbal e José Lins do Rego. Depois do ginásio, os estudos de José Mauro como autodidata foram sempre feitos à base de trabalho. Seu primeiro emprego, dos dezesseis aos dezessete anos, foi treinador de peso-pluma; recebia 100 cruzeiros (velhos) por luta no Rio de Janeiro, pois aos quinze anos saíra de Natal para ganhar o mundo. No Estado do Rio, trabalhou numa fazenda em Mazomba, perto de Itaguaí, carregando banana. Depois, foi viver como pescador no litoral fluminense, onde não se demorou muito, partindo em seguida para o Recife. Ali, exerceu o cargo de professor primário num núcleo de pescadores. Da capital pernambucana, José Mauro saiu para começar incessante vai-vem, do Norte ao Sul, e vice-versa, permanecendo um pouco em cada lugar, para em seguida enveredar pelo sertão e viver entre os índios. Dotado de prodigiosa capacidade inata de contar histórias, possuindo fabulosa memória, candente imaginação e com uma volumosa experiência humana, José Mauro de Vasconcelos não quis ser escritor, foi obrigado a sê-lo. Os seus romances, como lavas de um vulcão, foram lançados para fora, porque dentro dele o "eu" estava transbordando de emoções. Ele tinha de escrever e de contar coisas. Sua fenomenal produção literária, iniciada aos 22 anos de idade, ainda não chegou ao meio do caminho, porque ele está em plena ascensão, com inexauríveis reservas, que o levarão a posição ainda mais elevada nas letras nacionais. O autor de belos romances tinha método originalíssimo. De início, escolhia os cenários onde se movimentarão seus personagens. Transporta-se então para o local, onde realizava estudos

minuciosos. Para escrever Arara Vermelha, percorreu cerca de 450 léguas no sertão bruto. Em seguida, José Mauro dá asas à sua fantasia e, na imaginação, constrói todo o romance, determinando até mesmo as frases da dialogação. Tinha uma memória que, durante longo tempo, lhe permite lembrar dos mínimos detalhes do cenário estudado. "Quando a história está inteiramente feita na imaginação", revelava o escritor, "é que começo a escrever. Só trabalho quando tenho a impressão de que o romance está saindo por todos os poros do corpo. Então vai tudo a jato". Com o seu sistema de ficar dormindo na pontaria até que o livro todo esteja "escrito" na imaginação, contava José Mauro que, ao pôr-se em ação, na fase material de bater à máquina, tanto fazia escrever os capítulos, um. após outro, como dar saltos; depois de pronto o primeiro passa à conclusão do livro, sem antes ter elaborado o entrecho. "Isso", explicava o escritor, "porque todos os capítulos estão já produzidos cerebralmente. Pouco importa escrever a seqüência, como alterar a ordem. No fim dá tudo certinho". Artista do cinema e da televisão, José Mauro já trabalhou em diversos filmes como Carteira Modelo 19, que lhe valeu o prêmio Saci como melhor ator coadjuvante, Fronteiras do Inferno, Floradas na Serra, Canto do Mar, do qual escreveu o roteiro, Na Garganta do Diabo, obtendo o prêmio Governador do Estado como melhor ator, A Ilha, conseguindo o prêmio de melhor ator pela Prefeitura, e culminando com Mulheres & Milhões, sendo laureado com o Saci de melhor ator do ano. Dos seus livros, Vazante e Arara Vermelha foram filmados. Na televisão, desempenhou numerosos papéis, destacando-se o de Padre Damião. Como ator é também talentoso; suas sóbrias interpretações têm alcançado grande êxito.

Obras            

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Banana Brava (1942) Barro Blanco (1948) Longe da Terra (1949) Vazante (1951) Arara Vermelha (1953) Arraia de Fogo (1955) Rosinha, Minha Canoa (1962) Doidão (1963) O Garanhão das Praias (1964) Coração de Vidro (1964) As Confissões de Frei Abóbora (1966) Meu Pé de Laranja Lima (1968) Rua Descalça (1969) O Palácio Japonês (1969) Farinha Órfã (1970) Chuva Crioula (1972) O Veleiro de Cristal (1973) Vamos Aquecer o Sol (1974) A Ceia (1975) O Menino Invisível (1978) Kuryala: Capitão e Carajá (1979)

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