Bacterias Da Microbiota Norma A Patogenicidade

  • May 2020
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BACTÉRIAS: DA MICROBIOTA NORMAL A Lima Professora Zilka Nanes PATOGENICIDA DE

Microbiologia Clínica / Departamento de Farmácia/ Universidade Estadual da Paraíba Farmacêutica formada pela UFPB/Mestre em Genética pela UFPB Bacteriologista do Laboratório de Patologia Clínica HEMATO

[email protected]

MICROBIOLOGIA 

Dedica-se ao estudo dos seres microscópicos, geralmente muito pequenos para serem observados a olho nu.



Nasceu da especulação humana sobre a origem da vida e sobre a fonte das doenças transmissíveis.



Classes de agentes infecciosos tradicionais: bactérias, fungos, parasitas e vírus.



O seu estudo está relacionado a Infectologia, Genética, Biologia Molecular, Farmacologia, Patologia, Imunologia e Semiologia.

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GIROLAMO FRACASTORO 

Médico italiano em contágio ocorria:

1546

definiu

que

o

1) Pelos contatos; 2) Através de fômites ou objetos 3) A distância (através do ar).

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POSTULADOS DE ROBERT KOCK (Descritos por volta de 1875) 4) 5) 6) 7)

Um microrganismo específico deve sempre está associado a uma doença O microrganismo deve ser isolado e cultivado em cultura pura, em condições laboratoriais A cultura pura do microrganismo produzirá a doença quando inoculada em animal susceptível É possível recuperar o microrganismo inoculado do animal infectado experimentalmente

(Em 2009) Nem todos os microrganismos estão associados a doenças 11) Nem todos são isolados em culturas tradicionais 13) Nem todos produzem doenças em animais experimentais 15) Conseqüentemente nem todos são isolados de animais experimentais 9)

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MICROBIOTA NORMAL 

O corpo humano é continuamente habitado por vários microrganismos diferentes, em sua maioria bactérias que, em condições normais e em um indivíduo sadio, são inofensivos e podem até ser benéficos.



Comensal: juntos



Órgãos e sistemas internos são estéreis, incluindo o baço, o pâncreas, o fígado, a bexiga, o SNC e o sangue.



Récem-nascido sadio adquire sua microbiota normal a partir da alimentação e do ambiente, incluindo DA outros seres humanos. BACTÉRIAS: MICROBIOTA NORMAL A PATOGENICIDADE

organismos

que

se

alimentam

Professora Zilka Nanes (Universidade Estadual da Paraíba)

MICROBIOTA NORMAL DO CORPO HUMANO

(PELE)

Cocos Gram-positivos: Staphylococcus aureus (comum) Staphylococcus epidermidis (proeminente) Streptococcus spp. (irregular) – S.pyogenes Bacilos Gram-positivos: Corynebacterium spp. (++) Propionibacterium acnes

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MICROBIOTA

NORMAL

(CONJUNTIVA)

DO

CORPO

HUMANO

Cocos Gram-positivos: Staphylococcus aureus (irregular ) Staphylococcus epidermidis (comum) Streptococcus spp.(irregular) Bacilos Gram-positivos: Corynebacterium spp. (comum) Cocos Gram-negativos: Moraxella e Neisseiria spp. (comum) Haemophillus spp. (irregular) Bastonetes Gram-negativos: Escherichia coli (irregular) Proteus mirabilis (irregular) BACTÉRIAS: DA MICROBIOTA NORMAL A PATOGENICIDADE Professora Zilka Nanes (Universidade Estadual da Paraíba)

MICROBIOTA NORMAL DO CORPO HUMANO

(BOCA e

FARINGE) Cocos Gram-positivos: Staphylococcus aureus (comum) Staphylococcus epidermidis (comum) Streptococcus spp.(proeminente) Enterococcus spp.(irregular) Bacilos Gram-positivos: Corynebacterium spp. (comum) Cocos Gram-negativos: Neisseria ssp. (comum) Haemophillus spp. (irregular) Bastonetes Gram-negativos: Pseudomonas aeruginosa (irregular), Escherichia coli (irregular) e Proteus mirabilis (irregular)

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MICROBIOTA

NORMAL

(INTESTINOS)

DO

CORPO

HUMANO

Bacilos Gram-negativos (principalmente Enterobactérias) Escherichia coli (proeminente) Proteus mirabilis (comum) Pseudomonas aeruginosa (comum) Bacilos Gram-positivos: Corynebacterium spp. (comum) Clostridium tetani (irregular) Cocos Gram-positivos: Staphylococcus aureus (proeminente) Staphylococcus epidermidis (comum) BACTÉRIAS: DA MICROBIOTA NORMAL A PATOGENICIDADE Professora Zilka Nanes (Universidade Estadual da Paraíba)

MICROBIOTA

NORMAL

DO

CORPO

HUMANO

(VAGINA) Cocos Gram-positivos: Staphylococcus spp. (comum) Streptococcus spp. (comum) Enterococcus spp. (comum) Bacilos Gram-positivos: Lactobacilos (proeminente) Bacilos Gram-negativos: Escherichia coli, Klebsiella spp. , Proteus mirabilis, Pseudomonas aeruginosa (comum)

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MICROBIOTA NORMAL DO CORPO HUMANO

(URETRA) Cocos Gram-positivos: Staphylococcus aureus (irregular) Staphylococcus epidermidis (proeminente) Streptococcus spp. (comum) Bacilos Gram-positivos: Corynebacterium spp. (comum) Bacilos Gram-negativos: Escherichia coli (comum) Proteus mirabilis (comum) BACTÉRIAS: DA MICROBIOTA NORMAL A PATOGENICIDADE Professora Zilka Nanes (Universidade Estadual da Paraíba)

PATOGENICIDADE

(PELE)

Staphylococcus epidermidis (colonização de ponta de cateter → sepse) J. Pediatr. (Rio J.) vol.85 no.1 Porto Alegre Jan./Feb. 2009 / doi: 10.1590/S0021-75572009000100014

 

Camila Marconi ; Maria de Lourdes Ribeiro de Souza da Cunha ; João C. Lyra ; Maria R. BentlinIV; Jackson E. N. BatalhaV; Maria Fátima SugizakiII; José E. CorrenteVI; Lígia M. S. S. RugoloIV I

II

III

Utilidade da cultura da ponta de cateter no diagnóstico de infecção neonatal

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PATOGENICIDADE

(PELE)

Staphylococcus aureus * Abscessos * infecções de feridas operatórias * furúnculo →

Streptococcus pyogenes ← * Escarlatina

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PATOGENICIDADE

(OCULAR)

Staphylococcus aureus * conjutivite →

Neisseria gonorrhoeae ← * conjuntivite

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Arq. Bras. Oftalmol. vol.65 no.3 S�o Paulo June 2002 doi: 10.1590/S0004-27492002000300007 

Microbiota aeróbia conjuntival nas conjuntivites adenovirais   Ocular flora in adenoviral conjunctivitis Eliane Mayumi Nakano / Denise de Freitas / Maria Cecília Zorat Yu / Lênio Souza Alvarenga / Ana Luisa Hofling- Lima

* A conjuntivite adenoviral causa uma modificação na microbiota conjuntival ocular e em sua vigência as culturas conjuntivais têm índice de positividade maior. Isto invalida o exame como comprovação etiológica. Os achados também não mostram correlação com a evolução clínica. BACTÉRIAS: DA MICROBIOTA NORMAL A PATOGENICIDADE Professora Zilka Nanes (Universidade Estadual da Paraíba)

PATOGENICIDADE (BOCA) Staphylococcus aureus * Abscesso (mandíbula)→

PATOGENICIDADE (FARINGE)

Streptococcus pyogenes ← * Faringite

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PATOGENICIDADE

(FOSSAS NASAIS)

Staphylococcus aureus * Portadores assintomáticos -- furúnculos

Streptococcus pneumoniae ← * inflamações de fossas nasais Pneumonias BACTÉRIAS: DA MICROBIOTA NORMAL A PATOGENICIDADE Professora Zilka Nanes (Universidade Estadual da Paraíba)

PATOGENICIDADE

(INTESTINO)

Staphylococcus aureus * Enterotoxinas produzidas em alimentos (Intoxicação alimentar)

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O MUNDO DAS DOENÇAS INFECCIOSAS 

Historicamente são causa de mortes, não apenas limitando melhorias no conforto pessoal, mas também impedindo o avanço do bem-estar social e geral.



Somente no século 20 as melhorias das condições de vida, sanitarismo e intervenção médica tiraram as sociedades das conseqüências destas doenças.



Década de 50 = sucessos da medicina e da saúde pública pareciam tão impressionantes que os mais renomados cientistas estavam propensos a predizer a conquista das doenças infecciosas e a erradicação das “pestes” como causa de miséria da face do planeta. BACTÉRIAS: DA MICROBIOTA NORMAL A PATOGENICIDADE Professora Zilka Nanes (Universidade Estadual da Paraíba)

O MUNDO DAS DOENÇAS INFECCIOSAS 

Em 1969 William H. Stewart “É o momento de fechar o livro sobre doenças infecciosas” (diretor nacional de saúde dos EUA)



Infelizmente estes sábios homens subestimaram muito a capacidade de adaptação das multifárias formas de vida que compartilham o planeta conosco.



Como resultado a lista de doenças infecciosas novas e reemergentes é longa e ainda crescente. BACTÉRIAS: DA MICROBIOTA NORMAL A PATOGENICIDADE Professora Zilka Nanes (Universidade Estadual da Paraíba)

ANTIMICROBIANOS 



Sulfonamidas (1913) – eram usadas corantes – Gerhard

como Domagk (1932) – sulfamidocrisoidina foi utilizada em infecções de camundongos. E utilizado, com sucesso, pela primeira vez em humanos, na própria filha (infecção estreptocócica grave).

Penicilina (1928) – Alexander Fleming notou que uma o crescimento de uma cultura de Staphylococcus aureus teria sido inibida ocasionalmente pelo fungo Penicillium.

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ANTIMICROBIANOS 

A descoberta de Fleming não foi aproveitada de imediato, por não haver tecnologia adequada para cultivar o fungo em grande quantidade, separar o antibiótico do meio de cultura e purificá-lo



Florey, Chain e colaboradores migraram da Inglaterra para os EUA (1941) – produziram penicilina em escala industrial



Em 1945 ganharam o Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina por contribuição para o bem-estar da humanidade BACTÉRIAS: DA MICROBIOTA NORMAL A PATOGENICIDADE Professora Zilka Nanes (Universidade Estadual da Paraíba)

ANTIMICROBIANOS 

Quinina (1633) - um dos primeiros a ser isolado em 1820 da Cinchona – ação terapêutica notável contra o Plasmodium (Malária).



Emetina (meados de 1800) - isolada da Ipecacuanha ação terapêutica contra amebíase.



Composto do arsênico denominado Atoxil (1910) – descoberto por Ehrlich e colaboradores com ação anti-sifilítica.

Erlich é considerado o pai da quimioterapia.

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BENEFÍCIOS DA MICROBIOTA NORMAL 

Grande quantidade de bactérias saprófitas no intestino e na boca dificulta a instalação de um patógeno



Bactérias do intestino produzem substâncias antibióticas às quais elas próprias são imunes



Colonização do recém-nascido é um estímulo para o desenvolvimento do sistema imune



Bactérias intestinais são produtoras de vitamina K, e auxiliam na digestão e absorção de nutrientes BACTÉRIAS: DA MICROBIOTA NORMAL A PATOGENICIDADE Professora Zilka Nanes (Universidade Estadual da Paraíba)

MALEFÍCIOS DA MICROBIOTA NORMAL 

Microrganismos deslocados do seu sítio normal no corpo humano (Ex: S. epidermidis em cateter)



Quando patógenos potenciais ganham vantagem competitiva devido a população diminuída de competidores inofensivos (Clostridium difficile)



Quando algumas substâncias alimentares inofensivas comumente ingeridas são convertidas em derivados carcinogênicos pelas bactérias no colo (Ex: ciclamato – cicloeximida)



Pacientes imunocomprometidos – microbiota normal pode multiplicar em excesso e causar infecções. BACTÉRIAS: DA MICROBIOTA NORMAL A PATOGENICIDADE Professora Zilka Nanes (Universidade Estadual da Paraíba)

CATEGORIAS DE DOENÇAS INFECCIOSAS: 

Doença comunicável: transmitida de uma fonte externa, animada ou inanimada, a um paciente.



Doença contagiosa: paciente para paciente



Doença infecciosa: causada por um agente externo que replica ou multiplica

transmitida

de

BACTÉRIAS: DA MICROBIOTA NORMAL A PATOGENICIDADE Professora Zilka Nanes (Universidade Estadual da Paraíba)

CATEGORIAS DE DOENÇAS INFECCIOSAS: 

Infecção iatrogênica: intervenções médicas

produzida

por



Infecção nosocomial: adquirida em uma instituição de cuidados de saúde



Infecção oportunista: Infecção em um paciente com defesas comprometidas por um agente de baixa virulência que não produziria infecção em um paciente normal



Infecção subclínica: Infecção que produz uma resposta imunológica, mas sem sintomas clínicos ( também chamada de infecção BACTÉRIAS: DA MICROBIOTA NORMAL A PATOGENICIDADE assintomática).

Professora Zilka Nanes (Universidade Estadual da Paraíba)

CONCLUSÕES: 

Complexo Burkholderia cepacia e Stenotrophomonas maltophilia – bactérias de microbiota normal em vias aeréas superiores → podem causar pneumonias em pacientes imunocomprometidos .



Pseudomonas aeruginosa – microbiota normal de fezes → envolvida em vários tipos de infecções hospitalares



Staphylococcus aureus – profissionais de saúde portadores em fossas nasais devem ser descolonizados para dimimuir a prevalência de infecções em pacientes hospitalizados.



Enterococcus spp. – microbiota normal de fezes e irregular em orofaringe infecções dedaferida Professora Zilka Nanes → (Universidade Estadual Paraíba) cirúrgica.

BACTÉRIAS: DA MICROBIOTA NORMAL A PATOGENICIDADE

CONCLUSÕES: 

A lavagem das mãos pelos profissionais de saúde é indispensável.



Mesmo que se inicie a terapia antimicrobiana monitorar o tratamento com cultura e exames complementares



A capacidade dos microrganismos em adquirir resistência a antimicrobianos jamais se esgotará



Usar racionalmente os antimicrobianos para evitar a seleção de estirpes multiresistentes

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“Nunca sem boas razões admita um microrganismo como contaminante porque ele não é um patógeno aceito.” “Nunca sem boas razões aceite um microrganismo como a causa necessária de uma doença infecciosa meramente porque é um patógeno aceito.”

** Principais armas contra a infecção hospitalar:

LAVAGEM (CORRETA) DAS MÃOS USO RACIONAL DE ANTIMICROBIANOS

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Obrigada! [email protected]

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