Epidemiologia do Envelhecimento Conceitos Básicos Autonomia e Independência Funcional
Quem é o Idoso?
O art. 1º do Estatuto do Idoso define a pessoa idosa como aquela com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
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3
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5
14 milhões de hab. com idade > 60 anos (8,56% da população) 1,9 milhões de hab. com idade > 80 anos 25.08.2006
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(Censo 2000)
6
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População mundial de idosos: 1,2 bilhões 25.08.2006
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“Pirâmide” Populacional Distrito de Vila Mariana - Município de São Paulo-SP 70 ou mais 65 a 69 60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 30 a 34 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 5a9 0a4
18,59%
Mulheres N = 68.696 (55,57%)
14,29% -10% 25.08.2006
-5%
0 Karlo Moreira
5%
13,64%
Homens N = 54.914 (44,43%)
18,35% 10% IBGE - CENSO 1996 12
6
Evolução da população por faixas de idade (1991 - 2000) 1991
2000
Var. % 00/91
TOTAL
146.825.475
169.799.170
15,6%
0 a 14 anos
50.988.432
50.266.122
- 1,4%
15 a 59 anos
85.114.338
104.997.019
23,4%
60 anos ou mais
10.722.705
14.536.029
35,6%
% 60 anos ou mais / TOTAL
Fontes: Censos 1991 e 2000. IBGE. Elaboração:25.08.2006 SPS/MPS
7,3%
8,6%
-
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TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA ALTA MORTALIDADE + ALTA FECUNDIDADE = POPULAÇÃO JOVEM
MORTALIDADE
EXPECTATIVA DE VIDA
FECUNDIDADE
PROPORÇÃO DE IDOSOS
BAIXA MORTALIDADE + BAIXA FECUNDIDADE = POPULAÇÃO ENVELHECIDA 25.08.2006
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7
Progressão Progressão da da Expectativa Expectativa de de Vida Vida 1900
33,7 anos
39/45
39 anos
1950
43,2 anos
1960
55,9 anos
1980
63,5 anos
2000
68,5 anos
00/25
72 anos IBGE - 2000
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2
6.2
1950
1975
13.9 2000
‘BOOM’ DE IDOSOS
31.8
NO BRASIL [em milhões de habitantes]
2025 25.08.2006
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PROPORÇÃO PROPORÇÃO DE DE PESSOAS PESSOAS DE DE 60 60 ANOS ANOS OU OU MAIS MAIS EM EM PAÍSES PAÍSES SELECIONADOS SELECIONADOS -- 1990/1999 1990/1999
Costa, EFA 25.08.2006
Fonte: IBGE,2000 17
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Expectativa de Vida ao nascer Homens
Brasil
Mulheres Total Homens
Pará
Mulheres Total
64,09 71,7 67,78 64,83 70,99 67,87
aos 60 anos
79,83 90.75 85,21 80,62 89,6 85,01 IBGE - CENSO 1997
Atualmente: 70anos 25.08.2006
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Gerontologia “Ciência que estuda o processo do envelhecimento dos seres vivos em geral, particularmente do homem.” Diagnóstico, prevencão e tratamento das enfermidades da velhice, especialmente das chamadas crônicas degenerativas. A reabilitacão física, psíquica e social dos velhos. Retardar a velocidade do envelhecimento, prolongando a expectativa de vida da da comunidade até proximo da longevidade filogenética, preferencialmente em condições físicas, psíquicas e sociales adequadas.
25.08.2006
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Ramos da Gerontologia •
Experimental ou Biológica (1901) Estuda o envelhecimento do ponto de vista morfológico, fisiológico e psicológico no homem e em outros organismos vivos.
•
Médica ou Geriatria (1909) É a aplicação das ciências biológicas do envelhecimento a clínica humana. É uma especialidade médica.
•
Social Estuda o envelhecimento do ponto de vista sociológico e a influência dos fatores ecológicos no dito processo.
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O Médico Geriátrico Tem a obrigação de cuidar e não de curar. Deve ajudar o paciente, mas sobretudo ajudá-lo a se autoajudar. Valorizar as capacidade residuais para facilitar sua reinserção social. Sua meta é melhorar a qualidade de vida em sua última etapa do ciclo da vida. Deve interrogar-se sobre liberdade, sofrimento, morte, tratamento, eutanásia e deve ter uma orientacão filosófica da vida e, em especial, de sua própria vida. Dr. Jacques Richard 25.08.2006
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O Médico Geriátrico
Através de um Trabalho em Equipe Multidisciplinar, Reabilita, Otimiza e Organiza o Cuidar.
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Senilidade não é Diagnóstico
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Equipe Interdisciplinar BIO
SAÚDE
PSICO
SOCIAL
O.M.S. 25.08.2006
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SAÚDE DO IDOSO Deve-se acrescentar à concepção de saúde: – O estilo de vida do idoso – A sua autonomia para a vida diária – A sua capacidade funcional – A sua competência para o autocuidado
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Conceitos Básicos •
Autonomia É capacidade de governar-se; decidir; se tem juízo; liberdade; autodeterminação. Só é autônomo aquele que pode decidir sobre a conduta e o comportamento de sua vida.
•
Dependência É a impossibilidade parcial ou total de efetuar sem ajuda as atividades físicas, psíquicas e sociais da vida diária, e de adaptarse ao meio que o rodeia.
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Código Internacional de Classificação de Funcionalidade CONDIÇÃO DE SAÚDE
FUNCIONALIDADE
Estruturas e Funções do Corpo (Disfunção/doença)
Atividades (Limitação)
Participação (Restrição) INCAPACIDADE
Fatores Ambientais
Fatores Pessoais
(OMS - 2001) 25.08.2006
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Autonomia e Independência
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Autonomia e Independência
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Autonomia e Independência
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Idades de Interesse Geriátrico 45-60 anos: idade do “primeiro envelhecimento” 60-75 anos: velhice gradual (velhos jovens) 75-85 anos: velhice declarada 85-99 anos: grandes velhos (“very old”) 100 anos ou mais: centenários Idade Cronológica x Idade Biológica
Dr. Hervé Beck 25.08.2006
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O Idoso Frágil Habitualmente maior de 70 anos Presença de pluripatologias Doenças com tendência a invalidez física Presença de doença mental acompanhante Enfermidades condicionadas a problemas sociais Especialmente se reunir mais de uma condição
O.M.S. 25.08.2006
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O Idoso Frágil Idosos que requerem o máximo de: • Necessidades médicas • Cuidados • Serviços Comunitários • Ajudas formais ou informais • Cuidados de longa duração • 10-20% se > 65 anos • 46% se > 85 anos (na comunidade)
25.08.2006
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O Idoso Frágil Vulneráveis a riscos como: • • • • • • • •
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Dependência Quedas Enfermidades agudas Convalescência prolongada Institucionalização Acidentes Hospitalização Mortalidade
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AVD´s básicas e instrumentais
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AVD’s Básicas / Auto-cuidado
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Independente
Dependente
Banhar-se Vestir-se Uso do banheiro Transferir-se Controle esfincteriano Alimentar-se
Katz,1963 25.08.2006
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Avaliação das Atividades Instrumentais de Vida Diária 0. Normal 1. Faz, com dificuldade 2. Necessita de ajuda 3. Não é capaz
0. Nunca o fez, mas poderia fazê-lo 1. Nunca o fez e agora teria dificuldade
0
1
2
3
0
1
Ele (Ela) é capaz de preparar uma comida? Ele (Ela) manuseia seu próprio dinheiro? Ele (Ela) é capaz de manusear seus próprios remédios? Ele (Ela)é capaz de comprar roupas, comida, coisas para casa sozinho? Ele (Ela) é capaz de esquentar a água para o café e apagar o fogo? Ele (Ela) é capaz de manter-se em dia com as atualidades, com os acontecimentos da comunidade ou da vizinhança? Ele (Ela) é capaz de prestar atenção, entender e discutir um programa de rádio ou televisão, um jornal ou uma revista? Ele (Ela) é capaz de lembrar-se de compromissos, acontecimentos, familiares, feriados? Ele (Ela) é capaz de passear pela vizinhança e encontrar o caminho de volta para casa? Ele (Ela) pode ser deixado (a) em casa sozinho (a) de forma segura? 0. Normal 1. Sim, com precauções 2. Sim, por curtos períodos 3. Não poderia
0. Nunca ficou, mas poderia ficar agora 1. Nunca ficou e agora teria dificuldade
PONTUAÇÃO FINAL
Pfeffer 25.08.2006
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compras 49% transp. 42%
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Escala de Guttman - Hierarquia das AVDs Idosos - São Paulo - 1989 financ 33% medic 21% incont 10%
andar 9% vestir 8% banhar 8% comer 8% cuidar 6% WC 6% cama 4%
25.08.2006
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Ramos et al, 1993
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Sistema Nervoso Central
SUPORTE FAMILIAR Sistema músculoesquelético
LAZER
Continência esfincteriana Sistema endócrino metabólico
COGNIÇÃO Sistema gastrointestinal
HUMOR Sono
AVD´s básicas e instrumentais
MOBILIDADE Nutrição
Sistema gênitourinário
COMUNICAÇÃO Sistema respiratório
Pele e anexos
Saúde bucal SUPORTE SOCIAL 25.08.2006
Sistema cardiovascular Karlo Moreira
SEGURANÇA AMBIENTAL 39
Os “Is” da Geriatria Imobilidade Incontinência Instabilidade Intelecto diminuído Iatrogenia Insônia Indigência Impotência Imunodeficiência Incapacidade visual e auditiva 25.08.2006
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40
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POLIFARMÁCIA
Morbi – Mortalidade no idoso (IATROGENIA)
Problemas maiores do que a própria co-morbidade que determinou o problema terapêutico 25.08.2006
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DROGAS DROGAS MAIS MAIS UTILIZADAS UTILIZADAS PELO PELO IDOSO IDOSO Idosos consomem 50% do total de medicamentos de uma comunidade 1. 2. 3. 4. 5. 6.
CARDIOVASCULARES ANALGÉSICOS E ANTIFLAMATÓRIOS LAXATIVOS E ANTIÁCIDOS ANSIOLÍTICOS HIPNÓTICOS DROGAS QUE NÃO REQUEREM PRESCRIÇÕES: VITAMINAS E SAIS MINERAIS Meyer y Rewderberg 1992
Média de medicamentos: * Idosos da Comunidade * Idosos de Instituições 25.08.2006
* 25%
5 ou mais
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3a4 7a8 (Stuck et al 1994) 42
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Cascata Medicamentosa Bloq. Ca++ Edema
Diurético Alopurinol + KCl
Hipocalemia Hiperuricemia Dispepsia
Inibidos H2 + Antiácido
Obstipação
Laxante Antiespasmódico
Dor abdominal 25.08.2006
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Insuficiência Intelectual • Perda de memória • Outras áreas da cognição comprometidas • Influência na funcionalidade diária • Importância da avaliação criteriosa • Evolução e diagnóstico diferencial • Medidas de apoio • Gerenciamento 25.08.2006
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Insuficiência Intelectual
25.08.2006
Diminui massa muscular e Força muscular Atrofia contraturas
Úlceras de decúbito
Hemoconcentração Redistribuição volêmica Hipotensão postural TEP
25.08.2006
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Afeta a marcha Dificulta a transferência, movimentação e Cuidados Prolonga a hospitalização Compromete AVD’s
IMOBILIDADE
Hiporexia constipação
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Privação Sensorial Delirium
Diminui tosse,dinâmica Respiratória Diminui função ciliar
Hipercalciúria Catabolismo proteico Resistência a insulina hiponatremia
46
23
Síndrome da Imobilidade
25.08.2006
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Instabilidade: quedas • 6a causa de morte no idoso • 40% das admissões em casas de repouso • Incidência 70 anos
25%
75 anos
35%
>80 anos 40% institucionalizados 25.08.2006
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50% 48
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Conseqüências Conseqüências das das Quedas Quedas • • • • •
Fraturas: 4 a 6 % Morte: 2,2 % Incapacidade em levantar-se Imobilidade Medo de cair : 40 a 73% dos que já caíram 20 a 46% dos que não caíram • Diminuição na atividade • Maior morbidade (quedas = marcadores de condições clínicas subjacentes)
25.08.2006
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Incontinência Urinária • Incontinência funcional ou transitória Delirium Infecção Uretrites e vaginites atróficas Farmacológicas Psicológicas Excesso de débito urinário Imobilidade Fecaloma 25.08.2006
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50
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Incontinência Urinária • Causas definitivas Hiperatividade detrussora Incontinência de esforço Obstrução uretral Hipoatividade detrussora
25.08.2006
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Incontinência Urinária Tabus: 50% dos idosos c/ IU não procuram o médico (Vergonha / Normal para idade / Sem tratamento)
<10-30% dos médicos documentam IU no prontuário 1/2 a 2/3 dos médicos não fazem nem uma simples avaliação quando ficam sabendo do problema
25.08.2006
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Dave J. ACP-ASSIM on line 2001 52
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DESAFIOS ¾ População envelhecendo rapidamente ¾ Aumento desproporcional das faixas etárias mais elevadas ¾ Predominância de mulheres (viúvas) ¾ Diminuição do tamanho das famílias (nº de filhos = nº de avós) ¾ Aumento dos domicílios unipessoais ¾ Aumento dos domicílios sob responsabilidade de idosos ¾ Seguridade social inadequada (diminui nº de pagantes) ¾ Aumento da prevalência das doenças crônico-degenerativas ¾ Aumento do números de indivíduos de alta dependência ¾ Maiores gastos com saúde 25.08.2006
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Muitos idosos jovens ¾Estraté Estratégias que possibilitem o engajamento social das pessoas idosas ¾Promoç Promoção do envelhecimento saudá saudável e ativo. 25.08.2006
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•
A maioria dos idosos é composta por indivíduos do sexo feminino A mulher idosa vive mais freqüentemente sozinha • A mulher idosa refere mais problemas de saúde 25.08.2006
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•
Boa parte dos idosos mora na comunidade, com a família e crianças
• 25.08.2006
Estraté Estratégias de atenç atenção à saú saúde da famí família Reforç ç o do suporte familiar Refor Idosos envolvidos no cuidado de crianç crianças !? Karlo Moreira
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•
•
• 25.08.2006
Idosos visitam freqüentemente serviços de saúde Karlo Moreira
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•
Idosos apresentam freqüentemente múltiplos e complexos problemas Abordagem eminentemente interdisciplinar • 25.08.2006
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•• •
•
Idosos apresentam problemas nos quais os • profissionais de saúde têm sido pouco treinados 25.08.2006
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•
• • Particularidades do ato de envelhecer no Brasil • • Identificaç ção de elementos envolvidos no processo Identifica • saú saúdede-doenç doença em nosso contexto 25.08.2006
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O Sistema de Saúde representa a principal ameaça para o idoso
INDIFERENÇA
IATROGENIA
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SISTEMA SISTEMA DE DE SAÚDE SAÚDE ATUAL ATUAL DESAFIOS • Mais doença crônica → mais incapacidade → mais gastos • Detecção precoce → maior expectativa de vida → mais gastos com a manutenção
PROBLEMAS • Não detecção dos indivíduos de riscos • Mais hospitalizações • Hospitalizações prolongadas • Alta precoce • Reinternações • Atendimento terciário • Atendimento na emergência • Mais incapacidade
Ramos LR. Epidemiologia do Envelhecimento. In:Tratado de Geriatria e Gerontologia, 2002 25.08.2006
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FIM FIM
Dra Karlo Edson Moreira 32497868 81247094
[email protected]
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