Arte e Design de Interiores Maria Cristina Cabral No Texto “Arte e Design de Interiores”, Maria Cristina Cabral apresenta a história dos interiores nas suas diferentes tendências abordando o tempo e a cultura de vários locais, enfatizando que a história do design de interiores compreende a arquitetura, as artes plásticas e a decoração dentro de seus contextos sociais, econômicos e culturais. Caracterizando o espaço interno e suas instalações desde o seu surgimento no século XIX até as experimentações, pluralismo e efemeridades do pósmodernismo. Do movimento Arts&Crafts e sua relação entre arte e atividade de produção mostra a grande influência do estilo no desenvolvimento e sedimentação do design nas correntes estéticas seguintes que complementam o método. A linguagem do Arts&Crafts é presente em estilos como por exemplo o Art Nouveau, a Secessão de Viena chegando às vanguardas artísticas e ao Movimento Moderno. E é dentro do movimento moderno, na Bauhaus, que o design de tendência construtiva e funcionalista empreende a arte como metodologia para a produção industrial. Walter Gropuis como idealizador da escola associa as vanguardas artísticas à pesquisa formal valorizando a abstração geométrica e suas formas elementares à produção industrial. Considerando aí, a geometria como uma linguagem racional e padronizada compatível com a indústria e a produção em série. Em contraste com a racionalidade da arquitetura modernista, o estilo Art Decó abre novos caminhos com sua tendência decorativa e após a segunda guerra toda a estrutura modernista passa a ser questionada e as referências visuais da cultura de massa difundidas pelos meios de comunicação começam a servir de inspiração para o design de interior. Assim a Pop Art marca uma nova estética baseada na rapidez do consumo de massa de objetos utilizando quase sempre objetos pouco duráveis, sempre coloridos, irreverentes e informais, bem diferentes da linguagem estrutural padronizada pela visão modernista. O novo gosto é celebrado por nomes como o de Gaetano Pesce, que nas suas poltronas intituladas “Up Series”, de 1969, cria peças arredondas, lúdicas e coloridas usando materiais sintéticos, como o poliuretano, em reação a sobriedades das linhas retas do movimento moderno. O desenho biomórfico que adota que sugere relaxamento e informalidade é visualmente oposto à estética da máquina abordada anteriormente. Ainda nas correntes pós-modernistas que valorizaram a experimentação, Alessandro Mendini, com seu re-design que altera e modifica obras consagradas do design moderno busca como finalidade principal criticar e provocar a estética e os parâmetros racionalistas do modernismo. Dentro deste contexto, os irmãos Campana, evidenciam uma concepção plástica que visa quebrar e rever as verdades estabelecidas no design, reinterpretando formas através do uso de materiais inusitados. O que se conclui é que as correntes modernistas valorizando a indústria negaram o ornamento buscando a simplificação da forma, enquanto as correntes pós-modernistas recusando a estética funcionalista moderna
começam a combinar referências visuais diversas utilizando o despojamento estético como fonte de inspiração. Abandonam assim, o bom gosto atribuídos ao design moderno através de referências à cultura popular e ao kitsch, numa crítica à massificação do design, cujo futuro no século XXI se apresenta livre e aberto às diversas possibilidades da sociedade globalizada. Viviane Marques