O arcadismo é uma escola literária surgida na Europa no século XVIII. O nome dessa escola é uma referência à Arcádia, região bucólica do Peloponeso, na Grécia, tida como ideal de inspiração poética. No Brasil, o movimento árcade toma forma a partir da segunda metade do século XVIII. A principal característica desta escola é a exaltação da natureza e de tudo que lhe diz respeito. É por isto que muitos poetas ligados ao arcadismo adotaram pseudônimos de pastores gregos ou latinos (pois o ideal de vida válido era o de uma vida bucólica). O arcadismo, também chamado de setecentismo (do século XVIII, ou os "anos de 1700") ou neoclassicismo é o período que caracteriza principalmente a segunda metade do século XVIII, tingindo as artes de uma nova tonalidade burguesa. A primeira metade do século XVIII marcou a decadência do pensamento barroco, para a qual colaboraram vários fatores: a burguesia ascendente, voltadas para as questões mundanas, passou a deixar em segundo plano a religiosidade que permeava o pensamento barroco; além disso, o exagero da expressão barroca havia cansado o público, e a chamada arte cortesã, que se desenvolvera desde a Renascença, atingia um estágio estacionário e apresentava sinais de declínio, perdendo terreno para a arte burguesa, marcada pelo subjetivismo. Surgiram, então, as primeiras arcádias, que procuravam a pureza e a simplicidade das formas clássicas. Na Itália essa influência assumiu feição particular. Conhecida como Arcadismo, inspirava-se na lendária região da Grécia antiga. Segundo a lenda, a Arcádia era dominada pelo deus Pã e habitada por pastores que, vivendo de modo simples e espontâneo, se divertiam cantando, fazendo disputas poéticas e celebrando o amor e o prazer. Os italianos, procurando imitar a lenda grega, criaram a Arcádia em 1690 - uma academia literária que reunia os escritores com a finalidade de combater o Barroco e difundir os ideais neoclássicos. Para serem coerentes com certos princípios, como simplicidade e igualdade, os cultos literatos árcades usavam roupas e pseudônimos de pastores gregos e reuniam-se em parques e jardins para gozar a vida natural. No Brasil e em Portugal, a experiência neoclássica na literatura se deu em torno dos modelos do Arcadismo italiano, com a fundação de academias literárias, simulação pastoral, ambiente campestre, etc. Esses ideais de vida simples e natural vêm ao encontro dos anseios de um novo público consumidor em formação, a burguesia, que historicamente lutava pelo poder e denunciava a vida luxuosa da nobreza nas cortes. O desejo da natureza, a realização da poesia pastoril, a reverência ao bucolismo são traços marcantes da literatura arcádica, disposta a fazer valer a simplicidade perdida no Barroco. •
Fugere urbem (fuga da cidade)
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Locus amoenus (lugar aprazível, ameno)
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Aurea Mediocritas (mediocridade áurea - simboliza a valorização das coisas cotidianas focalizadas pela razão)
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Inutilia truncat (cortar o inútil - eliminar o rebuscamento barroco)
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Neoclassicismo
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Pseudônimos pastoris (fingimento poético para não revelar sua identidade)
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Carpe diem (aproveite o dia)
• Em Portugal •
D. José no trono na casa do pai João
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Período Pombalino (1750 a 1777)
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Grandes Reformas na Economia
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Aumento da exploração na colônia do Brasil
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Expulsão dos jesuítas dos domínios portugueses
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A morte de D. José, em 1777, e a queda de Pombal
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D. Maria, sucessora do trono, tenta resolver os problemas, cada vez maiores, do Erário Real.
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O dominio Inglês em Portugal cresce, e a dependência econômica de Portugal torna-se incontrolável.
[editar] No Brasil Ver artigo principal: Arcadismo no Brasil •
Minas Gerais como centro econômico e político
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A descoberta do ouro, na região de Minas Gerais, forma cidades ao redor.
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Vila Rica (atual Ouro Preto) se consolida como espaço cultural desde o Barroco (Aleijadinho)
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A corrida pelo ouro se intensifica.
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Influências das arcádias portuguesas nos poetas brasileiros
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Conflitos com o Império (Inconfidência Mineira e Conjuração Baiana)
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O ciclo da mineração
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A expulsão dos jesuítas do Brasil - (1759)
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A Inconfidência Mineira(1789)
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A influência da Burgesia (1753)
Em Portugal •
Fundação da Arcádia Lusitana (1756)
No Brasil •
Publicação das Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa (1768)
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Fundação da Arcádia Ultramarina em Vila Rica (atual Ouro Preto, MG)
Características •
Rococó - estilo artístico situado entre o Barroco (com o qual, às vezes, é confundido) e o Arcadismo. O Rococó durou pouco mais de 35 anos. Assumiu porém, ares de padrão artístico em vários países do mundo, principalmente na américa espanhola e portuguesa.
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Predomínio da razão - ênfase aos estatutos da razão, do conhecimento e da ciência. A beleza e o racional caminham lado a lado
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Adoção de lemas latinos, tais como:Fugere urbem (fuga da cidade), Locus amoenus (lugar aprazível), Carpe diem (aproveita o dia), Inutilia truncat (Cortar o inútil), Aurea mediocritas (mediocridade áurea)
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Pastoralismo ou Bucolismo;
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Imitação de modelos artísticos greco-romanos - a obediência a regras e convenções clássicas como sinônimo de "imitação", não de cópia pura e simples. Aspectos imitados: quanto à forma (busca da perfeição formal, através da utilização de modelos literários); quanto ao conteúdo (temáticas
preferenciais: amor, vida e morte, vida campestre, poesia didática ou doutrinária; recorrência à mitologia pagã); •
Convencionalismo (Repetição de temas muito explorados e utilização de lugares comuns da literatura;
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Idealização do amor e da mulher.
Gerais •
Idéias Iluministas
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Laicismo
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Liberalismo
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Carpe Diem
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Antropocentrismo
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Fugere Urbem
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Bucolismo (vida bucólica = vida campestre, no campo) ○
Obs: Apesar do Arcadismo pregar que a vida feliz é a vida no campo e idolatrar a vida campestre e a natureza, o campo ainda é um plano de fundo, apenas. A maioria dos autores não deixam sua vida na cidade pela vida no campo.
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Rigor formal
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Revalorização da cultura clássica
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Aurea Mediocritas
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Convencionismo amoroso
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Idealização do Sexo
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Objetivismo
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Sátira Política
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Linguagem Simples
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Uso dos Versos decassílabos, sonetos e outras formas clássicas
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Presos à estética e à forma
No Brasil •
Introdução de paisagens tropicais - Caramuru (criação de Frei José de Santa Rita Durão)
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História colonial muito valorizada
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Início do nacionalismo
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Início da luta pela independência - Tomás Antônio Gonzaga ("primeira cabeça da inconfidência" segundo Joaquim Silvério, delator da Inconfidência Mineira)
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A colônia é colocada como centro das atenções.
Autores Portugal •
Manuel Maria Barbosa Du Bocage
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Antonio Diniz Cruz e Silva
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Correia Garção
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Marquesa de Alorna
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Francisco José Feire, o Cândido Lusitano
Brasil •
Santa Rita Durão
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Cláudio Manuel da Costa
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Basílio da Gama
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Tomás Antônio Gonzaga
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Inácio José de Alvarenga Peixoto
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Manuel Inácio da Silva Alvarenga
Arcadismo no Brasil Desenvolve-se no Brasil com o Arcadismo a primeira produção literária adaptada à vida da colônia, já que os temas estão ligados à paisagem local. Surgem vários autores do gênero em Minas Gerais, centro de riqueza na época. Embora eles não cheguem a criar um grupo nos moldes das arcádias, constituem a primeira geração literária brasileira. A transição do barroco para o Arcadismo se dá com a publicação, em 1768, do livro Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa (1729-1789), um dos integrantes da Inconfidência Mineira. Entre os árcades se destacam ainda o português que viveu no Brasil e participou da Inconfidência Mineira, Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), autor de Marília de Dirceu e Cartas Chilenas; Basílio da Gama (1741-1795), autor do poema épico O Uraguai; Silva Alvarenga (1749-1814), autor de Glaura; e Frei Santa Rita Durão (1722-1784), autor do poema épico Caramuru. Apesar do engajamento pessoal, a produção literária desses autores não está a serviço da política. A escola predomina até o início do século XIX, quando surge o Romantismo.