Apresentação
Em primeiro lugar, gostaria de sublinhar que o humor é considerado um dos aspetos mais problemáticos da tradução e, ainda mais, na legendagem devido aos condicionalismos da mesma. Note-se que o humor, neste contexto HIMYM, que se apropria das características de uma cultura e/ou sociedade, seja dos costumes, da história ou dos próprios intervenientes da mesma, poderá não ser compreendido como humor numa outra cultura. Isto irá sempre depender do conhecimento da cultura de chegada.
Um dos desafios da tradução do humor consiste quando o público da cultura de chegada não compreende um referente e pode, eventualmente, provocar uma falha na transmissão da mensagem. Na verdade, temos que estabelecer prioridades entre o tipo de texto e a intenção do orador. Para tal, alguns autores agruparam um conjunto de estratégias para ajudar a suavizar a (in)traduzibilidade destes referentes culturais e do humor, tais como Díaz Cintas & Remael (2007) e Pedersen (2011). Já que os Estudos Descritivos da Tradução tendem a colocar questões como: “É possível traduzir?” e/ou “Como poderá ser traduzido?”
Devo mencionar, que optamos por usar o termo “estratégias”, pois é o termo mais usado nos Estudos Descritivos e na área. Apesar que nem todas as estratégias envolvem tradução: retenção, omissão ou generalização (Pedersen, 2011:69).
Na nossa apresentação, e trabalho, iremos “estratégias” no contexto micro, ou seja, local. E “método” será usado a nível macro (global) (Chesterman, 2005:26-27).
Portanto, o tradutor terá de “medir” a distância entre as duas línguas e culturas e assim, aplicar a estratégia que considera mais apropriada (Nedergaard-Larsen, 1993:222). Porém, as nossas práticas e aquilo que vemos na televisão, ou o modo como assumimos a informação de uma outra cultura, por exemplo, da américa, poderá não se afastar daquilo que vemos no ecrã.
Temos o exemplo 3, onde usei um empréstimo: A. o tipo do "Hey Vern", dos filmes "Ernest". Neste exemplo, optou por manter as referências culturais que estavam a ser feitas
“Hey Vern” e “Ernest”
1. Por um lado, não considerei relevante a sua tradução. 2. Por outro lado, ao início, ponderei se deveria ou não traduzir “Ernest”, no entanto, não encontrei uma tradução para o título deste filme, que, na verdade, são vários filmes que têm, em parte, este nome. Ainda ponderei traduzir como “Ernesto”, mas como existe um filme com esse nome, não quis levar o público ao engano, então optei por manter. 3. Adicionalmente, em inglês, dizia “from the series of Ernest filmes”. Eu optei, neste caso, devido ao tempo de leitura, retirar e deixar apenas “filmes”. Mantendo a ideia de que são vários com esse nome.
Para além disto, quando olhamos para a tradução do humor, em legendagem, vemos que as restrições do humor em si, são alargadas por diferentes parâmetros: a distâncias entre as culturas, a vertente polissémica da legendagem, os condicionalismos do meio (a transferência semiótica do verbal para o escrito, nº de caracteres, tempo de leitra...) e a situação da tradução (o cliente, a empresa de legendagem, os prazos, quando o episódio vai para o ar, entre outros.