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  • Words: 3,589
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DARLAN DE MATOS CUNHA POESIA

DARLAN DE MATOS CUNHA POESIA

El lent o claudic ar de horiz y su amar c

ADA SAL

ontes ga aída

AS

1. vasca VASCA

Sem nada fora do real sem ada e ana de acordo o mundo de anamorfoses se atrofia mais sem o ulo

atualiza-se o mito único a todos, único mesmo os de flor

termos assim tão excelsos como os ousara de anda em anda subir e vazar anas e adas ?

não uma coisa: mais que uma infinidade delas

não um pré ângulo, um presságio não: caminho silente outro zen urro abaixo (Non una cosa. Mille cose insieme. Non un paesaggio, ma innumerevoli paesaggi)

encontros ferozes o roaz querendo dobrões de ouro nas dobras do rubi

hora do peixe assar horda assim há muito se havia sala de estar

que o mundo fundo das coisas são jeitos o meu e o teu e outros

cravos vieram antes dos espinhos, segundo o roseiral

a primeira menção a nós fê-la de um imaginário barco a gratuidade do marinho vitimado depois por cicatrizes de jardim, cinzas

cá estás que te pões à mesa frutas retardadas

ar esporrante fundo de algo de páginas artísticas encetadas alguém se arrasta para outros sumos

à cor da sombra outra inquietação baralha maneira indolor de se conhecer

castiga por algo por alguém o braço avesso alheio castiga-o do alto do manancial

ambos ao mesmo tempo: dois bumbos tombos na floresta negra tez verdes sempre de viva voz se metem ambos

de onde se pode ver o branco esmalte de uma unha banheira semeação

atira-se à boca como nunca antes a enguia sobre o peixe cuja parcimônia mexe a água o suficiente

volta para si o quanto soa consigo fora de extremos [e dentro] que se liguem ao não provado por ambos

remói fatos de que prescinde desde ontem holotramas mostram conhecida face, não o rosto inteiro de um fado sequer

tu és de vir diminuta, sei que o quanto a goiva recorta e a estucha refaz em circo e pão ou fusão de voçorocas fá-lo tu, sei-o

tu és de estar na sala diminuta onde ambos pequenos senhores de sua fidalguia prazos expiram expiram

subir até onde se possa medir bem as coisas do homem a pauta do nexo sombra requer: suba

detalhes do objeto tinha-o antes de dado por falto quem a meu lado se excluíra do mundo, ora, só expressões artísticas em minha pele ficaram

veio com catáfase e carfologia veio falante alto relevo em suas minúcias armoriais

no chão a advertência faz rabiscos em seu cabelos vitrificados já pela morte do ator

um olhar sobre a experiência ceifa valores tu resistes, és de cepa a que marinho algum porá mãos pela seda de uma índia ou rubi de um turquestão qualquer, sei-o

natural que algo inter venha entre o sinal e a lebre os galgos e a mente do enxadrista [outras pedras cospem a sina geral]

livre exercício de inquietação fá-lo tu quando o assoreias com os cabelos tudo à mostra nesta feira suma de amostras

situação não há sem o troco dos ganhos tortas vias da malícia entre saques a que me dera vítima e algoz macunaíntima de mim a alucinação não teve, de todos os nomes, um só eco sem dedo teu, sei-o

arguindo a lenda mete nela fogo tira do rescaldo não só o monumento ao amor

brinca de roda com detergentes conciliando o sono ao amor à língua bífida derretendo-lhe portos e manhas as anteras sem tempo para oaristo e aoristo

tudo sobre o obséquio dos noivos aqui regozijos a praia a nada se liga

a praia a nada se enforma de todo sempre tu eu alguém mordendo os pés da praia braços de mar nas línguas descascadas dos abricós e ambos lá os noivos

o pão em obras conceito fálico o básico sai do deserto entra nele sua verve nada detém nada retém para a água do talvez nem para os temperos soturnos que certamente camelos e camelas necessitam

antes que o possível entre e se estenda pela cidade arrumemos-lhe sala e quarto banho de zéfiro bífidas línguas pés de pato para nadar de braçada o peru leitoa com maçãs no rosto o inferno sacerdotal

2. areia

netas e mães do espanto, saras prosseguem de pratos feitos ao largo de sonhos possíveis e impossíveis pensando talvez se as ofensas devem se fazer todas de uma vez: as do futuro e as que pertencem já à amnésia, pensam filhas e noras anfitriãs de sustos

ariel, cinzas para ti cômodas sessões de pavor diante do que não se tem mais de uma vez

ariel, carrego pedras para pô-las no eito a que me fazes jus

fui, Said, álacre certeza em tuas mengas de sabotador contumaz, mas fí-lo crente que te acenderia no pasmo uma chama mais que agrícola de papoula em queda na bolsa, uma execução para além do bem e do mal político, algo a que canseira alguma tivesse acesso

sim, Fuad, contigo me avim ao me despir de tanta areia acumulada com ferros a que me dera sem antídoto, eu de língua nenhuma sabendo senão a que me deste e com ela me levaste de pano de boca a plano de fundo e trapo de troca

acordei contigo em meus pulmões, Nagib e ainda eles me são faltos quando aqui na ilha de páscoa me acho sequelas de pedra e lascas de um amor que se perdeu com os barcos destes senhores de páscoa: pétreos

levantei-me para longe de ti, Zair (zaino fostes e o serás) do teu nariz adunco de desconhecido apalpando-me lembranças do rio num dia qualquer sem data de nada a não ser

cantar comigo foi tua perdição, Mustafá teu rosto é-me vagido vago agora que te ti me fiz ao largo sou aquela nudez endoida-demônios tão a gosto de quem, muslim ?

contar comigo foi-te letal, Sharon tu és belicoso guerreiro sem furna onde não tente pôr coisas que o nariz desconhece, mas em duas ou três estocadas tu já eras eras só rei tribal estendido

mal saí da tua tenda, Aníbal gritaste que eras mais menos porém do que o sol que não lhe aplacava então o que a tenda testemunhara

fui por momentos lei de uma certeza que fluía mal, digo-o já sem o pavor de, até então, não ter tido um teto só meu, Khaled

foste tu, Aranzel parente dos aracnídeos, o primeiro a pentear-me as mãos após a arena de Alepo tentar agregar a elas um sorvo de luz, melhor, tirar delas o engenho de toda luz

foste tu, rapace Abdias, o primeiro a passar-me através do muro de onde caí sem me lembrar de farturas nem de fraturas

contigo vi primeiro o que a luz do deserto faz com o gentio faz com os eleitos assentes em sofás que o meu inferno acolhe mal abertas as escrituras, mal entreabertas as portas a que tu, filho de sultanato, me pede as abra

ainda nestas sandálias, Habib,escovo o solo sobre o qual teus gritos soltei da usura que tinhas de tudo e todos, sim garoto, matei-te cobras e lagartos deixei-te por conta dos bons e maus momentos

logo na primeira caravana pediu-me subisse com ele dunas

após fender os pés em lonjuras desertas melhor lhe dei do que simples tâmaras ao molho de cãibras, pastéis e sucos alugados a satã, sim Hassam, foi desta maneira o pago, de outra maneira saí das tuas pregações de sabre em riste, enfim, sempre um copo de cólera numa arcaica lavoura

desajustada para os teus acordos de mel e azeite vim-me, Youssef, perder peso ganhar novas atrofias que pelo menos respirar minha própria loucura me concedam

teu peso ficou está em mim e nada nele me faz roer unhas nem cambar o barco mais do que deve em tal tempo de tempestade no deserto uma grávida

este deserto esta instabilidade é atemporal, Abu Inan logo me livrarei do que de ti carreio entre fagulhas olhares de homens e sultões, de cães e corvos livrando meu escaldado mapa de princesa

pede-me que o deixe mas como se deixá-lo já foi feito ?

laceram-me ainda [é de se dizê-lo] as pragas do egito condenam-me às baixas resoluções o estio ancestral entre os núbios fartam-me de sofrer certas notícias de estrangeiro de alva fronte, pêlos que certamente eriçarei, mal me dê as costas o emir

entre nós habite o poeta al-mutannabi também aben guzman e nazim hikmet suas folhas de riso e risco nos alcance nus, dados a todos os tipos de céus e infernos, sortimentos a que Alá não terá vez

joga forte no deserto fama de ave alta, rastros mede mesmo se a noite existe, cala fundo na cova seu homem algum nome há de ter

martírio posto em fio de seda o gosto pelo olfato do tunisiano cada vez mais desertos no raro

lembra, corpo que esta claridade esconde nesgas combates se fazem além e aquém do mercado onde peças brilham de modo idêntico ao da usura tijolos falsos abrem perspectivas de fuga nestes longes de velha competência entre arado e ábaco

lembra que um dia a camela será arguída

mesmo aqui me valho de entendimentos que não são usuais mesmo qui assomo preferências recolho das maõs de outras mulheres os fios até seus homens

unhas sobre unhas o dedal da manhã se esfarinha: cunha sobre cunha os amantes se matam de tempo

o califa me disse após usar e abusar do estreito de gibraltar disse-me o califa estudar as curvas do universo junto aos seus astrônomos e astrólogos, mas o que sabem tais judeus ou cristãos-novos de curvas ?

castiga-me com expulsão o sol se faz maior cada dia o vejo menos mas dele não me afasto por nada até que a silhueta amada se perfile fora da ilusão, cada passo seja cruelmente real

desqualificado animal sobre mim pôs os pés sem tirar sequer as botas: pôs no convite a própria assinatura falseou na entrada ao mastigar de leve um rumor de vinho bom até subir nas curvas para outro guardadas

canto a sutra 94 sob efeito do café algo mais acomodo nas pernas o gosto do sofá e me adivinho bem onde me caiba o pecado, ou seja, Ismail, no centro do olhar teu, Abdul dos mil e um açoites

com efeitos mil me visto sutaches adegas os seios da alta à baixa costura nos leva a loucura

assegura para mim a louça de seus antepassados critério algum o fará soltar-me à lei de inquilinatos que por trás destas muralhas favorece desesperados com suas menções de riso, monções até

eu os vejo saldar amiúdes comprarem-me sal e cal

eu os vejo assim e já não os tomo meus nada a sério lhes aprova o tino se um se vai mal chegada a manhã, o outro vem mal despida a noite, assim os recebo: atordoados, limpos de sálvia e prata

deu-me duas estrelas cadentes o sultão forçou-me os olhos rumo às estrelas o califa e mas deu de presente: todas entrou comigo no pátio e tirou-me estrelas estranho jardineiro

jardim, cinzas mais vezes lá estivera

retirou-se quando no brasil talvez em goa já era fim o mundo mas voltou celebrando côncavos

vou-me contigo, disse cinzelado idioma visando quem sabe abastecer a razão na casa onde nasceu e vive a antítese de tal condição

Ibrahim nomeia família de areia filhos deu-mos depois do árak após a noite perder galáxias atenuantes e nunca mais achar o rumo de casa a noite

numa curva do líbano próxima de onde fugiam-me as primeiras sombras dando lugar às melhores loucuras eu o vi mais ancho que o cedro, vi-o esfolar palavras como quem esmalta e cinzela uma mulher, o desgraçado

o paxá me chama do nada refaço-lhe a luz de adega frouxa mão adormece o paxá me acha de vez com cognição maior do que pode a sua chã filantropia de dar-me o que quero onde quero e quanto quero, o paxá se deita com as galinhas e eu me vou absorta, cálida, roendo punhos de gatos e cães, calando fundo em seus decoros

um grito cediço transfixou a manhã duas oitavas acima do normal mas dentro do que ouvem os conterrâneos dos amantes por trás das muralhas coisas mesmo de propriedade do califa do vizir do sultão enfim, uma ponte levadiça o grito

o muezim se cumpre chamando fiéis chama-me sob sigilo mortal chama-me o muezim que todos pensam a mando de alá eiva-me com o sal de promessas abelhas em sua voz a urgência tem tons de espada cebola e nenhuma surata

rompe lágrimas o czar se lhe digo o mundo é redondo, minto não o mundo se esfalfa fora de mim o quero mais dentro de mim não posso contê-lo

arranca os olhos ao bicho singular chegado à praia o ciúme és tu, Salim dando de ombros toda vez que o sol pede passagem às tempestades de areia assim é: antes do amor com os piores adjetivos me abres o balanço

vem, Sadam abusar de mim cansar-se de ti solamente cansar-te de títulos do títere tu vem, Salmam abrasar-me o mar de antojos sargaços e parcéis no meu corpo o azul-siba é coisa pouca, vem Amim, ser o que nunca serás

não venho pelo que pensas impor-me, mal desfeitas as palavras da chegada, Samir não: meu cutelo tua lâmina, ambos se acomodem pois dias melhores que o mel quíntuplo na boca do muezim vir-nos-ão medir favores

não tendo mais o que dizer-te mostro-te então o fim da ignorância, Aziz como impar-se ao que acostuma

o encanto também se cansa trabalhar a encomenda deve-se que assim o exige mesmo entre feldspato e outros venenos assim o exige o amor duo-proposto, Saul ou não ?

e o teu encanto é o meu salto, Isaac e os teus grãos de centeio, Judas a mim me dão cócegas nos ombros onde ponho o tambor e não reluto em beber e comer o que dele sai sem véspera de nada, Barrabás nosso assunto maior

língua recheada o boi põe na vaca uma draga flui do brahmaputra que se atormenta de que lhe façam caso as cerimônias e tantas crenças e que adagas lhe aviltem as curvas como se donzela não fosse a prometida de um longínquo senhor de terras, vijay digo-te isto e mais

vem de lá a eleita embora não o saiba vem comendo o que encontra e assim a saibas faminta sempre mais e mais, mesmo que tu, marajá ou mahatma, lhe dê duas ou mais mostras de amor como este taj mahal, lhe ponha no leito o que deus não concebe nem no diabo

circunlóquio ponho nele timbres do nunca paletas do nada ínguas reais

faço dele meu mustafá predileto por hoje mais dia menos hora mando-o de volta à terra dos nomes na barca dos homens

usura meu seio torniquete meu olho sabe que o olfato não pede passagem, vem

corrige em mim algum estio sol é clínico geral e já o vejo pondo-me pressão corte sem sutura o vejo aliviando-me da fala inútil paisagem

entra e cinde vai de leve argumento de jardim essa casca moa azos de que se pôs ao largo meu vil senhor

entram noite adentro o padeiro meus temperos o trigo a caminho do pão

a verve da teia em sua tez os meios esperam vez, Ayad comece logo a repartir as coisas, vender alma a crentes, deixar-me a maneira indolor de conhecer datar maravilhas

que a parte mais quente está fora de onde a vemos riscando pedras em madalenas marias cara sunita

órfãos de babel retomam membros e falas, não esquecidos de suas vozes anteriores, coligem marcam pulsars os de nabucodonosor

extremam-se os caminhos enchendo os poros com dialetos vindos de antes de babel antes que a solidez da solidão abrisse cavas no jardim suspenso da babilônia

assombro algum nestas palavras de discórdia vos seja lícito requerer, nada vos diz de mim, que o que tínhamos entre o mercado e a tenda quedou demarcado pelos olhos do estranho que acabas, com os teus irmãos, de matar, Samuel

requeiro para mim o punhado cabível de tuas extensões sabidamente de muitos reinos com e sem poços, mas por esta papoula guardada sob sete sóis não te amoldes a uma possibilidade sequer, Al-Bakhatti

Massud e outros entranham-se curvas afegãs nome que mata não se dá, aqui, a orlas profanas que o texto daqui é filho de Alá e como tal me dá rebanho e burka e silêncio

'breve arquitetura do choro' foi dito a respeito da lágrima levemente tardia sobe num coração ainda agreste capaz ainda de meter pelas mãos os pés o sexo, este sim: arquitetura chorosa

mordemos juntos a oferenda sobre as colinas um murmúrio atenta, não nos livra de jogar-nos resquícios de sombra que o grande livro vê nos seus grãos

levamos juntos a oferenda carneiro bom berra agita-se-me entre as pernas a oferta se mescla à hortelã também à ladeira íngreme do hortelão

ainda nos vemos por trás de sombra em sombra contamos passos e tropassos amealhamos para onde o talvez seja fato, não espera por trás de sobras

atartuk começa por ameaçar-me a pele instiga seu cabedal a roer-me flancos o nariz apronta-me para o mar

nada o detém rasgada a tenda fuça o entorno todo ele grita resenhas antigas quanto tições ardendo espantando lobos do deserto raposas do deserto beduínos amanham genuína lição sobressai para me lembrar de como se deve ser e estar entre tais que por nada se detêm mesmo ávidas mesmo grávidas as camelas

mitridatizada contra os teus parcos filamentos de oração avanço cobra em punho: imunizada

dias consagrados ao que pensávamos fosse realidade construída para dois, valentim, talvez o seja, menos para nós, nosso quarto de âmbar deve esperar

cola-se a mim um visitante espera-me atiçar-lhe o caminho natural

3.

tantos

uma vez cumpridos ao cerne embora diminuídos pela metade sabedores

foi outro o que rendeu disfarce de segunda voz fazendo-se alto veredicto, foi outro que não este que não fala senão por ângulos tardios, ainda agora grava absurdos que o carcereiro cobrará

limo na placa parece que o que aqui havia não há mais

não diria em vão o que se fez de tantos caminhos se disse bastante desde que a água cobrou a primeira passagem

raspa o fundo dá no coração com inaudita maldita vontade

que baque é este rendendo disfarces se cada um fica cego sem se dizer velho para gerir assombros ao retecer histórias de chuvas e pássaros sem calendário ?

prega na aderência possível no homem uma duas três dá-lhe de quatro a cinco tempos para que se cumpra como tal e lhe dá voz de cego, ícone

o nome do cão cuidado em placa

retido a um zênite e dois quasars do aeroposto o pomo adâmico gesta conversas que nunca, pertos, tiveram

soezes, homens se falam e sorriem postas de peixe a garota ferve come salada bebe pelo meio o que deveria ser sobremesa

a restinga apalpa a cega entoando reptos o arbítrio está sempre armando e vendendo fados onde não são bem vindos de jeito algum essa fruta fica sem boca essa boca se sacrifica sozinha

algum fastio à frente há de se medir ao proposto, mas se deve tomar cuidado com os nomes usados e os que se usa após o fastio comer orlas e fundos

que a partir de tanto tudo reste simples quase simples a partir do fundo também pelas costas tudo reste simples e suba e sopre até e além de onde se possa achar quem descreia de algo realmente irreal, duplo

dispendeu himalaias para chegar ao martírio e todos os meus brincos a tão loucas alturas lhe pareceram irreais e não menos intocados

pareceram-lhe todos os meus pedregulhos lenta e harmoniosamente calcados em seus pulsos e impulsos de quem vira enfim o que o mar não pode

falou de alfarrábios línguas usadas para fins urgentes qual molinetes em busca de peixes aves pepitas falo de mim que me sei no meu nu elemento

mandei-o ir-se mal a condição se fez parco sol enviei-o no lombo do que não se olvida mesmo se catatônico

dorme ao lado a astúcia da sínfise, mímica e esteios se acomodam nos ombros possíveis, dormem caçoando de si retalhando o sono entre o cortador de unhas e o zelo do tempo nos azulejos dorme seu varejo o silêncio

mais próximo a ti, ao nada de uma devolução a que o deserto pusesse asas estamos, El-Allawi que de nós já nos cansáramos o bastante para cortamos o pescoço de nova rês, sacarmos das pupilas outra moringa de vinho, nova cabaça onde junto às azeitonas fluíssem flores sírias e espinhos de além-fronteiras quaisquer

que o passado é coxo mas anda por si por ti, Kamal

e não serei eu, Abdalla a forjar-te a inocência que o pescoço da ovelha gritou quando a manhã se fazia terra sobre nós que pegamos o leão e achamos o tão procurado grão e o demos para que nos deixasse em paz de areal o vizir

requeiro para o dia de hoje os meus amuletos todos de perfil anchos em sua usura de uma vez mais porem fogo na tenda darem às testemunhas os nós cabíveis

requeiro para mim a cunha plausível de tuas reflexões, Amir lembro-me com gosto dos nosssos passos na colcha de gobi nos travesseiros do kamchatka na pele de tantos anelos onde nos perdíamos para nos acharmos entretendo-nos com o açoite da velha praga

éramos o de sempre o de ainda agora: saltos requeiro para mim a estufa no fim da tua adaga

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