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Metodologia COLECCIÓN
O universo de estudo desta pesquisa é a população escolarizada de áreas urbanas compreendida entre 6 e 18 anos, nos seguintes países: Argentina, Brasil (Estado de São Paulo), Chile, Colômbia, Venezuela, México e Peru. No que diz respeito aos dois últimos países, obteve-se uma amostra representativa da população escolarizada na zona rural. A coleta de dados foi feita por meio de um questionário on-line, adaptado à idade dos participantes e às peculiaridades lingüísticas de cada país. Uma primeira série de perguntas foi dirigida a estudantes entre 6 e 9 anos. O segundo questionário, composto por 60 perguntas, foi utilizado para estudantes com idades entre 10 e 18 anos.
Fundação Telefônica
Os questionários estão disponíveis na página www.generaciones-i.net/ e a coleta de dados foi realizada nas salas de aula de informática das próprias escolas. A seleção dos casos esteve baseada em uma amostragem multietápica, combinando a amostragem estratificada e de conglomerados. Em primeiro lugar, foram escolhidas aleatoriamente as zonas de cada país agrupadas segundo a população escolarizada, tanto particular quanto pública, em zonas urbanas e rurais. Em segundo lugar, foram escolhidos, também aleatoriamente, os colégios em cada zona definida anteriormente por tipo de colégio e localização urbana ou rural, mantendo um número de casos proporcional ao número de estudantes em cada um dos estratos descritos para alcançar a representatividade suficiente com nível de confiança de 95% e margem de erro de 2,5%. O tamanho da amostragem foi o seguinte:
DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRAGEM
6 a 9 anos
10 a 18 anos
Total
%
Argentina
374
1970
2.344
9,2
Brasil
790
3415
4.205
16,5
Chile
189
1.846
2.035
8,0
Colômbia
815
3.292
4.107
16,1
1.458
7.469
8.927
35,1
610
2111
2.721
10,7
México Peru Venezuela Total
290
838
1.128
4,4
4.526
20.941
25.467
100,0
Da mesma forma que o século XV foi testemunha do revolucionário surgimento da imprensa, o XXI nos mostra a espetacular proliferação das Tecnologias da Informação e Comunicação em todos os âmbitos da sociedade. No centro deste furacão tecnológico surgem as crianças e jovens como o público que mais rapidamente se adaptou ao novo cenário da comunicação. Este trabalho significa um primeiro passo ao definir pautas de uso e valoração das diversas telas – televisão, internet, videogames e telefones celulares – entre estudantes da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela. A partir dos resultados e conclusões obtidos identificam-se as características que configuram a Geração Interativa na Ibero-América. Enfim, este estudo é pioneiro em revelar esta realidade na Ibero-América e representa um ponto de partida crucial para a formação de crianças e jovens como garantia de futuro da nossa sociedade.
Fonte: Gerações Interativas
Projeto Gerações Interativas na Ibero-América O Grupo Telefônica possui mais de 160 milhões de clientes na América Latina, entre os quais um número considerável de crianças e adolescentes. É um privilégio e uma grande responsabilidade para a companhia, que não poderia ficar alheia a este desafio. Assim, há um ano lançou uma iniciativa pioneira: o projeto «Gerações Interativas na Ibero-América», em parceria com o Educared e a Universidade de Navarra, que tem três objetivos principais: conhecer o uso e a valoração das telas entre os estudantes ibero-americanos; transferir e repassar esse conhecimento a todas as pessoas que cercam as crianças e jovens, como pais, educadores e agentes sociais, entre outros; e, por último, promover ações de caráter prático – formativas, legislativas e empresariais – que representem esse verdadeiro compromisso. Em seus primeiros meses de trajetória, o projeto já deu importantes passos: mais de 80.000 estudantes da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela participaram na maior pesquisa realizada sobre o uso de diversas telas: internet, telefones celulares, videogames e televisão; 800 escolas participaram do projeto e a metade delas recebeu relatórios personalizados com os resultados da pesquisa; foram publicados diversos materiais educacionais para a informação de famílias e professores e ministradas aulas de formação a educadores em vários países. Em breve esperamos continuar dando novos passos, como a criação do Fórum Internacional sobre a Geração Interativa ou a implementação de múltiplas ações de formação e divulgação.
http://www.generacionesinteractivas.org http://www.telefonica.es http://www.fundacion.telefonica.com
A GERAÇÃO INTERATIVA NA IBERO-AMÉRICA C RIANÇAS E ADOLESCENTES DIANTE DAS TELAS
Fundación
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1. Uma geração equipada
4. Uma ciberadolescência precoce
7. Emancipação tecnológica
Os dados de posse coletados no estudo revelam que nos encontramos diante de uma geração equipada: 61% das crianças (6 a 9 anos) têm computador em casa; a partir dessa idade e até os 18 anos, o número de computadores chega a ser de 65%. Quase a metade dos estudantes que participaram na pesquisa (46%) afirma que possui conexão à internet em casa. 42% das crianças e 83% dos adolescentes possuem seu próprio telefone celular. Contudo, essa posse, às vezes dificultada pelas condições econômicas, não impede o acesso a essas tecnologias interativas: 63% dos participantes navegam na internet, um percentual que chega a 96% aos 17 anos, o que confirma a afinidade desta faixa etária com a tecnologia digital.
Os dados confirmam a progressiva diminuição da idade de acesso às telas: por exemplo, 6 de cada 10 crianças afirmam haver adquirido o celular aos 12 anos aproximadamente. Precisamente esta é a idade que marca a entrada na ciberadolescência: os usos da internet variam a favor de tudo aquilo que permite uma conexão constante com pessoas da mesma faixa etária; a penetração do celular é superior a 50%; e os videogames deixam de ser um jogo para se transformarem em uma relação – competitiva ou social – com amigos e desconhecidos. Entre os que são dois ou três anos mais velhos, parece ocorrer uma mudança nos perfis de uso e valoração das diversas telas, entrando em uma etapa de cibermaturidade. A novidade que o videogame representa vai diminuindo e a televisão ganha força, inclusive se comparada com a internet. Os consumos são moderados e estas tecnologias parecem encontrar outras finalidades: por exemplo, a internet passa a ser mais utilizada para estudar.
São duas as questões fundamentais que apóiam este princípio. De um lado, a consolidação da cultura do quarto: a partir dos 10 anos, 51% revelam que seu próprio quarto é o lugar onde mais assistem à televisão e 98,5% de toda a amostra afirma que possui pelo menos um aparelho de TV em casa. Por outro lado, o acesso individual às telas é a situação mais habitual de uso entre crianças e jovens. Por exemplo: 75% navegam na rede sozinhos, 60% preferem jogar videogames de forma individual e 47% das crianças com idades entre 6 e 9 anos assistem à TV sozinhos.
VIEDEOGAME PORTÁTIL, DVD
5. Relação e ação: eixos do uso das telas
SCANNER, VIDEOGAME
ACESSO À INTERNET, CÂMARA DE FOTOS DIGITAL, TELEVISÃO A CABO
As crianças e jovens que navegam na escola visitam mais conteúdos educacionais (30%) do que os que não se conectam na escola (18%).
USB
IMPRESSORA, MP3
COMPUTADOR, TELEFONE CELULAR, APARELHO DE SOM, TELEVISÃO
2. O uso multifuncional das telas A Geração Interativa acessa as tecnologias de forma integrada e multifuncional: combina o uso previsto da tela com novas funcionalidades que cobrem suas necessidades. Por exemplo, a internet serve para ajudar nos deveres escolares mas, principalmente, oferece a possibilidade de obter uma conexão permanente com tudo o que lhes interessa. Basta ver os usos mais freqüentes relacionados com o download de músicas, filmes ou fotos (59%). O telefone celular foi inventado para falar, mas também é possível comunicar-se de outras maneiras: mensagens de texto (77%) ou, por exemplo, ver fotos e vídeos (47%). A Geração Interativa usa e experimenta as telas para satisfazer dois aspectos essenciais de sua vida: o lazer e a relação social.
3. Jovens multitarefa Apesar da profusão de telas na vida das crianças e jovens, a Geração Interativa mostra que é capaz de prestar atenção a elas e realizar outras atividades ao mesmo tempo. Os dados confirmam a simbiose entre um público com dificuldades para manter a atenção em uma única tarefa e algumas mídias que proporcionam uma leitura não linear. 70% dos jovens afirmam que comem e 39% dos casos fazem os deveres com a televisão ligada. Inclusive 15% afirmam que navegam na internet e assistem à televisão ao mesmo tempo. O telefone celular fica ligado quando estão em sala de aula em 54% dos casos, e na hora de estudar em 78% das vezes.
Interativos: 95% dos estudantes entre 10 e 18 anos acessam a internet, 83% têm celular e 1 de cada 2 possui videogame.
O lado comunicativo e de relação – enviar mensagens SMS (15%), conversar (28%), utilizar o Messenger (19%), etc. – além do uso lúdico (32%), concentram a maior parte do tempo de uso das tecnologias. Analisando os dados em função do gênero é possível estabelecer diferenças entre meninos e meninas. 50% dos meninos de 10 a 18 anos possuem de um videogame, contra 30% das meninas. Enquanto eles vêem nas telas um meio para competir de forma lúdica – 51% utilizam jogos de corridas e 48% optam por títulos baseados em argumentos bélicos – elas costumam bater papo em salas de chat (66% contra 61% dos meninos) e preferem o telefone celular a outras mídias que não permitem tanta interação com seus semelhantes. Por outro lado, elas preferem jogos que lhes permitam desenvolver em um meio de relação social.
Os serviços mais populares são os relacionados com a comunicação: 49% utilizam o Messenger, salas de bate-papo, e-mail ou os sms.
6. Uma geração celularizada Sem ignorar o atual peso da televisão ou o uso multifuncional que fazem de todas as telas, a previsão é de um futuro dominado pelo celular. É a tela que vai com eles a todos os lugares (apenas 20% afirmam que desligam o celular para dormir) e serve de ponto de ligação para administrar todas as atividades: 53% o usa para jogar, 43% para conversar e 26% para enviar e receber mensagens de texto.
8. Aprendo na escola, navego na rua Os lugares mais habituais de acesso à rede oferecem alguns paradoxos. Para 48% a casa é o lugar freqüente na realização desta atividade. No entanto, um percentual significativo (30%) de crianças aprende e utiliza a internet na escola ou cita o professor como a pessoa que os ensinou a navegar (19%). Essas crianças conectam-se habitualmente em lugares públicos fora do contexto educacional em que adquiriram o conhecimento ou da realidade familiar na qual vivem. Neste sentido, os cibercafés e as lan houses surgem como lugares estratégicos de uso da internet para 48% de crianças e jovens.
9. Mediação educativa A importância da educação no uso destas telas exige, como ponto de partida, que os que devem realizar tal tarefa saibam como utilizar as novas mídias. Neste ponto, os dados da pesquisa demonstram como os professores se encontram em melhor situação do que os pais. Entre os primeiros, segundo seus alunos, mais de 40% têm a internet como apoio para a explicação de suas matérias, enquanto apenas 6,6% dos jovens reconhecem que seus pais participaram de alguma forma na aprendizagem deles sobre a internet. Sem dúvida, este fato condiciona a influência posterior que podem exercer sobre a Geração Interativa neste aspecto, como evidenciam também outros dados: enquanto a escola tem um papel significativo no ensino do uso da rede, apenas 9% dos menores reconhecem realizar algum tipo de atividade junto com seus pais na internet. Enfim, as novas mídias implicam uma oportunidade educacional singular: pais e mães poderão recuperar espaço e tempo perdido se transformarem a Geração Interativa em Famílias Interativas.