20090520_matrizenergeticadeoeiras

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Matriz Energética O E I R A S | 0 9

Matriz Energética O E I R A S | 0 9

MENSAGEM DO PRESIDENTE A correcta utilização dos recursos energéticos é hoje um elemento central para a sustentabilidade do desenvolvimento das sociedades modernas. O aumento exponencial dos consumos de energia, da utilização dos recursos naturais e a poluição a esses factos associada, são motivos de grande apreensão para todos os decisores políticos. Neste sentido, a correcta utilização da energia, quer na sua dimensão de recurso, quer enquanto bem de consumo, deve ser integrada nas várias vertentes do planeamento urbano; e, considerada com um factor decisivo para a competitividade. Para que tal se verifique, é essencial assegurar a coordenação do trabalho dos diversos actores, promovendo a utilização de métodos, sistemas e tecnologias que se coadunem com o desenvolvimento sustentável. Porque não é possível promover o planeamento energético das cidades sem que se esteja na posse dos instrumentos que iluminem a decisão, a Câmara Municipal de Oeiras desafiou a OEINERGE para a elaboração da Matriz Energética de Oeiras, uma ferramenta indispensável para a caracterização dos consumos energéticos no Concelho e para os cenários de evolução futura. Com a publicação deste estudo a Câmara Municipal de Oeiras dá um importante passo para a elaboração de uma politica energética para o nosso Concelho, revelando a capacidade que continuamos a ter de planear, desenvolver e implementar as acções que conduzem ao desenvolvimento sustentável e à melhoria da qualidade de vida dos munícipes.

Isaltino Morais Presidente da Câmara Municipal de Oeiras

4

5

Indíce

I.01.o

concelho

I.02.pacto

autarcas

dos

II.01.matriz

08

energética

II.02.desempenho II.03.energia  

eléctrica

18 18

petrolíferos

POR SECTOR DE ACTIVIDADE

20 20

final

22

CONSUMO ENERGÉTICO TOTAL POR SECTOR DE ACTIVIDADE

II.06.energia  

16

POR SECTOR DE ACTIVIDADE

II.05.energia  

14

energético

II.04.combustíveis  

12

nos transportes

22

24

POR COMBUSTÍVEL

24

III.01.Consumos Globais

26

III.02.Consumos Sectoriais

28

III.03.Consumos

eléctricos

30

III.04.consumos

de combustíveis

34

III.05.energia  

III.06.energia  

final eléctrica

40 40

doméstico

42

POR FREGUESIA

III.08.consumos  

38

POR FREGUESIA

III.07.consumo  

38

POR FREGUESIA

42

nos transportes

POR FREGUESIA

IV.01.perspectivas IV.01.nota

44 44

futuras

46

metodológica

48

06

I

I

07

I.01.O CONCELHO

O concelho de Oeiras, com uma área aproximada de 46 Km2, faz parte da Região de Lisboa e Vale do Tejo e da Área Metropolitana de Lisboa. Situa-se na margem norte do rio Tejo, sendo delimitado a norte e Poente pelos concelhos de Sintra e Cascais, a nascente pelos concelhos de Lisboa e Amadora e a Sul pela barra do rio Tejo, numa frente ribeirinha com cerca de 9 Km de extensão. É constituído por 10 freguesias:Algés, Barcarena, Carnaxide, Caxias, Cruz Quebrada - Dafundo, Linda-a-Velha, Oeiras e S. Julião da Barra, Paço de Arcos, Porto Salvo e Queijas. Em 2001 a sua população era constituída por 162 128 habitantes. A paisagem do concelho é marcada pelos vales das ribeiras que correm de norte para sul e desaguam no Rio Tejo, nomeadamente as Ribeiras de Algés, Barcarena, Porto Salvo, Laje e Rio Jamor. As excelentes condições naturais do concelho foram desde sempre factores determinantes na evolução da ocupação humana. Até há poucas décadas o concelho era marcadamente rural, no entanto, esta situação alterou-se significativamente nos últimos anos, por via da localização privilegiada junto a Lisboa, mas também devido à dinâmica de desenvolvimento que foi criada e que permitiu a passagem a um novo tempo sócio - económico onde coabitam Parques de tecnologia e actividades mais tradicionais, áreas urbanas e áreas verdes e equipamentos de diversos tipos. A economia concelhia é marcada sobretudo por actividades do sector terciário, sendo que a vertente financeira ocupa uma posição de destaque. Da sua indústria destacase sobretudo a metalurgia, cerâmica, materiais de construção civil, papel e fiação.

08

I

Mapa Municipio Oeiras

1 4 2

3 9 6

7

5

1

Barcarena

2

Porto Salvo

3

Queijas

4

Carnaxide

5

Oeiras e S.Julião da Barra

6

Paço de Arcos

7

Caxias

8

Cruz Quebrada - Dafundo

9

Linda-a-Velha

10 Algés

09

8

10

Estimativas da população para o concelho de Oeiras referem um total de 169 645 habitantes, em 2005, reflectindo um acréscimo relativamente à população de 2001 (162 128 habitantes – Censos 2001). A população residente no concelho distribui-se pelas dez freguesias que o constituem, verificando-se no entanto uma maior concentração de população nas freguesias de Oeiras e S. Julião da Barra e Linda-a-Velha, contrastando,

com as freguesias de Queijas, Caxias e Cruz Quebrada onde as concentrações de população são inferiores. Estas disparidades na distribuição geográfica da população residente traduzem-se, posteriormente, na ocorrência de consumos energéticos distintos em cada uma das freguesias do Concelho. As freguesias de Carnaxide e Algés evidenciam-se por apresentarem uma densidade populacional considerável o que se relaciona com as suas realidades socioeconómicas e proximidade com Lisboa.

10

I 11

I.02.PACTO DOS AUTARCAS Oeiras comprometeu-se com as metas do Pacto Europeu dos Autarcas “Covenant of mayors” através da sua adesão em 14 de Janeiro de 2009. A concretização dessas metas resultará da implementação de medidas de iniciativa municipal, privada ou em parceria, que se centram na promoção da eficiência no consumo de energia e na integração de energias renováveis no território do concelho. A matriz energética é um instrumento fundamental na concepção, implementação e monitorização das medidas orientadas para o cumprimento das metas do Pacto dos Autarcas. A matriz energética fornece informação precisa sobre a distribuição sectorial dos consumos energéticos e respectivos vectores energéticos. Ao longo da implementação de medidas de melhoria da eficiência do consumo energético ou de integração de renováveis a matriz fornece indicações sobre o sucesso da sua implementação ou sobre eventuais desvios e correcções. A matriz energética é um meio de disseminação da informação sobre os desafios e oportunidades colocados ao município pelas exigências do compromisso assumido com os restantes municípios Europeus. A análise prospectiva da evolução dos consumos energéticos permite antever os cenários de evolução, considerando a situação de base e os impactos das medidas a implementar. A análise prospectiva evidencia os benefícios a médio prazo permitindo antecipar a evolução dos indicadores energéticos e antever o progresso do balanço energético do concelho. A manutenção de uma matriz energética actualizada é um meio indispensável para assegurar uma concretização eficiente e eficaz dos compromissos assumidos pelo município no quadro do Pacto Europeu dos Autarcas.

12

I 13

II.01.MATRIZ ENERGÉTICA A matriz energética agora apresentada é uma representação do desempenho energético de Oeiras no período de tempo compreendido entre 2005 e 2030. Com este instrumento pretende-se caracterizar os consumos de energia e as respectivas tendências evolutivas de médio e longo prazo, permitindo fundamentar os processos de to-mada de decisão, ao nível local e regional, com o objectivo de atingir níveis cada vez mais e-levados de sustentabilidade e de qualidade de vida das populações. A procura de energia é caracterizada em três dimensões. Numa primeira os consumos são desagregados sectorialmente com significativo detalhe. Numa segunda, a procura é associada aos respectivos vectores energéticos – electricidade, os diversos tipos de combustíveis relevantes e, se aplicável, calor. Na terceira dimensão, temporal, a procura energética é distribuída sobre uma período de tempo e, para cada ano considerado, associada a outros indicadores sociais, económicos, demográficos, ambientais e tecnológicos. Subsequentemente, os vectores energéticos são associados a emissões de gases de efeito de estufa permitindo correlacionar a procura energética com sustentabilidade climática e, transitivamente, relacionar a caracterização do metabolismo urbano do Concelho com o seu contributo especifico para a mitigação do impacto nas alterações climáticas. A realização da Matriz energética de Oeiras é também um instrumento significativo no desenvolvimento do potencial do concelho na liderança da inovação tecnológica, empresarial e municipal e no contributo para a generalização das novas soluções energéticas. A inovação na energia e na sustentabilidade climática é um pressuposto do sucesso competitivo no médio e longo prazo. Assim, também na energia e no clima, Oeiras Marca o Ritmo.

14

II 15

II.02.DESEMPENHO ENERGÉTICO Ilustram-se seguidamente as projecções de consumos energéticos nas freguesias do concelho, entre 2000 e 2030. Expectavelmente os consumos de energia aumentarão significativamente neste período. Os factores responsáveis pelo aumento relacionam-se com o contexto urbano o que explica o diferencial de crescimento entre zonas com diferente ocupação. Analogamente às projecções dos consumos de energia total e de energia eléctrica, prevê-se, nos sectores doméstico e transportes crescimentos significativos. Os gráficos evidenciam um aumento do consumo de electricidade no sector doméstico. Relativamente à procura de energia para transportes, prevê-se um crescimento menos acentuado para este sector.

16

Concelho de Oeiras

Portugal

Intensidade Energética [MWh/M€]

241

797

Consumo Total de Energia por Habitante [MWh/hab]

8,34

11,6

Consumo Total de Energia por Habitante e PIB [Wh/hab.M€]

1413

78,8

Consumo Total de Energia por Superfície Territorial e Habitante [Wh/ha.hab]

1824

1,31

Consumo Total de Energia Eléctrica no S. Doméstico por Habitante [MWh/hab]

1,37

1,28

Consumo Total de Energia Eléctrica do S. Doméstico por Alojamento [MWh/aloj]

2,87

2,43

Consumo Gás Natural no S. Doméstico por Habitante [kWh/hab]

102

218

Intensidade Energética dos Serviços [MWh/M€]

91,0

146

Consumo Total de Energia nos Serviços por Trabalhador [MWh/trab.]

8,27

10,5

Custos da Energia Eléctrica Consumida nos Serviços por Custo do Trabalho [%]

3,56

5,71

Consumo de Gás Natural nos Serviços por VAB Terciário [MWh/M€]

3,06

21,2

Intensidade Energética da Industria [MWh/M€]

457

1660

Consumo Total de Energia na Industria por Trabalhador [MWh/trab.]

32,5

66,0

Custos da Energia Eléctrica na Industria por Custo do Trabalho [%]

4,61

19,0

Intensidade Energética dos Transportes Rodoviários [MWh/M€]

50,0

2,91

Consumo de Energia dos Transportes Rodoviários por Habitante [MWh/hab]

1,73

0,04

Consumo Energético em Iluminação Pública por Receitas do Município [MWh/M€]

0,42

0,81

17

II

Desempenho Energético Oeiras VS Portugal

II.03.ENERGIA ELÉCTRICA POR SECTOR DE ACTIVIDADE Apesar a actividade no sector terciário ser predominante no concelho de Oeiras, a maior parcela do consumo de energia eléctrica, no ano de referência de 2006, é atribuída aos sec-tores doméstico e dos serviços, com valores relativamente superiores aos consumos de electricidade no sector industrial. É de salientar o consumo de energia eléctrica em iluminação pública, edifícios e vias públicas que juntos correspondem a uma parcela significativa no total de electricidade consumida no concelho. As projecções para 2015 e 2030 sugerem um aumento

dos consumos de electricidade em todos os sectores. No entanto, denota-se uma excepção nos consumos em iluminação pública, que apesar de em 2015 serem superiores aos de 2006 apresentam um ligeiro decréscimo para 2030, segundo a análise previsional proposta.

18

II 19

II.04.COMBUSTÍVEIS PETROLÍFEROS POR SECTOR DE ACTIVIDADE Relativamente ao consumo total de combustíveis, o principal sector consumidor é o dos transportes, com uma parcela muito superior à dos restantes sectores. O sector doméstico apresenta consumos inferiores quando comparado com os sectores dos serviços e industrial. As projecções para 2015 e 2030 indicam um aumento do consumo de combustíveis petrolíferos em todos os sectores de actividade. No entanto, é visível, sobretudo em 2030, que a proporção de combustíveis consumidos pelo sector dos transportes, no total do concelho, é menor que em 2006 evidenciando um crescimento do consumo menos acentuado que o dos restantes sectores. Por outro lado, au-

menta a parcela relativa ao consumo no sector industrial, indicando um crescimento mais acentuado dos consumos destes combustíveis na indústria. Igualmente em 2030, aumenta a parcela relativa ao consumo no sector dos serviços.

20

II 21

II.05.ENERGIA FINAL CONSUMO ENERGÉTICO TOTAL POR SECTOR DE ACTIVIDADE Analisando o consumo de energia total verifica-se que os maiores consumos ocorrem no sector dos serviços, seguido dos sector dos transportes e do sector doméstico. É também perceptível que, apesar do consumo de combustíveis petrolíferos pelos transportes ser muito superior ao dos restantes sectores, em termos de consumo de energia final este sector equipara-se ao sector industrial e ao sector doméstico. As projecções de consumo total de energia por sector de actividade para o ano de 2030 indicam um aumento do consumo total de energia em todos os sectores de actividade, reflectindo os padrões de aumento

da procura de energia eléctrica e combustíveis de origem petrolífera.

22

II 23

II.06.ENERGIA NOS TRANSPORTES POR COMBUSTÍVEL A análise do consumo de cada vector combustível no total do concelho vem evidenciar a existência de um avultado consumo de gasóleo rodoviário, quando comparado com os restantes combustíveis fósseis. Tal reflecte uma predominância dos transportes rodoviários a gasóleo, relativamente aos veículos a gasolina e gás auto. Efectuando-se uma análise do consumo de cada vector combustível no total do concelho, é possível constatar a existência de um avultado consumo de gás natural, quando comparado com os restantes combustíveis fósseis. As projecções de consumos combustíveis fósseis para 2015 e

2030 demonstram alguma apetência pela utilização de gás natural face aos consumos de butano e propano. Verifica-se também uma tendência crescente na procura de gasolina e gás auto e de gasóleos, quer rodoviário, quer colorido.

24

II 25

III.01.CONSUMOS GLOBAIS Neste capítulo apresentam-se indicadores globais do consumo energético do concelho. Os indicadores agregam os vectores electricidade e combustíveis. As intensidades energéticas apresentadas referem-se aos consumos por PIB local e por VAB sectorial. Nestas compara-se o consumo total de energia em cada sector de actividade económica com o respectivo valor acrescentado. Em linha com a evolução global, o consumo total apresenta crescimentos

CONSUMO DE ENERGIA FINAL

significativos previstos para as próximas duas décadas. Tendo em conta o crescimento esperado do PIB local, a intensidade energética apresenta-se constantemente decrescente ao longo de todo o período considerado na previsão do cenário apresentado. Com base nas previsões demográficas, o consumo per-capita acompanha o comportamento do consumo energético total no que respeita ao crescimento. Sectorialmente, a procura energética específica tende a diminuir.

26

III

INTENSIDADE ENERGÉTICA DO CONCELHO (2000=100)

INTENSIDADE ENERGÉTICA POR SECTOR DE ACTIVIDADE

CONSUMO ENERGÉTICA POR HABITANTE

27

III.02.CONSUMOS SECTORIAIS No presente conjunto de gráficos apresenta-se um conjunto significativo de indicadores para os sectores doméstico, industrial, transportes e serviços. Os indicadores agregam ambos os vectores energéticos – electricida-de e combustíveis. Globalmente, os consumos apresentam-se crescentes em linha com o comportamento tendencialmente universal dos mercados energéticos. Específica e localmente, o sector doméstico apresenta um crescimento robusto em que a taxa de crescimento é mais significativa. Simetrica-

CONSUMO TOTAL DE ENERGIA NO SECTOR DOMÉSTICO

mente, o consumo no sector dos transportes é o primeiro a atingir a saturação e, portanto, a atenuar significativamente o comportamento constantemente crescente. O incremento do consumo doméstico responde à alteração dos padrões de utilização associados à modificação das matrizes socioeconómicas locais.

28

III

CONSUMO TOTAL DE ENERGIA NO SECTOR SERVIÇOS

CONSUMO TOTAL DE ENERGIA NO SECTOR INDÚSTRIA

CONSUMO TOTAL DE ENERGIA NO SECTOR INDUSTRIAL POR CUSTO DE TRABALHO

29

III.03.CONSUMOS ELÉCTRICOS No presente conjunto de gráficos, o consumo sectorial é apresentado apenas para o vector electricidade. Genericamente, o comportamento apresenta-se idêntico ao constatado para a conjugação dos consumos de energia eléctrica com o de combustíveis. O cenário apresentado parte de pressupostos segundo os quais a estrutura sub-sectorial dos serviços e da indústria se mantém estável. Assim, a expansão do consumo de energia eléctrica relaciona-se com o crescimento genérico da actividade económica e com o continuado alargamento da automatização de processos. No curto prazo, o cenário de crescimento é perturbado, para todos os sectores, pela conjuntura económica verificada nos anos anteriores ao de referência – 2006. Assim, as previsões de curto prazo, para o quinquénio posterior ao ano de referência, são meramente indicativas da aproximação entre a situação medida estatisticamente e as previsões. Neste conjunto de gráficos procede-se à análise sectorial dos consumos eléctricos. No caso dos serviços o crescimento do consumo eléctrico previsto resulta da combinação de efeitos tais como a mecanização de processos, higiene e segurança no trabalho e ainda com a inovação associada à entrada no mercado de novas tecnologias e instrumentos energeticamente suportados pela utilização de energia eléctrica. No caso da restauração, o menor crescimento explica-se pelo equilíbrio entre a consolidação da dimensão e tipologia de oferta e o reforço em qualidade, conforto e diversidade. Estes últimos factores predominam na vertente do alojamento que apresenta uma maior robustez no crescimento do consumo. O consumo eléctrico no abastecimento público de água apresenta um equilíbrio entre o alargamento da procura, o aumento da eficiência de utilização e a rigidez da oferta do recurso. A análise simultânea do consumo total e da intensidade energética do abastecimento de água indicia o impacto do expectável alargamento do sistema no que concerne à distribuição, ao transporte e à captação. Este alargamento responde à crescente escassez do recurso e à diversificação das utilizações. A predominância destes efeitos sobre +

30

III

CONSUMO TOTAL DE ENERGIA ELÉCTRICA NO SECTOR DOMÉSTICO

CONSUMO TOTAL DE ENERGIA ELÉCTRICA NO SECTOR SERVIÇOS

CONSUMO TOTAL DE ENERGIA ELÉCTRICA NO SECTOR DOMÉSTICO POR HABITANTE

31

> os resultantes da melhoria de eficiência, predominantemente relacionada com a redução de perdas, resulta na combinação de um aumento da intensidade energética e de uma estabilização dos consumos energéticos totais. A intensificação do consumo de água interdepende do consumo eléctrico, em especial no sector doméstico. Nesta medida é expectável o crescimento deste consumo por habitante. Este aumento do consumo sustenta-se nas exi-

CONSUMO TOTAL DE ENERGIA ELÉCTRICA

gências de conforto, na melhoria das condições de vida e na alteração dos estilos de habitação.

32

33 III

III.04.CONSUMOS DE COMBUSTÍVEIS Nos gráficos junto analisa-se a evolução expectável da utilização de combustíveis em diversos sectores. A análise da distribuição territorial dos consumos de combustíveis está, naturalmente, afectada pelo carácter móvel das utilizações que torna dissonante o local de abastecimento e o de consumo. Considerou-se a distribuição dos consumos e a atribuição territorial desses consumos aos locais sobre os quais verte o valor da sua utilização. Assim, o consumo móvel de gasóleo no transporte de mercadorias é geogra-

CONSUMOS TOTAIS DE GÁS BUTANO E DE GÁS PROPANO

ficamente atribuído à localização geográfica da empresa que presta esse serviço. Nos gráficos junto observam-se comportamentos divergentes. No caso dos combustíveis rodoviários caminha-se para uma saturação do aumento do consumo no final da próxima década. No caso do gás natural a apetência pelo consumo é muito significativa – como testemunha a curva que apresenta a evolução do consumo. +

34

III

CONSUMO TOTAL DE GÁS NATURAL

CONSUMO TOTAL DE GASOLINA E GÁS AUTO

CONSUMO TOTAL DE GASÓLEO RODOVIÁRIO

35

> A evolução crescente-para-estável dos combustíveis rodoviários assinala a crescente limitação das vias, em especial nos transportes de mais longa distância, e a capacidade da presente oferta de transporte absorver o crescimento marginal da procura de logística e mobilidade. O expectável aumento da eficiência da conversão móvel – utilização de energia em meios de transporte – reforça este efeito. As utilizações não-rodoviárias de gasóleo tendem a ser pressionadas pela correcção dos défices de conforto – no

CONSUMO TOTAL DE ENERGIA NO SECTOR DOS TRANSPORTES

caso das utilizações habitacionais e dos equipamentos sociais e desportivos. A saturação deste último efeito e o resultado das medidas de melhoria de eficiência energética convergem no sentido de travar o crescimento da procura energética associada a este vector. No período anterior ao ano de referência são visíveis os efeitos das perturbações da conjuntura económica.

36

III

CONSUMO TOTAL DE ENERGIA NO SECTOR TRANSPORTES POR HABITANTE

CONSUMO TOTAL DE FUELÓLEO

CONSUMO TOTAL DE COMBUSTÍVEIS PETROLÍFEROS

37

III.05.ENERGIA ELÉCTRICA POR FREGUESIA Na representação gráfica, foi utilizada uma legenda constante para cada vector energético ou sector de consumo considerados. Esta metodologia facilita a comparação entre a evolução da utilização de vectores energéticos, entre freguesias e, especialmente, entre os anos de referência considerados. As cores mais escuras são utilizadas para re-presentar consumos mais elevados e as cores mais leves assinalam os consumos menos significativos. Os valores numéricos apresentados referem-se a consumos totais, podendo, nos casos em que tal se justifique, servir de base para cálculos de densidade energética. A distribuição de consumos energéticos repre-sentada, rapidamente conduz à percepção da localização das freguesias mais povoadas, com actividade económica mais significativa ou com localização de consumidores intensivos, como sejam unidades industriais ou importantes equipamentos de serviços. No conjunto inicial de gráficos, em que se apresenta a agregação – energia final – de todos os consumos segundo a totalidade dos vectores energéticos, é nítido o impacto da densidade populacional ou económica sobre a distribuição do consumo, pois é visível a correlação entre a distribuição geográfica destas variáveis. As dimensões de densidade energética e socio-económica estão relacionadas. Essa relação é perturbada pela distribuição sectorial dos consumos, pelas intensidades energéticas – consumo sectorial sobre rendimento – e pela disponibilidade dos vectores energéticos – electricidade, gás natural, combustíveis rodoviários ou outros.

38

39 III

III.06.CONSUMO DOMÉSTICO POR FREGUESIA Por um lado, uma maior densidade energética tende a ser suporte de um maior crescimento económico, por outro, o maior crescimento económico é denotado por uma maior densidade energética. Tendendo a ser significativa a factura energética, tem por outro lado, um efeito negativo sobre o crescimento económico. Assim, uma região com maior densidade energética, mesmo que em consequência de uma mais significativa actividade económica, tende a ter uma menor competitividade que outra região que, para as mesmas condições, apresente uma menor densidade. Assim, a análise da densidade energética, tornada possível pela matriz territorializada que se apresenta, torna possível complementar o indicador “intensidade energética” permitindo localizar as zonas em que a competitividade é mais severamente afectada, em termos relativos, pela factura energética. A análise isolada da intensidade energética permite avaliar o impacto da factura energética sobre a competitividade global de uma economia. A análise sectorial da intensidade – sobre rendimento privado, VAB industrial, VAB do sector dos transportes, por exemplo – permite comparar factores de competitividade específica desses sectores. Complementarmente, a densidade energética permite analisar o impacto da intensidade energética sobre a competitividade de uma dada unidade territorial.

40

41 III

III.07.CONSUMOS NOS TRANSPORTES POR FREGUESIA A procura energética no sector dos transportes decorre das necessidades locais de mobilidade, de transporte público e de suporte logístico à actividade económica. Em qualquer uma dessas vertentes, a análise produzida nesta matriz energética resulta, primariamente, da quantificação da procura e, secundariamente, da análise dos correspondentes fluxos energéticos. Para avaliação do desempenho energético local no sector dos transportes, é adequada uma análise focada na procura originada no Concelho em alternativa a uma avaliação centrada na localização geográfica dos consumos. Oeiras é um concelho atravessado por diversas vias de grande intensidade de tráfego regional. Entendeu-se que a consideração dos atravessamentos por vias regionais como consumos do concelho seria irrelevante para o objectivo central desta Matriz Energética: suportar públicas locais, investimento privado ou mobilização dos munícipes para a melhoria da sustentabilidade energética e climática de Oeiras. Fecha-se assim, o conjunto de indicadores que permite consolidar os diversos ciclos de análise de factores energéticos de competitividade local. A territorizalização apresentada apresenta elementos que permitem sustentar essa análise. Nas páginas anteriores são apresentados, embora numa base concelhia, os indicadores sectoriais referidos. A distribuição dos consumos apresentada na base territorial de freguesia, nos mapas juntos, tem um potencial muito significativo de aplicação na análise quantificada dos factores críticos de sucesso competitivo da região considerada. Entre estes factores inclui-se a análise dos factores energéticos.

42

43 III

III.08.ENERGIA FINAL POR FREGUESIA Neste capítulo apresentam-se indicadores de consumo energético por freguesia. Como indicadores consideram-se o consumo final agregado de todos os vectores energéticos, o consumo eléctrico, o consumo final no sector doméstico e o consumo nos transportes compreendendo os vectores relevantes – gasolinas e gasóleo. Os resultados baseiam-se na territorialização dos valores da matriz energética. A mesma metodologia é utilizada para os anos de referência. Na representação territorializada que se apresenta, consideram-se os cenários de 2000, 2010, 2015 e 2030. A selecção de anos responde à necessidade de estabelecer uma continuidade entre os anos estatísticos de 2000 a 2005, o ano de referên-cia - 2006, as previsões de curto prazo com base nessa referência 2007 a 2010 as previsões de médio/longo prazo – 2011 a 2030. Intermediamente, considerou-se 2015 como referência para o médio prazo. A selecção deste referencial teve como objectivo facilitar a correlação de cenários ener-géticos com outros disponíveis para o mesmo ano. A territorialização toma como base a informação estatística disponível, por freguesia, pelo INE. A metodologia usada inclui um sub-modelo de transporte para o nível territorial de freguesia das estimativas projectadas pelo modelo de previsão ao nível da freguesia. São usadas aproximações entre o comportamento demográfico dos concelhos e das freguesias de modo a poder corrigir a territorialização nos anos tomados como referência para a projecção de cenários. Os valores apresentados como previsões por freguesia têm assim uma margem de erro adicional face a valores previstos para os concelhos. Face a análises de sensibilidade que se revelaram consistentes, considerou-se viável a utilização da metodologia para uma análise de tendência, nessa base geográfica.

44

45 III

IV.01.PERSPECTIVAS FUTURAS A exposição às sucessivas flutuações dos mercados energéticos e às alterações dos fundamentos diferenciadores entre cidades, decorrentes das novas exigências de susten-tabilidade energética, acentua a necessidade de politicas públicas integradas que articulam a especificidade das estratégias energéticas com todos os outros domínios da gestão urbana sustentável e da competitividade e inovação das economias locais. É neste quadro que Oeiras situa a sua ambição – melhorar a sustentabilidade energética melhorando a economia, o emprego e a qualidade de vida. Neste contexto, a matriz energética suporta a tomada de decisão quantitativamente sustentada no que respeita ao investimento público, à dinamização de parcerias, à mobilização dos agentes económicos, à fixação de investimento privado, à motivação dos munícipes. Concretizar-se-ão, assim, impactos positivos para a competitividade e inovação do ambiente económico, a igualdade de oportunidades e a coesão social, o emprego e, genericamente, o desenvolvimento socioeconómico. A médio prazo e longo prazo, a reorientação das estratégicas globais, públicas e empresariais, no sentido da valorização da sustentabilidade ambiental, energética e climática, e a crescente adaptação dos mercados a essas condicionantes impõem condições de contexto tais que o balanço competitivo entre as regiões tenderá a alterar-se. Contribuindo para capacitar Oeiras com uma ferramenta de gestão da sustentabilidade energética e climática, a presente concretização concorre para favorecer o posicionamento competitivo do município a médio prazo. Assim, a sustentabilidade energética e ambiental ganha um dimensão chave nas dimensões sociais e económicas.

46

IV 47

IV.01.NOTA METODOLÓGICA Na presente matriz propõem-se cenários de evolução da procura energética para um horizonte temporal que se encerra em 2030. Os cenários são calculados através de um modelo matemático que toma por base as projecções disponíveis, através de organizações internacionais e organismos públicos responsáveis por planeamento e estudo prospectivo. Estas projecções referem-se a variáveis macro-económicas e demográficas. Complementarmente, são considerados os cenários de evolução do sistema energético nacional, estimados para o espaço nacional. Entre o conjunto de entidades cujas referências foram consideradas destaca-se o Eurostat, a Agência Europeia do Ambiente, a Agência Internacional de Energia, as Direcções-Gerais de Transportes e Energia, de Desenvolvimento Regional e de Assuntos Económicos da Comissão Europeia e, naturalmente os orga-nismos nacionais relevantes como sejam a Direcção Geral de Energia e Geologia, o Ministério da Economia e Inovação, o Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais do Ministério de Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional e o Instituto Nacional de Estatística. O cenário macroeconómico e energético proposto pela Comissão Europeia, em 2007 no “European Energy and Transport – Trends to 2030” destaca-se de entre os elementos considerados como referência dos cenários pro-postos. Esses cenários utilizaram como recurso o modelo PRIMES, apoiado por alguns modelos mais especializados e bases de dados, como os que se orientam para a previsão da evolução dos mercados energéticos internacionais. Considera-se ainda, como referência, o modelo POLES do sistema energético mundial, o GEM-E3, e alguns modelos macroeconómicos. Os resultados propostos decorrem da utilização, para o território considerado, de um modelo específico desenvolvido pela IrRADIARE, Science for evolution®. +

48

IV 49

> Desde 1995, a empresa tem vindo a desenvolver soluções de modelação matemática com o objectivo de suportar a análise, previsão e optimização de sistemas energéticos empresariais, locais e regionais. A tecnologia de modelação utilizada insere-se nessa linha de desenvolvimento tecnológico. A tecnologia de modelação utilizada baseia-se na solução combinada de balanços de variáveis significativas. Os balanços são calculados sobre células consideradas como volumes de controlo. Estas células são, na presente aplicação, coincidentes com as unidades territoriais relevantes – freguesias ou concelhos. A análise metabolística correspondente à conversão energética ocorrente em cada célula territorial será considerada em aplicações subsequentes. Estas aplicações utilizam o mesmo modelo e terão por base a proposta de cenários de evolução da oferta energética que complementarão a solução dos balanços realizada. Assim, será possível aos agentes económicos e institucionais dispor de um instrumento de avaliação custo-benefício de investimentos e medidas consideradas em estratégias empresariais, locais e regionais.

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IV 51

PARCEIROS INSTITUCIONAIS

Matriz Energética Oeiras 2009 Oeiras, Maio 2009 Elaborado por: IrRADIARE, Science for Evolution® Para: Camara Municipal de Oeiras

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