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GERAIS ACIDENTE
Quatro adultos e uma criança morrem em batida entre Gol e ônibus. Na Zona Sul da capital, motorista não consegue fazer curva e Escort invade posto de combustíveis
Cinco mortos na BR-381 CRISTINA HORTA
LANDERCY HEMERSON E ALFREDO DURÃES Cinco pessoas, quatro adultos e uma criança, morreram no começo da noite de ontem na batida do Gol placa GTT 9410, de Ouro Preto, de frente com um ônibus da empresa Presidente, que fazia a linha Ipatinga/BH. O acidente aconteceu no km 383 da BR-381, em Bom Jesus do Amparo, região Central, a 69 quilômetros da capital. No coletivo, ninguém se feriu. Os ocupantes do carro seguiam para Itabira, onde o motorista trabalha numa mineradora. Também na BR-381, na madrugada de ontem, um acidente com um ônibus de Turismo da empresa Gatti deixou 12 pessoas feridas, na BR-381, perto de Cambuí, no Sul de Minas, a 428 quilômetros de Belo Horizonte. O ônibus placa CYB 0749, que ia de Betim para São Paulo, saiu da pista e tombou, na altura do km 890. Além do motorista, Odair Mendes Rodrigues, de 32 anos, que também se feriu, havia 19 passageiros no veículo. Todos os feridos foram levados para o Hospital Ana Moreira Sales, em Cambuí. Na zona Sul de Belo Horizonte, o domingo também registrou um acidente violento. Um Escort descontrolado, com cinco ocupantes, invadiu um posto de gasolina no bairro de Lourdes, região Sul de Belo Horizonte, na manhã de ontem. Pouco depois
MILITAR BALEADO
Escort tinha três pneus carecas e, segundo peritos, no seu interior foi encontrada uma garrafa de vodca. Bombeiros socorreram feridos
Um sargento reformado da Polícia Militar foi baleado na noite de sábado, depois de fugir de uma tentativa de assalto no bairro Mantiqueira, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. Joaquim Rodrigues do Nascimento, de 65 anos, estava parado em um sinal, no Palio placa CRE 3517, por volta das 20h, quando foi abordado por dois homens e duas mulheres. Um dos assaltantes, armado de revólver, anunciou o assalto. O sargento acelerou o carro e o ladrão disparou, atingindo a cabeça do policial. Ele perdeu o controle do veículo, que capotou várias vezes. Os assaltantes fugiram. O militar foi socorrido por policiais da Rotam e levado para o Hospital João XXIII, onde permanece internado.
da 9h, o motorista Wadson Francisco Ambrósio, de 25 anos, perdeu o controle do carro, placa GSI 2261, depois de fazer uma curva fechada, na esquina das ruas Curitiba e Bárbara Heliodora. O carro bateu no meio-fio, invadiu o posto Erwin Riegert em alta velocidade e se chocou contra uma
Os feridos foram encaminhados por viaturas de resgate do Corpo de Bombeiros ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. Moradores da região reclamam que a curva no local é bem fechada e que os motoristas mais apressados sempre se envolvem em algum acidente .
coluna, ao lado do calibrador de pneus. O choque destruiu o carro, que tinha três dos quatro pneus em péssimo estado. Além do motorista, que se feriu com gravidade, estavam no Escort Warllen Alves de Oliveira, Júlio Carlos José Ferreira, de 25 anos, Charles Aramaneli de Al-
meida , de 39, e Cléber César dos Santos, de 37, que portava um revóver calibre 38, de cinco tiros e com os cartuchos intactos. Segundo o soldado Coelho, da Companhia de Trânsito da Polícia Militar, Cléber, que também se feriu com gravidade, usava a arma por ser segurança de uma das ca-
sas noturnas da região, que fica a poucos quarteirões de onde ocorreu o acidente. Todos os ocupantes do Escort trabalham na boate e haviam acabado de largar serviço. No carro, peritos da Polícia Civil encontraram um garrafa de vodca consumida pela metade, e copos quebrados.
BETO MAGALHÃES
APITAÇO
Segurança une vizinhos INGRID FURTADO Uma maneira solidária de combater a violência nos bairros de Belo Horizonte está mobilizando moradores de várias regiões de Belo Horizonte. Com bastante atenção e munidos de apitos e faixas indicativas, os vizinhos da Alameda Guaraponga, no bairro Dom Cabral, Noroeste de BH, trabalham em conjunto para inibir a ação de assaltantes e outros casos de violência que possam ocorrer na região. Eles se uniram no mês de agosto e implantaram o sistema de Rede de Vizinhos Solidários, que consiste em transformar os próprios moradores em “câmeras vivas”. Com a união, eles resgatam valores de vizinhança e uma característica mais comum às cidades do interior. No sábado, a Polícia Militar, parceira na iniciativa, e os participantes do programa discutiram a ampliação do sistema para outras ruas, além de trocar experiências com representantes de outras regiões, como o Caiçara e o Castelo, onde o programa já funciona. Vigilância constante e companheirismo são os pilares da rede, que comporta mais de cem moradores da alameda. Entre eles, há um código de apitos, usado em casos de emergência. “Fizemos um có-
digo próprio, que só os participantes reconhecem. O apito é uma forma de preservar a identidade do morador, já que o assaltante não enxerga quem está fazendo o barulho. Se alguém apitar, o vizinho do lado apita também, até que um de nós chame a polícia. Assim se forma a rede”, explicou um dos organizadores, Antônio Coquito. Os participantes vêm explicando aos vizinhos de ruas próximas as regras de participação. “Não há nada de complicado. É importante a presença de todos nas reuniões de bairro. Além disso, precisamos ficar em alerta com o vizinho e ver se não está ocorrendo nada de estranho na casa ao lado. Os moradores têm que ser companheiros uns dos outros. Isso tira as pessoas do comodismo, eles se tornam agentes sociais”, observa Coquito. A esteticista Tânia Regina Campos, de 55 anos, conta que assaltos,e seqüestros-relâmpago já ocorriam com freqüência na rua, mas depois que os vizinhos passaram a trabalhar em rede, a violência diminuiu. “Outro dia, um rapaz começou a pichar o muro de uma das casas. Um de nós começou a apitar, seguido pelos demais. Foi uma superbarulhada. Só sei, que o rapaz ficou assustado e não pichou nada, saiu
correndo”, conta a comerciante. Além disso, os participantes do projeto têm mantêm uma agenda com telefones de todos os vizinhos e da companhia de polícia mais próxima. “Espalhamos faixas pelas ruas que indicam a implantação do programa. Isso intimida a ação de possíveis infratores, pois eles sabem que estamos de olho”, completa.
CONQUISTA A experiência já dura um ano no bairro Castelo, região da Pampulha, e os moradores têm o que comemorar. A tenente-coronel Luciene Magalhães de Albuquerque, do 34º Batalhão da PM, informou que, em agosto de 2004, foram registrados 21 crimes graves no bairro. Em agosto deste ano, as ocorrências caíram para oito. “A Polícia Militar ainda tem muito o que fazer, mas já é um dado muito importante, pois foi a própria população que criou esse clima bom. O curioso é que esses últimos crimes ocorreram justamente em ruas que ainda não têm o sistema de rede”, informou. No Castelo, há mais de 3 mil imóveis inscritos no programa, e quase todo o bairro já está mobilizado. A oficial esclarece que, para se inscrever, os moradores têm que se dirigir até a companhia militar mais próxima e fazer um requerimento.
Devido à pista molhada, ônibus de turismo derrapa no Centro de BH e só pára ao bater em árvore
ALAGAMENTOS
Temporal castiga Grande BH A Região Metropolitana de Belo Horizonte sofreu com uma forte chuva no fim da tarde de ontem, que provocou alagamentos, deslizamentos de encostas, queda de muros, corte de energia, acidentes de trânsito e inundações que arrastaram carros. Militares do Corpo de Bombeiros estiveram em Ibirité, na rua Bolívia, bairro Primavera, onde uma pessoa ficou levemente ferida na queda de um muro sobre uma casa. O temporal durou cerca de três horas e foi suficiente para provocar vários estragos. No Centro da capital, o motorista do ônibus da Útil placa GVE 9275, que chegava do Rio de Ja-
neiro, não conseguiu parar no semáforo no cruzamento de avenida do Contorno e rua Mato Grosso. O coletivo derrapou na pista alagada e subiu na calçada, derrubando uma árvore. Duas pessoas ficaram levemente feridas. No Anel Rodoviário, bairro Goiânia, Nordeste de BH, um carro foi arrastado pelas águas e a motorista e a passageira, uma idosa, tiveram que ser retirada por bombeiros. Outros dois veículos ficaram presos em alagamentos, um Nova Suíssa, Oeste, e outro no Barreiro. Os bombeiros receberam chamadas de alagamentos em casas nas regiões Norte, Venda
Nova, Oeste e Barreiro, em BH, além de Ibirité, onde quatro pessoas de uma família ficaram desalojadas. No Barreiro de Cima, na rua Cardoso, dez famílias deixaram suas casas depois que a água de córrego subiu. Um deslizamento de encosta derrubou muro de arrimo sobre uma casa, na rua Brás Cuba, Nova Granada, Oeste da capital, que teve sua estrutura abalada. A família foi retirada a tempo e ninguém se feriu. A Cemig registrou queda de energia em vários pontos de BH, principalmente, na região Centro-Sul, em Betim e Sete Lagoas. O trânsito ficou confuso no cruzamento da rua da Bahia com avenida Afonso Pena, Centro da capital. A BHTrans registrou problemas com semáforos também na avenida Pedro I e rua Padre Pedro Pinto, em Venda Nova. Várias vias ficaram com trecho alagados e motoristas tiveram que optar por desvios ou esperar que a água baixasse.