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GERAIS TRÂNSITO
Em apenas 12 horas, Polícia Rodoviária Federal registra três batidas graves nas rodovias que cortam o Estado
GIRO
POLICIAL
JUIZ DE FORA FERNANDO PRIAMO/TRIBUNA DE MINAS
Acidentes matam seis nas estradas
CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA
FERNANDA ODILLA Em menos de 12 horas, seis pessoas perderam a vida, entre elas um menino de dois anos, em acidentes nas rodovias federais que cortam Minas. Na BR 040, por volta das 5h, dois homens morreram carbonizados durante uma batida entre uma carreta carregada com piche e um Peugeot, próximo a Carandaí, região central do Estado. Poucos minutos depois, três pessoas morreram e outras três ficaram gravemente feridas na BR-116, próximo ao município de Itambacuri, no Vale do Rio Doce. Na tarde de ontem, um acidente envolvendo o ônibus da banda Supersom C&A e um caminhão deixou uma pessoa morta e quatro feridas, na ponte Sá Carvalho, na BR- 381, saída de Timóteo para Antônio Dias, no Vale do Aço. Os corpos do militar Júlio César Silva, de 24 anos, que dirigia o Peugeot HAB1961, de Belo Horizonte, e do passageiro Gilmácio Alves da Gama, de 21, ficaram reduzidos a cinza depois que seu carro foi parar debaixo da carreta Volvo/FM12 placa AAK 4215 de Betim/MG. O carro explodiu e ficou completamente destruído com o impacto da batida. O trânsito no km 755,8 da BR 040 ficou limitado a apenas uma pista durante toda a manhã. Os corpos foram identifica-
Presos fazem nove reféns Presos se rebelaram e mantiveram nove pessoas reféns no Presídio Ariosvaldo Campos Pires, em Juiz de Fora, a 255 quilômetros de BH, na Zona da Mata. Segundo a polícia local, a revolta começou durante o horário de visitas, na tarde de ontem, quando os parentes dos detentos foram impedidos de deixar a unidade. Dois agentes penitenciários foram rendidos por detentos armados com facas. Outros sete parentes de presos também foram mantidos reféns. A cavalaria da Polícia Militar e uma equipe do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) foram acionados para tentar controlar a revolta. Um helicóptero da PM foi enviado da capital para a cidade. Segundo a polícia, os detentos reivindicam transferência para o presidio de Unaí, a 580 quilômetros da capital, região Noroeste de Minas. De acordo com a polícia, o presídio tem, hoje, 110 presos e sua capacidade é para 120. Batida em Carandaí, na qual morreram duas pessoas carbonizadas, envolveu uma carreta e um Peugeot
ÁCIDO SULFÚRICO dos no Instituto Médico Legal (IML) de Barbacena e o motorista do caminhão Pedro Luiz Bruno, de 42, foi levado ao hospital de Carandaí, com lesões leves. Já as vítimas da batida entre o Voyage BNM 9744, de São Paulo, e a caminhonete S10 GRZ 7767, de Teófilo Otoni, na BR 116, foram levados para o IML de Teófilo Otoni e para o hospital Hospital São Vi-
cente de Paulo, em Itambacuri. Morreu o motorista do carro Jodeci Barros Siqueira, de 38, e os passageiros Edileuza Gomes da Costa, de 41, e Jordan Gomes Siqueira, de 2. Valdeci de Barros Galvão, de 50, que também estava no carro, ficou gravemente ferido assim como o motorista da S10, Moisés Batista Abdala, de 29, e a passageira da caminhonete Mar-
cela de Souza Castro, de 22. Na BR-381, quem morreu foi a passageira do ônibus da banda Supersom C&A, placa BYD 4635, que se chocou contra a traseira do caminhão, placa BMC 4579. Suzan Terezinha Machado, de 22, estava sentada nas primeiras filas do veículo e faleceu no local. Outros quatro passageiros sofreram ferimentos leves.
Risco de contaminação No início da tarde de ontem, funcionários da transportadora Herculano conseguiram rebocar a carreta carregada com 25 mil litros de ácido sulfúrico que tombou próximo a uma área de preservação ambiental em Araxá, no Alto Paranaíba, a 367 quilômetros da capital. O produto químico vazou e se espalhou pelo córrego do Sal e pela mata nativa. Funcionários do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e da Polícia Militar do Meio Ambiente estiveram no local, cobriram com terra as áreas onde havia mais concentração de ácido sulfúrico, mas ainda não sabiam analisar a gravidade da contaminação. Os militares vão preparar um auto de infração bem como um laudo técnico e encaminhá-los ao Ministério Público.
VENDA NOVA
Dinamite é apreendida Policiais do Batalhão Rotam apreenderam, no começo da tarde de ontem, na casa do contador aposentado Rômulo Melchior Rodrigues, uma banana de dinamite e dois revólveres: um Rossi calibre 22 e um Colt 32, fabricado em 1926 e em perfeito estado de uso, além de uma réplica de pistola 9 milímetros. Segundo o sargento Lima, que comandou a operação, o aposentado permitiu que os policiais entrassem no seu apartamento, no bairro Santa Mônica, em Venda Nova, e argumentou que o explosivo seria usado para pesca. Rômulo foi conduzido para a Seccional de Venda Nova, onde foi autuado. Policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais da PM analisaram o material apreendido, desarmaram o artefato e informaram que a banana de dinamite é de alto poder explosivo.
● EMPRESA CONDENADA Uma empresa de transportes foi condenada a indenizar a mulher e o filho de um homem morto em acidente em R$ 15 mil, por danos morais, além de pagar um salário mínimo por mês à família até a data em que a vítima completaria 65 anos. A decisão é do juiz 9ª Vara Cível, Alberto Diniz Junior. Segundo a reclamante, em 1997, um ônibus da empresa perdeu o freio e subiu no passeio, causando a morte de seu marido. Para a mulher da vítima, o acidente foi fruto de negligência da viação. Mas a empresa alegou não ter qualquer responsabilidade e disse que não houve culpa do motorista do coletivo, pois o acidente teria sido causado por uma pane no freio do veículo. Para o juiz, ficou comprovada a culpa do motorista, em laudo pericial.
● RACISMO A 15ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais condenou uma psicóloga do município de Ituiutaba, a 685 quilômetros de Belo Horizonte, no Triângulo Mineiro, a indenizar, por danos morais, em R$ 3 mil, uma auxiliar de enfermagem, vítima de insultos relativos à sua cor negra. De acordo com os autos, em novembro de 2002, a psicóloga deu entrada no Pronto-Socorro de Ituiutaba e após a consulta, foi encaminhada à auxiliar de enfermagem para receber aplicação do medicamento indicado. A psicóloga teria começado a ofender a auxiliar. A funcionária do hospital ajuizou ação por danos morais contra a psicóloga que negou as acusações. Mas os desembargadores Mota e Silva, José Affonso da Costa Côrtes e Guilherme Luciano Baeta Nunes encontraram provas suficientes de que a psicóloga agrediu a auxiliar de enfermagem com palavras constrangedoras.