ESTADO DE MINAS - SÁBADO, 12 DE MAIO DE 2001
PÁGINA 7
VEÍCULOS
SEGURANÇA
CINTO MATADOR
CINTO DE SEGURANÇA DE UM FIAT PALIO 97/97 ARREBENTA EM ACIDENTE NA BR 381 (ANTIGA 262), EM TRECHO PRÓXIMO À CIDADE DE JOÃO MONLEVADE, CAUSANDO A MORTE DA PASSAGEIRA QUE OCUPAVA O BANCO DA FRENTE
PAULA CAROLINA
No dia 20 de outubro do ano passado, em meio à divulgação dos recalls da General Motors/Chevrolet (linha Corsa e Tigra) e da Fiat (família Palio) de peça de fixação do cinto de segurança, publicamos matéria referente ao cinto de segurança de um Chevrolet Vectra rompido num acidente. Não havia sido a peça de fixação do cinto que soltara, mas o tecido que tinha partido. Agora, surge um caso semelhante, em que, inexplicavelmente, o tecido do cinto de um Palio partiu... Foi no dia 30 de dezembro do ano passado. O mecânico Carlos Henrique Salles havia acabado de adquirir um Palio 16V 97/97. Era a primeira viagem com o carro. Em uma curva da BR 381 (antiga 262), no Km 351, próximo a João Monlevade, um VW Gol, desgovernado, atingiu “em cheio” o Palio. O impacto foi do lado do motorista, Carlos Henrique, que machucou muito, mas ficou seguro pelo cinto de segurança. No entanto, a mãe, Edna Maria Salles (57 kg), 44 anos, que viajava no banco da frente, foi arremessada, indo parar no vão debaixo do painel, devido ao rompimento do cinto. Ela ainda foi socorrida com vida, mas acabou falecendo em conseqüência de politraumatismos. “O carro tinha sido todo revisado. Estava com cerca de 46 mil quilômetros. E o cinto era o original”, afirma Carlos Henrique. “Além disso, estava em ótimo estado e nunca tinha tido qualquer problema”, acrescenta o antigo proprietário, Jorge das Graças Miranda. Tendo sido comunicado do fato, foi ele que teve a iniciativa de chamar dois peritos da Polícia Civil, Fernando Antônio Gomes Araújo e Carlos César Martins de Paula, que realizaram perícia no veículo, na qual consta: “... examinando detidamente o citado cinto de segurança, pôde-se observar que seu rompimento apresentava extremidade com estrutura tipo esgarçada e não uniforme, caracterizando ter-se tratado de rompimento por incapacidade de suportar a solicitação abrupta no instante do acidente”. A perícia está em poder do advogado Chaquibe Hassan Souki Hunior, que pretende entrar com uma ação indenizatória contra o motorista do Gol, que causou o acidente (e que não foi encontrado), e contra a Fiat.
ROBERTO ROCHA/RR
FAMÍLIA
Carlos Henrique (condutor), Lidiane Salles (irmã) e Jorge Miranda (antigo proprietário): eles pretendem entrar na Justiça
FIAT DESCONHECE O FATO Segundo a assessoria de imprensa da Fiat, a montadora não foi contactada pelo proprietário do veículo, não dispondo, portanto, de informação sobre o automóvel, nem sobre o acidente, impossibilitando qualquer parecer sobre os fatos alegados. A assessoria acrescentou que se encontra à disposição do cliente para quaisquer esclarecimentos. Também contatamos a TRW, fabricante do cinto, que da mesma forma ainda não tinha conhecimento do caso. No entanto, a assessoria de imprensa informou que, devido à raridade, assim como à gravidade, do fato, a fábrica tem todo interesse em investigar o acontecido. Além disso, como fornecedor, a TRW aguarda um contato da Fiat para se pronunciar.
ACIDENTE
Palio ficou destruído e cinto de segurança não resistiu
TECIDO
O rompimento fez a passageira ser arremessada sob o painel FOTOS FERNANDO ANTÔNIO ARAÚJO E CARLOS CÉSAR DE PAULA