186

  • December 2019
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184 – JUSTIÇA – (de Santa Luzia – MG) A farra dos vereadores gaúchos com o dinheiro do povo é antiga e pelo visto não vai parar nunca; para não falar somente dos edis do Rio Grande do Sul, posso afirmar que da mesma forma que eles, parlamentares municipais de todo Brasil fazem o mesmo e raramente alguém denuncia. Os poderes constituídos, de todas as esferas, sempre encontraram e encontrarão nos cursos, seminários e palestras uma boa oportunidade para fazer turismo sem gastar nada e ainda levar algum, tirado é claro, dos cofres públicos e normalmente com a conivência de quem têm as chaves destes cofres.

Quem já foi estudante universitário de instituição pública, principalmente até a década de 90, sabe muito bem o que é isso; os encontros nacionais dos cursos específicos são organizados em locais paradisíacos como Salvador, Fortaleza, Foz do Iguaçu, Rio de Janeiro e Florianópolis e os garotos e garotas saem em busca das passagens e da hospedagem; geralmente estes encontros duram uma semana e nos locais escolhidos para a discussão dos temas o que mais se vê são cadeiras vazias; o povo que vai para “aprender” algo mais sobre seus cursos, some e somente são encontrados em praias e shoppings centers.

Certa vez na UFMG eu participei de um Encontro Nacional de Casas do Estudante; centenas de alunos universitários do Brasil inteiro vieram a Belo Horizonte participar das discussões de novas diretrizes e bases para a manutenção destas casas; ninguém veio com recursos próprios é claro e no período dos trabalhos, que aconteceram no auditório da Faculdade de Medicina, em um dos dias que eu arrisquei participar, não notei mais do que 20 pessoas presentes; somente para ilustrar, neste dia que fui lá, era o encerramento dos trabalhos.

Relembrando de histórias assim é que chego a conclusão que a coisa começa de berço; estas pessoas daquela época, pelo que me lembro e ainda mantenho pouco contato, são juízes, desembargadores, deputados, procuradores, dentre outros cargos públicos; perdoem-me pela franqueza, mas quem fez isso no passado com tanta tranqüilidade, na época que não reunia nenhum poder, porque poupariam agora os ricos e abarrotados cofres do povo?

O mais engraçado nisso tudo, se é que podemos empregar alguma graça, é que a maioria dos casos vem do Poder Legislativo, o poder que é mais fácil fazer parte porque normalmente anônimos e desconhecidos conseguem ocupar um cargo com poucos votos e sendo analfabetas de pai, mãe e parteira. Esta gente desqualificada, que ocupa um cargo por causa do dinheiro dos proventos jamais será comportada e honesta, com raríssimas

exceções; o Vereador, Deputado e Senador querem mais que o mar pegue fogo para poderem comer peixe frito, esta é a realidade.

No caso específico dos vereadores gaúchos, eles próprios armam um encontro estadual de vereadores, com o intuito de discutir, por exemplo, “os preceitos originais indutivos das câmaras” (???) e solicitam da Mesa Diretora que lhes forneçam diárias para que eles custeiem o hotel, a locomoção e a alimentação e o pior, as câmaras de vereadores ainda pagam as inscrições de seus membros. Quando chegam aos lugares apontados, saem para boates, prostíbulos, bares e praias, gastando o dinheiro público; recebem os certificados e os apresentam em suas cidades, afirmando que tiveram uma semana proveitosa onde o futuro da cidade foi discutido de modo amplo e significativo; dão show na tribuna e fazem o povo desinformado acreditarem que eles, seus vereadores, são servidores exemplares.

Os salários que estes patifes ganham, em alguns casos são maiores do que muitos juízes, promotores ou auditores que estudaram anos e anos numa faculdade e outros tantos para prestarem concurso; os salários destes patifes com carteirinha de brasões são maiores, muitas vezes, do que os salários de delegados e outros policiais que servem muitas vezes com a vida. Em alguns casos eles possuem carros oficiais, servidores de gabinete, verbas para alimentação e os cambau; e ainda precisam inventar brincadeirinhas de turismo com a grana de quem muitas vezes passa fome.

O povo é o culpado por tudo; estes analfabetos que se elegem, alguns com ficha criminal maior do que uma Araucária adulta; fazem e refazem as asneiras criminais e não encontra os promotores de justiça que lhe fomentem uma ação severa ou ainda a sansão contraria do povo nas urnas; eles pintam e bordam e ainda são reeleitos; recebem propina de muitos prefeitos para aprovarem outros ilícitos penais e ainda assim gozam de privilégios, prerrogativas que o pai de família sequer sabe o que é.

Aberrações jurídicas como as cidades pequenas coladinhas umas nas outras, que juntas não somam nem 50 mil habitantes, possuem vários prefeitos e dezenas de vereadores, todos mamando como lobos famintos nas tetas da máquina pública que já nascera falida; esta gente deveria fazer uma associação de presidiários.

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