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CAPÍTULO 10
Elucidações sobre o perispírito PERGUNTA: — Por que em obras anteriores de vossa autoria espiritual e de outros espíritos credenciados, o perispírito é definido como um elemento complexo, de estrutura fisiológica, sistemas e órgãos idênticos aos do corpo físico, quando Allan Kardec, no “Livro dos Espíritos”, o identifica na forma de um corpo vaporoso? (1) RAMATÍS: — Há cem anos, quando Allan Kardec codificou o Espiritismo, ele não podia fazer outra descrição do perispírito. Os espíritos mentores assim lhe notificaram, porque além de sua doutrina ser endereçada principalmente à massa comum, isso ocorria numa época de pouco conhecimento esotérico. Hoje, no entanto, é possível ao homem comum receber instruções sobre a verdadeira contextura do perispírito, porque ele já está familiarizado com as energias do mundo invisível reveladas pela Ciência terrena, como raios X, ultravioleta, infravermelho, radioatividade, desintegração nuclear, ultra-sons, eletricidade, magnetismo, elétrons. Atualmente, já não se põe em dúvida a possibilidade 1 - N. do Médium: — Realmente, Allan Kardec, à página 84, pergunta 93 e capítulo I, “Espíritos” com o subtítulo “perispírito”, da obra “Livro dos Espíritos”, só menciona o seguinte: “Envolve-o (o espírito) uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira”. É certo que no cap. “Manifestação dos Espíritos”, no tema o “Perispírito, princípio das manifestações”, da obra “Obras Póstumas”, Kardec estende-se um pouco mais sobre o assunto, mas sem as minúcias e a complexidade da verdadeira natureza do perispírito, conforme já o descrevem os esoteristas, rosa-cruzes, teosofistas e yogues.
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Elucidações do Além de a matéria transformar-se em energia, nem da existência da fauna microbiana também invisível à vista carnal. Igualmente, também já se admite que muitas doenças tanto vêm do corpo como resultam dos desequilíbrios psíquicos, que a Medicina classifica como enfermidades neurogênicas. Em sua época, Allan Kardec dirigia-se principalmente aos “não iniciados” no estudo esotérico, que ignoravam os conhecimentos secretos do mundo oculto e da vida espiritual, tais como a Reencarnação, a Lei do Carma e a comunicação entre os “vivos” e os “mortos”. Estas revelações esotéricas da doutrina espírita já sofriam ataques furibundos do Clero Católico e despertavam sarcasmos acadêmicos ortodoxos. Sem dúvida, ele e os espíritos seriam imprudentes se tentassem popularizar todas as particularidades e minúcias anátomo-fisiológicas do perispírito, assunto demasiadamente avançado para uma época de excessiva ignorância. Kardec teria de enfrentar a dúvida agressiva dos cientistas “são tomés” e dos adversários religiosos dogmáticos; e isto estremeceria as raízes ainda frágeis do Espiritismo. Eis por que os espíritos mentores de Kardec não o incentivaram a empreender estudos e pesquisas mais profundos, quanto à verdadeira natureza do perispírito, limitando-se a classificá-lo como um corpo fluídico, simples e vaporoso. E assim, satisfazia às conjecturas da capacidade mental e do entendimento espiritual primário dos adeptos e dos profanos. Mais tarde, ele então o identifica melhor, dizendo ser “um corpo fluídico, cuja substância é tomada do fluido universal, ou fluido cósmico, que o constitui e o alimenta, como o ar forma e alimenta o corpo material do homem. O perispírito é mais ou menos etéreo, segundo os mundos e o grau de adiantamento dos Espíritos; é um órgão transmissor de todas as sensações”, etc. (2) PERGUNTA: — Considerando o perispírito como um “corpo vaporoso”, conforme explica o “Livro dos Espíritos”, 2 - Vide “Obras Póstumas”, págs. 8 e 15.
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