10 MANDAMENTOS DO ELEITOR
Dom Redovino Rizzardo, cs, bispo da diocese de Dourados, em Mato Grosso do Sul, destaca dez pontos importantes a serem observados por um eleitor católico, denominados por ele dez mandamentos: 1. Por defender e promover a vida e a família, o católico jamais votará em pessoas e partidos que sustentam princípios e atitudes contrários à ética e à moral cristã: É fundamental discernir o perfil ético e as verdadeiras motivações dos que se apresentam como candidatos. O primeiro critério para votar em um candidato é sua posição em relação à defesa da dignidade da pessoa humana e da vida, em todas as suas manifestações, desde a sua concepção até o seu fim natural com a morte (CNBB: Eleições/2006). 2. Por defender e promover a construção de uma sociedade justa e solidária, o católico jamais se deixará enganar por candidatos que, atrás de um discurso bonito e empolgante, tentam esconder um passado de corrupção, politicagem e malversação do dinheiro público: A atual crise ética e política poderá se tornar ocasião de amadurecimento e aperfeiçoamento das instituições democráticas do país, levando-nos ao comprometimento com a verdade que nos liberta, construindo o Brasil mais justo, solidário e livre, onde "a justiça e a paz se abraçarão" (CNBB: Eleições/2006). 3. Por defender e promover os valores éticos que renovam a sociedade, o católico jamais votará em pessoas e partidos que, ao invés de se comprometerem com as classes mais necessitadas, preferem pactuar com os interesses do mercado nacional e internacional. O mais importante e decisivo hoje é definir um novo modelo para o nosso país. Para que isso aconteça, não basta inserir um voto numa urna. É necessário acompanhar os representantes eleitos, numa atitude de colaboração e de cobrança, para que os compromissos de campanha sejam cumpridos (CNBB: Eleições/2006). 4. Por defender e promover a política em seu sentido mais genuíno - arte de bem governar os povos - o católico jamais deixará de participar ativamente da escolha de seus representantes, sem nunca anular o seu voto. Só se salva o que se assume. Estamos conscientes de que o voto-cidadão é uma das melhores formas para elaborar políticas públicas geradoras de vida e esperança, complementadas pela participação popular, atendendo aos interesses da coletividade (CNBB: Eleições/2006).
5. Por defender e promover a ecologia e o meio-ambiente, o católico jamais votará em pessoas e partidos que colocam o lucro e as leis do mercado acima da preservação da natureza, dos rios e das matas. O meio ambiente alterado é reflexo das mudanças impostas pelo uso desordenado das riquezas da natureza. É preocupante a insensibilidade humana diante dos danos irreversíveis causados ao meio ambiente. É urgente fiscalizar e coibir a exploração puramente comercial dos que exaurem o meio ambiente (CNBB: Eleições/2006). 6. Por defender e promover a dignidade da pessoa humana, o católico jamais porá o seu voto à venda, nem trabalhará por candidatos que subornam ou se deixam subornar. Voto não tem preço, tem conseqüências. 7. Por defender e promover a civilização do amor e o mundo unido, o católico candidato ou eleitor que seja - jamais se prestará ao jogo sujo da difamação, da calúnia e da distorção dos fatos. O fim não justifica os meios. 8. Por defender e promover a paz e a unidade da Igreja, os seus representantes mais diretos - padres, diáconos e religiosos - jamais tomarão posições partidárias, que nada fazem senão dividir e revoltar a comunidade católica. A Igreja, enquanto instituição, não assume opções partidárias (CNBB: Eleições/2006). Por sua vez, os fiéis leigos não farão da Igreja - dos serviços ou pastorais que nela levam adiante - um trampolim para seus projetos políticos. 9. Por defender e promover uma sociedade onde todos tenham vez e voz, o católico jamais se deixará cegar pela plataforma do partido - que sempre encanta pela grandeza de seus princípios! -, mas se fixará na pessoa do candidato, independentemente se for desta ou daquela agremiação, desta ou daquela cidade. 10. Por defender e promover um futuro melhor para si e seus filhos, o católico jamais fugirá da luta se chamado a servir o povo na condição de candidato político, não apenas porque está convencido de que a política é uma das mais altas expressões da caridade cristã, mas também porque sabe que, se não fizermos nós, farão outros, sem nós e contra nós!