yvonne a pereira fotografada em sua residencia em piedade rj em 19 - 07 - 74 por enviada por jo�o pereira de andrade foto autorizada ap�s a escritora ter consultado a batu�rayvonne do amaral pereira yvonne do amaral pereira nasceu na antiga vila de santa tereza de valen�a, hoje rio das flores, sul do estado do rio de janeiro, �s 6 horas da manh�. o pai, um pequeno negociante, manoel jos� Pereira filho e a m�e elizabeth do amaral pereira. teve 5 irm�os mais mo�os e um mais velho, filho do primeiro casamento da m�e. aos 29 dias de nascida, depois de um acesso de tosse, sobreveio uma sufoca��o que a deixou como morta (catalepsia ou morte aparente). o fen�meno foi fruto dos muitos complexos que carregava no esp�rito, j� que, na �ltima exist�ncia terrestre, morrera afogada por suic�dio. durante 6 horas permaneceu nesse estado. o m�dico e o farmac�utico atestaram morte por sufoca��o. o vel�rio foi preparado. a suposta defunta foi vestida com grinalda e vestido branco e azul. o caix�ozinho branco foi encomendado. a m�e se retirou a um aposento, onde fez uma sincera e fervorosa prece a maria de nazar�, pedindo para que a situa��o fosse definida, pois, n�o acreditava que a filha estivesse morta. instantes depois, a crian�a acorda aos prantos. todos os preparativos foram desfeitos. o funeral foi cancelado e a vida seguiu seu curso normal. o pai, generoso de cora��o, desinteressado dos bens materiais, entrou em fal�ncia por tr�s vezes, pois favorecia os fregueses em preju�zo pr�prio. mais tarde, tornou-se funcion�rio p�blico, cargo que ocupou at� sua desencarna��o, em 1935. o lar sempre foi pobre o modesto, conheceu dificuldades inerentes ao seu estado social, o que, segundo ela, a beneficiou muito, pois bem cedo alheou-se das vaidades mundanas e compreendeu as necessidades do pr�ximo. o exemplo de conduta dos pais teve influ�ncia capital no futuro comportamento da m�dium. era comum albergar na casa pessoas necessitadas e mendigos. aos 4 anos j� se comunicava audio-visualmente com os esp�ritos, aos quais considerava pessoas normais encarnadas. duas entidades eram particularmente caras: o esp�rito charles, a quem considerava pai terreno real, devido a lembran�as vivas de uma encarna��o passada, em que este esp�rito fora seu pai carnal. charles, o esp�rito elevado, foi seu orientador durante toda a sua vida e atividade medi�nica. o esp�rito roberto de canalejas, que foi m�dico espanhol em meados do s�culo xix era a outra entidade pela qual nutria um profundo afeto e com a qual tinha liga��es espirituais de longa data e d�vidas a saldar. mais tarde, na vida adulta, manteria contatos medi�nicos regulares com outras entidades n�o menos evolu�das, como o dr. bezerra de menezes, camilo castelo branco, frederic chopin e outras. aos 8 anos repetiu-se o fen�meno de catalepsia, associado a desprendimento parcial. aconteceu � noite e a vis�o que teve, a marcou pelo resto da vida. em esp�rito, foi parar ante uma imagem do �senhor dos passos�, na igreja que freq�entava. pedia socorro, pois sofria muito. a imagem, ent�o, cobrando vida, lhe dirigiu as seguintes palavras: �vem comigo minha filha, ser� o �nico recurso que ter�s para suportar os sofrimentos que te esperam�, aceitou a m�o que lhe era estendida, subiu os degraus e n�o lembra de mais nada. de fato, yvonne pereira foi uma crian�a infeliz. vivia acossada por uma imensa saudade do ambiente familiar que tivera na sua �ltima encarna��o na espanha e que lembrava cm extraordin�ria clareza. considerava seus familiares, principalmente seu pai e irm�os, como estranhos. a casa, a cidade onde morava, eram totalmente estranhas. para ela, o pai verdadeiro era o esp�rito charles e a casa, a da espanha. esses sentimentos desencontrados e o afloramento das faculdades medi�nicas, faziam com que tivesse comportamento considerado anormal por seus
familiares. por esse motivo, at� os dez anos, passou a maior parte do tempo na casa da av� paterna. o seu lar era esp�rita. aos 8 anos teve o primeiro contato com um livro esp�rita. aos 12, o pai deu-lhe de presente �o evangelho segundo o espiritismo� e o �livro dos esp�ritos�, que a acompanharam pelo resto da vida, sendo a sua leitura repetida, um b�lsamo nas horas dif�ceis. aos 13 anos come�ou a freq�entar as sess�es pr�ticas de espiritismo, que muito a encantavam, pois via os esp�ritos comunicantes. teve como instru��o escolar o curso prim�rio. n�o pode, por motivos econ�micos, fazer outros cursos, o que representou uma grande prova��o para ela, pois amava o estudo e a leitura. desde cedo teve que trabalhar para o seu pr�prio sustento, e o fez com a costura, bordado, rendas, flores, etc... a educa��o patriarcal que recebeu, fez com que vivesse afastada do mundo. isto, por um lado, favoreceu o desenvolvimento e recolhimento medi�nico, mas por outro, a tornou excessivamente t�mida e triste. como j� vimos, a mediunidade apresentou-se nos primeiros dias de vida terrena, atrav�s do fen�meno de catalepsia, vindo a ser este, um fen�meno comum na sua vida a partir dos 16 anos. a maior parte das reportagens de al�m-t�mulo, dos romances, das cr�nicas e contos relatados por yvonne pereira, foram coletados no mundo espiritual atrav�s deste processo, na hora do sono reparador. a sua mediunidade, por�m, foi diversificada. foi m�dium psic�grafo e receitista (homeopatia) assistida por entidades de grande eleva��o, como bezerra de menezes, charles, roberto de canalejas, bittencourt sampaio. praticou a mediunidade de incorpora��o e passista. possu�a mediunidade de efeitos f�sicos, chegando a realizar algumas sess�es de materializa��o, mas nunca sentiu atra��o por esta modalidade medi�nica. os trabalhos, no campo da mediunidade, que mais gostava de fazer eram os de desdobramento, incorpora��o e receitu�rio. como foi dito, atrav�s do desdobramento noturno que yvonne pereira navegava atrav�s do mundo espiritual, amparada por seus orientadores, coletando as cr�nicas, contos e romances com os quais hoje nos deleitamos. como m�dium psicof�nico, pode entrar em contato com obsessores, obsidiados, e suicidas, aos quais, devotava um carinho especial, sendo que muitos deles tornaram-se esp�ritos amigos. no receitu�rio homeop�tico trabalhou em diversos centros esp�ritas de v�rias cidades em que morou durante os 54 anos de atividade. foi uma m�dium independente, que n�o se submetia aos entraves burocr�ticos que alguns centros exercem sobre seus trabalhadores, seguia sempre a �igreja do alto� e com ela exercia a caridade a qualquer hora e a qualquer dia em que fosse procurada pelos sofredores. foi uma esperantista convicta e trabalhou arduamente na sua propaganda e difus�o, atrav�s de correspond�ncia que mantinha com outros esperantistas, tanto no brasil, quanto no exterior. desde muito pequena cultivou o estudo e a boa leitura. aos 16 anos j� tinha lido obras dos grandes autores como goethe, bernardo guimar�es, jos� de alencar, alexandre herculano, arthur conan doyle e outros. escreveu muitos artigos publicados em jornais populares. todos foram perdidos. a obra medi�nica de yvonne pereira consta de 20 livros. yvonne do amaral pereira nasceu no rio de janeiro em 24-12-1900 desencarnou no rio de janeiro em 09-03-1984 fonte: jornal maca� Esp�rita - n� 289/290 - janeiro e fevereiro de 2000 biografia compilada por rocky antonio valencia oyola