Trabalho De Cpl

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Instituto Politécnico de Setúbal Escola Superior de Educação Licenciatura em Desporto - 1º ano/2ºsemestre Unidade Curricular: Comunicação e Património Literário Docente: Luciano Pereira

“Futebol – A Paixão do Povo” Léxico e sua Evolução

Atílio Martins Cláudio Canas Daniela Gordo David Oliveira Paulo Martins

Setúbal, 3 de Junho de 2009

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Índice Introdução .......................................................................................................... 3 Breve história do Futebol e como surgiu em Portugal ........................................ 4 A influência do Futebol na Cultura Portuguesa .................................................. 6 Resumo biográfico de Jorge Perestrelo ............................................................. 8 Excerto de relatos de Jorge Perestrelo .............................................................. 9 Comentário sobre a linguagem utilizada por Jorge Perestrelo em relatos de Futebol ............................................................................................................. 10 Estudo Linguístico do Futebol .......................................................................... 12 Conclusão/Reflexão ......................................................................................... 14 Bibliografia:....................................................................................................... 15 Sitiografia: ........................................................................................................ 15

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Introdução

A luta pela sobrevivência proporcionou ao homem, instintivamente, uma vitalidade corpórea, apurando as suas condições antropológicas. O desporto é desta forma uma consequência coerente do desenvolvimento físico e mental do ser humano operado através dos séculos. O Futebol surge na sequência da progressiva propagação do movimento desportivo mundial até aos dias de hoje, afirmando-se como o desporto, ou modalidade desportiva mais apaixonante e visualizada pelo comum dos mortais. Pretendemos através deste trabalho, conhecer e dar a conhecer a história do Futebol em Portugal, parte da sua história lexical, a sua importância cultural e ainda um nome muito conhecido da Comunicação Social Desportiva, Jorge Perestrelo. Iremos referenciar o Jorge, uma vez que achamos peculiar e de difícil igualdade, a forma como relatava os jogos de futebol e a perspicaz junção de léxico derivado de outros países. Vamos assim, dar o pontapé de saída …. Para um pouco mais desta estranha magia, que se transformou em paixão e que continua a angariar adeptos em todo o mundo.

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Breve história do Futebol e como surgiu em Portugal Relativamente ao começo do Futebol na civilização, é impossível determinar onde ou por quem foi realmente inventado pois não existem documentos rigorosos que permitam um acerto cronológico. Há registos de diversas actividades lúdicas, com diferentes designações, praticadas com uma esfera (bexiga de porco cheia de ar e areia), nomeadamente no Japão (o Kemari), os Celtas (Sole, que dominou durante séculos particularmente a Bretanha, a Flândria e a Picardia), na Grécia (Epyskiros), passando pelos legionários Romanos com o Haspartum. Há referências da modalidade e sua proibição na Grã - Bretanha do século XIV, no reinado de Eduardo III, por ser um desporto extremamente violento, uma mistura de futebol com râguebi. Deve-se encontrar a raiz do Futebol na razão social de uma Inglaterra da segunda metade do século XIX, em claro desenvolvimento de ideias e de costumes depois da revolução industrial. Nas public schools (escolas privadas), o futebol tornou-se muito popular e “…entusiasmante…” Em Portugal os hábitos desportivos eram poucos ou nenhuns e só uma minoria, constituída por fidalgos e indivíduos da alta burguesia alimentavam algumas actividades lúdicas. Pensa-se que em território português o futebol surgiu através de Harry Hinton em 1875 no jardim infantil da Camacha, local onde este jogava com os amigos portugueses. Em 1884, Guilherme Pinto Bastos (burguês), trás a primeira bola de futebol para Portugal, sendo que a segunda foi trazida em 1886 pelos irmãos Pinto Bastos (Fernando e Eduardo), para efeitos práticos. “…Estabeleceu-se 1888 como o ano I do futebol em Portugal…” Ao nível da Educação surgiram as primeiras escolas pioneiras do ensino da modalidade como a Casa Pia de Lisboa, o Colégio Vilar, o Colégio Nacional e também o Colégio Militar. A modalidade popularizou-se e muitas transformações de deram, havendo a necessidade de passar de um simples encontro de amigos para uma base associativa que permitisse a realização de competições.

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O futebol foi evoluindo e os clubes surgindo na primeira década do séc. XIX, sendo importante referir o papel crucial do Sport Lisboa (Benfica e Belenenses), do União Belenenses, do Restelo F.C, mais tarde do Bom Sucesso. Além de outros pequenos grupos como o Campo de Ourique e Carcavelos, nasceram com o intervalo de cerca de um ano o Clube Football Os Belenenses e o Casa Pia Atlético Club. Como também os actuais designados “3 grandes” do Futebol Português. O futebol tornou-se o “ópio do povo”, vindo a usufruir do avanço tecnológico mundial, e mais tarde da globalização, sendo importante referir a hegemonia do Sport Lisboa e Benfica, os 18 anos de interregno da conquista de um título nacional por parte do Sporting Clube de Portugal, antigo Campo Grande Football Club… È de referir a conquista do Campeonato por parte do Boavista F.C na época de 2000/2001 seguindo o Sporting Clube de Portugal em 2001/2002 erguendo-se assim a hegemonia do F.C. Porto desde 2002/2003 com José Mourinho no comando técnico do clube, sendo apenas interrompido na época 2004/2005 pela conquista do título nacional pelo Sport Lisboa e Benfica. O Futebol em Portugal ultrapassou a popularidade do Atletismo e do Ciclismo e quem se lembra do Euro 2004 e do Mundial de 2006 percebe bem a importância do futebol no para o nosso país, como refere Manuel Alegre no seu livro intitulado “ O Futebol e a Vida ”.

Esperemos que o Futebol Português continue a escrever uma história rica, perante outros clubes e federações internacionais e que enalteça cada vez mais os valores desportivos.

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A influência do Futebol na Cultura Portuguesa O futebol já faz parte da cultura e da história deste grande país que é Portugal, como dizia o Poeta, Fernando Pessoa “o futebol é o ópio do povo”. Espectáculo que vem ganhando adeptos ao longo dos tempos, pela paixão e pela emoção que desperta na alma dos portugueses. Ao longo da história desta modalidade, que é considerada o desporto rei em Portugal, encontramos homens que marcaram para sempre o futebol português, como os 5 violinos (Jesus Correia, Vasques, Albano, Peyroteo e José Travassos) que alinharam na equipa do Sporting nos anos 40. Matateu que jogou no Belenenses anos 50 e 60, jogador que teve um importante papel na época em que esta equipa foi campeã, tendo também alinhado na selecção portuguesa, Jacinto João que jogou no Vitória de Setúbal e na selecção na década de 60 e 70. Eusébio que alinhou com jogador do Sport Lisboa e Benfica e da selecção nos anos 60, Chalana jogador do Sport Lisboa e Benfica no final da década de 70, inicio da década de 80, Jordão que alinhou no Benfica Sporting e Vitória de Setúbal isto nas décadas de 70 e 80, Figo que terminou a sua carreira recentemente no Inter de Milão e actualmente Cristiano Ronaldo que alinha na equipa do Manchester United, o melhor do mundo. As três grandes equipas no panorama futebolístico nacional são o Sport Lisboa e Benfica, o Sporting Clube de Portugal e o Futebol Clube do Porto. Três

clubes que

partilham

de

rivalidades bastante

características e

interessantes. O futebol que é visto por alguns como uma actividade banal, mas para muitos é uma fonte imensa de alegria. Se havia dúvidas de quem vivia verdadeiramente uma paixão pelo futebol, no dia do seu falecimento se percebeu que Jorge Perestrelo, relatador de futebol, vivia esta modalidade de forma especial, vivendo cada momento do jogo como se fosse o último. Há quem diga que o futebol nasceu em cascais e á quem diga que nasceu na Camacha na Madeira, estando o futebol no sangue dos portugueses.

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Tendo em conta a importância que o futebol tem ganho ao longa das décadas na sociedade portuguesa torna-se importante perceber a influência do léxico. O futebol não sendo de origem portuguesa, contém palavras no seu léxico bastante características e que têm marcado este jogo que desperta tantas paixões. Existem palavras que são características desta modalidade que se foram modificando ao longo da história do futebol, influenciado pelos adeptos, pelos artistas da bola e até mesmo pelos relatadores de futebol que tanta influência tivera no aparecimento de tantas expressões diferentes para um mesmo acontecimento num jogo de futebol.

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Resumo biográfico de Jorge Perestrelo Jorge Perestrelo nasceu em Maio de 1948 na região do Lobito em Angola. No início da sua carreira em Angola, trabalhou na Rádio Clube Lobito, na Rádio Clube Mochico e na Rádio Comercial Sá da Bandeira. Em 1977, foi viver para Portugal, tendo trabalhado na Rádio Clube Português, na Rádio Comercial e de forma esporádica, na Antena 1. Em 1988, Jorge Perestrelo foi uma das pessoas responsáveis pela fundação da Rádio TSF, onde ficou sobejamente conhecido como repórter e principalmente comentador desportivo. Neste último papel, deixou marcas profundas pela forma como relatava os jogos de futebol, utilizando expressões características que ficaram bastante conhecidas na gíria futebolística e que misturavam expressões portuguesas, angolanas e brasileiras. A 5 de Maio fez o último relato da sua vida no jogo entre os holandeses do AZ Alkmaar e Sporting, após o qual se sentiu indisposto, tendo sido posteriormente internado. No dia seguinte, 6 de Maio de 2005, faleceu após uma paragem cardíaca fatal.

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Excerto de relatos de Jorge Perestrelo  “Eu sou de todo o mundo e todo o mundo é meu também”  “Ripa na rapaqueca”  “Vai estoirar”  “Ó patego, olha o balão”  “Cristiano Ronaldo a fazer a revienga, puxa no primeiro, puxa no segundo”  “Na cara do golo”  “E quase que tirava tinta do travessão da baliza”  “E há um taratata dentro do estádio”  “A bola colocada com açúcar e afecto”  “Bailou, gingou, passou”  “Eu com a minha barriguinha chegava e facturava”  “Tirou o pão da boca”  “O Sporting entra ali de smoking e tira o fato de macaco”  “A bola foi para o céu pela linha de fundo”  “É disto que o meu povo gosta”.

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Comentário sobre a linguagem utilizada por Jorge Perestrelo em relatos de Futebol Os relatos de futebol são caracterizados por possuírem uma linguagem descritiva e emocional que levam o ouvinte a unir-se ao jogo de futebol com agitação. O relato de futebol tem como objectivo descrever um jogo de futebol de uma forma a que o ouvinte compreenda o que está a acontecer dentro do campo de futebol sem que este o esteja a visualizar directamente. Jorge Perestrelo, locutor desportivo, tinha essa facilidade de colocar os ouvintes com as emoções á flor da pele, pois possuía o dom da palavra e relatava o jogo com tal emoção que por vezes até ele se exaltava. O facto de ter vivido não só em Portugal, mas também em Angola e no Brasil, tornou o seu vocabulário bastante rico e variado em expressões típicas de locais por onde ele passou. Expressões essas que muitas das vezes se utilizavam num dia-a-dia de tabernas e cafés, ou de locais por onde as pessoas se juntavam e falavam sobre futebol com desejo, paixão e com um copo de vinho na mão. Nos seus relatos desportivos de futebol, como este, que indicamos no nosso trabalho, é evidente a utilização de um dialecto da gíria onde persistem um misto de palavras com uma sonância divertida e emotiva, que ao serem utilizadas de um modo criativo por Jorge Perestrelo, nos levam a sofrer com o futebol como se a nossa vida depende-se dele. As expressões mais utilizadas por Jorge Perestrelo, na maior parte das vezes são de origem angolana e brasileira, sendo as suas expressões mais célebres o “Ripa na rapaqueca”, “Que é que é isso ó meu”, “Minha Nossa Senhora”, “É disto que o meu povo gosta”, “Até eu, com a minha barriguinha”, entre outras. Estas expressões eram utilizadas por Jorge Perestrelo de uma forma bastante natural, vibrante e com uma entoação um pouco Brasileira. É claro e evidente que devido a Perestrelo ter vivido em Angola e no Brasil influenciou bastante não só o modo como ele relatava um jogo de futebol, mas também a linguagem por ele utilizada, que era bastante renovadora. A sua expressividade e alegria ao relatar um jogo são baseadas no modo como os brasileiros fazem os seus relatos de futebol, transformando

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assim o escutar de um relato de futebol divertimento e quebrando também a sisudez dos relatos portugueses.

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Estudo Linguístico do Futebol  O Léxico Quando o futebol foi introduzido em Portugal nos finais do século XIX, trouxe consigo um conjunto de palavras e expressões próprias da modalidade. Essa linguagem específica do futebol deu origem a um código. Como foi referido anteriormente o futebol como modalidade foi introduzido em Portugal pelos ingleses, devido a esse facto a terminologia utilizada era oriunda desse país. Até há três décadas atrás ainda se utilizavam essas mesmas palavras, em especial por pessoas mais velhas, que tinham “crescido” com essa terminologia. As palavras, “corner”, “kipper”, “foul”, “liner”, “off-side”, “penalty”, foram sendo substituídas progressivamente, com a introdução de palavras de raiz portuguesa, respectivamente pelas palavras canto, guarda-redes, falta, juiz de linha, fora-de-jogo e penálti.

Qual é o significado de cada uma delas? 

Canto – Ângulo formado pela linha lateral e pela linha de fundo num

campo onde se praticam certos jogos de bola (futebol, hóquei, andebol). 

Guarda-redes – Jogador que actua na baliza e é o único a ter o

direito de tocar na bola com a mão, desde que o faça na grande área do seu campo. 

Falta – Transgressão das regras de um jogo ou de um desporto;

infracção. 

Juiz de linha – Aquele que exerce o papel de árbitro, especialmente

aquele que, numa competição, é encarregado de constatar faltas e aplicar o regulamento. 

Fora-de-jogo – Infracção cometida por um jogador que se encontra à

frente da linha da bola e, no momento em que o passe é executado, tem diante de si apenas um adversário; impedimento. 

Penálti – Sanção máxima aplicada contra uma equipa de futebol, em

jogo, por uma falta cometida na grande área; [Consiste num pontapé livre a 11 metros da baliza, defendido apenas pelo guarda-redes.] esse 12

pontapé livre etimologicamente do inglês penaty (sXV) „penalidade‟, do Latim poenalis, e „penal‟; o uso especialmente em Portugal, tem consagrado a forma penálti, em detrimento de pênalti, mais usado no Brasil, correspondendo a uma paroxitonização do Inglês penalty, castigo máximo, falta máxima, (pontapé de) grande penalidade, penalidade máxima.

Torna-se ainda mais curioso se formos analisar os mesmos termos utilizados no Brasil, pais de Língua Oficial Portuguesa. Então encontramos para canto “escanteio”, guarda-redes “goleiro, quíper, arqueiro, guarda-meta…”, para falta é igual, juiz de linha “bandeirinha”, fora-de-jogo “impedimento” e para penálti “pênalti”. Isto permite-nos concluir que apesar de falarmos a mesma língua os termos utilizados podem ser completamente diferentes, deixando em alguns casos, de fazer mesmo qualquer sentido. O léxico que foi criado pelos vários desportos, é tão vasto e rico quanto maior o número países que falam a mesma língua o utilizem, dando origem a novas palavras e/ou expressões que se não fosse o desporto o seu fio condutor, provavelmente nunca surgiriam. Podemos então afirmar que o desporto pode ser um veículo para a expansão da língua, que poderá também servir como factor de transmissão e recepção de cultura.

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Conclusão/Reflexão Em bom “futebolês”: “ Prognósticos só no final do jogo”. Através deste trabalho foi possível pesquisar e assimilar o diferente léxico existente no meio futebolístico. Léxico este que foi sofrendo alterações ao longo

dos

tempos,

evoluindo

de

estrangeirismos

para

palavras

caracteristicamente portuguesas. Foi também possível adquirir e consolidar alguns conhecimentos sobre a história do Desporto em geral, mais especificamente acerca do Futebol. Verificámos que mesmo em países com a mesma língua oficial, o português, o léxico utilizado sofre variações linguísticas consoante a cultura linguística de cada povo, ou mesmo como no caso do Brasil, onde alguns termos utilizados sofreram a influência dos países vizinhos da América do Sul. Há personalidades como Jorge Perestrelo, que se serviram da sua multiculturalidade para dar mais emoção através de um código linguístico por si criado de modo a conferir maior ênfase ao léxico até então utilizado pelos seus da Comunicação Social, rompendo com um estilo monótono de fazer relatos de jogos de futebol, trazendo mais paixão e informalidade aos modelos anteriormente utilizados. Apurámos também que a cultura é bastante importante para a modificação da linguagem, pois esta pode sofrer alterações consoante o meio e até do seu próprio utilizador, que por ser um comunicador carismático e influente pode dar origem a variações de léxico inerente a determinada modalidade, transformando-a num veículo de comunicação universal. Em suma, futebol é cultura, a cultura é construída pelos povos que interagem entre si devido á universalidade do futebol. O futebol acaba por possuir uma linguagem universal reconhecida por todos os seus intervenientes, funcionando como elo de ligação entre diversas culturas, que não falando necessariamente a mesma língua, conseguem entender a essência do jogo estabelecendo uma comunicação entre si.

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Bibliografia: SERPA, H. – História do Desporto em Portugal, Lisboa, Instituto Piaget, 2007 SERPA, H. & Serpa, V. – História do Futebol em Portugal, CTT Correios de Portugal, 2004 LEAL, J.C. – Futebol – arte e ofício, Editora Sprint LTDA, 2000 GOLDMAN, K & Dunk, P. – Play the Game – Soccer, Editorial Presença, Lisboa, 1990

Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Edição Círculo de Leitores, 2002 VIRIATO, Camilo – Casa Pia Atlético Clube, Atneu Casapiano, 1920-1970 – Meio Século de Desporto, Entre Sonhos e Tormentas. Biblioteca – Museu Luz Soriano. Lisboa. 1995; TAVARES, Marina et all – Cascais, Aqui Nasceu o Futebol em Portugal, 19881928. Quimera. Cascais. 2004; LOPES, José Manuel Madureira – Vitória – do Nascimento à Glória. Hemus – Livraria. Setúbal. 2003; TERRET, Thierry – História do Desporto. Publicações Europa-América. Mem Martins. 2007. Sitiografia: http://www.youtube.com/watch?v=iGa2b6bAxPI&feature=related

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