Pais e Encarregados de Educação da Escola EB2,3 Eugénio de Castro estão solidários com professores, contra a perturbação que o novo modelo de avaliação causa nas Escolas.
Os Pais e Encarregados de Educação da Escola EB 2 3 Eugénio de Castro, vêem por este meio tornar pública a sua apreensão pelos efeitos que a aplicação do novo modelo de avaliação tem nas escolas. Não se pronunciam sobre o modelo em si, mas apenas sobre os seus efeitos, pois constatam que a sua operacionalização tem acarretado para o corpo docente uma grande sobrecarga de trabalho, desgaste e desmotivação, prejudicando o que é essencial: ensinar e aprender. Se o volume de trabalho, de exigências face aos novos dispositivos legais já constituía desgaste bastante, obrigando a que os Orgãos de Gestão da Escola e os seus docentes ficassem submersos em burocracias, num esforço de reorganização e reajustamento, aquilo a que assistem os Pais, neste momento, é deveras preocupante! O nº de reuniões, de tabelas e planificações, que têm de ser preenchidas e elaboradas, é surpreendente. Receamos que os professores se transformem em burocratas, deixando de investir nos alunos, na preparação das aulas. Professores cansados, desmotivados não podem motivar e investir naquilo que deveria ser a centralidade das suas preocupações: os alunos e a actividade lectiva. Sempre foi a escola Eugénio de Castro referenciada pela qualidade, em geral, dos professores que aqui leccionam e pelos resultados escolares, que evidenciam tratar-se de corpo docente estável, maduro e de grande prestígio. Nos últimos meses assistimos com grande preocupação à “debandada” de professores experientes para aposentação, incorrendo em fortes penalizações. Conhecemos esses professores e sabemos que poderiam ainda dar muito aos alunos e à escola. Não aguentaram estas novas exigências, que não compreendem, nem aceitam. Foi, e é, uma perda para os nossos filhos. Se já anteriormente considerávamos que esta escola apresentava níveis elevados de conflitualidade entre os orgãos de gestão e entre estes e os docentes, constatamos que a aplicação deste modelo, com a imposição cega de exigências, grelhas, prazos, veio aumentar exponencialmente o mau ambiente, o clima de descontentamento. Toda a comunidade educativa se ressente deste clima. As reformas não se podem fazer contra as pessoas. Ninguém pode ser excluído desta discussão. É urgente que seja o diálogo retomado entre os professores e o ministério da Educação. Achamos pouco plausível que, se a esmagadora maioria dos docentes está contra este modelo de avaliação, possam estar todos errados. Habituámo-nos a confiar nos professores. Sabemos melhor do que ninguém que, deles, do empenho que usam e do entusiasmo que transmitem, depende em grande parte, o sucesso educativo dos nossos filhos e o seu futuro. Nunca apoiaríamos movimentos de laivos corporativistas, em que professores pura e simplesmente se recusassem a ser avaliados, constituindo-se como excepções não
aceitáveis, pois ninguém se pode eximir ao que é simultaneamente um direito e um dever na Administração Pública. Sabemos que não é disso que se trata, pois não assistimos a uma recusa de avaliação, mas tão somente a este concreto modelo de avaliação. Estamos assim, pelas razões aqui enunciadas, solidários com a posição assumida pela esmagadora maioria do corpo docente deste Agrupamento, expressa no abaixoassinado em que solicitam a suspensão da aplicação deste modelo de avaliação do desempenho dos docentes. Estamos tambem solidários com todas as Associações de Pais que pelas mesmas razões – perturbação do normal funcionamento das escolas, com óbvio prejuízo dos alunos -adoptaram tomada de posição pública sobre esta matéria. Desde já nos disponibilizamos, para de forma concertada, debatermos com as APEE de outras escolas esta situação, que sabemos, está a causar grande preocupação entre os pais, a nível nacional . Coimbra, 14 de Novembro de 2008 A Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola E B 2 3 Eugénio de Castro