Tearfund- Trabalho Em Rede

  • November 2019
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Uma revista trimestral que aproxima os trabalhadores da área de desenvolvimento de várias partes do mundo

Passo a Passo No.44 NOVEMBRO 2000

A quarterly newsletter linking development workers around th world

TRABALHO EM REDE

AIDS (SIDA) – uma ameaça cada vez maior Dr Patrick Dixon

A AIDS (SIDA) ameaça cada passo recente em direção ao progresso no mundo em desenvolvimento. Com 50 milhões de pessoas contaminadas, é possível que estejamos ainda nas primeiras etapas, quase tão longe de uma cura ou vacina de baixo custo quanto há dez anos atrás. Muitas nações africanas já estão enfraquecidas. Plantações cultivadas por crianças, povoados (aldeias) lutando para funcionarem, enquanto que, nas cidades, os investimentos estrangeiros desaparecem.

No entanto, a sombra escura que acompanha a AIDS (SIDA) está expandindo-se rapidamente para o leste. Só a Índia, com um bilhão de pessoas, em breve terá mais contaminações do HIV que

LEIA NESTA EDIÇÃO • Unindo-nos • Organizações em rede • Cartas • Trabalho em rede local em ação • Trabalhando dentro de uma rede • Estudo bíblico: Convidando Deus para a sua rede • A história de Ilinanga • Competição do milênio • Recursos • Proteção contra relâmpagos

Como cristãos, representamos a maior rede de organizações, conhecimento, riqueza e recursos do mundo – é por este motivo que a comunicação é tão vital. Há três anos, fui convidado juntamente com outras pessoas da agência cristã que lida com o problema

NOTA AOS LEITORES A Passo a Passo é lida na África, Europa e América do Sul. A língua portuguesa muda de um continente para o outro. Alguns artigos podem estar escritos em um estilo diferente do português que você fala. Esperamos que isto não venha a mudar a sua apreciação pela Passo a Passo. NB Escrevemos ‘AIDS/SIDA’, porque alguns de nossos leitores conhecem a doença como ‘AIDS’, enquanto outros a chamam de ‘SIDA’.

a África inteira hoje. Até 2010–2015, a Índia poderá ter mais pessoas contaminadas do que o mundo inteiro até hoje, e, no entanto, as campanhas oficiais só estão começando agora. Nas cidades dos países em desenvolvimento, os níveis de contaminação do HIV primeiramente tendem a dobrar, mas, no final, estabilizam-se em 20% ou mais. Mesmo quando há campanhas de saúde eficazes, é difícil para mim encontrar um exemplo de uma única cidade que tenha conseguido diminuir estas taxas de contaminação. A Índia possui níveis altos de doenças sexualmente transmissíveis não tratadas em muitas cidades (importante na rápida propagação do HIV) e Leva uma década para mudar o comportamento de uma nação. Em Uganda, a igreja ajudou a evitar a propagação do HIV/AIDS (SIDA) entre meninas adolescentes.

Foto: Tearfund

Quando 20–30% de um grupo qualquer de pessoas estão infectadas com o vírus, a propagação da AIDS (SIDA) tende a estabilizar-se ou até a cair. Felizmente, as campanhas de prevenção ao longo de vários anos mudam realmente o comportamento, como foi visto em quedas impressionantes nos níveis de contaminação do HIV entre meninas ugandenses de 15–19 anos.

milhões de trabalhadores migrantes. Uma alta proporção da população rural não está ciente das doenças sexuais. É provável que seja tarde demais para prevenirmos 15–20% da contaminação em algumas áreas, pois leva uma década para mudar o comportamento de uma nação. No entanto, se não houver uma ação urgente e drástica agora, alguns níveis poderão chegar a 25–30%, o que representa dezenas de milhões de vidas mais.

DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

Passo a Passo ISSN 1353 9868 A Passo a Passo é uma publicação trimestral que procura aproximar pessoas em todo o mundo envolvidas na área de saúde e desenvolvimento. A Tearfund, responsável pela publicação da Passo a Passo, espera que esta revista estimule novas idéias e traga entusiasmo a estas pessoas. A revista é uma maneira de encorajar os cristãos de todas as nações em seu trabalho conjunto na busca da melhoria de nossas comunidades. A Passo a Passo é gratuita para aqueles que promovem saúde e desenvolvimento. É publicada em inglês, francês, português e espanhol. Donativos são bem-vindos. Os leitores são convidados a contribuir com suas opiniões, artigos, cartas e fotografias. Editora: Dra Isabel Carter PO Box 200, Bridgnorth, Shropshire, WV16 4WQ, Inglaterra Tel: +44 1746 768750 Fax: +44 1746 764594 E-mail: [email protected]

da AIDS (SIDA), ACET, a ajudar a criar um manual indiano de cuidados para a AIDS/SIDA. Porém, alguns dias após minha chegada, ficou óbvio que já havia materiais de treinamento excelentes na Índia. Mais necessário do que mais um manual era um movimento nacional realizado por pessoas de diferentes agências, que pudessem trabalhar em conjunto, compartilhando recursos e experiência. No momento oportuno, a CANA (Christian AIDS National Alliance) foi criada. Na primeira assembléia, mais de 400 pessoas compareceram, representando um exército de uns 20.000 trabalhadores remunerados ou voluntários já trabalhando no local com pessoas portadoras do HIV. Que incentivo que isso foi! A assembléia também proporcionou uma oportunidade para que a nação visse um bom exemplo do que os cristãos estão fazendo juntos – mostrando amor incondicional para com todos, independentemente da maneira como ocorreu a contaminação, e salvando

Editora – Línguas estrangeiras: Sheila Melot Comitê Editorial: Dra Ann Ashworth, Simon Batchelor, Kate Bristow, Mike Carter, Paul Dean, Dr Richard Franceys, Martin Jennings, Dr Ted Lankester, Sandra Michie, Dr Nigel Poole, José Smith, Ian Wallace, Paul Whiffen

vidas com uma mensagem de alto impacto, respeitando os valores cristãos tradicionais. O governo compareceu para falar, assim como a UNICEF, a ONUSIDA e outras instituições importantes com amplos recursos financeiros. A conferência foi um grande estímulo para o incentivo, a inspiração e a motivação mútua. O trabalho em rede é parte de nossa vocação e nosso destino, ao procurarmos realizar algo o mais construtivo possível na vida das pessoas. A vida é curta demais para a repetição ou a competição. Juntos, como carvões no fogo, representamos muito mais para o reino de Deus do que separados. O Dr Patrick Dixon foi o fundador da ACET (Aids Care Education and Training), com vasta experiência em educação na área do HIV/AIDS (SIDA) por todo o mundo. Atualmente, ele é o diretor da Global Change. ACET, PO Box 3693, London, SW15 2BQ, Reino Unido. Website: www.acetuk.org

EDITORIAL A CANA representa um exército de 20.000 cristãos que já apóiam as pessoas portadoras do HIV/AIDS (SIDA). Porém, a Índia está enfrentando uma crise enorme…

Ilustração: Rod Mill Design: Wingfinger Graphics Tradução: S Boyd, L Bustamante, Dr J Cruz, S Dale-Pimentil, T Dew, N Edwards, R Head, J Hermon, M Leake, E Lewis, M Machado, O Martin, J Martinez da Cruz, N Mauriange, J Perry Relação de endereços: Escreva, dando uma breve informação sobre o trabalho que você faz e informando o idioma preferido para: Footsteps Mailing List, 47 Windsor Road, Bristol, BS6 5BW, Inglaterra. Tel: +44 1746 768750

Artigos e ilustrações da Passo a Passo podem ser adaptados para uso como material de treinamento que venha a promover saúde e desenvolvimento rural, desde que os materiais sejam distribuídos gratuitamente e que os que usarem estes materiais adaptados saibam que eles são provenientes da Passo a Passo, Tearfund. Deve-se obter permissão para reproduzir materiais da Passo a Passo. As opiniões e os pontos de vista expressados nas cartas e artigos não refletem necessariamente o ponto de vista da Editora ou da Tearfund. As informações técnicas fornecidas na Passo a Passo são verificadas minuciosamente, mas não podemos aceitar responsabilidade no caso de ocorrerem problemas. A Tearfund é uma organização cristã evangélica que se dedica ao trabalho de desenvolvimento e assistência através de grupos associados, a fim de levar ajuda e esperança às comunidades em dificuldades no mundo. Tearfund, 100 Church Road, Teddington, Middlesex, TW11 8QE, Inglaterra. Tel: +44 20 8977 9144

Foto: CANA

Mudança de endereço: Ao informar uma mudança de endereço, favor fornecer o número de referência mencionado na etiqueta.

Como o Dr Dixon disse, a situação mundial da AIDS (SIDA) é muito séria. Em edições anteriores da Passo a Passo, foram examinadas preocupações e informações práticas sobre este assunto. No entanto, agora há muito mais recursos excelentes disponíveis – alguns dos quais são mencionados na página de recursos. Portanto, nesta edição, decidimos salientar a necessidade de trabalharmos juntos em todos os níveis, tanto apoiando as pessoas com AIDS (SIDA), como educando as pessoas sobre a situação. Este é um assunto vasto, porém, combinando nossos esforços, podemos realizar algo construtivo. As palavras que a CANA (Christian AIDS / HIV National Alliance), uma rede de organizações cristãs por toda a Índia, escolheu para o seu lema proporcionam uma inspiração para todos nós:

… dar-lhes um ornamento por cinza, óleo de gozo por tristeza, vestido de louvor por espíritu angustiado; para que ele seja glorificado… Isaías 61:3

Publicado pela Tearfund, uma companhia limitada, registrada na Inglaterra sob o No.994339. Organização sem fins lucrativos sob o No.265464.

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DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

Redes de pessoas portadoras do HIV Roger Drew

Quando você conversa com pessoas que trabalham com o HIV e a AIDS (SIDA), ou lê o que eles escrevem, não demora muito para você encontrar as palavras trabalho em rede. O que isto significa exatamente? Uma definição simples pode ser unir-se a outros indivíduos ou grupos para beneficiar-se um ao outro.

Por que unir-se? Por que é que os portadores do HIV/AIDS (SIDA) sentem a necessidade de unir-se a outras pessoas em algum tipo de grupo ou rede? Há muitos motivos possíveis. Alguns deles são:

Apoio psicológico/emocional/espiritual Descobrir que está contaminado com o HIV pode ser um choque enorme – unir-se a outras pessoas portadoras do HIV pode proporcionar um grande apoio.

Sensação de se pertencer a algo Muitas pessoas portadoras do HIV passam por sentimentos de rejeição e isolamento. Unindo-se a outras pessoas também portadoras do HIV pode proporcionar um espaço seguro em que elas se sentem aceitas e bem-vindas.

Acesso a informações Os grupos de pessoas que vivem com o HIV podem possuir um acesso maior às informações (por exemplo, os tratamentos ou terapias alternativas mais recentes) do que os indivíduos sozinhos.

parte de uma rede formal. Por quê? Alguns dos motivos são:

A maioria dos portadores do HIV não sabem que estão contaminados Em muitas partes do mundo, há pouco ou nenhum acesso a exames para o HIV. Muitas pessoas não querem ser examinadas por medo de sofrerem discriminação.

Desejo de sigilo Porque muitas sociedades possuem atitudes negativas em relação às pessoas portadoras do HIV, as que descobrem que estão contaminadas desejam manter sigilo sobre o fato. Falta de conhecimento As pessoas podem não saber que grupos existem ou que serviços eles podem oferecer. Outros compromissos As pessoas portadoras do HIV podem fazer parte de outros grupos existentes. Da mesma forma, elas podem possuir outros compromissos – tais como um emprego – o que significa que elas não podem participar de certos grupos.

Outras redes As redes não começaram com o HIV. Muitas já existiam muito antes da epidemia começar, tais como redes de grupos de mulheres, organizações de agricultores e grupos de igrejas. Elas já satisfazem muitas das necessidades mencionadas anteriormente. Por causa das atitudes negativas associadas com o HIV em muitas sociedades, algumas pessoas acreditam que o fortalecimento dos grupos existentes pode proporcionar um apoio maior às pessoas que vivem com o HIV do que a formação de novos grupos específicos. No entanto, os grupos existentes podem achar difícil incentivar discussões abertas sobre o HIV nos encontros, mesmo que os membros existentes estejam dispostos a receber novos membros portadores do HIV. Isto significa que faltará o apoio específico para a contaminação. Outras redes podem enfocar questões específicas. Por exemplo, grupos estão sendo formados para viúvas e órfãos, seja qual for a causa da morte. Nos locais onde a epidemia do HIV/AIDS (SIDA) é muito grave, é provável que muitas pessoas nestes grupos sejam HIV+. Uma outra abordagem é a formação de grupos para um propósito específico – por exemplo, uma cooperativa de crédito para mulheres solteiras. Mais uma vez, em áreas onde o HIV é comum, estes consistirão de muitas pessoas que são HIV+. Roger Drew trabalhou por muitos anos com a FACT em Zimbábue. Atualmente, ele é o diretor da Healthlink Worldwide, Cityside, 40 Adler Street, London, E1 1EE, Reino Unido Fax +44 207 539 1580 E-mail: [email protected]

Foto: Tearfund

Acesso a recursos Muitas pessoas portadoras do HIV são pobres. Elas podem achar que, pertencendo a um grupo, obterão acesso aos recursos de que precisam.

Oportunidades para ajudar-se a si mesmo Muitos grupos de pessoas que vivem com o HIV procuram tentar resolver a pobreza através de iniciativas para que as pessoas se ajudem a si mesmas. Estas podem ser sistemas de crédito, tentativas de geração de recursos e treinamento.

O que impede as pessoas de se unirem? A maioria das pessoas que vivem com o HIV/AIDS (SIDA) no mundo não fazem

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DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO Foto: Tearfund

Esta troca de informações resulta numa sinergia – em que os esforços da rede tornam-se maiores do que a soma total das organizações individuais juntas.

Redes de organizações

Aumento no impacto Quando há troca de visitas entre as organizações e os funcionários públicos governamentais, o impacto e a qualidade de seu trabalho têm mais probabilidade de serem maiores. Durante os últimos anos, vários países enviaram delegados para visitar projetos com a AIDS (SIDA) em Uganda. A nível de governo, as visitas ajudaram a motivar os líderes políticos a tomarem atitudes, enquanto que as visitas entre as ONGs resultaram na troca de idéias e incentivaram a boa prática entre seus membros.

David Kabiswa

Trabalhando a partir de conhecimentos compartilhados O trabalho em rede em

Podem-se fazer muitas perguntas, tais como: ■ Quem satisfaz os requisitos para

trabalhar em rede? ■ O trabalho em rede é útil para todo o

mundo? ■ Há alguma coisa que valha a pena

discutir? ■ O trabalho em rede diminui o valor das

habilidades individuais? ■ O que é necessário para o trabalho em

rede? ■ Quem toma as decisões no trabalho em

rede? A ACET tem procurado incentivar o trabalho em rede de várias formas. Por exemplo: ■ Temos organizado visitas de

intercâmbio para grupos locais (levando pessoas de um local para outro). ■ Temos oferecido experiência de

aprendizagem para grupos de outros países levando-os para visitar várias organizações em Uganda e, então, incentivando um período de reflexão no final de cada dia. ■ Incentivamos a boa prática através da

troca de modelos úteis de trabalho entre parceiros variados para evitar ‘reinventar a roda’.

Alguns benefícios do trabalho em rede Dar a opinião em nome de outros O trabalho em rede ajuda a aumentar a habilidade das organizações e comunidades para darem sua opinião sobre questões. Dentro de uma rede, as idéias podem-se desenvolver e, então, ser compartilhadas de formas que transmitam a opinião de muitas pessoas. Por isso, em Uganda e outros lugares, agora, há um aumento no número de novas redes relacionadas com o HIV/AIDS (SIDA) – para compartilhar serviços de apoio; para pessoas que vivem com o HIV/AIDS (SIDA) (PVCH/A); ou redes cristãs tais como a CANA (Christian AIDS Network Association da Índia), ICAN (International Christian AIDS Network) e muitas outras.

Troca de informações e coordenação A troca de informações é um benefício fundamental do trabalho em rede. Outros membros da rede obtêm informações úteis às quais eles podem não ter acesso. A troca de informações também ajuda a diminuir a repetição de serviços na mesma área geográfica ou tendo-se o mesmo grupo como alvo (enquanto outros podem ser ignorados).

Melhor utilização de recursos limitados O trabalho em rede pode resultar numa melhor utilização de recursos. Ao invés de uma organização insistir em fazer tudo separado, o trabalho em rede pode permitir que as pessoas trabalhem juntas em parceria com diferentes recursos. Por exemplo, uma organização pode já estar trabalhando com jovens. Ao invés de outra organização procurar seus próprios grupos de jovens, eles poderiam trabalhar em parceria com os mesmos jovens e concentrar seus esforços. Este tipo de relacionamento exige uma abordagem madura do trabalho em rede. No entanto, muitas organizações estão começando a experimentá-la.

As redes de atendimento no lar foram criadas em Uganda, para aumentar a coordenação de organizações que oferecem serviços semelhantes. Por exemplo, os dias de atendimento hospitalar são marcados para o mesmo dia, para fazer com que os pacientes deixem de ir de uma clínica para outra para receber um tratamento semelhante. Algumas das informações compartilhadas são as listas de pacientes, as experiências de boa prática e a identificação e o tratamento de vários sintomas.

Foto: Tearfund

Tem-se falado cada vez mais sobre a questão das redes para organizações nos encontros de treinamento e reuniões.

áreas ou questões semelhantes, tais como a AIDS (SIDA) ou o atendimento no lar, ajuda a reunir pessoas provenientes de várias disciplinas e com várias experiências para trabalharem em conjunto. Este tipo de trabalho em rede ajuda a trazer uma variedade de experiências para o problema.

Compartilhe informações, idéias e experiência.

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DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO Formas de trabalho em rede Há várias formas de trabalho em rede, que as organizações e os grupos comunitários podem utilizar para aumentar a sua eficiência e serem mais capazes de alcançar seus fins e objetivos. Aqui estão alguns exemplos.

Visitas de intercâmbio As visitas entre os países, organizações e grupos comunitários são uma boa maneira de se compartilharem experiências e habilidades.

Reuniões ou encontros de treinamento As reuniões regulares que aproximam grupos de pessoas semelhantes para compartilhar informações, idéias e experiências são uma maneira barata de se formarem redes. Boletins ou ligações por e-mail Para grandes redes, a troca de boletins ou emails de atualização podem ajudar a manter os membros informados das atividades dos outros membros.

Estudos através de pesquisa A pesquisa sobre as abordagens e intervenções que estão sendo utilizadas pode-se beneficiar com uma base de pesquisa maior, uma troca de experiências maior e a colaboração entre as organizações envolvidas no estudo. David Kabiswa é o diretor da ACET, com muitos anos de experiência apoiando pessoas com HIV/AIDS (SIDA). Seu endereço é: ACET Uganda, PO Box 9710, Kampala, Uganda. E-mail: [email protected]

COBAP Nakulabye

Coming together – continued from Page 3

O COBAP (Community Based AIDS Programme – Programa de AIDS com Base na Comunidade) é uma reação local contra o HIV numa das áreas de favelas em Kampala, a qual tem realizado várias atividades, principalmente para melhorar a saúde e, assim, reduzir o impacto do HIV/AIDS (SIDA) na comunidade.

Quando começou, no início dos anos 90, o COBAP teve dificuldades em mobilizar a comunidade. Os membros da comunidade mantiveram distância de qualquer coisa relacionada com o COBAP, principalmente por causa do grande estigma associado com o HIV/AIDS (SIDA). Mais tarde, no entanto, os doentes começaram a se apresentar. Eles recebiam tratamento para infecções, aconselhamento e visitas regulares. Estas atividades passaram a incluir apoio para microcrédito e treinamento de habilidades profissionalizantes. Com o tempo, a aceitação da comunidade aumentou tão rapidamente que o COBAP chegou a ficar sobrecarregado. A comunidade passou a apreciar o trabalho realizado. Eles, agora, queriam que o COBAP os ajudasse a fazer ainda mais! Os jovens, em particular, passaram a pedir ajuda. O COBAP realizou uma avaliação, a fim de compreender suas necessidades claramente, porém já havia ultrapassado suas possibilidades. Ele possuía poucos recursos, que poderiam ser utilizados para este trabalho, mas não tinha a certeza de que estes durariam por muito tempo. No entanto, por que a necessidade era tão grande, eles seguiram em frente e envolveram-se. Tornou-se cada vez mais claro para o COBAP que, para ajudar a chegar até os jovens de maneira significativa, eles precisariam de entrar em parceria com uma organização ou com pessoas com experiência no trabalho com os jovens. Com quem poderiam eles trabalhar? De que maneiras poderiam eles trabalhar juntos? Estavam procurando apenas financiamento ou habilidades técnicas? Como poderiam os jovens participar totalmente das discussões? E os valores do COBAP – uma outra organização compartilharia os mesmos valores? Estas e outras questões devem ser levantadas sempre que os grupos considerarem o trabalho em rede. É muito importante encontrar boas respostas antes de se começar. Finalmente, o COBAP encontrou um parceiro na ACET, com quem eles compartilhavam os mesmos fins, metas e valores. Este parceiro possuía mais experiência no trabalho com os jovens. O COBAP beneficiou-se muito com esta parceria, tornando-se mais capaz de alcançar os seus objetivos e aumentar o seu impacto com as pessoas carentes, tanto a curto como a médio prazo. Este relacionamento abriu os olhos do COBAP para que considerasse outras abordagens e possíveis parcerias.

Questões enfrentadas pelas redes Fazer parte de um grupo pode ser extremamente útil, mas pode ser também uma experiência bastante desafiadora. Os desafios freqüentemente enfrentados pelos grupos de pessoas portadoras do HIV são: Organização Os grupos podem começar de maneira bem informal, porém tornamse mais formais à medida que o tempo passa. Eles precisarão, então, registrar o grupo, criar uma constituição, etc. Metas É importante estabelecer metas claras para uma rede já no início. Os membros devem-se sentir confiantes quanto ao motivo por que se está trabalhando em rede. PASSO

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ESTUDO DE CASO

Decidir quem pode tomar parte Os grupos podem estar abertos para todas as pessoas portadoras do HIV ou somente para algumas categorias. Pode ser difícil para um grupo composto principalmente de um tipo de pessoas – por exemplo, mulheres mais idosas – satisfazer as necessidades de outros grupos, tais como de homens jovens trabalhadores. Liderança À medida que o grupo cresce, será necessário tomarem-se decisões sobre quem serão os líderes, como eles serão escolhidos, quais serão seus papéis e como prestarão contas ao grupo. Lidar com os recursos O grupo precisará de criar maneiras de se lidar com os recursos, inclusive o dinheiro que

Roger Drew e David Kabiswa

pertence ao grupo como um todo, ao invés de a um indivíduo em particular.

Satisfazer as expectativas Pode ser difícil para o grupo atender a todas as necessidades de seus membros. Às vezes, as necessidades dos indivíduos podem não ser do conhecimento do grupo como um todo. Olhar para fora do grupo É fácil para um grupo preocupar-se com as necessidades dos membros existentes. Isto pode dificultar a entrada de novos membros para o grupo. Atividade As redes somente sobreviverão, se forem ativas e úteis. Elas morrerão, se os membros não as considerarem úteis. 5

CARTAS

SSO PASSO A PA ROAD 47 WINDSOR L TO BRIS BS6 5BW INGLATERRA

Curtição de couros de animais Obrigada por enviar os exemplares anteriores da Pas à Pas. Muitas coisas neles interessam-me, especialmente o que se refere às cabras. Comecei uma criação de cabras para leite. Ainda não sei como ordenhá-las, pois elas não gostam e chutam e viram a vasilha! O que mais me interessa é como curtir o couro com produtos vegetais naturais que possamos encontrar aqui na África Ocidental, pois os produtos de que normalmente se fala são impossíveis de se encontrar aqui e custam

sociais do que educacionais, começamos um pequeno projeto de geração de recursos: uma criação de porcos-da-índia. Damos a cada criança três porcos-da-índia – duas fêmeas e um macho para reproduzirem-se. Eles são dados como um empréstimo rotativo. Após oito meses, quatro das primeiras vinte crianças que se beneficiaram com o empréstimo puderam comprar para si livros escolares, roupas e sapatos através da venda de metade de seus animais. Agora, outras crianças não param de nos perguntar quando será a sua vez, porém nossos recursos são limitados. Tentamos um sistema semelhante com coelhos, mas, infelizmente, todos os 16 coelhos com que começamos morreram de várias doenças. No entanto, esperamos tentar novamente. Esperamos que outras organizações possam beneficiar-se com a nossa experiência e aceitamos apoio de grupos que realizam um trabalho semelhante. Deo Kujirakwinja K-M APPI s/c Rev Jacques Balibanga Katambu BP 3648, Kigali Ruanda

O Restaurante Laoumbéo

mais do que podemos pagar. O couro precisa de manter sua lã e ser muito macio para ser transformado em almofadas e outras coisas bonitas, pois este é um mercado de artesanato muito lucrativo. Mme Giordani, Soro M-Christine, P 71 Ferkéssédougou Côte d’Ivoire

Criação de porcos-da-índia Estou contentíssimo por ser um de seus leitores e considero a Pas à Pas um ótimo local para a troca de idéias! A nossa organização (APPI) cuida de quase 400 crianças órfãs e de rua em duas pequenas cidades perto de Goma, na República Democrática do Congo.Nós as ajudamos com educação e habilidades práticas. Como seus problemas são mais

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A minha carta anterior mencionava os grupos de mulheres de Ngaoundaye (Passo a Passo 39) e suas tentativas durante cinco anos, para abrir um restaurante. Muitos comerciantes costumavam passar pela cidade, na estrada de Camarões. Infelizmente, em 1998, uma inundação fora do comum levou a ponte que permitia a passagem de caminhões/camiões. O trânsito teve de ser desviado e os clientes em potencial desapareceram. No entanto, as mulheres viram que, ao invés disso, podiam oferecer refeições às famílias dos vários pacientes hospitalizados no posto de saúde. Muitos vêm de Camarões e não possuem um local para ficar. Um bom prédio foi construído ao lado do hospital, graças a um projeto italiano.

Levarão muitos meses para sabermos quanto lucro o restaurante proporcionará. As mulheres ficarão cansadas de dividirem o trabalho? Elas encontrarão pessoas que as apóiem financeiramente? O restaurante dará lucro? No entanto, as mulheres provaram a si mesmas de que são capazes de se organizarem para alcançar algo completamente novo. Elas aprenderam a trabalhar juntas, a discutir e a dividir tarefas entre si. Isto só pode ser positivo. Se você passar por Ngaoundaye algum dia, venha jantar no Restaurante Laoumbéo. Você também encontrará lá exemplares da revista Pas à Pas, que estão à disposição para os fregueses do restaurante lerem! Chantal Gaudin The Ngaoundaye Women’s Group BP 23 Bouar República Centro-Africana

Coletores de chuva A chuva é um presente de Deus que tem sido negligenciado por muitas pessoas. Em Uganda, somente um quinto dos lares coletam a água da chuva. Nosso grupo (chamado Coletores de Chuva) compromete-se a desafiar as pessoas e instituições (especialmente as escolas) sobre a necessidade de coletar a água da chuva. A maneira mais barata é geralmente através da construção de tanques de cimentoarmado, e nós fornecemos um simples folheto e orientações. Estamos agradecidos à Tearfund pelas informações práticas sobre a construção de tanques de cimento-armado, as quais achamos extremamente úteis. Várias famílias e escolas já construíram estes

Foi contratada uma cozinheira para preparar as refeições em cada dia. As doze mulheres do grupo dividem o trabalho restante entre si, de maneira a não ficarem fora de casa muito seguido. A grande sala bem iluminada é decorada com cabaças e quadros locais e contém seis mesas. A grande varanda permite que se leve o café para fora. Um artista do povoado (aldeia) decorou os painéis e as persianas, que protegem contra o sol, com bonitas pinturas. A cerimônia de inauguração foi realizada com a presença do subprefeito, do prefeito, do médico e de todos os maridos das mulheres.

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CARTAS tanques e estão compartilhando suas habilidades com outros na região.

A nossa experiência mostrou-nos que, como consultores agrícolas, temos de ter muita paciência. Temos de motivar as pessoas através do exemplo, incentivando-as a adotar e adaptar novas idéias, sem nunca impô-las. O nosso trabalho deve sempre levar a novos métodos agrícolas sustentáveis.

Dickson Tenywa c/o Nsanbi FG Church PO Box 15131 Kibuye Uganda

Jesús Gustavo López Sánchez UH Fovisste ‘Las Aquilas’ CP 62470 Cuernavaca, Morelos México

Reciclagem de sacos/sacolas de plástico Eu sou o Director do Centro Bíblico de Niamey, na Nigéria, onde a nossa biblioteca recebe a Passo a Passo com regularidade. Estamos planeando uma série de sessões de treinamento na iniciação e administração de microprojetos com base nos materiais de treinamento da SECAAR. Um destes projetos diz respeito à reciclagem de sacos/sacolas de plástico. Dois grupos experimentaram a idéia de tecer cordas com sacos/sacolas de plástico velhos(as). Devido a problemas de saúde, um dos grupo não pôde continuar, e o outro achou as cordas tão fortes, que elas magoavam/machucavam os animais. No entanto, estas ‘cordas’ mostram ter muito potencial e poderiam ser utilizadas para outros propósitos, tais como serem tecidas para se fazerem sacos ou cadeiras. O trabalho poderia combinar tanto a proteção do meio-ambiente (uma vez que os sacos / as sacolas usados(as) se espalham por todas as partes e prejudicam a saúde dos animais que as comem) como a produção e utilização das cordas. As crianças de rua poderiam ser empregadas para recolher os sacos /as sacolas. O trabalho precisaria somente de um pequeno investimento e poderia utilizar uma grande quantidade de mão-de-obra. Estamos procurando indivíduos ou grupos que passaram por uma experiência semelhante com este tipo de material para trocar idéias e receber conselhos. Por favor, escreva para: Philippe Hutter Centre Biblique de Niamey SIM, BP 10.065 Niamey Níger Tel/Fax: +227 73 46 76

de gado. A pastagem excessiva, a erosão do solo e o desmatamento são comuns. O Comitê Menonita Central começou a trabalhar em 1992 com uma escola secundária e criou o ‘Centro para a Criação de Recursos para Pequenos Agricultores’. Tanto os estudantes como os agricultores aprendem através de demonstrações e trabalho prático a se conscientizarem mais sobre as questões ambientais, retornando, às vezes, à sabedoria tradicional para produzir alimento e cuidar do meio ambiente. A escola possui oito hectares, onde foram construídos vários tipos de valas e barreiras naturais para controlar a erosão do solo, através de dois tipos de relva/grama forrageira para melhorar a fertilidade do solo. São utilizados pequenos terraços para plantar hortaliças, e são plantadas muitas árvores locais. São utilizados métodos naturais de controle de pragas, intercultivo, seleção de sementes de variedades tradicionais e maneiras de melhorar a fertilidade do solo com composto e adubo. Após vários anos de trabalho com estudantes, um grupo de doze lavradores de Chiepetlán começou a utilizar muitas destas práticas em suas próprias terras com grande sucesso.

Mosquiteiros para camas cobertos com inseticida Foi realizada uma pesquisa recente para examinar a eficácia dos mosquiteiros para camas cobertos com inseticidas. Aqui na Tanzânia, a malária é a principal causa das doenças e mortes. Mais de 93% da população sofre o risco de contrair esta doença. As descobertas da pesquisa mostraram que a utilização dos mosquiteiros reduziu a mortalidade infantil em 20% e reduziu as doenças causadas pela malária em 50%. Por favor, certifique-se de que seus mosquiteiros estejam prontos para serem usados! Dr Michael Burke Tanzânia

Árvores para o novo milênio Nós compartilhamos todas as informações da Passo a Passo com outras pessoas. Para marcar o milênio, o nosso projeto – agora conhecido como Nyota Agroforestry – plantou 4.200 tecas, assim como abacateiros e árvores de frutas cítricas. Incentivamos outras pessoas a nível local e mundial a seguirem o nosso exemplo! Thomas Juma Ayub PO Box 43 Koboko Uganda

Informações sobre epilepsia A Global Campaign Against Epilepsy (Campanha Mundial Contra a Epilepsia) foi recentemente estabelecida para melhorar as formas como a epilepsia pode ser tratada em países em desenvolvimento. Os leitores podem ajudar, oferecendo informações sobre os seguintes tópicos?

Cuidando do meio ambiente

■ O tipo de treinamento fornecido a profissionais da área da saúde sobre a epilepsia.

A região de Montaña de Guerrero, no México, enfrenta muitos problemas e é uma das áreas mais pobres do país. Os três grupos étnicos que vivem nela – mixtecos, nahuas e tlapanecos – sobrevivem com o cultivo dos declives íngremes e a criação

■ Maneiras de se integrarem os serviços para a epilepsia nos cuidados de saúde primários.

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■ A educação oferecida à comunidade local em relação à epilepsia.

■ Tratamento médico contínuo e sustentável para a epilepsia.

Se tiver qualquer informação útil, por favor, envie-a a: Robert Scott, Global Campaign Against Epilepsy, 2nd floor, 33 Queen Square, London, WC1N 3BG, Reino Unido. E-mail: [email protected]

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TRABALHO EM REDE

Trabalho em rede local em ação

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Isabel Carter

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Quando José recebeu os resultados de um exame para o HIV e foi informado de que era positivo, ficou chocado. Era tão injusto. Ele tinha tentado ser fiel à sua mulher, mas apenas uma ou duas vezes ele havia sido levado para o mau caminho por seus amigos. O que pensaria a sua família? O que diriam os seus amigos? Como enfrentariam seus pais o desapontamento? Ele sentiu-se muito sozinho. Não havia nenhum motivo para viver. Ele podia muito bem morrer agora mesmo…

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Alguns anos mais tarde, José ficou doente demais para poder sair de casa. Sua igreja e seus amigos apoiaram-no a ele e a Sabina, trazendo alimento, visitando-o e ajudando a cuidar dele. Por causa da rede da família, igreja e grupos, ele morreu em paz, sabendo que outros tentariam ajudar a sua família nos anos difíceis a seguir.

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O profissional da área da saúde que lhe havia dado o resultado visitou-o uma semana mais tarde para encorajá-lo a começar a contar à sua família. Como enfrentaria ele a sua raiva? Ele já teria contaminado sua mulher? Finalmente, ele se deu conta de que seu silêncio, seus problemas de saúde e sua tristeza tinham de ser explicados e disse-lhes a verdade.

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Os membros do grupo apoiavam-se uns aos outros nos períodos difíceis. Apesar do cansaço e dos problemas de saúde cada vez maiores, José achou que sua vida era bastante útil e ocupada e que havia feito amigos que realmente se preocupavam com ele e Sabina. Eles visitaram outros grupos comunitários no distrito para compartilharem suas idéias e experiências, e foi criada uma rede de organizações semelhantes.

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Sua esposa, Sabina, no início, ficou furiosa e desapontada, mas ela já suspeitava a verdade há muito tempo. Seus filhos haviam aprendido sobre o HIV/AIDS (SIDA) na escola e na igreja e conheciam outras pessoas portadoras do HIV ou com AIDS na comunidade. ‘Não podemos mudar as coisas agora, temos de contar com Deus para nos ajudar a enfrentar a situação’, disse Sabina. Sua aceitação ajudou a devolver a José algum sentido para continuar a viver. Ele começou a comer bem e a mostrar interesse nas atividades dos filhos.

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Sabina incentivou José a conversar com o pastor. Quando ele teve coragem para fazê-lo, o pastor pôde colocá-lo em contato com outras pessoas na congregação que também estavam contaminados com o HIV. José descobriu que muitas outras pessoas estavam numa situação semelhante.

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Um ano mais tarde, José foi eleito vice-presidente do grupo. Juntamente com o secretário, eles visitaram as organizações na cidade vizinha para obterem apoio para um empreendimento de produção de artesanato que o grupo esperava poder iniciar, a fim de sustentar os membros e suas famílias.

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Ele entrou para um grupo de apoio na comunidade. Alguns membros estavam contaminados com o HIV; outros eram pessoas que queriam apoiar pessoas portadoras do HIV e com AIDS. Eles se encontravam semanalmente e compartilhavam problemas, tentando, juntos, encontrar soluções. José fez novas amizades e recebeu bons conselhos sobre como lidar com o HIV, como manter a saúde, como combater as infecções e outras formas de ganhar dinheiro, quando não pudesse mais continuar a trabalhar como construtor.

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SAÚDE TRABALHANDO DENTRO DE UMA REDE

El Retoño oferece amor cristão e apoio prático a todos os usuários de drogas que lhes pedem ajuda para superar seu vício.

Graciela Radulich

El Retoño é uma organização cristã que se concentra no trabalho com usuários de drogas nos bairros mais pobres de Buenos Aires. Esta organização começou em 1985, a fim de oferecer reabilitação completa (física, psiquiátrica, social e espiritual) a usuários de drogas do sexo masculino que vinham voluntariamente para pedir ajuda. Em 1990, demo-nos conta de que a maioria dos usuários de drogas que nos procuravam estavam contaminados com o HIV/AIDS (SIDA) e hepatite B ou C. A maioria deles conseguia superar seu vício e começar uma vida nova. No entanto, seus problemas de saúde causados pelo HIV/AIDS (SIDA) continuavam. El Retoño oferecia apoio e conselhos para a saúde até final de suas vidas. A situação da contaminação do HIV entre os usuários de drogas na Argentina não melhorou. As pessoas transmitem a infecção através da utilização das mesmas agulhas, comportamento sexual arriscado, parto e amamentação. Na Argentina, as pessoas que se injetam com drogas ainda

Foto: El Retoño

Trabalho na área da saúde com usuários de drogas

são as de maior risco de contaminação do HIV (41%). O comportamento sexual arriscado dos usuários de drogas que não utilizam agulhas para as drogas aumenta este número ainda mais. Além disso, a utilização de drogas aumentou dramaticamente, especialmente entre os pobres. Apesar de tudo isto, e ao contrário do que acontece nos países do ‘Primeiro Mundo’, o governo não toma nenhuma atitude para ajudar a evitar ou melhorar esta situação. Como cristãos, em face de uma situação tão difícil, começamos a nos perguntar qual deveria ser a nossa atitude. Deveríamos simplesmente esperar que os usuários de drogas viessem até nosso centro de reabilitação, abandonando

totalmente aqueles que ainda não haviam tomado a decisão de parar de usar drogas? Ignorar estas pessoas não significaria um aumento na propagação do HIV/AIDS e outras doenças contagiosas? Se a nossa sociedade condenou e isolou os usuários de drogas, deveríamos esperar um comportamento responsável por parte deles? A nossa resposta, em 1998, foi começar o Programa de Promoção da Saúde e Prevenção do HIV/AIDS (SIDA) entre os usuários de drogas nos bairros mais pobres. Este programa foi um dos primeiros do tipo no país, tentando reduzir o prejuízo causado pelo abuso de drogas. Foi um dos primeiros na Argentina a combinar este trabalho com a visão e a prática cristãs abertamente. O projeto foi criado com os seguintes fins: ■ estabelecer contato com o maior

número possível de usuários de drogas de bairros pobres que não tivessem nenhum contato com as instituições sociais ou médicas ■ reduzir o risco de transmissão de

A contaminação do HIV através de drogas injetáveis é responsável por quase metade de todos os novos casos em Buenos Aires. Foto simulada: Tearfund

infecções tanto entre os usuários de drogas como entre as pessoas que não as utilizassem ■ criar contatos entre os usuários de

drogas e as organizações da área da saúde para incentivar o diagnóstico antecipado e o tratamento para as doenças ■ ajudar os usuários de drogas a prevenir

a propagação da infecção com seus parceiros ■ acompanhar os usuários de drogas no

início de sua recuperação. O novo programa não mudou a missão original do El Retoño. A nossa meta principal continua a ser ajudar o maior número de pessoas possível a aprender a viver sem drogas, com um projeto de vida cristão.

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SAÚDE Criando redes Desde o início tentamos criar oportunidades para a participação de membros da comunidade, a fim de obtermos soluções eficientes e duradouras para estes problemas. Para isto, procuramos criar dois tipos de rede. A primeira era de pequena escala dentro da comunidade, para apoiar e ajudar os usuários de drogas. Pedimos apoio de famílias, usuários e ex-usuários de drogas e líderes cristãos, para trabalharem em conjunto, a fim de compreenderem sua situação local, obterem informações e realizarem encontros de treinamento sobre como prevenir o uso de drogas e melhorar o tratamento médico e a reabilitação para usuários de drogas. O segundo tipo de rede foi numa escala maior. Seu propósito era conscientizar mais a sociedade em geral da necessidade urgente de se lidar com o aumento do abuso de drogas e de doenças associadas com sua utilização. Trabalhamos muito e arduamente para organizar encontros para funcionários do governo, líderes da igreja e

da comunidade e membros de organizações sociais, a fim de conscientizá-los sobre estes problemas e coordenar o trabalho de prevenção e apoio para os usuários de drogas. Isto teve muitos resultados, os quais continuam a se expandir. Por exemplo, foi fundada a Rede Argentina para a Redução de Danos, a qual une muitas organizações, associações científicas e membros governamentais. El Retoño também se uniu a várias organizações científicas e de saúde para realizar o primeiro estudo extensivo do índice de infecção do HIV e hepatite entre os usuários de drogas que utilizam agulhas na Argentina. Este estudo ajudará a planejar programas de intervenção eficazes no futuro. Em todas estas atividades, El Retoño tenta mostrar claramente os valores e ética do evangelho de Jesus Cristo, levando ‘a voz daqueles que não possuem voz’ a todos os diferentes níveis em que trabalhamos.

Algumas lições aprendidas ■ A partilha de nosso trabalho, experiências

e conhecimentos com outros, através do trabalho em rede, trouxe-nos benefícios enormes, que enriqueceram e melhoraram o nosso próprio trabalho. ■ As redes organizacionais são uma maneira

valiosa de se influenciar e se colocar pressão nos governos, para criar políticas que protejam os membros vulneráveis da sociedade. ■ O trabalho com pessoas e organizações

não cristãs proporcionou uma oportunidade para compartilharmos a nossa fé e as soluções que o Evangelho oferece para o nosso mundo que sofre.

Graciela Radulich é a coordenadora de El Retoño (O Broto), um parceiro da Tearfund na Argentina. Seu endereço é El Retoño, H Wineberg 3450, (1636) La Lucila, Buenos Aires, Argentina. E-mail: [email protected]

ESTUDO BÍBLICO

Convidando Deus para a sua rede Alan Robinson

Leia Atos 1:1-26, 2:1-4 (1:1-11) Estes são os antecedentes para o nosso estudo. (1:12-13) A história maravilhosa do derramamento do Espírito Santo começa com um grupo de cristãos numa reunião de negócios! Uma rede de pessoas, homens e mulheres, jovens e velhos, chamados para se unirem de todas as classes sociais e profissões. Eles possuíam uma tarefa em suas mãos – servirem de testemunhas para o mundo inteiro – a maior tarefa já atribuída em toda a história.

divididos, impotentes, e nossas metas podem tornar-se mundanas e temporais. O Espírito Santo une-nos em nossa tomada de decisões e em nossos esforços, de maneira a tornar nossos fins divinos e eternos. (1:20) Freqüentemente vamos a reuniões com pilhas de arquivos e papéis, até mesmo computadores portáteis – mas e nossas bíblias? (1:14) A comunicação com Deus é de vital importância; como podemos garantir que a hora de orar seja uma prioridade em nossas reuniões?

(1:14-26) Não houve nenhum conflito naquela reunião – eles estavam unidos em orações e propósito (Atos 1:14). Eles sabiam o que Deus queria que fizessem – eram conduzidos pela Palavra de Deus (Atos 1:20) e mantinham comunicação com Ele (Atos 1:24).

(1:4) Em nosso entusiasmo, às vezes queremos apressar-nos e terminar o trabalho, porém há momentos em que nos é pedido que esperemos – você está enfrentando uma situação em que, talvez, devesse esperar por Deus para que Ele aja primeiro?

(2:1-4) Porém sua rede não estava completa – em Atos 1:4, vimos que lhes foi pedido que esperassem; esperassem pela promessa do Pai – o batismo do Espírito Santo. Assim, eles esperaram até o dia de Pentecostes, quando a promessa foi cumprida – o Espírito Santo veio.

Para serem eficazes, as redes precisam estar bem conectadas. O que está conectando sua rede – algo mundano e temporário ou algo divino e eterno? Como você pode incentivar a união em sua rede?

Hoje, o Espírito Santo está aqui para nos ajudar, porém ainda precisamos convidá-lo a entrar em nossas vidas (Apocalipse 3:20), para tornar a rede completa. Sem o Espírito Santo, podemos ficar

Alan Robinson trabalhou com a MOPAWI em Honduras por quatro anos como funcionário internacional da Tearfund.

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EDUCAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE

A história de Ilinanga Dr Connie Osborne

As histórias podem ajudar as pessoas a aprenderem mais sobre o HIV/AIDS (SIDA). Esta história pode ser utilizada como um exercício de treinamento com trabalhadores da área da saúde ou pessoas que cuidam de doentes. Conte a história mudando os nomes para nomes comuns em sua região, e, depois, repasse a história novamente, devagar, fazendo as perguntas para discussão. Quando Nakala engravidou pela quarta vez, ela esperava que fosse um menino desta vez, pois ela já tinha três meninas maravilhosas. Ela ia à maternidade para fazer exames regulares, inclusive exames de sangue, de pressão sangüínea e para pesar-se. O novo bebê era uma menina, Ilinanga, que nasceu forte e saudável. Nakala amamentou o novo bebê, sabendo que este era o melhor alimento para ela. No entanto, durante seu primeiro ano, Ilinanga teve muitas doenças e infecções e parou de engordar aos nove meses. Nakala ficou surpresa e triste, pois isto não havia acontecido com as outras crianças. Ilinanga, então, começou a ter uma tosse ruim, que nunca passava. A enfermeira sugeriu um exame para o HIV, com o qual Nakala e seu marido concordaram, embora eles tivessem a certeza de que o bebê não era portador deste vírus. Eles esperavam que a

enfermeira se esforçasse mais para descobrir a causa da doença de Ilinanga, uma vez que soubesse que o resultado do exame fora negativo. No entanto, quando os resultados chegaram, Nakala e seu marido, Sansão, ficaram chocados. O resultado era positivo. Nakala e Sansão fizeram o exame então, e verificou-se que ambos estavam contaminados com o vírus HIV. Nakala perguntou-se ‘Quando fui contaminada?’ Ela e Sansão nunca haviam usado preservativos em sua vida conjugal. Nakala havia sido uma esposa fiel e nunca havia dormido com ninguém mais, mas poderia ela dizer o mesmo de Sansão? E quando havia Ilinanga contraído o HIV? Antes ou durante o parto, ou através da amamentação? Nakala ficou preocupada com a saúde de toda a família. Ela estava preocupada em como dizer às outras meninas sobre a

doença de Ilinanga. Ela e Sansão concordaram em não fazer o exame com as três meninas, mas estavam preocupados com a possibilidade delas contaminarem-se através do contato próximo. Para muitas de suas preocupações, não parecia haver respostas fáceis. A enfermeira só lhes podia oferecer fatos sobre a infecção do HIV e dizer-lhes que apoio havia disponível a nível local para ajudá-los. Nakala e Sansão tiveram que tomar suas próprias decisões e tentar manterem-se o mais saudáveis possível – comendo bem, fazendo exercícios com regularidade e prevenindo infecções ou tratando-as logo. Sua fé ajudou-os a ‘colocar Deus em primeiro lugar’ e a aprender a confiar nele para o futuro. Dra Connie Osborne trabalha como pediatra no University Teaching Hospital, Private Bag RW1X, Lusaka, Zâmbia. Este artigo foi adaptado a partir de um artigo que apareceu pela primeira vez em Child Health Dialogue / AIDS Action.

Perguntas para discussão ■ A maioria das mulheres não sabem se são

HIV+, quando engravidam. Deveriam os trabalhadores da área da saúde fornecer informações sobre o HIV durante a assistência pré-natal? Que tipo de informações seria útil? ■ Sansão provavelmente transmitiu o HIV

para Nakala durante as relações sexuais. Poderia Nakala ter feito alguma coisa para evitar ser contaminada? ■ O que deveriam os trabalhadores da área

da saúde levar em consideração antes de sugerirem um exame para o HIV? ■ Como se sentiria um pai ou uma mãe

sabendo que contaminou um filho com o HIV? ■ Como poderiam os trabalhadores da área

da saúde ajudar os pais a não se preocuparem com a transmissão da infecção para seus outros filhos?

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EDUCAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE Perguntas para discussão ■ Quem precisa de saber se uma criança

está contaminada com o HIV? Os professores precisam de saber o verdadeiro motivo por que uma criança fica doente mais vezes do que outras crianças? ■ Por que poderia uma das irmãs de

Ilinanga não querer falar sobre a infecção do HIV? ■ As irmãs de Ilinanga têm possibilidade de

se contaminarem com o HIV convivendo com outros familiares? ■ Onde podem as pessoas da comunidade

encontrar mais informações sobre o HIV/AIDS (SIDA)?

Para obter informações sobre o HIV e a amamentação, escreva para a WHO (OMS – Organização Mundial da Saúde) e solicite o seu pacote (produzido em conjunto com a UNICEF e a ONUSIDA) chamado HIV and Infant Feeding. O endereço é: Avenue Appia, CH-1211, Geneva 27, Suíça. Fax: +41 22 791 0746

Atualização sobre a AIDS (SIDA) ■ A AIDS (SIDA) está presente em quase todos os países do mundo. ■ 50 milhões de pessoas foram contaminadas com o vírus HIV. ■ 16 milhões de pessoas já morreram até agora por causa da AIDS

(SIDA) – 85% destas, na África. ■ Mais de dez milhões de crianças africanas perderam um ou ambos

ARQUIVOS DE FATO

os pais por causa da AIDS (SIDA). ■ Um relatório recente das Nações Unidas sugere que metade de todos os meninos

adolescentes na África morrerão dessa doença. ■ Um quarto da população adulta de alguns países africanos está contaminado. ■ Os índices de contaminação dobram a cada três anos, sem intervenção. ■ O vírus HIV pode ser transmitido SOMENTE através de relações sexuais (80% dos casos),

agulhas ou lâminas de barbear não esterilizadas (5%), transfusões sangüíneas com sangue contaminado (5%) ou de mãe para filho, durante a gravidez, o parto ou através da amamentação (10%). ■ O vírus HIV prejudica o sistema imunológico do organismo, de maneira que este não

consegue combater as doenças. ■ Várias vacinas foram criadas, porém nenhuma ainda forneceu uma solução. ■ Na Índia e no nordeste da Ásia, quatro milhões de pessoas estão contaminadas com a AIDS

(SIDA) e a infecção está espalhando-se rapidamente. ■ Na América Latina e no Caribe, o número de pessoas com o HIV está aumentando para

níveis muito altos. ■ Ainda não há nenhuma cura médica para o HIV ou a AIDS (SIDA). A educação ainda é vital

para a prevenção da propagação da AIDS (SIDA). ■ O tratamento para diminuir a rapidez com que o vírus HIV se transforma em AIDS (SIDA)

existe em alguns países, porém possui muitos efeitos colaterais, exige supervisão médica cuidadosa e custa um mínimo de 2.000 dólares americanos por paciente, embora, agora, estejam sendo criados remédios muito mais baratos. Fontes: OMS, Financial Times, Newsweek, ACET, ONUSIDA

Competição do Milênio Várias inscrições foram recebidas para a nossa competição do milênio, a maioria enviadas por nossos leitores que falam francês. Elas cobrem uma grande variedade de idéias úteis. Não foi fácil escolher um vencedor único, pois a maioria das melhores idéias não eram completamente originais, mas sim um tanto adaptadas. Foram oferecidas muitas idéias práticas, as quais esperamos compartilhar na Passo a Passo 46. Ao invés de um vencedor único, decidimos dividir o prêmio entre cinco dos candidatos. Os vencedores são: ★ Vihiga Community Lye Production Centre Maragoli, Quêni por suas instruções detalhadas sobre como produzir sal tradicional. Enviadas pelo Reverendo Francis King’ang’a. ★ Bureau d’Etudes Scientifiques et Techniques Sud-Kivu, RD do Congo por sua adaptação de um carrinho de mão de madeira. Enviada por Didier de Failly. ★ Pastor BN Yenga Burundi por sua adaptação de uma prensa de azeite-de-dendê.

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★ Bodzewan B Kongnyuy Camarões por sua idéia para aumentar a produção de aves. ★ Litein Cottage Hospital Litein, Quênia por suas idéias eficazes para a eliminação comunitária de vermes nas crianças. Enviadas por Lois J Ooms. Cada vencedor receberá um vale para livros da IT Bookshop ou da TALC.

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RECURSOS Livros Boletins Materiais de treinamento Strategies for hope



contato com Strategies for Hope para obter informações completas sobre todos os seus recursos de informações. c/o TALC PO Box 49, St Albans Hertfordshire, AL1 5TX Reino Unido E-mail: [email protected]

GRÁTIS! Esta série excelente já foi mencionada muitas vezes na Passo a Passo ao longo dos anos. Agora, há 15 títulos na série – os mais recentes são:

No 14: Under the Mpundu Tree sobre o trabalho de 500 voluntários para o atendimento no lar, que cuidam de pessoas com o HIV/AIDS (SIDA) e tuberculose em 23 regiões municipais no Copperbelt de Zâmbia

Os livros mais antigos da série podem ser obtidos em francês e inglês, com alguns também existentes em português, e custam 2,50 libras esterlinas. Os livros mais recentes custam 3,25 libras esterlinas. Também há quatro vídeos baseados nos livros: The Orphan Generation, HIV/AIDS Counselling, Under the Mpundu Tree e The Open Secret. Estes podem ser obtidos em inglês, francês e suaíli e os preços variam entre 20 e 35 libras esterlinas. Além disso, o pacote de treinamento Stepping Stones pode ser obtido em inglês, francês, luganda e suaíli e custa 20 libras esterlinas. As organizações nos países africanos ao sul do Saara que não puderem pagar estes materiais podem solicitar exemplares gratuitos à TALC UK. Por favor, entre em

Where There Is No Animal Doctor

GRÁTIS!

Este manual oferece fontes de informações úteis para leitura, reflexão e aprendizagem a respeito da linha de pensamento atual sobre os princípios da boa prática para programas na área do HIV/AIDS (SIDA). Escrito para organizações que trabalham dentro de suas comunidades, ele oferece informações atualizadas sobre a epidemia, princípios e diretrizes para a boa prática, apresenta estudos de casos e salienta o papel da igreja. Estes Materiais de Estudo podem ser obtidos gratuitamente em inglês, francês, espanhol e português através de:

E-mail: [email protected]

Peter Quesenberry e Maureen Birmingham Este livro foi recentemente publicado pela Christian Veterinary Mission (Missão Veterinária Cristã) e está cheio de informações sobre a criação de animais e o tratamento de doenças e ferimentos em todos os animais agrícolas. Pode ser obtido por 15 dólares americanos, sem incluir o envio postal. A CVM também publica um boletim trimestral chamado International Animal Health News, o qual examina principalmente as doenças na saúde pública. O preço da assinatura é de 5 dólares americanos por ano. CVM Box 33000, Seattle, WA 98133 EUA E-mail: [email protected]

Incinerador de lixo médico



Lidar com o lixo hospitalar e clínico, tais como GRÁTIS! agulhas descartáveis, seringas, compressas/ bandagens e remédios não utilizados causa grande preocupação em muitas partes do mundo. A remoção inadequada do lixo pode resultar num risco considerável para a saúde pública. Este incinerador é barato de ser construído e eficiente em sua utilização, desde que seja corretamente construído e mantido. Não precisa de eletricidade e pode funcionar com madeira ou carvão, com uma pequena quantidade de diesel ou querosene. A parte central interna precisa de ser feita de tijolos refratários, porém os outros materiais para a sua construção podem ser encontrados facilmente.

Há um manual de instruções gratuito. A equipe que o inventou, na Universidade De Montfort, ajudará com suas dúvidas técnicas e deseja manter contato com os hospitais e clínicas que construírem este incinerador. Para obter informações, escreva para:

The Innovative Technology Centre, De Montfort University, The Gateway, Leicester, LE1 9BH, Reino Unido. E-mail: [email protected]

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TRT Administrator Tearfund 100 Church Road, Teddington TW11 8QE Reino Unido

No 15: The Open Secret o qual descreve como Uganda derrubou o estigma e o silêncio em torno da epidemia do HIV e diminuiu os índices de contaminação dramaticamente.

HIV/AIDS – Materiais de Estudo

Choices: A guide for young people Gill Gordon Choices é um guia para jovens crescendo na África atualmente. Ele lhes oferece informações claras sobre seus corpos e sexualidade, dando-lhes as informações de que precisarão ao enfrentarem os desafios de se crescer num mundo em rápida mudança. Ele fala sobre maneiras de como se planejar intervalos entre os nascimentos dos filhos, assim como doenças transmissíveis sexualmente e o HIV. Ele também examina os perigos do abuso do álcool, drogas e tabaco. Além de ser do interesse dos jovens e de seus pais, pode ser muito útil para professores e trabalhadores na área da saúde, os quais o podem utilizar para sessões de treinamento. Bem ilustrado e escrito de maneira clara em inglês, ele custa 5 libras esterlinas (8 dólares americanos) pelo envio via superfície ou 7 libras esterlinas (11 dólares americanos) por via aérea e pode ser obtido através da TALC (endereço acima). E-mail: [email protected]

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RECURSOS Recursos para famílias cristãs A União Bíblica está trabalhando em 41 países na África. Em resposta ao HIV/AIDS (SIDA), os escritórios regionais criaram duas áreas de trabalho conhecidas como ‘Ajuda para a AIDS (SIDA)’ e ‘Plano para a família’. Estas têm por fim fortalecer a vida familiar e reduzir a incidência do HIV/AIDS (SIDA) entre os jovens na África, fornecendo-lhes informações sobre habilidades para a vida e educação sexual com uma perspectiva cristã. Eles possuem vários recursos disponíveis, os quais geralmente incluem um vídeo, materiais para leitura individual e manuais para líderes. Alguns dos recursos são:

Aventura ilimitada Um curso de habilidades para a vida para crianças de 11–14 anos. (Em português, inglês ou francês.)

Pasta promocional e folhetos Se você acha a Passo a Passo útil em seu trabalho, talvez você queira utilizar os dois novos materiais que possuímos para falar a outras pessoas sobre a Passo a Passo. A nova pasta promocional, que contém amostras de edições, cartazes, folhas com informações e listas de endereços, já está disponível. Ela foi criada para ser utilizada em murais durante reuniões e encontros de treinamento, ou nas paredes dos centros de recursos. Por favor, solicite um exemplar, se você a puder utilizar. Também possuímos folhetos no tamanho A5, os quais podem ser anexados a cartas ou dados a colegas para lhes falar sobre a Passo a Passo. Tanto a pasta promocional quanto os folhetos podem ser obtidos em inglês, francês, espanhol ou português, através do escritório da Passo a Passo.

Escolha a liberdade Um curso de habilidades para a vida para jovens, que tem por fim prepará-los com confiança para a vida adulta no mundo de hoje. (Em português, inglês ou francês.)

Positive parenting Uma série que visa ajudar pais na grande tarefa de ser pai ou mãe. Escrito para ser utilizado ou por pais individualmente ou por grupos de estudo em igrejas e escolas. (Em inglês.)

Enjoy your marriage Notas de leituras da Bíblia para os casais utilizarem em conjunto, que intenta examinar os princípios de Deus e fazer planos para o matrimônio e melhorar a comunicação e alegria nele. (Em inglês.) Para obter informações completas sobre os recursos e preços, por favor, escreva para: Scripture Union 45 Heyman Road Suburbs, Bulawayo Zimbábue Tel/Fax: +263 9 71555 E-mail: [email protected]

Flanelógrafos Estes consistem em gravuras pintadas em flanela, que são recortadas e colocadas em cima de um fundo de material áspero (como um cobertor), para mostrar uma situação ou contar uma história. Eles são ideais para incentivar a discussão e ajudar os grupos a

identificarem problemas e soluções. Estas séries de flanelógrafos vêm com idéias para scripts. A TALC criou duas:

Family Planning, STDs and AIDS Com cinco pedaços de flanela impressas a cores e 55 páginas de textos, que podem ser utilizados para conversar sobre estes tópicos delicados.

Worms Mais uma vez, com cinco pedaços de flanela a cores e um script detalhado. As gravuras podem ser utilizadas para descrever o ciclo de vida e os efeitos dos ancilóstomos, nematelmintas e tênias, assim como sugerir tratamentos e melhoria na higiene.

Ambas as séries oferecem um recurso excelente, que durará por anos e custa 21,50 libras esterlinas (30 dólares americanos), da TALC (endereço acima).

HIV Testing: a practical approach O exame para o HIV é uma parte vital de todos os programas de prevenção e atendimento do HIV. Ele é necessário para fornecer suprimentos sangüíneos seguros e para quando as pessoas desejam saber se são portadoras do HIV. O bom aconselhamento, a educação, o atendimento e o apoio subseqüente também são partes essenciais de qualquer programa de exames para o HIV. Este novo livro oferece informações práticas e úteis para todos os funcionários da área da saúde que trabalham com programas com o HIV/AIDS (SIDA). Ele possui informações práticas sobre: • o que levar em consideração antes de iniciar um programa de exames para o HIV • informações técnicas sobre os exames existentes • trabalho de exame de sangue • estudos de casos.

Trabalhadores da área da saúde em Gana, utilizando um flanelógrafo da TALC para demonstrar uma palestra sobre a saúde.

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Este livro pode ser obtido gratuitamente por organizações no Terceiro Mundo que não

tiverem acesso a moedas estrangeiras. Para todos os outros, o preço é de 7,50 libras esterlinas (15 dólares americanos), incluindo o envio postal. Pode ser obtido através de: Publications Administrator Healthlink Worldwide Cityside 40 Adler St London, E1 1EE Reino Unido Fax: +44 20 7539 1570 E-mail: [email protected]

CD-ROM da Passo a Passo

✹ GRÁTIS!

Você empresta suas edições da Passo a Passo a amigos e nunca mais as vê novamente? Você perdeu alguma edição da Passo a Passo? Você é um novo leitor e gostaria de ter exemplares anteriores? No momento, cobramos 40 libras esterlinas (60 dólares americanos) para enviar-lhe uma série de exemplares anteriores (e várias edições estão esgotadas). No entanto, agora, temos um CD-ROM, o qual contém cada edição da Passo a Passo, do número 1 ao 40 em inglês, juntamente com a maioria das edições em francês, espanhol e português. Você pode ir diretamente para a questão ou tópico que deseja e imprimir a informação de que precisa. O CD-ROM custa 10 libras esterlinas (15 dólares americanos) para as organizações que puderem pagar, porém é gratuito para os leitores da Passo a Passo que não tiverem condições pagar, mas que puderem fazer bom uso dele. Por favor, escreva e envie suas informações para: Footsteps CD-ROM PO Box 200 Bridgnorth Shropshire WV16 4WQ Reino Unido

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TECNOLOGIA

Proteção contra relâmpagos Os países tropicais por todo o mundo são muito mais atingidos por relâmpagos que os países mais frios. As áreas de planaltos expostos altos com poucas árvores parecem ser mais atingidas por relâmpagos que outras áreas. Quando as pessoas vivem em cabanas com telhados de palha, os riscos são maiores. Zimbábue possui o recorde do maior número de pessoas mortas por serem atingidas por um único relâmpago, com 21 pessoas mortas em uma cabana perto de Mutare em 1975. O relâmpago é chamado de ‘Ato de Deus’, pois ninguém pode prever onde ele cairá. No entanto, as causas dos relâmpagos possuem uma explicação científica simples. Se um relâmpago atinge uma pessoa, ele pode fazer com que seu coração e, às vezes, seus pulmões parem. Os corações podem recomeçar sem ajuda médica, mas se os pulmões também pararem, pode ser necessário fazer massagem cardíaca e respiração boca-a-boca urgentemente para ressuscitar a pessoa e prevenir a morte. Em muitos países, as pessoas acreditam que os relâmpagos estão associados à bruxaria. Isto significa que muitas pessoas têm medo de ajudar alguém que tenha sido atingido por um relâmpago, no caso de serem afetadas. Mais vidas poderiam ser salvas, se fosse ensinado às pessoas que os relâmpagos são um processo natural e não há nenhum risco em ajudar alguém que tenha sido atingido. Fazer massagem cardíaca e respiração boca-a-boca imediatamente pode salvar algumas vidas.

Em espaços abertos grandes, qualquer coisa que esteja de pé, principalmente se for feita de metal, tem maior probabilidade de ser atingida pelos relâmpagos – árvores isoladas, estacas, postes de cercas e até mesmo uma pessoa. Se você se encontrar em uma área exposta, afaste-se de qualquer extensão de água exposta e procure uma vala para ficar dentro, deitado! O lugar mais seguro para se abrigar é embaixo de um grupo grande de árvores (escolha uma árvore mais baixa) ou em um veículo fechado (onde os pneus de borracha oferecem proteção). Se os relâmpagos atingirem casas bem construídas, com encanamentos/ canalizações para água e eletricidade, a energia elétrica passará pelos canos e fios de metal, ficando longe das pessoas dentro da casa. No entanto, em prédios com telhados de palha, os relâmpagos passam pelas pessoas dentro das casas. Os pesquisadores observaram que as cabanas com cozinhas de telhado de palha tinham muito mais probabilidade de serem atingidas pelos relâmpagos por causa das panelas de metal. Evite abrigar-se nas cozinhas!

Foto: R Watts

Ronald Watts

Pára-raios num alojamento num parque de safári na Namíbia.

Todos os prédios, principalmente os com telhados de palha, podem ser protegidos com um ‘pára-raios’. Este é constituído por um poste de madeira muito alto, de pelo menos seis metros de altura, colocado de pé a pelo menos 1,5 metros de distância de um prédio. Amarre um arame de aço galvanizado ao longo do poste, passando das pontas tanto no topo como no solo. Enterre o poste a pelo menos 1,5 metros de profundidade e empilhe pedras na base para proteger os animais e as crianças contra choques durante os relâmpagos. Se o solo for rochoso, ou se houver algo construído em cima dele, os pára-raios também podem ser fixados a árvores. Quando houver muitas casas próximas umas das outras, o mesmo pára-raios pode proteger várias delas. Fixe postes mais baixos ao lado das casas (não enterrados no solo) e una-os com um arame ao pára-raios principal. Certifique-se de que os postes sejam mais altos do que o topo dos telhados das casas. Se um relâmpago cair na área, ele atingirá o arame de metal no pára-raios e passará para a terra sem causar danos às pessoas e aos lares. Ronald Watts trabalhou na Zâmbia e em outros países africanos por muitos anos, promovendo a agricultura e o desenvolvimento sustentável. Ele agora vive em Maes Yr Eglwys, Penycae, Swansea, SA9 1GS, Reino Unido.

Publicado pela: Tearfund, 100 Church Rd, Teddington, TW11 8QE, Inglaterra Editora: Dra Isabel Carter, PO Box 200, Bridgnorth, Shropshire, WV16 4WQ, Inglaterra

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