Sol Ares

  • May 2020
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Tudo começa com Áries. Simboliza o ímpeto da Vida que surge do "mar" do Inconsciente; daí sua necessidade de sempre dar começo a alguma coisa e ser pioneiro: semente em germinação, percebe-se nele o impulso para a frente e para o alto. Aries está sempre à espreita de novas possibilidades, mesmo quando não sabe disso de forma consciente. Daí a proverbial impulsividade e impetuosidade do ariano... Mas esses impulsos necessitam ser direcionados e viabilizados, e para isso surge Touro: o enfoque prático e metódico cria a base segura que obviamente não era possível nem necessária na fase anterior. Assim, os fatos florescem e adquirem sólida consistência. Sendo esse signo um signo de Terra ele representa, as formas materiais e externas dominam amplamente: o tema central dessa fase é a busca de formas para uma existência segura, do ponto de vista material. Deve-se a isso a possessividade e praticidade de Touro... Após a fase inicial e sua transformação em segurança, graças aos novos componentes taurinos, a psique (e o indivíduo inteiro) passa por uma diferenciação na fase de Gêmeos: uma idade para estabelecer conexões e perceber ligações entre objetos tão díspares quanto pessoas, idéias, eventos e objetos concretos, buscando estabelecer pontes de conhecimento entre os diferentes tipos. Por essa razão são tradicionais a "dispersão" e a "superficialidade" de Gêmeos.

Então, a psique recebe o primeiro impacto dos sentimentos de base, enriquecendo o acervo de dados com os quais lidará com o mundo. Na fase de Câncer a psique estrutura as bases sentimentais de si mesma: o "chão uterino" dos próprios sentimentos construídos com muita força e vigor. Quando, finalmente, a psique entende e aceita seus próprios sentimentos e emoções está pronta para viver a fase ou signo seguinte. Temos aqui as razões da extrema emocionalidade e sentimentalidade de Câncer. Agora, na quinta fase, a de Leão, o indivíduo já está seguro de si mas ainda não está seguro de sua identidade social; consequentemente, faz de si algo maior do que si mesmo, tentando, dessa forma, garantir um lugar na sociedade. Ultrapassadas as primeiras fases, muito mais voltadas para o cultivo de si próprio, inicia-se o cultivo da personalidade e do comportamento social. Que dá margem às manifestações do que visto superficialmente, parece "orgulho" ou "excesso de importância dado a tudo com que o leonino se envolve". Em Leão a indivudualidade está formada e busca expressão criativa.

A fase de Virgem trata de desenvolver a capacidade de discriminação, com base na análise crítica das conseqüências de ações e transações humanas: assim, mesmo as paixões febris da fase leonina são submetidas à crítica impiedosa da fase virginiana da psique. De novo, como em Touro, a Terra desse signo mostra que a sensação predomina e a atenção da psique se volta mais uma vez para coisas materiais ou concretas, adquiríveis através do trabalho; entretanto, não como na fase taurina, onde a principal preocupação era adquirir segurança material para sobreviver, mas tentando conquistar, agora, insights sobre a diversidade de formas e motivos da Vida. Sempre, através da meticulosidade detalhista e da inclinação a uma ordenação compulsiva que a vida do virginiano costuma apresentar. Nesse ponto a psique dá uma reviravolta completa sobre si mesma e "bruscamente" incorpora o Outro em sua vida, através dos relacionamentos internalizados. Para isso os opostos tem de ser balanceados, e é necessária a fase de Libra (ou Balança). Na fase

libriana o ser humano é preparado para um maior desenvolvimento através do relacionamento com outros, tendo de se conscientizar de sua Sombra e buscar seu parceiro interior (Anima, no homem; Animus, na mulher). Para isso o ser humano precisa mergulhar fundo em si mesmo e contemplar o que encontra, vivendo assim o processo outonal, no qual gradativamente a vida começa a retornar ao interior, recobrando forças para a germinação futura. O encontro do Outro, na verdade, é sempre o encontro da parte inconsciente de si mesmo. Mas o entendimento do equilíbrio necessário para esse encontro só é possível através da função psíquica do pensamento. E como esse movimento deve necessariamente ser forte e "para fora", um signo dessa forma, extremamente voltado todo o tempo para os relacionamentos sociais e os problemas derivados desses relacionamentos. Surge a fase psíquica escorpiana, a seguir, leva o indivíduo a experimentar emocionalmente as descobertas racionais de Libra sobre o Outro; dai o mergulho profundo de Escorpião nos recessos emocionais da mente, acendendo com isso a fornalha das próprias transformações: a psique prepara a morte do Ego pessoal e absoluto, já bastante abalado pela fase libriana, que impôs inexoravelmente a existência do Outro. Como prêmio, a psique que consegue ultrapassar essa difícil fase desenvolve as asas da Águia (antiquíssimo símbolo desse signo), com as quais pode penetrar nos Segredos da Natureza. Dessa intensa luta interna travada no terreno inseguro dos sentimentos deriva a tradicional imagem de tensão interna e sofrimento constante do escorpiano. A próxima fase (Sagitário) apresenta a necessidade de relacionar os conhecimentos emocionais profundos obtidos na fase escorpiana com os eventos do mundo fenomênico externo; trata-se, agora, de lançar-se e transformar-se em espírito abstrato, necessário para atingir uma síntese de todo o conhecimento obtido. O raciocínio discriminatório pessoal vai se transformando, pela necessidade de se subordinar a algo mais coletivo e a princípios mais universais.Amplia-se o conjunto de referenciais. Essa fase psíquica faz com que a pessoa se sinta parte de um grande todo que transcende as fronteiras do lar, da família e da comunidade local; então, cheia de entusiasmo pela possibilidade de concretização da "irmandade", a mente se atira ao desafio de estabelecer seu próprio local neste Grande Todo. Trabalho que começa a se concretizar na fase capricorniana da psique. Tudo o que foi aprendido e entendido no mundo durante a fase sagitariana (e mesmo nas outras) é submetido ao teste da prática antes de ser assimilado. Com base nessa análise quase impiedosa uma nova identidade será "escolhida", após ser definida pela psique: aí então a pessoa tem uma clara noção do que é capaz de fazer e do que pode obter no Grande Todo. Estabilidade de formas (ou estruturas) é fundamental a essa fase de Terra, a energia é posta a serviço da concretização dessas formas. Independência é assunto de extrema importância, pois nela reside a possibilidade de definir a própria identidade e ter espaço para a concretização das formas tidas como próprias e ótimas para seus objetivos maiores. Percebem-se, então, os traços característicos do capricorniano: perseverança, ambição, paciência e resistência profunda a desenganos e acidentes de percurso, além da inclinação poderosa a estruturar tudo o que lhe cai ao alcance.

Ao meio do inverno a Natureza faz seu inventário, mergulhada num ecossistema, para se descartar do que não for necessário ao todo. Da mesma forma, tudo o que foi definido como útil na fase capricorniana será, na fase aquariana, submetido a minuciosa análise intelectual (Ar). Não mais profunda, como na fase escorpiana, quando as formas do Ser foram submetidas ao teste da emoção: agora, trata-se de outro teste, o teste da valia coletiva. De qualquer maneira, como lá também, atravessando crises: ao teimosamente rígido senso de Ego que a psique apresenta na fase capricorniana, a fase aquariana contrapõe uma tentativa intelectual de impessoalidade, necessária à submissão do Ego ao coletivo. Para tanto, o aquariano tem de ser obrigatoriamente intuitivo, aparentemente

anárquico e extremamente radical em suas posições intelectuais nem sempre racionalmente fundamentadas. Como reação à fase aquariana e sua ênfase no pensamento, a fase pisciana da psique será quase que apenas sentimentos; entretanto, não mais personalizada como na fase canceriana nem voltada ao embate emocional com o Outro, como em Escorpião, pois o traço impessoal de Aquário foi conquista preciosa e não será mais abandonado... Daí o desafio da personalidade de tornar pessoais os eventos vividos, a partir de uma perspectiva já impessoal, tentando amalgamar as experiências humanas universais com os traços da personalidade individual e individualizada. Na fase aquariana o indivíduo se assenhoreou do processo de quebra de velhas formas para a construção de outras; na fase pisciana, esse processo tem sua conseqüência lógica com a completa destruição de formas, de modo a permitir ao indivíduo tornar-se senhor do que não tem forma: o mundo dos pensamentos. Porque o mundo da não-forma contém todas as possibilidades fenomênicas e todos os acúmulos de conhecimento depositados no inconsciente mais profundo, arquetípico e transpessoal.

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