Nosso mais urgente compromisso é com a nossa harmonia interior – paz de espírito.
A única forma que temos para auxiliar alguém, de modo efetivo e apropriado, é mantermos equilíbrio no ato da ajuda, ou seja, estabilidade mental, emocional e espiritual.
A crença inadequada chamada “amor salvacionista” e o impulso desmedido de querer resolver desesperadamente os problemas alheios são o início da nossa perda de equilíbrio. Antes de auxiliar os outros, precisamos primeiro aprender a tomar conta de nós.
Se estamos com o coração e a mente sobrecarregados, somos infelizes para prestar uma real assistência. Sem serenidade de alma, somos míopes espirituais: “ora, se um cego conduz outro cego, ambos acabarão caindo num buraco”.
A cegueira íntima não nos permite ver com clareza os limites da verdadeira ajuda. Muitas vezes invadimos a individualidade alheia, impedindo que as criaturas façam suas próprias escolhas, esquecidos de que a decisão delas diante das dificuldades é proporcional ao seu grau de compreensão.
Ninguém deve escolher ou decidir por ninguém.
Por desconhecermos o caminho de aprendizado que Deus reservou para cada um, é que subestimamos a capacidade dos outros de solucionar as suas dificuldades. Devemos respeitar a alteridade – que faz parte da diversidade natural da condição humana – não apenas em nós mas neles também.
Nas práticas do bem comum, o mais importante não é curar, e sim ensinar o doente a conviver com a enfermidade até a autocura.
Convém repetir: nosso verdadeiro compromisso é com nossa serenidade íntima. A partir dela, será possível ver tudo com nitidez e realizar com moderação.
A paz de espírito nos leva à virtude de “permanecer na medida exata”, proporcionando-nos uma coletânea de idéias e pensamentos que nos facilitam encontrar soluções harmoniosas para os conflitos interiores e, por conseqüência, para os exteriores.
Mensagem do livro UM MODO DE ENTENDER Médium: Francisco do E S Neto Espírito: Hammed
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