Segue a tua estrela Os dias iam ficando cada vez mais curtos, cada vez mais frios. As andorinhas sentiam vontade de ir-se embora, em busca de regiões mais quentes, onde houvesse mais sol. “Aonde iriam, porém!” – perguntava uma delas, de entre as mais sábias. “Porque temos de deixar este lugar?” “Porque temos de encontrar um lugar mais quente onde possamos morar” – responderam em coro algumas das suas amigas. Mas a andorinha sábia não se deixou convencer. “A que distância daqui está essa terra quente de que acabais de falar? E de quanto tempo precisamos nós para chegar lá?” As outras não podiam responder com segurança; apenas insistiam na ideia de que deviam ir-se embora o mais depressa possível, antes que fosse demasiado tarde. “Era o que faltava! Deixar este formoso ninho, que eu construí, só para ir em busca da remota possibilidade de encontrar um sítio melhor” – prosseguiu a sábia e racional andorinha, recusando deixar-se influenciar, quer pelos instintos quer pelas suas amigas. “Ora bem, está visto que não podemos convencer-te!” – disse uma delas. “Nós, porém, vamo-nos embora e já. Todas sentimos dentro de nós o apelo, e os nossos corações continuam a dizer-nos que devemos ir embora. Lamentamos, mas temos de deixarte, já que não queres unir-te a nós e vir connosco”. A andorinha sábia não quis partir, convencida de que tinha feito o melhor. Teria sido, sem dúvida, uma loucura confiar apenas em sentimentos interiores, sem nenhuma evidência. Além disso, ela podia tornar mais quente o seu confortável ninho e, para isso, começou logo a recolher mais penas e flocos de algodão para o proteger contra os riscos do frio. Orgulhosa do seu ninho restaurado, ali se instalou, pronta a resistir à investida do inverno, pensando ainda que as outras tinham sido tolas em ir-se embora, sem saberem concretamente para onde iam. De repente, começou a nevar. A nossa sábia andorinha permanecia quente no seu confortável ninho. Convencida, finalmente, de que estava a salvo das agressões do inverno, perguntava-se a si mesma se as suas amigas teriam tido tanta sorte como ela na sua fatigante e imprevisível viagem para o desconhecido. Como tudo, porém, estava coberto de neve, o alimento começou a escassear. Era impossível encontrar uma migalha ou um verme qualquer. Ficava cada vez mais debilitada. Estava cada vez mais fraca, vendo-se, por fim, reduzida a ossos e penas. Finalmente, quando a neve começava a derreter e as primeiras plantas desabrochavam, a vida da andorinha extinguiu-se docemente no seu confortável ninho. O que é que nos diz a história? A andorinha sábia tinha a mania que era mais esperta que as outras e recusou-se a seguir o apelo interior. Estava demasiado agarrada ao seu ninho e por nada o queria deixar ... Achava que estava bem instalada. Quando Jesus nasceu, uns Magos também sentiram o apelo vindo de uma estrela e partiram no seguimento da mesma... É importante estarmos atentos aos sinais e seguirmos a nossa estrela, o apelo interior, a nossa vocação. Jesus também seguiu aquele apelo interior que sentiu no dia do seu Baptismo: “Tu és o meu Filho muito amado!” Ele estava bem, era Filho de Deus, não precisava de preocupar-se connosco. Mas não ficou agarrado a isso. Ele quis ser mesmo como nós, experimentar o que somos, a nossa existência até ao fundo... A sua vocação foi tornar-se mesmo um de nós. Correu o risco de seguir o chamamento do Pai. Claro, tinha uma certeza: “O Pai ama-me e está sempre comigo! Nada tenho a temer!”
Seguir Jesus é renunciar ao nosso ninho, ao nosso conforto! Fazer como Ele, apenas como Ele! Perguntas para responder: Ler Mc 1,9-11: Baptismo de Jesus Comparar este texto com a história das andorinhas. O que é que significa ser baptizado?