Resumo plano verão Após os fracassos dos planos Cruzado(1986) e Bresser(1987), foi instituído o Plano verão(1989). As duas tentativas anteriores fracassaram por tentarem apenas combater os mecanismos de propagação da inflação, sem combater o déficit público. O plano foi baseado em duas vertentes, ortodoxa e heterodoxa: Do lado ortodoxo, o Plano visava estabilizar a demanda agregada, através da redução dos gastos públicos, um ajuste fiscal amplo com extinção de ministérios, demissão de servidores, privatizações e controle de despesas em regime de caixa e da elevação da taxa de juros, que também contribui para evitar a fuga dos ativos financeiros. Desvalorizou-se a taxa de câmbio em 18%, passando um dólar a valer mil cruzados e, em seguida, criou-se uma nova moeda, o cruzado novo, equivalente a mil cruzados; reajustaram-se tarifas públicas Do lado heterodoxo, buscava-se a desindexação da economia, onde era mais ambiciosa do que a dos planos anteriores, pois não embutia nenhuma regra de correção futura. Com esta medida, o plano pretendia estimular a livre negociação entre empregados e patrões. Do lado heterodoxo as principais medidas foram, congelamento dos preços, serviços e tarifas públicas por tempo indeterminado, alteração da data de apuração dos índices de preço utilizados para aferir a inflação oficial, para evitar que os aumentos anteriores ao Plano contaminassem o novo índice. Foi instituído uma nova unidade monetária o Cruzado Novo. A URP, mecanismo de correção salarial introduzido pelo Plano Bresser, foi extinta em fevereiro. (Os salários foram convertidos pelo poder de compra médio dos doze meses anteriores, sendo reajustados em 26,1%). Assim como a URP que também foi extinta. “A extinção da OTN e da URP, os índices mais utilizados para a indexação da economia, representavam um grande risco de hiperinflação caso o plano falhasse.”(ROSSI, Carla e GUEDES Filho, Ernesto Moreira. 2007.p.3). “As elevadíssimas taxas de juros reais em fevereiro e março não foram capazes de impedir um aumento do consumo, indicando comportamento preventivo decorrente de falta de credibilidade da política econômica. Em pleno congelamento, a taxa de inflação em março e abril ficou em 6.82% e 8,33% respectivamente. Ainda em fevereiro, o Congresso aprovou uma lei de reposição de perdas salariais em três parcelas de 7,5%. Houve uma greve geral em que os trabalhadores pleiteavam reposição integral das perdas salariais. Em abril foram autorizados os primeiros reajustes de preços e o governo concedeu reposição salarial adicional de até 13,1%, dependendo da categoria profissional.” (MODIANO, E. Ópera; SIMONSEN, M. H. Inércia; SIMONSEN, M. H. Conjuntura.) IPCA 1989 Janeiro 37,49% Fevereiro 16,78% março 6,82% Abril 8,33 Maio 17,92%
Agosto 33,71% Setembro 37,56% Outubro 39,77% Novembro 47,82% Dezembro 51,50%
Junho Julho
28,65% 27,74%
Total 1972,91%
Referências bibliográficas: (MODIANO, E. Ópera; SIMONSEN, M. H. Inércia; SIMONSEN, M. H. Conjuntura.) LACERDA, A. C. de ; BOCCHI, J. I.; REGO, J. M.; BORGES, M. A. & MARQUES, R. M. (2004). Economia Brasileira. 2ª edição. São Paulo: Saraiva. ROSSI, Carla e GUEDES Filho, Ernesto Moreira. INFLAÇÃO NAS DÉCADAS DE
80 E 90 E OS PLANOS DE ESTABILIZAÇÃO. 2007