ASSAF NETO, A. Finanças Corporativas e Valor. São Paulo: Atlas, 2003. Cap. 11: Risco e Retorno, p.
Introdução
As decisões financeiras são tomadas em um ambiente de incerteza com relação ao futuro
Parte-se do pressuposto que todo investidor tem aversão ao risco e prefere maximizar o retorno de seus investimentos
Risco: capacidade de se mensurar o estado de incerteza de uma decisão mediante o conhecimento das probabilidades de ocorrência de determinados resultados
11.1
Mercado Eficiente
É aquele onde os preços refletem as informações disponíveis e apresentam grande sensibilidade a novas informações relevantes
O valor de um ativo é reflexo do consenso dos participantes com relação ao seu desempenho esperado
Nenhum investidor é capaz de identificar ativos com preço em desequilíbrio
11.1
Mercado Eficiente
Hipóteses básicas do mercado eficiente
Hipótese a Nenhum participante tem a capacidade de influenciar o preço das negociações
Hipótese b O mercado é constituído de investidores racionais
Hipótese c As informações são instantâneas e gratuitas aos participantes do mercado
11.1
Mercado Eficiente
Hipótese d O mercado trabalha com inexistência de racionamento de capital
Hipótese e Os ativos são divisíveis e negociados sem restrições
Hipótese f As expectativas dos investidores são homogêneas
11.1
Mercado Eficiente
Aspectos de imperfeição de mercado
As informações muitas vezes não estão igualmente disponíveis para todos os investidores
Há um grande número de participantes com menor qualificação para interpretar as informações relevantes
O mercado sofre influência de políticas adotadas pelo governo
11.1
Mercado Eficiente
Mercado de baixa eficiência
Há preocupação em avaliar se os modelos financeiros produzem resultados significativos
Os investidores tentam tirar proveito econômico dos desvios temporários dos preços de certos ativos
O ajuste de preços às novas informações depende da capacidade de interpretação dos participantes
11.2
Fundamentos de Probabilidade e Medidas Estatística
O conceito básico de probabilidade refere-se à possibilidade de ocorrência de determinado evento
Variáveis aleatórias: conjunto de eventos incertos representado pelos resultados possíveis de ser gerados
Distribuição de probabilidades: divisão dos resultados esperados pelos valores possíveis de se verificar uma probabilidade de ocorrência
11.2
Fundamentos de Probabilidade e Medidas Estatística
DEFINIÇÕES DE PROBABILIDADE:
Probabilidade objetiva Quando se adquire uma experiência passada sobre a qual há uma expectativa de que se repetirá no futuro
Probabilidade subjetiva Decorre de eventos novos, sobre os quais não se tem nenhuma experiência prévia relevante
11.2.1
Medidas estatísticas de risco e retorno
VALOR ESPERADO Representa uma média dos vários resultados esperados ponderada pela probabilidade atribuída a cada valor
n
E ( R) = R = ∑ PK × RK K =1
Onde: E(R) = R = retorno (valor) esperado PK = probabilidade de ocorrência de cada evento RK = valor de cada resultado considerado
11.2.1
Medidas estatísticas de risco e retorno
DESVIO-PADRÃO E VARIÂNCIA Medem o grau de dispersão dos resultados em relação à média, representado o risco dos possíveis resultados em relação ao valor esperado
n
σ=
∑ P × (R k
K
−R
)
2
VAR = σ 2
k =1
σ
= símbolo grego (sigma) representando o desvio-padrão VAR = variância. É o desvio-padrão elevado ao quadrado
11.2.1
Medidas estatísticas de risco e retorno
Probabi lidade
Distribuições de probabilidades das alternativas de investimentos A e B.
Investi mento A
Inv estimen to B
300
600 700 800
1.100
Resu ltados Espe rados ( $)
11.2.2
Coeficiente de variação
Coeficiente de variação (CV): expresso em porcentagem, indica a dispersão relativa (risco) por unidade de retorno esperado Permite que se proceda a comparações mais precisas entre dois ou mais conjuntos de valores
CV =
onde
σ X
X = Média aritmética da amostra
11.3
Risco e Retorno Esperados
Componentes do RISCO:
RISCO ECONÔMICO Advindo de conjunturas econômicas, de mercado e do próprio planejamento e gestão da empresa
RISCO FINANCEIRO Está relacionado com o endividamento da empresa e sua capacidade de solvência
11.3
Risco e Retorno Esperados
Componentes do RISCO:
RISCO SISTEMÁTICO É inerente a todos os ativos e determinado por eventos externos à empresa e não pode ser eliminado ou reduzido
RISCO NÃO SISTEMÁTICO (Diversificável) Identificado nas características do próprio ativo (intríseco) e pode ser total ou parcialmente diluído pela diversificação da carteira
11.3.1
Relação risco, retorno e investidor
O objetivo do investidor é selecionar um ativo que lhe proporcione maior nível de satisfação em sua combinação de risco e retorno
TEORIA DA PREFERÊNCIA Revela o posicionamento de um investidor diante de investimentos com diferentes riscos e retornos ESCALA DE PREFERÊNCIA Possibilidades de investimento igualmente atraentes em relação ao risco/retorno esperados
11.3.1
Relação risco, retorno e investidor
Representação de uma curva de indiferença E(R) Retorno Esperado
A curva de indiferença representa a escala de
M
preferência do investidos diante do conflito risco/retorno (Risco)
Qualquer combinação inserida sobre a curva de indiferença é igualmente desejável
11.3.1
Relação risco, retorno e investidor
Reto rno E sperado
Representam investidores
R3 R2
mais ousados, que R1
aceitam mais risco
Ris co
Reto rno E sperado
R3
R2
R1
Representam investidores com maior aversão ao risco, perfil mais conservador
Risc o
11.3.1
Relação risco, retorno e investidor
Retrata o comportamento de um investidor com ausência de aversão ao risco
E( R)
E( R) R3
R3
R2
R1
R2 R1 σ
σ
Mesmo retorno para
Mesmo risco para
qualquer nível de risco
qualquer nível de retorno
11.4
Retorno Esperado de um Portfólio
O retorno esperado de uma carteira composta por mais de um ativo é definido pela média ponderada do retorno de cada ativo em relação a sua participação no total da carteira
[
E (R p ) = R p = [W × R x ] + (1 − W ) × R y
]
onde:
E(Rp) = Rp = retorno esperado ponderado da carteira (portfólio) W = percentual da carteira aplicado na ação X (1 – W) = percentual da carteira aplicado na ação Y Rx, Ry = retorno esperado das ações X e Y, respectivamente
11.5
Risco na Estrutura de uma Carteira de Ativos
Uma carteira de ativos deve ser formada com alternativas que levem à melhor diversificação do risco alternativas de investimento que possuam correlações perfeitamente opostas e extremas
Investimentos com relaç relação perfeitamente negativa
E( R) Investimentos com relaç relação perfeitamente positiva E( R )
A
A nos
B
A nos
11.5
Risco na Estrutura de uma Carteira de Ativos
OBJETIVO DO ESTUDO DE CARTEIRAS NA TEORIA DO PORTFÓLIO
selecionar a carteira que oferece o maior retorno possível para determinado grau de risco;
selecionar a carteira que produza o menor risco possível para determinado nível de retorno esperado.
11.5.1
Diversificação do risco
A redução do risco pela diversificação Risco da carteira de investimentos Risco diversificável Risco total Risco sistemático 5
10
15
20
Quantidade de ativos
Relação entre o risco (medido pelo desvio-padrão) e a quantidade de ativos inseridos na carteira
11.5.1
Diversificação do risco
Conforme se amplia a diversificação da carteira por meio da inclusão de mais títulos, seu risco total decresce em função da eliminação do risco não sistemático
A partir de certo número de títulos, o risco da carteira se mantém praticamente estável, correspondendo unicamente a sua parte não diversificável
a diversificação pode ser adotada em carteiras de diferentes naturezas, como ações, projetos de investimentos, etc
11.6
Gestão de Portfólio e Classes de Ativos
Existem inúmeros tipos de ativos que podem compor uma carteira, podendo ser separados em diversas classes em função do risco apresentado:
CLASSE I – Ações CLASSE II – Títulos de Renda Fixa Privados CLASSE III – Títulos de Renda Fixa Públicos CLASSE IV – Bens Imóveis
11.6 AÇÕES
Gestão de Portfólio e Classes de Ativos TÍTULOS DE RENDA FIXA PÚBLICOS
Ações locais – Setor de atividade – Tamanho da empresa – Grau de alavancagem financeira Ações internacionais – Países desenvolvidos/emergentes
Títulos do tesouro nacional Títulos do Banco Central BENS IMÓVEIS Imóveis comerciais Imóveis residenciais
TÍTULOS DE RENDA FIXA PRIVADOS Títulos locais Títulos internacionais Rating do título Títulos de alto risco e retorno (junk bond)
11.6
Gestão de Portfólio e Classes de Ativos
Relação de conflito entre risco e retorno de ativos (Farell): Reto rno
CML
esper ad o E(R ) Prêmio pelo r isco
RF
Títulos públicos privados r enda r enda fixa fixa Títulos
Bens imóveis
Ações internacionais
Ações locais
Capital de risco
Risco (σ ) Onde: CML = Capital Market Line Rf = taxa de juros de ativos livres de risco