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OF PRINCETON
THEOLQGICAl seminary PER BX1970.A1 L513
Revista gregoriana.
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2016
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MAIO
JUNHO
19
ANO
5
8
V »
O
PIO X
)E
JANEIRO
/
/
INFORMAÇÕES sôbre a
REVISTA GREGORIANA do
INSTITUTO PIO X
do
RIO DE JANEIRO
DIREÇÃO IRMAS DOMINICANAS :
COLABORADORES: —
Os Monges de Solesmes França®" Os Monges do Mosteiro S. Bento do R. de Janeiro.
—
Auguste Le Guennant de Paris. Revino. Pe. Jean Bihan flenri Potiron
—
Diretor do Instituto Gregoriano
— Vice-Diretor
do Instituto Gre-
Professor do Instituto Gregoriano de Paris. Dr. Andrade Muricy da Academia Brasileira de Música.
—
mudanças de endereço, reclamações etc..,.) deve ser endereçado à Diretoria do INSTITUTO PIO X DO RIO DE
slnaturas,
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atrazudo: CrS 20,00 if
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A REVISTA do
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GREGORIANA
Botafogo a
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enviada, por direito, aos Sócios
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INSTITUTO PIO X DO RIO DE JANEIRO.
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1
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NOSÍRO
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JUCUNDA Sl.
146,
DECORflQUE
LAUDAIIO.
1
A
VIDA ETERNA
TEMA
do próximo número
:
MATERNIDADE DA IGREJA
E DE
MARIA
SUMARIO O tempo têvão
prenhe de eternidade Bettencourt O.S.B
—
Livro de C. Gregoriano
Esclarecimentos
de
I.
—
-
Pelo
Pe. 16
M.-RoseO.P.
pedidos
Vida do Instituto Pio
Direitos
— Por
Es3
Pedagogia dos exercícios verbais Jean Jeanneteau 2.°
Per D.
29 37
X
propriedade reservados
45
para todos os
desenhos.
COM
APROVAÇÃO ECLESIÁSTICA
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ESTEVÃO
D.
BETTENCOURT
O. S. B.
Ao se falar cie ‘"Novíssimos”, têm-se geralmente em vista os acontecimentos e estados que se seguem à vida do homem nesta terra: morte, ressurreição, juízo, etc.
A
doutrina concernente a êsses estados finais (tècnicamente é exposta sob aspectos diversos nos diversos livros da Sagrada Escritura (em particular, do Novo Testamento): nos Evangelhos sinóticos (de São Mateus, São Marcos e São Lucas), por exemplo, lê-se o solene sermão escatológico de Jesus (Mt 24s; Mc 13; Lc 21,5-38); nas epístolas de São Paulo, encontram-se belas descrições da ressurreição e da parusia ou da segunda vinda de Cristo (cf. 1 Cor 15; 1 Tes 4.13-5,11; 2 Tes 2, 1-12). Quanto a São João, pós-se êste autor a escrever cêrca de quarenta anos após os demais Evangelistas e São Paulo, ou seja, por volta do ano 100. Se o iêz, pode-se de ante-mão crer que tenha sido movido pelo desejo não de repetir simplesmente a mensagem dos escritores anteriores, mas de a completar; julgava ter algo de original e profundo a dizer. E’ o que realmente se verifica: o quarto Evangelho é o Evangelho “do Teólogo” por excelência, em que novos e novos matizes da doutrina e dos feitos de Jesus são desvendados. Esta modalidade do Evangelho de São João se apresenta com muita beleza na doutrina dos Novíssimos: nele não se encontram textos paralelos às profecias de Jesus sôbre o juízo final ou aos ensinamentos paulinos referentes à ressurreição, mas o discípulo bemamado parece ter-se preocupado principalmente com uma nota característica da Escatologia cristã: a sua imanência na vida presente: acentua que a vida eterna não é simplesmente futura, mas já foi dada aos fiéis, é atual; apenas se acha encoberta, à espera de sua plena revelação. Uma tal observação bem merecia a atenção do quarto Evangelista, que, já muito ancião, na hora em que se estava para encerrar a Revelação do Novo Testamento, tomaria da pena para explaná-la. (1)
chamada “Escatologia”)
E’ verdade que nos Evangelhos sinóticos não falta a idéia de (1) que os bens escatológicos já são imanentes neste mundo ou já nos foram outorgados pela primeira vinda de Cristo e os sacramentos. Jesus dizia freqüentemente que o Reino de Deus já está presenPrincipalmente as te, já veio ao mundo; cf. Mt 12,28; Lc 17, 20s. parábolas do Reino de Deus incutem a sua atualidade e o seu lento, imperceptível desabrochar no decurso da história; cf. Mt 13. Contudo é inegável que São João deu a esta doutrina um realce e um significado únicos, o que se depreende já do fato de ter substituído a expressão sinótica de Reino de Deus pela de Vida eterna, a qual certamente é muito mais enfática, como se verá no decorrer da expo-
sição.
4
O
TEMPO PRENHE DE ETERNIDADE
Vejamos passo por passo como se desenvolve o pensamento de São João concernente aos Novíssimos, no Evangelho e nas epístolas que nos deixou (abstraímos do Apocalipse, que pertence a gênero literário 1
.
bem
diferente).
“VIDA ETERNA”
Não há dúvida, um conceito domina os textos escatológicos do Apóstolo: é o de VIDA (Zoé), entendida no sentido sobrenatural, como VIDA (zoé aiónios) (2). Estas expressões nos escritos de São João são equivalentes entre si, de sorte que o autor, sem explicação alguma, substitui uma pela outra:
ETERNA
“A Vida se manifestou. Nós a vimos e dela damos testemunho; anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e que se nos
e vos
”
manifestou
“Quem
(1
crê
Jo
1,2;
cf.
5,11-13).
3,14s;
no Filho, tem a vida eterna; quem se recusa a crer
no Filho, não verá a vida” (Jo 3.36; cf. 5,24. 39s). Note-se no sermão sôbre o pão da vida o emprêgo como que ternado das expressões Vida (6,33.35.48 51. 53. 63) e Vida eterna 27.
40. 47.
54.
68)
al(6,
(3).
O conceito de VIDA (ETERNA) corresponde, no quarto Evangelho, ao de REINO DE DEUS ou DOS CÉUS, característico dos sinóticos. Êste ocorre 54 vêzes em Mt; 44, em Lc; 17, em Mc (que em geral abrevia os discursos de Jesus). Em São João, ao contrário, somente no início do colóquio do Senhor com Nicodemos se lê “Reino de Deus” (33) e “Reino dos céus” (3,5); logo após, no v. 16, o Evangelista emprega a expressão sinónima VIDA ETERNA. 2.
OS PRECEDENTES DO CONCEITO
A
noção religiosa de VIDA., tão importante na escatologia joanéia, não era nova na literatura judaico-cristã. “La notion de vie est partout présente dans le quatrième L’idée de vie est au fondement de toute la théologie johannique” <J. Dupont, Essais sur la Christologie de Saint Jean. Bruges (2)
évangile.
.
.
1951, 109). (3) Para designar a vida natural, São João recorre ao têrmo psyché. Muito significativo é o texto de Jo 12,25: “Quem ama a sua vida “pyché), a perde; e quem odeia sua vida (psyché) neste mundo, a guardará para uma vida eterna (eis Zoén dionion)”. São Nisto São João se conforma a São Mateus e São Marcos. Lucas, ao contrário, usa o vocábulo zoé para designar a vida natural; cf.
Lc
12,15;
16,25.
5
ESTÊVÃO
D.
BETTENCOURT,
O.S.B.
Segundo a mentalidade dos antigos israelitas, a vida significava a recompensa que Deus daria neste mundo mesmo aos fiéis observantes da Lei mosaica: haveria longevidade, ricas posses, numerosa prole, boa fama. etc. Após esta vida, julgavam que a alma caia em estado de quase-inconsciência, tornando-se incapaz de receber a devida sanção; cf. Eclo 9.5; Prov 8,35s;
A mava
9.
6
11;
Dt
8.1; 11, 8s; 16, 20; 30, 19s. II a.C.. porém, o povo
partir do séc. a vida
de Israel já afir-
ou desgraçada segundo os méritos de cada indivíduo; essa vida nova começaria ou logo após a morte ou após a ressurreição no fim dos tempos. A noção de vipóstuma,
feliz
da, portanto, se dilata e enriquece tanto nos livros canônicos
apócrifos: há uma vida futura, para os justos, isenta de sofrimentos e morte, embora ainda muito pautada sôbre as categorias e as imagens da vida presente (nos apócrifos ocorrem descrições de banquetes em parques amenos, com afluência de
como nos
Dan 12,1-3; 2 Mac 7.9. 14. 23. 36; Hen 103, Apc Esdr 8.52-54. Nos escritos do Novo Testamento até São João, ressoa a
delícias, etc.); cf. 3-5. 7s; 58,3;
idéia judaica de que a vida eterna começa após a morte; é futuopõe-se à vida presente mortal. O cristão nela entra após esta vida. como dão a entender as palavras de Cristo em Mc 9.43-48 (par. Mt 18, 8s); Mc 10 29s; Mt 7. 13s; 25,46. E’ pela observância cotidiana dos mandamentos que o discípulo a obtém ou a herda (terminologia judaica): cf. Mt 19,16s; Mc 10,17: Lc 10.25-28. ra, e
Mesmo em São Paulo, que já não escrevia para judeus da Palestina nem reproduzia a catequese petrina fixada pelos sinótícos a noção de vida eterna fica sendo em geral equivalente à de vida futura, vida póstuma, a ser dada como prêmio do bom combate da vida presente; cf. Rom 6,20-23; 1 Tim l,15s; Apenas o texto de Rom 4.8; 6,1 ls; 2 Tim 1,1; Tit l.ls; 3,7 (4). 8, 2, 5s. 9-11 parece insinuar uma certa imanência da vida eterna na vida presente: o Espírito Santo foi dado aos fiéis como penhor da ressurreição futura (5). (4) Muito claro é o texto de Rom 6,22: “Agora libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes por fruto a santidade, e por têrmo de chegada a vida eterna”. Não seria lícito, porém, identificar o conceito paulino de (5) pneuma, espírito, com a noção ioanéia de zoé, vida. Pneuma designa no epistolário paulino a terceira Pessoa da SSma. Trindade (cf. Gál 4,6; Rom 8,15) ou também a natureza divina: Deus é Espírito, conforme o Apóstolo, e o que entra em contato com Deus é divinizado ou espiritual (pneumatikón) cf. 1 Cor 6,17; 12,13; 15,45. O Espírito pneuma) paulino seria propriamente o princípio de zoé ou dos bens que os filhos de Deus recebem como herança. ;
i
6
.
O
TEMPO PRENHE DE ETERNIDADE
Eis, porém, que nos escritos de São João se verifica notável deslocação da perspectiva: a vida eterna já não aparece como algo de futuro, que o cristão aguarda como herança, mas torna se presente neste mundo mesmo; inicia-se em meio à mortalidade de sorte que entre a vida atual e a vida póstuma não há hiato nem separação radical: já somos, em termos veDeslados, o que seremos mais tarde sem véus nem sombras. tarte tòda a Escatologia sinótica e paulina é de certo modo antecipada; ela irrompe na história atual, já se realiza no presente ou seja, desde que Cristo veio à terra (6).
“Os têrmos utilizados para falar dessa (primeira) missão de evocam o papel que tocará ao Filho do Homem no fim dos tempos: ressuscitar os mortos, exercer o julgamento, condenar e rejeitar os ímpios para a perdição eterna, dar aos eleitos a salvação e a vida eterna. Dêsse mandato, que é escatológico, Jesus exerce ao menos uma parte desde o momento presente” (J. Dupont, Essais sur la Christologie de Saint Jean. Bruges 1951. 200) Cristo
Em
em sua primeira vinda já se mosSoberano que lhe atribuem os sinóíicos e São Paulo em sua segunda vinda; não Lhe é necessáBasta que esrio esperar a ressurreição nem a volta gloriosa. teja presente em sua carne mortal e anuncie a palavra de Deus. Assim a primeira vinda de Cristo como Revelador do Pai vem a ser o acontecimento escatológico decisivo; ela introduz a “última hora” do mundo (cf. 1 Jo 2,18). (7). outros têrmos: Jesus
tra revestido dos poderes de
“Les éléments essentiels da 1'eschatologie des Synoptiques; Christ, resurrection des morts, jugement se retrouvent dans le quatriéme évangile, mais sous une forme assez différente. Tandis que les Synoptiques insistent sur le caractère de révolution soudaine et catastrophique des évènements qui marqueront la fin des temps, saint Jean y montre plutôt le développement, le terme définitif et la consommation de réalités déjà présentes dans la vie actuelle et la vie future, tel est le trait caractéristique de 1’eschatologie johannique, beaucoup plus accontué que dans la conception synoptique ou même dans 1’idée paulinienne de la parousie” (L. Venard, Jean [Saint] em “Dictionnaire de Théologie Catholique” VIII. Paris (6)
retour
du
1947, 578s)
au coeur de la théologie johannique. La vie ici-bas; la nécessité de croire pour être sauvé; coup le Christ et le Père qui 1’envoie; 1’acte de foi atteignant du autant d'idées que 1’évangéliste ne se lassera pas de répéter à la suite (7)
éternelle
“Nous
voici
commencée
même
de son maitre” iF.-M. Braun, X. Paris 1950, 355).
em “La
7
Sainte Bible” de Piot-Clamer
D.
ESTEVÃO 3
.
BETTENCOURT
O. S. B.
A EXPLANAÇÃO DA DOUTRINA
Distingamos agora cinco etapas segundo as quais se vai explicitando o pensamento de São João referente à vida eterna. 1 A teologia de São João se deriva tôda da proposição seguinte: Cristo trouxe aos homens a Palavra do Pai, que é a Verdade e a Vida (cf. Jo 1.4s). Estas são inegàvelmente três noções que perpassam o quarto Evangelho, de princípio a fim. Eis como o Senhor mesmo resume a sua missão neste mundo: )
“Não falei por Mim mesmo; mas o Pai que Me enviou, quem Me prescreveu o que eu tinha a dizer e pronunciar. E o seu mandamento é vida eterna. O que digo, digo-o com o
foi Êle sei
que
Pai
Mo
transmitiu” (12. 49sh Note-se ainda Jo 6,63: “As palavras que eu vos disse são espírito e são vida”. Em suma, a idéia de que Jesus, anunciando a Palavra do Pai, oferece aos homens a vida eterna, é freqüentemente repetida no quarto Evangelho; cf. 3, 15s. 36; 5, 24; 6, 40; 20, 31. 2) A oferta assim feita pede uma tomada de posição, uma Ela realiza, por conseguinte, atitude por parte dos ouvintes. um discernimento, uma krísis um julgamento entre os homens: quem a recebe, entra na posse da vida. ao passo que quem a rejeita incorre em condenação, não por efeito direto da Palavra, mas por suas más disposições:
“Vim como luz a êste mundo, para que quem creia em Mim não permaneça nas trevas. Se alguém ouve as minhas palavras e não as guarda, não serei Eu que o condenarei, pois não vim para condenar o mundo, mas para salvar o mundo. Quem Me re.jeita e não recebe as minhas palavras, tem quem o julgue: a palavra que Eu proferi, será ela quem o julgará no último dia” (12,46-48). Êste texto é extremamente significativo: realça quanto a Palavra de Cristo difere da de qualquer filósofo ou sábio. Ela tem o poder de recobrir todos os tempos: uma vez lançada no mundo, não pode daí desaparecer; acompanha tôdas as gerações e no fim dos tempos se apresentará ainda como critério ou medida para se avaliar a obra de cada geração ou de cada indivíduo humano.
Ainda chama
a atenção o seguinte texto:
“Deus não mandou seu Filho ao mundo para julgar (=condenar) Ora eis o o mundo, mas a fim de que o mundo seja salvo por Êle. juízo (=a condenação): a luz veio ao mundo, e os homens preferiram as trevas à luz, porque suas obras eram más” (3,17-19). .
8
.
O
TEMPO PRENHE DE ETERNIDADE
Se a palavra de Jesus é aceita com fé e amor, ela rearessurreição, a primeira e mais importante ressurreição, transferindo da morte do pecado (que é perdição eterna) para a vida eterna. Quem crê e ama, tem. segundo a bela expressão de São João, a vida eterna a permanecer nele (cf. 1 Jo 3)
liza
uma
3,15)
(8).
E’ muito importante a distinção que Jesus apresenta entre dois tipos de ressurreição: uma, espiritual, realizada no decorrer dos tempos pela palavra apreendida na fé; a outra, corporal, reservada ao último dia e decorrente da anterior como corolário
ou também consumação:
“Como
o Pai ressuscita os mortos e lhes dá a vida, assim o Filho verdade, em verdade Eu vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que Me enviou, possui a vida eterna e não está sujeito a julgamento, mas passou da morte para a vida. verdade, em verdade Eu vos digo: vem a hora em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e e já chegou os que a tiverem ouvido, viverão” (5,21.24s).
dá a vida a quem Êle quer.
.
.
Em
—
Em
—
Uma
das expressões mais notáveis deste texto é o apôsto “e que refere o leitor ao momento em que Jesus prega ou em que se faz ouvir a palavra de Cristo no mundo. A aquiescência à pregação equivale a uma verdadeira ressurreição. Vida de fé vem a ser vida de ressuscitado, e ressuscitado para a vida eterna. Junto a esta ressurreição espiritual, o Senhor menciona outra, introduzida pela mesma fórmula literária (cf. vv. 21 e 26; note-se que S. João costuma desenvolver o seu pensamento, retomando frases anteriores para dotá-las de novo significado): já chegou”; apôsto
“Como
em
Si
o Pai
mesmo
.
.
.
tem a vida em Si, assim Êle deu ao Filho ter a vida Não vos admireis disso, pois a hora virá em que
todos os que estão nos sepulcros ouvirão a voz do Filho do homem e dêles sairão; os que tiverem praticado o bem, ressuscitarão para a vida; os que tiverem cometido o mal, ressuscitarão para a condenação” (5, 26. 28s) (9). .
(8) “Entre la vie actuelle et la vie dans l’au-delà, point de séparation radicale. Nous sommes en un certain sens ce que nous serons plus tard. L’éternité commence dês ici-bas” (Braun 337).
Além da hora em que os mortos ressuscitam, Jesus mencio(9) na repetidamente no quarto Evangelho “a sua hora”.
A
“hora de Jesus” diz respeito propriamente à missão de Cristo; da glorificação final do Senhor ou de sua ascenO Evangelista, no decorrer do Evangelho, nota sucessivamente a aproximação dessa hora (cf. 7,30; 8,20; 12,23, 27; 13,1; Está claro que, de ante-mão fixada pelo Pai, não poderia ser 17,1). significa o momento são à direita do Pai.
9
D.
ESTEVÃO BETTENCOURT
O. S. B.
Jesus, com êstes dizeres, quer corroborar sua afirmação anterior, concernente à ressurreição espiritual; anuncia, pois, algo de mais surpreendente ainda: a ressurreição corporal. Esta
sobrevirá àquela no fim dos tempos, e manifestará a atitude de cada indivíduo perante a Palavra que é a Vida. Portanto, para quem crê. a ressurreição decisiva e o julgamento já são fatos consumados- o ultimo dia. com seus acontecimentos públicos e solenes, apenas fará sancionar o que tiver sido adquirido durante esta vida. E’ preciso agora pôr em realce que a fé merecedora da ressurreição, conforme o Evangelista, não significa mera aquiescência intelectual. Ao contrário, a Palavra de Cristo move o homem iodo, solicitando dêle amor, prática dos sacramentos e ascese. Com efeito, sem fazer violência aos textos, verifica-se que o autor sagrado associa a passagem da morte para a vida igualmente a êstes três outros elementos, os quais são conseqüências da fé e com esta constituem a única e grande resposta do homem à Palavra de Deus. E’ o que se depreende dos seguintes textos:
Na sua primeira epístola, São João indica explicitamente a caridade como fator de ressurreição; o que quer dizer que o acolhimento salvífico da Palavra de Cristo exige sempre conduta de vida nova. congruente: “Sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos nossos irmãos. Quem não ama, permanece na morte. Todo aquêle que odeia seu irmão, é um homicida; ora sabeis que nenhum homicida possui a vida eterna a permanecer nele” (3,14sl. A vida eterna, portanto, já neste mundo é uma realidade que se implanta e desabrocha pela fé e a caridade. E’ preciso, porém, acrescentar: a Palavra de Cristo, aceita pela fé e a caridade, leva necessàriamente o discípulo aos sacramentos; tal é o valor que Jesus atribui a êstes que se tornam indispensáveis para a ressurreição espiritual e corporal E’ o que se depreende claramente dos capítulos 3 dos fiéis. e 6 do Evangelho de João. No c. 3 Jesus impõe como condição para “ver o reino de Deus” (v. 3), para “entrar no reino de Deus” (v. 5) ou “possuir a vida eterna” (v. 15) o “renascer do alto” (v. 3) ou “renascer
—
Não obstante, nas bodas de Caná, Jesus realizou um milagre que equivalia à antecipação de sua hora (o Evangelista o chama simplesmente “manifestação da glória de Jesus”; cf. 2,11); a conantecipada.
em vinho foi a primeira apresentação de Jesus ao mundo como novo Criador do mundo, foi destarte um prenúncio
versão da água
muito significativo da glorificação definitiva de
—
10
—
Cristo.
TEMPO PRENHE DE ETERNIDADE
O
da água Batismo
e
do Espírito”
(cf.
(v. 0!,
o que significa o sacramento do
Denziger. Enchiridion 858).
c. 6 a condição proposta em vista do mesmo fim é “coa carne e beber o sangue do Filho de Deus”.
No mer
“Se não comerdes a carne do Filho do Homem e beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue, possui a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia” (vv. 53s).
Dêste texto se deduz que a vida eterna outorgada neste pelo consumo da S. Eucaristia vem a ser o penhor da ressurreição futura. Muito enfàticamentc Jesus nos diz que não é a ressurreição corporal no último dia que introduzirá na vida eterna, mas. antes, a vida eterna possuída pela fé, a caridade e os sacramentos é que nos valerá a ressurreição gloriosa no último dia. Jesus não promete a isenção da morte física corporal, mas dá a ver que esta é secundária; introduzida no mundo pelo pecado, ela perde o seu caráter desastroso, aterrador, desde que o pecado e a morte espiritual tenham sido superados na alma do cristão. A morte corporal já não preocupa quem ressuscitou espiritualmente; ela rão é negada, mas é conscientemente removida do horizonte de Jesus e dos seus
mundo
discípulos: “Eu sou a ressurreição e a vida; aquele que crê em Mim, ainda que morra, viverá: e todo aquêle que vive e crê em Mim, jamais morrerá” (Jo ll,25s). “Dou às minhas ovelhas a vida eterna; não perecerão jamais, e ninguém as arrebatará da minha mão” (Jo 10,28).
Note-se como nestes textos Jesus, sem negar a morte corporal, passa por cima dela. dando a entender que de modo nenhum significa hiato ou ruptura para o cristão. E’ a certeza de que a ressurreição futura é mera eonseqüência de uma realidade já possuída no presente, que explica a sobriedade com que S. João se refere à segunda vinda de Cristo e ao grandioso cenário do juízo final (cenário que nos sinóticos envolve, segundo as expressões dos profetas do Antigo Testamento, vários fenômenos cósmicos); São João não se preocupa muito com êste quadro externo e sua hora providencial, pois iem a atenção voltada principalmente para a realidade interna atualmente derramada nas almas, realidade que contém em gérmen o que no ultimo dia atingirá sua plenitude. (10). (10) “Cette présence invisible du Christ au milieu des siens est tellement un gage de la réunion avec lui dans la vie future, elle donne tellement déjà un avant-gôut du bonheur céleste d’attente aussi vif, et qu’on se préoccupe moins du moment ou il se produira”
Vénard,
art. cit 579).
— 11 —
ESTEVÃO
D.
BETTENCOURT,
O.S.B.
Por último, o quarto Evangelista faz notar qúe a vida eterna, recebida pela fé, pelo amor e pelos sacramentos, tem que ser sustentada ainda pela renúncia constante do cristão ao próprio eu e aos seus afetos desregrados. E’ êste um ensinamento fortemente sublinhado pelos sinóticos (Mt 10,39; 16, 25; Mc 8,35; Lc 9-24 17,33) e assim expresso em São João: ;
“Quem ama a sua vida (psyché), a perde; e quem odeia a sua vida (psyché) neste mundo, a guardará para uma vida (zoé) eterna”
(12,25).
Como se vê, para o cristão trata-se de trocar a psyché, vida corporal com seus prazeres naturais, pela zoé, a única vida verdadeira, não mesclada de morte, a vida sobrenatural. Quem não está disposto a esta troca, simplesmente não consegue a zoé a salvação eterna; esta, e esta só, há de ser alcançada e nutrida custe o que custar. 4)
Eis,
porém, que agora se impõe importante adver-
tência.
O Cristo de São João, por mais que acentue a antecipação da eternidade no tempo, não desconhece a dura realidade da vida cotidiana que afeta mesmo os mais santos dentre os crisAtualmente possuída na fé, a vida eterna não exclui tãos. a tristeza natural nos discípulos, proveniente do fato de ainda estarem sujeitos às vicissitudes do velho homem; Jesus por isto compara a existência dos cristãos neste mundo à da mulher que está para dar à luz uma vida nova encerrada em seu seio e, em consequência, sofre as dores do parto; anuncia, porém, que, quando estiver consumado o parto ou terminado o currículo terrestre, inenarrável e definitiva será a alegria do cristão: “Em verdade, em verdade, Eu vos digo: haveis de chorar e lamentar-vos, enquanto o mundo se alegrará; estareis na tristeza mas vossa tristeza se mudará em alegria. A mulher, quando está para dar à luz, se entristece, porque chegou a sua hora; depois, porém, de ter gerado, esquece as dores, e se alegra porque um homem veio ao mundo. Vós também agora estais tristes; mas Eu vos verei de novo e vosso coração se regozijará, e, vossa alegria, ninguém vô-la arrebatará” (Jo 16,20-22).
Na sua primeira epístola, o Apóstolo explica o que se dará no fim dêsse parto: já somos filhos de Deus, possuímos realmente a vida eterna do Pai; nenhum de nós, porém, tem a intuição do que isto significa nem o gôzo pleno do que isso acarreta. Quando deixarmos o corpo, essa realidade latente se desvendará plenamente: veremos a Deus face a face, feitos semelhantes a
—
12
—
O
TEMPO PRENHE DE ETERNIDADE
Deus, como o filho é semelhante a seu pai; a fé não é senão o princípio desta visão sob forma de embrião:
“Bem-amados, desde já somos filhos de Deus; mas ainda não se manifestou o que seremos. Sabemos que, quando isto se manifestar, nós Lhe seremos semelhantes, porque O veremos tal como Êle é” (1 Jo 3,2).
O Apóstolo, usando de metáforas para designar a condição atual de nossa vida verdadeira, afirma que o gérmen (spérma) de Deus está em nós (1 Jo 3 9) ou que temos em nós uma fonte de água que jorra para a vida eterna (Jo 4,14). Por estas figuras, o caráter permanente e, ao mesmo tempo, dinâmico, progressivo de nossa filiação divina é claramente indicado. Os teólogos, retomando a terminologia de São Joao, formularam a proposição: “A graça santificante (possuída neste mundo) é a semente da glória (de que desfrutaremos fèo outro)” (11). O fato de trazermos a vida eterna dentro de um corpo mortal, ao qual é preciso renunciar em certo grau ou que é preciso mortificar, comunica à existência do cristão na terra um caráter ambíguo, contraditório, caráter muito bem expresso pelas duas afirmações aparentemente antagônicas de 1 Jo: “Se dizemos que não temos pecado, mentimos está
em
nós
e a
verdade não
(1.8).
“Todo aquele que nasceu de Deus, não comete pecado”
(3,9;
cf.
3,6).
A
aparente contradição é
bem
explicada pelo Pe. F.-M.
Braun nos seguintes têrmos: “Ao mesmo tempo que ainda pertence a êste mundo (mau), o cristão já entrou na época escatológica: pertence a duas zonas espirituais Todavia a linha divisória entre essas duas zonas espiriefeito. cristão traz ainda a carne herdada do pri.
.
.
O
Com
meiro Adão e sua concupiscência;
em
conseqüência. o pecado
“Gratia nihil aliud est quam quaedam inchoatio gloriac A graça não é senão um certo início da glória em nós” (São Tomaz, Suma Teológica II/II 24, 3 ad 2; cf. I/II 69, 2; De Veri(11)
in nobis.
—
tate 14,2).
Veja-se
também
Bossuet,
Méditations
sur
1’Évangile,
2e.
P.,
37e. jour. tuais, o mundo presente e o
mundo vindouro, não realiza discriminação unicamente entre os homens; ela passa também através de cada
um
dêles” (12). (12)
F.M. Braun, L’étude du quatrième
rides Theologicae Lovanienses” 32
—
(1956) 541.
13
—
Évangile,
em “Epheme-
ESTEVÃO
D.
BETTENCOURT
O. S. B.
ou a raiz do pecado nele habita. Negar esta proposição seria enganar-se ou mentir (cl 1 Jo 1.8 Doutro lado. porém, o cristão já renasceu para a vida eterna e traz o gérmen de Deus em si; na medida em que êle age como tal como filho de Deus, é claro que não peca. 1
.
E’ por estar imersa ainda no “Sim” e no “Não”, no paradoxo, na linha de transição, que a vida cristã não poáe simplesmente abstrair do que é futuro; não pode deixar de ser expectativa, ao mesmo tempo que é posse. 5) São João faria observar por fim que o térmo derradeiro da obra do Filho, ou da comunicação de vida eterna aos homens. é a glorificação do Pai. síntese, pode-se dizer, segundo a mente do Evangelista, que o Pai santificou a natureza
Em
humana de Cristo, dando-lhe a plenitude da santidade e da vida (cf. Jo 10.36), a fim de que essa natureza humana por sua vez santifique cs homens e os dirija todos consigo ao louvor e à glorificação do Pai. E’ êste o tema dominante da chamada “oração sacerdotal” de Cristo reproduzida em Jo 17, oração da qual se salientam aqui as seguintes passagens: o Pai santificou e enviou ao
10
36
>,
homens
mundo
dando-Lhe o poder sôbre tôda
seu Cristo (17,18;
cf.
a carne, sôbre todos os
(17,2. 9s);
esta missão do Cristo tem por fim comunicar abundante(cf. 10,10) aos homens o conhecimento, o amor, a glória, em suma, os bens sobrenaturais que o Pai derramou em plenitude sôbre a Cabeça, o Cristo (cf. vv. 6.26: conhecimento; v. 26: amor; v. 22: glória; v. 17-19- santificação);
mente
esta efusão sucessiva da vida eterna redunda em glorificação dos homens, do Cristo e do Pai. O Pai é, em última analise, o térmo do qual tudo procede e para o qual tudo converge (cf. 17 1-5). Tôda a vida e a atividade do Cristo só visavam a glória do Pai; cf. 7,18; 8,50; 9,3; 12. 27s. Esta glória do Pai. porém, só devia ser obtida mediante a glorificação do Filho ou o triunfo dêste sôbre o sofrimento e a morte (cf. 11,4; 14,13; 17, ls), triunfo que, por sua vez. redundaria em santificação dos
—
homens. Esquematicamente,
a
doutrina
escatológica
transmitida
pelo Evangelho e as epístolas de São João se poderia resumir nos marcos propostos nas págs. 32 e 33, centrais da Revista.
14
—
O
TEMPO PRENHE DE ETERNIDADE Em
verifica-se que a Escatologia no quarto acha deslocada, antecipada dos últimos tempos cronológicos para a hora presente, que. teologicamente, é sem dúvida a última (cf. 1 Jo 2,18). São João dá o máximo de ênfase e pujança à tese de que a vinda do Messias introduziu o fim dos tempos. Por isto julga que os acontecimentos essenciais e decisivos da Escatologia se deram quando Cristo veio ao mundo em sua carne mortal; cada vez que um homem, em qualquer época da história, é colocado diante da mensagem do Cristo peregrino, dá-se um juízo, uma ressurreição ou uma perdição, que os últimos tempos da história hão de sancionar.
conclusão,
Evangelho
Uma
se
frase do
parece compendiar
Senhor consignada pelo quarto Evangelista com muita beleza tôda esta doutrina:
EM VERDADE, EM VERDADE EU VOS DIGO: SE ALGUÉM GUARDAR A MINHA PALAVRA, JAMAIS VERÁ A MORTE”
(8.51).
UMA AGUA VIVA
murmura em Min VEM PARA M O PAI ISta. iNlMJO
— 15 —
)
[p (D 10
a (S (D @
[|
(D
dos exercícios verbais
para
obter êste estilo verbal e êste desembaraço rítmico, porfazer exercícios. Além dos que já foram mencionados anteriormente (Cf. R. G. n.° 25 e 26 de 1958, pág. 47) que vi-
tanto,
sam a
teoria,
de preferência,
em
exercícios escritos, será necessário
decompondo o esforço, o movimento vopoderá apreender e compreender a legitimidade e a
fazer exercícios práticos,
assim se extensão dêste
cal;
estilo verbal.
volume do Nombre Musical que contém o estudo da paO lavra latina não é, como o l.° volume, enriquecido por exercícios no fim de cada capítulo; todavia será bom consultar o Cap. VI, pág. 2.°
mesmo 2.° volume. Depois de fazer os exercícios clássicos nos quais se visará obter um quase sincronismo na sucessão silábica, e o sentido do acento tônico em sua intensidade ársica, será necessário fazer exercícios verdadeiramente “verbais”, isto é, dizer palavras ou cantá-las em sua unidade, tendo o cuidado de bem levantar o acento tônico, e também de depor a sílaba final, bem delicadamente, atendendo à sua qualidade essencial de thesis. Eis uma possível ordem a seguir
274, n.° 373 dêste
nestes exercícios
:
— Fazer
recto tono, em crescendos e decrescendos verbais, sel.° guidos dos gestos rítmicos, primeiro em palavras longas, como justificationes, mirabilia, porque nelas o crescendo é mais fácil; depois, em palavras mais curtas como gementes, filia, tomando sempre o má-
— 16 —
A B B É
ximo cuidado de “decrescer”
NNETEAU
JEA
N
E A
J
de repousar os fins dos dáctilos tô-
e
nicos (ou proparoxítonos);
—
Tomar em seguida formas rítmicas verbais aparentemente 2 ° formadas por diversas palavras mas tendo uma unidade de sentido e constituindo ritmos perfeitos, como natus est, pleni sunt, e mesmo Deus meus. (Précis de rithmique de M. Le Guennant, ch. XXVIII. n.° 557-560);
—
3.° Cantar em seguida, na mesma palavra, melodias cada vez mais ornadas, começando por leves elevações melódicas no acento tônico, mas lembrando -se sempre de depor a final (e não somente de preparar ou de levantar o acento tônico) não se trata, com efeito, de exercícios do acento tônico mas de exercícios da acentuação com o fim de obter a unidade da palavra graças à deposição bem feita da final tética. ;
4.
- tó ad-ju 5.
ad
-
ju
-
tó
-
-
ri
- ri
-
um
ad-ju
um
ad-ju
-
-
tó -
tó
*
ri -
ri -
um
ad-ju
um
ad-ju
-
tó
-
tó
- ri
-
-
ri -
um
um
—
° Experimentar fazer êste exercício de unidade verbal com inversões melódicas, depondo bem discretamente a final. Para êstes exercícios pode-se, por exemplo, usar palavras tiradas dos Intróitos Circumdedérunt, Suscépimus, ou do hino Veni Creator;
—
° Tornar a procurar, em seguida, a unidade da palavra, por meio de exercícios de comparação, entre duas rítmicas verbais diferentes em fonéticas semelhantes, por exemplo “mira filia” comparada à “mirabilia” ou ainda “justi geméntes” comparado à “justificantes”, ou outras comparações que o professor, e mesmo o aluno, poderão inventar. Trata-se da procura da ligação unificante da sílaba de uma palavra para chegar-se à verdadeira dicção rítmica da
final:
mira
filia
mirabilia
jústi
geméntes
justificántes
— 17 —
oráte, frátres
oratiónes
PEDAGOGIA E'
bom
fazer êste exercício primeiro
versões melódicas que 6 °
ponham
em
êste ritmo
recto tono, depois
em
em
in-
valor;
—
Depois déste exercício de comparação, cantar, neste estilo nas quais a forma melódica poderia dar ao canto um ar íctico demasiado, provocando assim uma espécie de trotear desgracioso, como por exemplo pode acontecer numa sucesno Glória IX encontram-se excelentes exercícios... são de clivis: propter magnam gloriam tuam Cum Sancto Spiritu. verbal, sucessões de notas
.
.
—
7.° Em seguida somente, se abordará o encadeamento das palavras e a recitação continua, preparada pelos exercícios de compa-
ração anteriormente indicados: mira filia e justi geméntes. Evitarse-á assim a fragmentação verbal à qual os exercícios precedentes poderiam levar-nos a fazer. A recitação das orações em recto tono logo gozará de benéfica influência, por ex. Ave Maria, Salve Regina e
também
o Prefácio, e o Pater.
Em cada um dêstes exercícios convém notar, por ex. na audição de bons discos, como apesar déste encadeamento das palavras, ainda existe uma “distinção verbal”, mas sem fragmentação, isto é, cada palavra sendo pronunciada bem em sua entidade: por ex., no disco de Solesmes Noel, no salmo do Introito Puer, Cantate Domino canticum novum; algumas vêzes também o sentido da frase o exige mais nitidamente p. ex. entre saeculorum et Amen: é, no fim da palavra, no pousar da final, “um pequeno retardo quase imperceptível antes de tornar a partir”, diz D. Ga.iard numa página importante sóbre as “distinções” verbais <Méthode de Solesmes, p. 71).
RITMO ORATÓRIO, RITMO VERBAL, ESTILO ORATÓRIO E’ bom notar que êste estilo verbal, preciso, ritmado pelos íctus dos tempos compostos, não é restauração gregoriana por D. Pothier. Também não é o “ritmo verbal”, de D. David, ensaio de precisão e de simplificação do “Ritmo oratório” de seu Mestre D. Pothier. (D. David, Le rythme verbal et musical dans le chant romain, Université d’Ottawa, 1933).
Êste estilo verbal solesmiano é mais preciso que o ritmo oratópois enriquece-se com tõdas as precisões da rítmica de D. Mocquereau, que as utiliza coordenando-as num ritmo verdadeiramente
rio,
livre.
Aí, o acento tônico não tem um papel exclusivo, no sentido da intensidade, mas um papel verdadeiramente rítmico do qual a final é complementar. O texto não supera a melodia, mas funde-se com
ela
numa coordenação
verbal-modal.
— 18 —
A B B É
E A
J
NNETEAU
JEA
N
Como no “ritmo oratório”, não são as divisões importantes do texto que são unicamente levadas em conta no estilo verbal solesmiano. Neste, existem pequenas divisões de frases: as palavras; mas esta divisão não fragmenta, concorre, pelo contrário, para composto do qual sempre depende.
o ritmo
Tóda a parte de verdade contida na teoria do ritmo oratório se acha conservada na teoria de D. Mocquereau e no canto de Solesmes (Cf. D. Gajard: La métal qual se ouve na Abadia e nos discos. thode de Solesmes
p. 17).
D. David experimentou dar precisão ao “ritmo oratório” de D. Pothier, mas êste ensaio de precisão acentuou ainda mais a confusão
entre ritmo e intensidade, cípio,
no acento tônico
com
o ictus intensivo colocado,
(Cf. discos
Studio
SM
em
prin-
collection Monastères,
n.° 74).
A esta teoria falta uma riqueza: a noção de verdadeira liberdade do ritmo, que procede da independência do acento tônico e do ictus, do valor ársico do acento tônico anterior à sua intensidade; a forma do faltando isto, a liberdade se reduz apenas a uma forma ritmo verbal com acento tônico íctico e intenso. Não é inexato pensar que esta teoria não era a de D. Pothier, a qual era mais musical, menos simplesmente verbal, mais vaga sem dúvida, porém menos apertada numa fôrma verbal de modêlo único.
—
Assim êste estilo verbal solesmiano não sacrifica coisa alguma de verdadeiro na teoria de D. Pothier; leva em conta tôdas as precisões conhecidas, e principalmente estudos modais: ultrapassa tôdas as teorias de fulgores diversos, delas sendo harmoniosa síntese e a compreensão desta síntese encaminha ràpidamente para o verdadeiro estilo gregoriano.
UM DOS SEGREDOS DE SOLESMES Quando
se
ouve o Côro de Solesmes
e o
comparamos
a qualquer
outro Côro (não queríamos magoar ninguém, nem de leve), verifica-se no canto dos monges do célebre Mosteiro o equilíbrio artístico, a flexibilidade da linha intensiva ao mesmo tempo que o sentimento da oração; e essas qualidades não aparecem como o efeito de um requinte mas como o fruto de profunda sinceridade; não é a vida sentimental em suas impressões, mas a vida interior em sua expressão.
(1)
Ora não
é
gia do timbre,
1)
O
a qualidade vocal que o primeiro empolga, não é a mamas uma arte que transcende a voz, ultrapassando o
grifo é nosso.
—
A
tradutora.
— 19 —
PEDAGOGIA humano: a arte da humanidade diante de Deus. Na verdade, existe a beleza da melodia, cuja modalidade é tão nobre e tão profundamente humana; existe a riqueza de expressão neumática, a atrativo
igualdade rítmica, a regularidade flexível, rica de todos os pormenores que com tanta precisão (uma precisão às vêzes muito mal compreendida) que a “teoria de Solesmes” nos ensina; mas acima de tudo isto há outra coisa e não é sôbre oração que queremos falar: acima de tôda a teoria, há o estilo de Solesmes. Solesmes, não é a “teoria de Solesmes” mas o “estilo do Côro de Solesmes”: o Côro nos faz compreender a teoria, é preciso ouvir Solesmes. Esta teoria, certamente devemos estudá-la, ler os livros que a difundem, mas os livros não podem dizer tudo: é preciso ouvir; e não é mesmo que se ouve êste estilo verbal que sobressai acima de tudo? Existe uma espécie de dicção ritmada que envolve todos os pormenores da rítmica teórica e que é a forma do legato, o suporte das nuances rítmicas impalpáveis. Precisa-se ouvir Solesmes levantar calorosamente o acento tônico, mais ou menos levemente, plainando mais ou menos longamente; mas é preciso também ouvir Solesmes depor em seguida tèticamente, delicadamente, ritmicamente a final apaziguada da palavra depois do esforço do acento tônico; não se trata de uma simples nuance local mas de uma necessidade rítmica, de um estilo fundamental, de uma “forma” de Solesmes. O canto de Solesmes é “livre”, na independência do acento tônico para com o ictus, e de uma liberdade que noã se deve confundir com a simples liberdade da sucessão binária-ternária, que poderia tornar-se, caso não se tome cuidado, uma espécie de métrica íctica, onde se encontraria um compasso intensivamente afinado, de 2 tempos ou de 3 tempos.
—
ANALISE DOS DISCOS POR AUDIÇÃO Os discos de Solesmes nos permitem ouvir êste estilo verbal; para proporcionar uma percepção rápida dêste estilo verbal, damos aqui breve catálogo de exemplos; tomamo-los num só disco, o de Natal (Decca FAT- 173690) e entre os casos mais nitidamente reveladores da interpretação solesmiana. Para bem apreender pela audição a qualidade tética das finais, será bom, cada vez, escutar primeiro o levantamento ársico dos acentos tônicos, depois o pousar das finais, e enfim tornar a escutar a palavra para ouvi-la cantada
em
sua unidade.
Para maior simplicidade e proveito poder-se-ia examinar as palavras e as espécies de finais na seguinte ordem: no efeito tético dos ictus cadenciais traIctus cadenciais: a) ta-se sem dúvida da palavra, mas também do acabamento da fra-
— 20
.
JEAN
ABBÉ se;
êste efeito é tanto musical
tenha
quanto verbal,
natus est nobis.
.
bem que
a palavra
impérium... Amen.
.
Finais ícticas no correr do inciso.
b)
si
Exs.
aí o seu papel.
Intr. Puer...
NNETEAU
JEA
Exs.:
Puer vocábitur nomen. jubiláte. Grad. Vidéruní
Intr.
.
.
A deposição delicada da sílaba final é nítida, sendo que a palavra faz realmente um todo e a finai produz bem o efeito de acabamento verbal e de thésis em relação ao acento tônico, antes que a múesta ligação se sica ligue a palavra que se acaba com a seguinte faz mais ou menos imediatamente. Ouve-se bem esta deposição, não
—
•
só nas palavras que
não têm grande desenvolvimento melódico como
vocábitur ou nomen como também quando o arco melódico da palavra seja nítido como em natus est ou em impérium. Finais ícticas,
c)
mas em
inversão melódica mais ou
Grad. Vidérunt... Notum; Alleluia, dixit. Filius; Offert. Tui sunt... caeli...
Dominus o
menos
ní-
Exs.:
tida.
sedis.
.
.
O Côro não afirma brutalmente as finais embora seja ascendente movimento melódico: à melodia ascendente não supera. Finais no levantar do ritmo. Exs.:
d)
Intr. Puer.
.
Dominus
luia,
magni; Grad. Vidérunt.
.
Dies santiíicatus
.
.
.
Dixit.
venite adoratc
O
;
.
terrae.
.
.
.
terra; Alleluia,
Offert. Tui sunt...
efeito tético é
orbem; Alle-
menor por causa do movimen-
que continua; todavia, o efeito de unidade verbal é nítido: esta não é emitida com a nuance ársica que uma nota no levantar pediria, mas, primeiro, com o efeito de acabamento do ritmo verbal: a palavra ainda é cantada em sua unidade. to
final
êste respeito musical para com a finotar a corrente de acentuação que se manifesta claramente sob duas formas;
para
e)
bem compreender
nal, será útil
marcha tendente para
a
1)
o acento tônico nas palavras longas,
bem “uma”
palavra, não significa apenas conhecer a decomposição íctica da palavra; a palavra parte, intumesce, prepara seu acento tônico, já vive dêle, levanta-se sem o percutir, e depois apaziguar-se, e então a final, docemente, na calma mirabília, praeparátio; rítmica termina a palavra. Exs.: Intr. Puer. adoráte; Offert. Tui sunt caeli. pleniAlleluia Dies sanctificatus o progresso intensivo; cantar
.
.
túdinem
.
.
a decrescência lenta dos dáctilos em direção de sua final, sem pressa alguma. Exs.: Intr. Puer voca-
2)
.
.
.
a partir do acento tônico; bitur
.
.
.
.
.
consílii
— 21 —
PEDAGOGIA existe outra situação do acento tônico, aparentemente inverf) onde o acento poderia parecer sacrificado: algumas vêzes a melodia, tética, em descida nítida aborda um acento tônico baixo; nos discos de Solesmes, êste acento ainda é cantado como acento, com seu sõpro ársico, mais ou menos nítido, que prepara a final. Exs. sa,
:
Offert. Tui sunt...
fundásti. Intr. Cibavit, último Alleluia.
enfim, poder-se-ia encontrar, ouvindo atentamente êstes disalgumas exceções no tocante à final. Poderia ser isto imperfeinuances. Essas exceções, algumas vêzes, provêm de deções ou feitos do Côro. que neste lugar litigioso não está unificado. Exs.: g)
cos,
.
.
.
Alleluia
Dominus
dixit:
final ia pelos dois coros;
outro tem mais vigor e
existe
uma
diferença entre o pousar da
um, mais delicado, pousa melhor a final se deixa levar pelo movimento melódico.
Algumas vêzes uma nuance neumática vem modificar bitual da dicção normal;
é, p. ex.,
uma
—o
o curso ha-
destas clivis longas,
um
pouco
pesadas, que começam apódoses e indicam um patamar, um repouso depois do entusiasmo, ou uma indicação neumática não visível na Vaticana. Exs.: Intr. Puer...
húmerum;
Offert. Laeténtur...
fáciem.
Também, para
julgar o que algumas vêzes nos parecer anormal, será necessário saber se neste lugar estudado não há êrro de acentuação nos livros atuais; em nossos livros litúrgicos, a partir do séc.
XVI foram
aplicadas regras por demais estritas, fundadas na acentuação do latim na época clássica, quando deveria ter sido marcada a acentuação na época da composição do velho repertório gregoriano.
Algumas vêzes também seria necessário verificar se a composição estudada pertence à boa época gregoriana. Assim é interessante notar como, no disco de Páscoa que contém a Sequência Victimae Paschali que data dos meados do sec. XI, o acento romano exerce bastante a sua influência, e como Solesmes ali é mais “íctico” e mais percucientè que de costume. Depois dêste estudo analítico dos discos de Solesmes, a conclusão Solesmes canta a palavra; nós os ouvise impõe é a seguinte: mos quase sempre depor a final delicada, rítmica, de modo elegante e perceptível, de acordo com o conselho dado por D. Gajard, depois de D. Pothier, D. Mocquereau e do Chanoine Gontier, amigo e colaborador de D Guéranger.
que
Notamos também
que, a palavra é bem cantada em sua unidade, cantada isolada, à parte, como se estivesse sozinha: está prêsa numa frase; por isso, logo que a final da palavra é pousada, como final necessária, existe uma nuance de legato intensivo, mais ou menos nítido, e mais ou menos imediato, conforme as exigências do
mas não
é
contexto musical.
22
—
A B B É
J
JEA
N
E A
NNETEAU
resto, esta experiência de audição tão aproveitável, pode o também com outro disco de Solesmes por ex. o dos faze-la leitor ou o do Credo III ou I, ou Glória IX Introitos (Inclina, Exsurge
De
.
.
.
)
(com as nuances em Laudamus te mencionadas na Revue Grégorienne, 1955, n.° 5), o do Lauda Sion e do Veni Creator; em seguida, com qualquer outro disco, notando-se que o disco dos Allelúias convém dentemente menos porque é “jubilante” e menos verbal.
evi-
Enfim, pode-se ouvir um disco de outra interpretação, de outra mesmo dos que se dizem discípulos de Solesmes. Ver-se-á então onde se acham as diferenças de estilo, de flexibilidade, de unidade verbal, e uma pergunta se imporá: “Não seria êste estilo verbal precisamente um dos segredos de Solesmes?” Em parte alguma a palavra é cantada em sua unidade como em Solesmes.
schola,
Assim, a audição comparada de discos nos fará ouvir êste estilo em sua verdadeira extensão, para melhor compreender as melodias gregorianas provindas da palavra e enfim, quase imediatamente e facilmente, melhorar nossas execuções. verbal
ESTUDO DOS DISCOS POR RITMOGRAMAS Existe outro estudo dos discos que confirmará de modo objetivo, o que a audição permitiu observar: o estudo por “ritmogramas”. (2)
Seguem-se alguns ritmogramas, comentários preciosos, impesde discos de Solesmes e que mostram o pousar da
soais, registrados
final das palavras. 1)
Intr.
Cibavit...
saturávit.
A sílaba vit no levantar, antes da nota episemática do sálicus, é primeiro pousada com um muito leve e breve decrescendo, manifestado pela encosta da curva no lugar da linha pontilhada; é somente depois, e imediatamente como o contexto o pede, que se produz o leve e breve aumento de volume vocal antes da recaída no ictus do sálicus. Notemos que a final no levantar está pousada na nota modal FA. Pode-se também notar que é o acento tônico que é o cume da
2)
se trata de um gráfico, registrado automàticamente de um disco e que da a curva da intensidade dos sons em função da duração; é a curva-imagem das variações da intensidade do som, tal qual é expresso pelo disco mas despojado de sua altura e de seu timbre. Nesta curva se podem seguir as mesmas flutuações da intensidade e da expressão. Cf. também R. G. de janvier 1957, p. 77).
Lembremo-nos de que
— 23 —
.
.
PEDAGOGIA palavra e que o
LÁ
do sálicus não passa de
uma
bordadura,
e
não
faz o papel de polo intensivo.
—
NB.
Nestes
ritmogramas
pontilhadas delimitam os
T
C.
as
Verticais
binários ou
ternários (salvo, a vertical que não desce até a pauta, que indica o início do T. S., final da palavra Saturávit) De outro lado, a
notação gregoriana que não se pode distender
à
vontade,
rigorosamente
não permite sempre colocar nas "colunas” assim conscorrespondem aos T.C. Compete ao suprir esta aparente im-
tituídas, as notas que ip
em Vocábitur nomem)
ex.
leitor
inteligente
precisão.
iTrechos de carta)
2)
ALLELÚIA DIES SANTIFICATUS
Observemos a palavra Allelúia cantada a primeira vez pelo corinho, e a segunda vez por todos: a encosta da curva manifesta cada vez o pousar da final depois do acento tônico, um pousar manifestado por leve decrescendo, ligeira depressão vocal, seja qual fôr Na fig. abaixo podeo reforço vocal que se segue imediatamente. mos comparar os dois repousos ou apoios da sílaba ia; notemos no
lugar das linhas pontilhadas que, na repetição pelo côro, a voz é menos viva, pois a curva aparece mais retilínea, mais chata, isto é, de intensidade menos variada, logo, menos viva, menos vibrante que a do corinho.
— 24 —
ABBÉ 3)
JEAN
INTROITO PUER
JEA
NNETEAU
VOCÁBITUR NOMEM EJUS MAGNI
Na palavra magni verifica-se que a final da palavra não é cantada como ársis no levantar do ritmo, situação em que, entretanto, se acha, estando colocada antes do íctus da palavra seguinte, mas, sim, e até parece exclusivamente, como a final da palavra. Pode-se verificar, ao mesmo tempo, que a maneira de pousar a fiexecução do dáctilo tônico vocábitur bem decrescente e do espondeu tônico nomen que segue imediatamente com sua arsis no levantar. Isto ilustra a maneira de fazer o exercício proposnal, a diferença de
to
na
E’
la.
pág. dêste artigo.
somente em período de grande
volteio que Solesmes sacrifica
acabamento da palavra pela final, êste efeito de unidade; é necessário que a nota não tenha influência modal e os casos de inversão melódica em nota modal são raros; ainda se poderia pensar que a final pode ser ligeiramente pousada um instante e somente depois, mas logo depois, o Côro (para falar sinceramente, melhor o corinho do que o grande) se deixa levar pelo grande volteio que a melodia comanda: para Solesmes que, cada dia, canta neste estilo bem ritmado, peças em que a palavra criou a melodia, o estilo se tornou instintivamente verbal. Solesmes não pode fazer de outro modo. Graças a esta cultura lentamente adquirida, a esta impregnação verbal e modal, Solesmes tornou a encontrar uma interpretação conforme à própria estrutura do canto gregoriano: poderia ser isto um dos seus segredos de interpretação porque é um segredo de fabricação da melodia; eis porque a audição atenta dos discos de Solesmes e de outros, com êste espirito de pesesta discreta deposição da final, êste efeito de
— 25 —
PEDAGOGIA quisa,
pode permitir-nos rapidamente melhorar, não somente nosso
estilo,
mas também nosso
ensino.
A palavra bem pronunciada,
a palavra cantada em sua unidade, que se ouve nos discos de Solesmes e o que nossos livros não falam bastante, porque falam demais exclusivamente sôbre o acento tônico; o que se ouve, esta unidade da palavra, vivendo do acento tônico e fechada pela deposição da final, explica-se pelo duplo instinto verbal e modal que se ouve nos discos e dos quais se vê a causa na estrutura da melodia pode ser adquirido; não é mais somente uma receita de gramática, um esforço superficial, de expressão momentânea, local, mais ou menos forçada, mas um estilo de fundo; não é uma decoração, mas uma arquitetura, um estilo ao mesmo tempo rítmico verbal, modal: aliança íntima da palavra e da música. Querendo-se encontrar aqui uma receita, seja ela o respeito pela final sem nada sacrificar do acento t.ônico. eis o
Embora
as
aparências, isto não
arte; e é necessário lodia,
do ritmo
e
um
é
tão simples, revela grande
conhecimento aprofundado do texto
e
da me-
da modalidade.
CONCLUSÃO Defesa
da final das palavras! Tal poderia ter sido Esboçam, com efeito, uma defesa teórica do papel da final, necessária para terminar ritmicamente o sentido da palavra viva e musical, e uma ilustração do papel da final pela análise das melodias gregorianas, onde se viu o atrativo da final para com uma nota modal e a união íntima “em simbiose”, do texto e da música. Ilustram ainda o papel da final pela análise do estilo de Solesmes que canta as palavras em sua unidade, numa interpretação de acordo com a composição. e ilustração
o título destas páginas.
Tudo que estas linhas têm de gramatical ou de analítico deve ser pôsto a serviço da pedagogia, da arte, da oração. Êste conhecimento do papel da sílaba final das palavras permitirá a rápida aquisição dêste estilo verbal, ao mesmo tempo flexível, preciso e livre, que é uma das características da arte gregoriana. O canto pregoriano, então, simples e livre, torna-se verdadeiramente o canto da alma libertada, em oração, pois tornemos a dizê-lo, o ritmo gregoriano nos aparece agora como verdadeiramente livre; sabemos que o ritmo, teoricamente independente da matéria sonora, concretiza-se escolhendo dentre essas qualidades aquela que o vá especificar, dar-lhe sua existência e seu gênero; mas esta especificação muda sem cessar de forma, quando o ritmo é verdadeiramente livre; é, então, livre não somente na sucessão binária ternária, mas na liberdade da es-
26
—
A B B É
J
E A
JEA
N
NNETEAU
colha das qualidades sonoras ou verbais que o especificam; é livre, ao mesmo tempo mutável e dirigido; segue as menores flutuações do jôgo musical do compositor na flexibilidade das atrações verbais-modais. instintivas. No artista, dentro do respeito, enfim, dos menores desejos da alma em oração. E’ inspirado então, só pelo gênio musical, mas ainda e ao mesmo tempo, pelo sôpro da oração: a alma musical gregoriana, cantando em ritmo livre, está à disposição do Espírito que a faz “exalar gemidos inenarráveis”; o cantor é, então, simples como o filho de Deus, e livre, como a liberdade dos filhos de Deus; o ritmo é verdadeiramente livre, se fôr, a cada instante, bem o sôpro da alma, livre em sua oração, modulada pelo Espírito. Eis porque o canto gregoriano exprime tão bem a oração universal, e compreende-se por que São Pio X o tenha apresentando como modêlo de tôda música sacra: êle se eleva acima de seus alicerces latinos para desabrochar-se numa forma universal de expressão livre como a liberdade dos filhos de Deus
“Tudo se diz do canto gregoriano. E esta música, entretanto, que não derrama filtro algum, possui seu mistério. Não se lhe descobre coisa alguma de extraordinário e, durante séculos, esta música agitou
humano. E’ que, nela, a !uz vem do interior. E’ que ela tema medida exata de nossa espiritualidade. E’ que a incompará-
o coração
modo perfeito, a liberdade Ela é paz, serenidade, fervor, invocação tranqüila e certa de ser atendida. Procede por longas, calmas ondulações, como vagas do mar em belo dia de verão. Sob a forma que lhe é própria, não foi ultrapassada. Participa de uma época, mas ao mesmo tempo é eterna assim como o amor, a oração, a paz. vel liberdade
da alma no
de seus ritmos simboliza, de
seio do
amor
cristão.
.
A
Igreja não podia
sua liturgia.”
Apenas
nem sonhar com música mais
.
apropriada à
(3)
um
reparo: a incomparável liberdade de seus ritmos simda alma. não está dito completamente, pois não somente ela a simboliza, mas a exprime, realiza-a no canto, é dela uma prova cantada: a alma que a graça faz cantar livremente não pode conter-se nas mais belas convenções, nem mesmo nas melhores Obedecer ao Espírito que sopra como quer. intenções! boliza a liberdade
3)
COLLING, p.
.
.
Histoire de la musique chrétienne,
Arthème Fayard,
25.
“Aquêle que ouve a Minha voz tem a vida eterna.”
— 27 —
.
2.o
DE CANTO
LIVRO
GREGORIANO (
Reservados )
Direitos
A QUIRONOMIA
Communio do
6.°
Domingo depois de Pentecostes
Pensamos que terão
já os leitores traçado a quironomia desta seu próprio “Liber Usualis”. Se ainda o não fizeram, por favor, para seu bem, tomem do livro p. 1009, tracem a quironomia a lápis de leve, antes de prosseguirem no estudo e na comparação com o traçado da Fig. 89 abaixo.
peça,
em
Supondo agora que já o tenham feito, prossigamos; corrijam seus traçados pelos das Figs. 89 e 90. Analisemos :
lo
V
.
~
/
N»
psálmum
:
cantá-bo,
.
S
et
la-ti- ó- nis
ha'
i - r -\
• •
hó-sti-am jubi-
jus
é-
^~"V ^'"cãm*Dórni- no.
dí-
Fig. 89
Traçado do gesto motor (linha côncava porque o primeiro T.C. da peça é binário. l.
a
FRASE:
l.°
Arsis binária (só
em
silêncio,
pausa)
MEMBRO
temos o
2.°
—
l.°
inicial).
E’ binário êste,
INCISO: “Circuíbo”:
T.S. expresso, o
l.°
subentende-se
— thesis binária — arsis ternária — thesis biná-
punctum pontuado e sílaba final, tética por natureza). Neste houve concordância perfeita entre a melodia e o ritmo. Naturalmente, começou-se por um impulso (arsis, têrmo do gesto); segue-se um intervalo de 4. a descendente, (na clivis) pede thesis; a melodia sobe em intervalo de 3. a menor (SOL-SI bemol) e pede arCansis ternária (no tórculus) e thesis para repousar o inciso. ria (no
inciso
—
— 29 —
I
M.
R.
PORTO
O S E
R
-
O.
P.
tem esta palavra melódica (que aqui coincide com a palavra literária). Agora contem os tempos, traçando ao mesmo tempo os gestos rítmicos no espaço. (Vejam que dissemos: contem e não cantem é que para traçar a quironomia é mais lógico começar por contar: pois o ritmo ordena tempos e não sons). Traçaram assim o esquema VII, isto é, o movimento regular de entremeio de arsis e thesis. Êste l.° inciso se articula com o 2.° por mora- voeis. (Articula-se, sim, pois no ritmo não há solução de continuidade).
—
l.°
MEMBRO,
2.° e 3.°
—
INCISOS:
“et
immolabo
in tabernáculo ejus”:
com o 2.° tempo bem levantado, o acento tônico da palavra (LÁ) arsis ternária thesis binária thesis binária thesis ternária thesis binária (trístropha subdividida intelectualmente: o 3.° tempo arsis terrecebe o ictus, mas não se repercute êste som da longa) nária thesis binária e thesis binária, (na clivis duplamente pontuada). Também nestes 2 incisos há concordância perfeita entre a melodia e o ritmo: os acentos tônicos coincidem com as arsis e as Arsis binária
thesis binária,
arredondado, porque coincide
—
com
—
—
—
sílabas finais
O
— —
—
com
as thesis.
com
por meio de T.C. ternário tétiou cephálicus e o punctum, nas sílabas in ta). Êste T.C. é tético porque o intervalo de 4. a descendente do cephálicus o requer. Também por causa desta articulação imprescindível é que tivemos que analisar os 2 incisos juntos. O movimento ascendente de 3. a -menor iRÉ-FA) na sílaba ber pede naturalmente arsis, cujo 3.° tempo coincide com o acento tônico da palavra tabernáculo. Thesis na trístropha, que forma espécie de patamar e outra thesis no movimento descendente de 3. a menor (FA-RÉ), para tornar a subir no mesmo intervalo (RÉ-FA) no tórculus, depois firmar-se ainda em 2 a arsis com o episema horizontal da l. a nota do ancus, repousando-se na clivis duplamente pontuada, em 2 thesis, Nesta há respiração coletiva, mas rápida, antes da barra média. tomada do valor do último ponto mora. co,
2.° inciso se
(formado pela
articula
o
l.°
clivis liquescente
Cantem a melodia dêstes 2 incisos, melhor, cantem as 3 palavras melódicas neles contidas: a l. a de et até ta, a 2 a de ber até lo, e a 3 a coincidindo com a palavra literária éjus. Contem-nas em seguida, traçando ao mesmo tempo a quironomia no espaço, (a mão curva como de quem segura uma laranja, braço flexível, leve, mas com chegada precisa do gesto em cada ictus) Assim feito, devem ter verificado que traçaram os esquemas: VI (de et immolabo até ta), VI de ber até lo, VIII (compenetração do V com o VI) na palavra éjus. (Cf. Revista Gregoriana n.° 10, pag. 32 e
—
seguintes).
— 30 —
LIVRO DE
2.°
Neste
GREGRORIANO
C.
membro: “CIRCUÍBQ
l.°
ÉJUS” encontramos,
.
pois,
3
respectivamente, por mora-vocis e por T.C.
si,
.
—
—
.
(V e VI) em éjus. Devido às articulações dos incisos entre si, só seria permitida a respiração individual nos 2 primeiros incisos. O cõro todo deve dar a impressão da síntese do membro. Respiração coletiva obrigatória na barra média (após éjus). Mas deve ser rápida, tirando do valor do último ponto mora, como foi dito atrás.
2.°
Duas nária
arsis.
com
o
MEMBRO
—
“hostiam jubilationis”
—
thesis bino scândicus quilismático caso de espécie thesis binátempo levantado em arsis elementar
3.°
ria (clivis: 3. a
:
menor descendente)
—
arsis ternária
ria e thesis binária (esta cadência rítmica
— — thesis
formada por
um
ternátórculus
um punctum pontuado é tética por natureza, 2 thesis: denomina-se cadência espondaica ornada, sendo que a cadência espondaica simples é a que se forma de 2 punctum pontuados espondaica, porque deveria vir sempre com espondeus tônicos ou palavras espondaicas; imas há exceções perigosas, porque mudam pràticamente, isto é, conforme sejam cantadas, a acentuação da palavra... por exemplo cf. o Introito da “Assunção” em duódecim). A barra grande vale 2 tempos, em thesis.
e
—
Êste l. a
membro
é
pequeno
e se
confunde com o
inciso.
Termina a
frase.
Começou-se êste membro-inciso por 2 arsis: a l. a binária e a 2. a ternária; movimento ascendente do scândicus, que também coincide com o acento tônico da palavra: houve concordância entre a melodia e o texto nesta palavra melódica grafada no esquema VIII (em hóstiam jubi) Segue-se outra palavra melódica (em la-ti-ó-nis mais a .
barra grande) isto é: a arsis ternária, uma thesis ternária, uma binária e outra thesis formada pela barra grande que indica o fim da frase obedece ao esquema VI.
—
RITMO-FRASE
(l. a
frase):
PRÓTASE, até o POLO EXPRESSIVO em hóstiam; APÓDOSE, desde o POLO EPRESSIVO até jubilationis. Respiração obrigatória (isto é, coletiva) após éjus, mas pois
caminha-se para o POLO EXPRESSIVO da l. a frase. Nas barras mínimas (de inciso) só respiração individual.
-
31
—
rápida,
O TEMPO PRENt (QUADRO PALAVRA DE CRISTO
RESSURREI
MANDAMENTO VERDADE
JUÍZO (última hora
DO
PAI
(teológica)
VID^
VIDA
(em
(Jo
12,49)
(12,46-50)
(3,19-21)
géi
(5,21. 1
mediante
fé
amor os
Sacramen Batism
Eucarií
renuncia a
— 32 —
ETERNIDADE
DE N
Ó T
l
C O
)
MANIFESTAÇÃO
SPIRITUAL
RESSURREIÇÃO CORPORAL (último dia cronológico)
VISÃO FACIAL
RNA
GLÓRIA
(na alegria)
na dor)
AO PAI
0 - 22
;
(5,26 28s)
(1
.
)
- 33
—
Jo
3.2)
(Jo
17,
1-5)
)
;
M.
R.
I
O
R
-
S
2.
Um
só
MEMBRO,
PORTO
E a
O.
P.
FRASE
dois incisos
—
o
MEMBRO
coincide
com
a
FRASE. 1° INCISO: 1.
2.
Arsis binária, arsis ternária, thesis binária, que se liga com o 2.° INCISO por Ritmo Composto: thesis binária, arsis ternária, thesis ternária, arsis ternária, thesis ternária, thesis ternária, thesis bináthesis binária, thesis ternária, thesis binária.
ria,
a
palavra melódica:
cantabo
a
palavra melódica
psálmum dicam Domino (esquema VIII, isto é, compenetração do VII psálmum di
:
et
até o 3.°
(esquema VIII);
tempo do clímacus
e
do VI
di-
cam Domino).
A 2. a arsis em cantábo, pediu-a o acento tônico da palavra, assim como em psál além do motivo de haver intervalo ascendente da 4 a (SOL-DO). O POLO EXPRESSIVO está em dí (no pressus) por ser o T.C. mais alto e coincidindo com o acento tônico da palavra. (Se o côro estiver se-ia
com tendência para
ralentar demais, poder-
—como remédio, mas não é ideal — fazer uma 2 a l.
a arsis
no T.C. ter-
a l.
nário da clivis episemática na nota mais a nota da clivis vizinha; o número de thesis, seis, poderia ser causa dêste ralentamento
.
.
.
O POLO EXPRESSIVO DA PEÇA
tôda está
em
hóstiam, ponto
culminante da melodia.
Acabamos de indicar o 2.° modo de reger: pelos esquemas rítmicos ou por palavras melódicas (R.C.) e sintetisamos na regência pelo 3.°
modo, o do grande-ritmo ou ritmo-frase. Encontra-se subjacente nestes ritmos individuais, a ondulação Verifiquem é, as C.R.F. unidas pelos T.C
—
rítmica, isto
l.°
I
a
C.R.F.
:
INCISO:
“Circuíbo”
no punctum no 1° tempo da
arsis
inicial clivis
:
:
da peça indo para thesis (C.R.F. do 2.° estado ou
B); 2 a
C.R.F.
:
no 2.° tempo da clivis indo para thesis nos primeiros tempos do tórculus (C.R.F. do l.° estado ou A)
arsis 2
-
34
—
LIVRO DE
2.°
GREGRORIANO
C.
3.
a
C.R.F.
:
C.R.F.
:
4.
no 3.° tempo do tórculus indo para thesis no punctum pontuado (C.R.F. do 2° estado ou
arsis
B); a
arsis no ponto mora na sílaba bo precedente indo para thesis no punctum sôbre et (C.R.F. do 2.° estado ou B) etc. etc.
Experimentem traçar a ondulação rítmica peça tóda I a
e terão
que obter na
:
frase
—
C.R.F. e 21 T.C. - mais uma C.R.F. com no último ponto-mora da frase (em nis) indo para thesis no l.° tempo da barra grande e outra C.R.F. do 2.° tempo da barra grande indo para o l.° tempo do podatus liquescente emcan. Logo nesta l. a frase, contando a barra grande (pausa) que a ela pertence, há 22 C.R.F. (e uma arsis que vai repousar já na 2. a frase) e 22 T.C. 13 C.R.F. e 13 T.C. 21
arsis
—
2.°
frase
—
Se forem reger só pela ondulação rítmica, o canto será monótono, até, porque não poderão obter expressão. Verifiquem. 2 a peça da Fig. 90
martelado Nesta
:
Dómi-no,
bene-dí-ci- te nó-
men
Fig.
é- jus
:
be-
ne nun
90
—
a frase l. “Cantate. allelúia” 3 palavras literárias, mas 2 palavras melódicas nos esquemas VIII e VI Cadência feminina na clivis terminal do l.° inciso (em no), logo sem respiração por dois :
.
— 35
I
M.
R.
O
R
-
PORTO
E
S
O.
P.
2.
motivos: é só barra mínima silêncio, vale 2 tempos. 3. a
frase:
.
.
cantate.
.
Barra grande
cadência feminina.
e
—5
éjus”
palavras literárias,
mas
em
4 pa-
lavras melódicas nos esquemas IV VIII, IV e VIII. Entre o l.° e o 2.° inciso, articulação por T.C., não se respira aí. Barra grande, 2 tempos.
—
a frase allelúia” “bene. 10 palavras literárias, mas 8 palavras melódicas nos esquemas VI, VIII, VI, VIII, VIII, VI, VIII e VI. :
Articulação por T.C. entre “nuntiate” e “de die” pode-se respirar entre êstes 2 incisos mas muito ràpidamente; e não se deve respirar entre “diem” e “salutare”. Respiração obrigatória depois de éjus. Articulação por cadência feminina, entre os 2 allelúia finais, logo sem :
respirar entre os dois.
RITMO-FRASE l.
a frase
PROTASE, até o POLO EXPRESSIVO em Domino: APÓDOSE, desde o POLO EXPRESSIVO até alleluia.
Expressão 2.
a frase
Expressão a 3.
frase
:
piano.
PRÓTASE, até o POLO EXPRESSIVO em Domino; APÓDOSE, desde o POLO EXPRESSIVO até éjus. :
(l.°
membro)
(2.°
membro)
mezzo :
:
forte.
PRÓTASE, até o POLO EXPRESSIVO em bene (forte); APÓDOSE, desde o POLO EXPRESSIVO até éjus; PRÓTASE, até o POLO EXPRESSIVO em allelúia; APÓDOSE, desde o POLO EXPRESSIVO até o fim. (Continua)
S. João nos afirma a unidade profunda que existe entre a vida que o Cristo nos dá desde agora e a vida eterna que foi inaugurada por Sua ressurreição.
— 36 —
ESCLARECIMENTOS PEDIDOS 1.
—
61 O Canto Gregoriano O canto gregoriano pode ser considerado sob três aspectos diferentes °. Sob o ponto de vista histórico, o canto gregoriano representa uma forma de arte chegada ao estado clássico na época de I, cognominado o Grande, que foi para de 590 a 604; S. GREGÓRIO 2. possuindo, graças ao gênio romano, aquela segurança, aquela ordenação lógica, aquêle equilíbrio arquitetural que não se poderá, de boa fé, negar-lhe (1); e tão rico, enfim, de possibilidades de tôda a na3. tureza, que contém em germe muitas das formas posteriores da composição musical. :
:
Sob o ponto de vista litúrgico, o canto gregoriano, é o canto patrimônio da Igreja Romana (2), incorporado no culto público, a título preferencial e permanente, pelas decisões emanadas da autoridade pontifical, renovadas nos últimos tempos, e de maneira imperativa, por Pio X, Pio XI e XII. (3). °. Sob o ponto de vista técnico, o canto gregoriano opõe-se, pela modalidade, caráter monódico e liberdade rítmica, à música moderna (4) e sobretudo, bem entendido, à música métrica. Não se vai ao ponto de pretender, no entanto, que não hajam entre as diversas formas da arte musical, quaisquer que elas sejam, certos pontos de contato. No domínio do ritmo e da expressão, designadamente, muitas das questões abordadas a propósito do canto gregoriano permitem a aplicação a tôda a música de conclusões na aparência especializa°.
oficial e
das. E' sob o
ponto de vista técnico,
e,
mais expressamente, sob o pon-
vamos estudar o canto gregoriano. E’ difícil, a bem dizer, separar completamente a técnica da estética, pois estão intimamente ligadas. “A arte escrevia há pouco o querido e saudoso HENRI ELIE (5) — não é pura ideologia; ela utiliza a matéria, mas, precisamente, to de vista rítmico, que
—
porque a matéria possui virtualidades e disposições “que a tornam capazes de receber a marca do espírito; para empregar “a linguagem dos Escolásticos, a matéria possui aptidão para receber “a forma e ser primeiro isto ou aquilo e, ao mesmo tempo, tornar-se “no símbolo duma realidade superior, para dizer isto ou aquilo “O termo símbolo exprime exatamente esta disposição original “da matéria, ilustra claramente a ação criadora, projetando de um “só impulso a realidade espiritual e a realidade material, segundo “uma norma de concordância e de harmonia que é dado ao espírito “humano descobrir e explorar na obra de arte
“isso só é possível
.
.
“O universo criado
.
.
.
está cheio destas analogias reveladoras de
“plano inteligentemente ordenado e de
uma
— 37 —
.
um
finalidade onde a unida-
ESCLARECIMENTOS
PEDIDOS
“de se encontra na diversidade das formas. Elas são uma condição “da inteligibilidade e tornam possíveis a investigação e a arte. Se reu“nimos êstes dois termos: investigação e arte, é porque, quanto a “nós, a arte é um modo de intelecção, modo em que a sensibilidade “desempenha um papel motor muito particular, sem deixar de estar “submetido ao primado da inteligência (6). Nisto nos afastamos da“quêles que o submetem ao primado da sensibilidade (7). “Todavia, não se deve diminuir o papel ativo que a sensibilidade desempenha na elaboração da obra de arte; é a antena que a inteligência não pode dispensar para entrar em contáto íntimo com a “matéria que tem de aprofundar e explorar em todas as possibilida“des (8). Êste contato opera-se precisamente no seio da técnica pró“pria a cada arte; a técnica aguça, afina as nossas percepções da li“nha. da côr, do som, do ritmo, torna-as utilizáveis para o fim espi“ritual que a arte se propõe e é nesse sentido que se pode dizer que “a técnica informa a estética.” (9)
Se transcrevi esta página magistral
é
porque a
mesma
se relacio-
na diretamente com os fins que êste Epítome pretende atingir. Com efeito, devemos recordar constantemente que a arte não é nas suas realizações, do saber, da execução própria de cada das suas formas, de tudo, enfim, o que os gregos subentendiam
dissociável,
uma
pela palavra.
Na música não se pode aspirar à interpretação perfeita sem conhecimento preciso das condições em que se efetua, em todos os graus duma tão complexa organização a síntese dos elementos da linguagem sonora.
—
—
a Claro e é bem assim que se devem compreender as coisas técnica não é um fim em sí; ao serviço da música, não é mais do que um meio para chegar à expressão, quer dizer, à ressurreição de tudo o que vive latente sob a inerte fixidez dos sinais. Mas é um meio necessário e aspirar à expressão negligenciando a técnica equivale a construir no vácuo, colocando-se exatamente na situação paradoxal de alguém que quizesse traduzir o seu pensamento ou transmitir o alheio numa língua que não conhecesse (10)...
Da
base ao
cume do
edifício sonoro, nada,
em
qualquer
momento
pode ser esquecido ou desprezado sem que a música sofra diretamente.
Sem
como o corpo, tem os seus automatisas operações de síntese simplificam-se confundindo-se, quando se abordam os planos superiores da técnica, porque os dados das sínteses inferiores ou intermediárias se subordinam
mos
dúvida que o
espírito,
e os seus reflexos;
uns aos outros, completando-se progressivamente. Mas pode-se divorciá-los sempre, e tóda a síntese tem como fundamento indispensável uma análise tão exaustiva quanto possível.
38
—
ESCLARECIMENTOS 62
—
dom da
...“Esta grande contemplativa
PEDIDOS
(a Igreja), instruída pelo
tem o discernimento profundo de tudo o que faz falta ao coração humano, e reconhece o valor único da arte. Por isso, considerou-a Opus Dei e tanto a tem protegido no mundo. Mais: encomendou-lhe os perfumes de alto preço que espalha sôbre a cabeça Ciência,
—
dizem os filantropés do seu Senhor. Ut quid perditio ista? Mas ela continua a embalsamar o corpo do seu amado de quem, todos os dias, anuncia a morte, donec veniat.” (J. Maritain, op. cit., e os
pos.
pag
112).
A
esta espécie de Consagração dada pela Igreja ao canto gregoriano voltaremos mais tarde (n.° 7) para mostrar como êle realiza a harmonia do divino e do humano duma maneira perfeita: tão simplesmente, com tal naturalidade que ninguém se deve admirar de aí respirar, por assim dizer, tão à vontade. Não é difícil, aliás, descobrir a razão. Se bem que impregnado de teologia, o canto gregoriano foi feito e mantém-se à medida do homem: não do homem considerado em estado puro, duma espécie de super-homem abstrato, mas do homem tal como êle é, escravizado às exigências do seu corpo e vulnerável, ao mesmo tempo, na alma, na sua inteligência, no seu coração e nos seus sentidos dum homem em que cada um de nós pode, em definitivo, reconhecer-se e reencontrar-se. Resulta daqui que a espiritualidade do canto gregoriano é fácil e diretamente assimilável, a ponto de serem muitas vêzes as almas mais humildes que dêle tiram maior proveito. O canto gregoriano é um fermento muito ativo de vida interior, um antídoto poderoso contra as paixões que o Demónio tenta, pela tripla concupiscência, inocular-nos: um autêntico sacramental, diz o P. SERTILLANGES. Poder-se-á acusar de exagêro e censurar aquêles que empregam a seu respeito r> palavra carisma, depois de se ler a extraordinária declaração de SANTA HILDEGARDA no Capítulo de Mayence? “Asnasceu por escrevia ela sim como o corpo de JESUS CRISTO
—
—
.
—
.
.
—
intervenção do Espírito Santo, da integridade virginal de Maria, assim o canto de louvor, éco da harmonia celeste, foi enraizado (radicatum) na Igreja por uma intervenção semelhante do Espírito Santo
.
.”
A.
LE GUENNANT, “Epítome de Rítmica
Gregoriana’’
(Tradução Portuguêsa).
—
63. Está certo. Não se pode predeterminar tôda a interpretação a dar-se a tal ou tal trecho musical. Transcrevemos abaixo o que diz Le Guennant no seu “Epítome de Rítmica Gregoriana”, capí“Não só não se pode dizer tudo mas seria vão pretendê-lo, tulo 21: já que a arte, qualquer que seja a sua forma, escapará sempre ao automatismo das fórmulas feitas.
39
—
ESCLARECIMENTOS
PEDIDOS
Sem dúvida, tudo está nos sinais, pelo menos em princípio e na intenção do compositor; mas não é menos verdade que o intérprete deverá muitas vêzes procurar para além dêles a que correspondem as suas figuras simbólicas. (11) Questão de musicalidade e cultura? Sem dúvida. Mas questão de reflexão e porque não dizê-lo? de pensamento interior, de meditação.
—
—
também
Quando um chefe de orquestra quer dar de uma obra uma versão não somente conscienciosa mas também,
e
sobretudo, viva, não se
contenta em examinar-lhe superficialmente o plano arquitetural ou a instrumentação. Mesmo se souber a partitura de cor, a sua execução mostrar-se-á fria e apagada se, para lá das combinações ou oposições de timbres, não tiver ido até às razões de ordem expressiva que as motivaram e não tiver encontrado o ponto em que a música escrita se identifica com o seu canto interior que os sinais têm por função despertar e sem o recurso do qual a técnica, só por si, seria absoluta-
mente inoperante. Assim sucede com o canto gregoriano, onde um sem número de pormenores de interpretação apenas nos revelarão à luz da sua musicalidade e, no prolongamento desta, da sua espiritualidade. Porque tudo nele é oração, melodia e texto conjugados. Não é senão por abstração que se podem distinguir. A música religiosa não é um acessório ou um ornamento exterior; é a vida da própria oração que toma a sua forma completa; ela está ligada à palavra como a palavra ao pensamento, o pensamento à alma e a alma ao EspíritoSanto”.
(12).
E\ portanto, o espírito de oração, cuja origem se encontra na nossa alma, que, para além das palavras e dos sons, deve reger em canto gregoriano as relações dêstes com aquêles.
E
se êste espírito de oração aceita perfeitamente os magníficos
Deo do II Domingo da Epifania nos dá exemplo, opõe-se radicalmente a todo o lirismo inútil, a tôda a falsificação dos sentimentos naturais, a tudo o que perturbaria aquela paz fora da qual as coisas não poderiam ser estabelecidas na sua ordem própria, no seu ritmo. vocalizos, de que o Jubilate
Eis-nos, assim, reconduzidos à técnica.
Com
efeito,
como
realizar
de palavras na oração, de que fala algures SÃO BERNARDO (13), fora de certos processos, fora de um certo mecanismo cujo funcionamento em tudo o que é melodia acabamos de estudar ? Quem não vê que êstes meios são necessários e que seria pura ilusão pretender atingir um fim situado para além dêles sem, primeiro, os haver utilizado?...” (Ibidem). êste
harmonioso acordo de sons
e
— 40 —
ESCLARECIMENTOS 64
PEDIDOS
O EPISEMA NO ICTUS
Princípio.
Por sua afinidade com a duração, o pousar do ritmo tem uma aptidão tôda natural para receber o episema: um alongamento sensível não corre risco, portanto, de modificar o ritmo. a)
ma
O caso mais natural é aquele em que o episerecaída tética, da melodia, como por exemplo nos ca-
Ictus téticos.
acusa
uma
sos seguintes
:
Grad. Propter veritatem (L.U., p. 1603, em quia concupivit rex): notar o episema na primeira nota do grupo de vit All. Caro mea (L.U., p. 945, na vocalise final, último inciso): notar o episema na nota inicial do grupo, e outro episema, indicado pelos manuscritos, abrangendo as quatro primeiras notas do clímacus DO, LA, SOL, FA. Ant. Nativitas tua (L.U., p. 1627, em Sol justitiae): notar os episemas na l. a nota do podatus, e na primeira, na terceira e na última nota do clímacus. Graças a êste princípio é que os coros têm tendência para alargar um pouco as recaídas, mesmo quando não exista episema, como por exemplo no Salve Regina, simples, em illos tuos; é uma tendência natural que não se deve procurar suprimir completamente, porque se pode obter então uma execução precipitada e desgraciosa. Por extensão os ictus téticos de uma cadência são muitas vêzes marcados também com o episema, mesmo que a recaída melódica esteja menos acusada; já vimos atrás como é que o episema freia desta maneira o impulso das fórmulas-tipos que terminam uma peça. b) Ictus ársicos. Todavia, mesmo quando se trata de um ictus ársico, não é raro encontrar-se um apoio rítmico. :
Por isso, vê-se muitas vêzes (ao menos nos manuscritos) um episema na primeira nota dos podatus de acento, como nos três exemplos seguintes, tirados do Gradual Dirigatur (L.U., p. lavras in conspéctu-elevátio-manuum.
Constitui isto
1C60) nas
pa-
uma nuance muito interessante para a execução em geral. A tendência moderna, com
correta, gregoriana, do podatus efeito, é
de encurtar a primeira nota para deixar todo o pêso do ritmo esta última se encontra num
na segunda, principalmente quando cume melódico.
O gregoriano mais comedido dá, pelo contrário, todo o apoio da voz à nota íctica, base do impulso rítmico, e passa arredondadamente e com doçura pela nota aguda como se esta saísse da primeira. Mais uma vez, o episema lembra aqui o verdadeiro estilo gregoriano, sem prejudicar naturalmente o caráter especialmente expressivo
que confere ao impulso melódico.
— 41 —
ESCLARECIMENTOS
PEDIDOS
Aliás, o episema é encontrado, não somente no acento tônico, camais freqüente, mas também, muitas vêzes, quando a melodia toma um impulso mais vigoroso. Acontece então, ao menos nos manuscritos, que o episema afeta não só um ictus apenas, mas tôda uma série, que se torna assim como trampolins do ritmo e da intensiGrad. Benedictus Dominus (L.U dade: p. 478,): em Suscipiant
so
,
Anima
em
Erépta est. episema sempre salienta o papel do ictus e déle participa como o ictus, o episema ajuda pois o movimento a tomar impulso ou a freiar quando chega ao fim, da mesma maneira que as recaídas ao solo do cavalo de corrida a galope dão-lhe mais andamento enquanto tende para o fim, mas ajudam ao seu ralentar logo que passe a meta (Cf. Dom GAJARD, Notions de rythmique, p. 33). Vê-se, portanto, como o episema assim compreendido não concorre para entravar a marcha da melodia, mas, pelo contrário, é êle que acaba de dar-lhe sua linha própria. Ofertório
Resumindo:
nostra (L.U.. p. 430,): esteja
na
arsis
ou na
thesis, o
—
Em
todos êsses casos, não se tema transformar o ritmo por um pois, mesmo quando se chega a dobrar materiaimente a nota, pode-se sempre contar: um, supondo um alargamento do tempo; também, em estrita análise não se é obrigado a transformar um binário em ternário nem sobretudo, de colocar um segundo ictus no segundo tempo de um ternário. Enfim, o episema não deve ser uma nota pesada, na qual a melodia se atola, mas conserve êle sempre ao ictus a elasticidade que lhe aí está todo o segrêdo é própria e sua tendência para se projetar-
alongamento exagerado;
da execução do
NOTAS
ictus.
“Esta arte tão hàbilmente ordenada, mas sempre tão (1) natural, só se explica como tendo pertencido a uma sociedade literária cultivada, habituada às mais finas sutilezas da linguagem e da música. Nada mais falso, nada mais oposto a todos os dados históricos, e sobretudo aos monumentos, que um S. GREGÓRIO, o Grande, fazer-se bárbaro para agradar aos bárbaros. De resto o canto gregoriano não data de S. GREGÓRIO, nem o sacramentário que ostenta o seu nome: um e outro mergulham as suas raízes num passado onde floresciam ainda as tradições antigas da literatura romana. As melodias, como as palavras, lembram um mundo impregnado de recordações e de modelos da antiguidade clássica; ambos têm uma seiva literária, uma forma dôce e nobre, frutos de uma civilização que, herdeira simultânea das felizes invenções do gênio humano e do bem das verdades divinas, soube admiravelmente servir-se das primeiras para decorar e ornamentar as segundas. Não nos surpreendamos, por isso, de encontrar no sacramentário um latim digno dos mais belos séculos, e, no antifonário, um canto capaz de deliciar os ouvidos mais (“Paleografia musical”, tomo I, Introdução geral, pag. apurados.” :
113). (2) “E’ à Igreja católica, e mais especialmente aos Pontífices romanos, ninguém o esqueça, que a ciência e a arte são devedoras desta
— 42 —
ESCLARECIMENTOS
PEDIDOS
Inspiradora e guardiã fiel do belo, assim língua musical litúrgica. como o é do verdadeiro e do bem, a Santa Igreja criou esta língua harmoniosa cujos acentos espontâneos e o ritmo flexível e natural ajudam e, ao mesmo tempo, obedecem, tão maravilhosamente, aos sentimentos da alma que reza, cantando, e canta, orando” (Ibidem, pag. 49). “O canto gregoriano, diz também o Rev. Padre Dom COZIEN, abade de Solesmes. é o arco-botante da liturgia romana. Se esta a pouco e pouco suplantou as outras, foi sem dúvida por causa do seu valor intrínseco e da autoridade papal, mas sobretudo, talvez, por causa da beleza do canto gregoriano. O que o prova historicamente é o fato de que a liturgia romana tem seguido as flutuações do canto: isto é, foi acusando uma decadência sem remédio à medida que se deu o abandono das tradições rítmicas” (“A obra de Dom Guéranger”, notas, pag. 62). Motu proprio de 22 de novembro de 1903; constituição apos(3) tólica Divini cultus sanctitatem de 20 de dezembro de 1928; constituição apostólica Deus seientiarum Domimis de 24 de maio de 1931 e Regulamento-anexo de 12 de junho de 1931; Encíclica Mediator Dei de 20 de novembro de 1947. Há entre êstes diversos documentos uma ligação definida, uma continuidade suficientemente demonstrada pelo fato de, na Encíclica Mediator Dei, Pio XII se limitar, no que se refere ao canto litúrgico, a ir buscar aos seus predecessores os próprios termos em que as prescrições da Igreja, a êste respeito, haviam sido
—
solenemente promulgadas.
A propósito, lembremos que PIO XII acaba de chamar, uma vez mais, a atenção dos católicos para o grave dever que se lhes impõe da obediência à Igreja em matéria de liturgia. “E’ necessário acima de tudo vigiar por que todos obedeçam, com o respeito e a fé que lhes são devidos, aos decretos publicados pelo Concílio de Trento, pelos Pontífices romanos, pela Sagrada Congregação dos Ritos, e a tudo o que os livros litúrgicos estabelecem sôbre a ação exterior do culto público.
“Em tudo o que se relaciona com a liturgia, é preciso que se manifestem o mais possível as três condições de que fala o Nosso predecessor PIO X: o respeito do sagrado, que repele com horror as novidades profanas; a dignidade e a correção das obras de arte, verdadeiramente dignas dêsse nome; enfim, o sentido do universal que, tendo em conta as tradições e os costumes locais legítimos, afirma a unidade a catolicidade da Igreja”. (Encíclica Mediator Dei, 4. a parte, II.) Aviso oportuno, numa época em que nos enchem os ouvidos, em todos os domínios, com pretensas reformas de estrutura que não são mais, na realidade, tão imprudentes e apressadas se revelam, do que agentes de demolição. E’ conhecido o dito severo de CLEMENCEAU: “Eu não vos censuro, católicos, de fazer Encíclicas; censuro-vos de não as pordes em prática !” (4) Cf. “Número musical”, I, l. a parte, n.°s 87 a 91 o que aqui dizemos não tem senão um valor de princípio e não deve ser exagerado. Em tôdas as épocas da história da música, os compositores têmse esforçado por libertarem-se do jugo das regras e, por efeito das mesmas preocupações, somos testemunhas, na arte contemporânea, de uma verdadeira renovação da escrita musical. HENRI ELIE, sub-diretor do Instituto Gregoriano, falecido (5) em 13 de janeiro de 1940. “Quer quanto à arte em geral quer quanto à beleza, é a inte(6) ligência, como o ensinam os doutores escolásticos por tôdas as ma-
—
— 43 —
ESCLARECIMENTOS
PEDIDOS
que tem o primado na obra de arte. Sem se cansarem, estão sempre a lembrar-nos que o primeiro princípio de tôdas as obras humanas é a razão. Acrescentemos que, fazendo da Lógica a arte liberal por excelência, e em certo sentido o primeiro analogado da arte, èles mostram-nos que em tôda a arte há uma espécie de participação vívida da Lógica. “Tudo lá é ORDEM e beleza, “Esplendor, calma e volúpia.’’ neiras,
(Jacques
Razão tinha
(7)
MARITAIN,
SCHUMANN
“Arte e Escolástica’’, pag. 73).
ao escrever, nos seus “Conselhos à
Juventude’’: “Só sereis capazes de compreender bem o espírito depois de vos tornardes mestres da forma.” (8) Se é verdadeiro afirmar que o pensamento não pode existir para ser transmissível realmente senão incorporado na matédia, isto é, as palavras logicamente ordenadas, outro tanto se pode dizer da idéia musical. Porque, se a inteligência não é, em música, a faculdade criadora, pelo menos combina as células geradoras, ajusta-as, define a direção e os limites do seu desenvolvimento e, finalmente, constrói a obra. E’ preciso ascender às operações intelectuais para compreender alguma coisa da organização da matéria sonora.
—
—
—
—
“A obra de arte escreve ainda J. MARITAIN é pensada antes feita, é amassada e preparada, moldada, incubada, amadurecida na razão antes de passar à matéria. E aí conservará sempre a côr e o sabor do espírito. O seu aspecto formal, o que a integra na sua
de ser
espécie e a faz o que é, é o seu condicionamento pela inteligência.” Notas do autor. (Op. cit pags 16-17) Boletim do Instituto Gregoriano, n.° de abril-junho de 1939: (9) “Em defesa da ordem”, pags. 337-339. A técnica é o conjunto dos processos de que o artista dis(10) põe para dominar a matéria e para a adaptar à ordem, a uma certa ordem que é própria a cada forma de arte. Abordar a matéria artística sem saber do seu ofício como é freqüente fazer-se tão levianamente quando se trata de música é criar necessàriamente a desordem, é ir contra as leis naturais de tôda a atividade humana, é querer, numa palavra, tentar o impossível. Em tal caso, a matéria resiste e vinga-se cruelmente do imprudente que teve a temeridade de se ,
—
—
—
medir com êle completamente desarmado. Quanto mais o estudo da técnica fôr aprofundado mais a beleza se nos manifestará no seu puro esplendor. “Quando se compreenderá escrevia há pouco E. VUILLERMOZ, a propósito de um concêrto que a radioatividade das grandes de TOSCANINI em Lucerna obras-primas musicais depende, em grande parte, do rigor da preparação e da Derfeicão da sua interpretação ?” (Candide de 9 de agos.
—
—
to de 1939). (11) Cf. n.° 7. (12) R.P. SERTILLAN GES, Oração e Música, pag. 12. (13) “Pelo que respeita à música, deve acompanhar o canto de uma maneira dõce e grave, de modo que as suas modulações não
conquistem o ouvido senão para introduzir mais agradàvelmente a piedade no coração. Assim, a música empresta asas às palavras cantadas, incute a paz às almas que amam a paz, confunde-se com a oração sem obscurecer a significação das palavras. Porque privamo-nos de um bem mais considerável do que se pensa quando os ruídos harmoniosos do canto absorvem o sentido das palavras e se está mais atento à variedade dos sons do que à verdade que os sons encerram !”
44
—
.
VIDA
DO INSTITUTO
PIO X
Recebemos diversas cartas de nossos alunos e pedidos orais, para que lhes contássemos como começou nosso I. P. X. Achamos melhor tornar a publicar, por partes, o que, sôbre o assunto, foi elaborado no “BOLETIM da ESCOLA PIO X” e que já se acha esgotado :
Como nasceu
a
ESCOLA
?
De um ato de fé, daqueles que “transpõem montanhas”. pobreza de dinheiro, pobreza, sob muitos asQue montanhas? pectos, da Religiosa a quem Deus confiou a obra. Mas confiança no
—
“Procurai antes de tudo o Reino de Deus e tudo virá depois por acréscimo”. S foi assim. Nada mais simples que a fundação de nossa ES-
COLA. Nos bancos do INSTITUT Para
lá
GRÉGORIEN
a Superiora Geral das Dominicanas
de
PARIS
mandou
aquela Reli-
giosa curiosa e desejosa de estudar de verdade a arte gregoriana.
Na-
Desejo algum manifestara. Pelo contrário. Obedeceu. Foi. A obediência é o avião mais rápido e agradável, quando vista sob o prisma sobrenatural. Santa obediência que proporcionou três anos e meio de intensa vida, como a sabe dar o “Institut Grégorien de Paris” de modo essencialmente fraternal. De espírito cristão. Em aula de Mr. Le Guennant, brotou a idéia de uma Escola no Brasil e de uma Escola Pio X, o grande Papa que reclamava para o canto da Igreja a beleza: “Cantai com beleza”. Doravante, em tôrno desta idéia que se tornou decisão, correram todos os estudos, tôdas as preocupações, tôda a atenção. Verdadeiro polo para o qual e em tôrno do qual se concentravam todos os esforços. ESCOLA PIO X... ponto de mira... no Brasil!... (1).
da pedira.
Em
Fátima, dia 4 de Julho
Antes de regressar ao Brasil, a Religiosa Dominicana entregou todo aquele Centro de trabalhos e preocupações à Nossa Mãe do Céu, num dia inteiro passado junto da Virgem do Rosário de Fátima. E Ela tomou a frente. Para que preocupar-se ? Nossa Senhora e Pio X tomaram o comando da ESCOLA. .
(1)
.
—
Pouco mais tarde foi registrado com o nome de “Instituto Pio do Rio de Janeiro.
—
45
—
X
VIDA DO INSTITUTO PIO Dia 20 de julho de 1950
com
Mlle.
primeiro encontro,
em
X
terra brasileira,
Jeanne Coutela, também formada anteriormente pelo
Institut Grégorien de Paris.
Dia 28 de julho, a Revma. Madre Vigária Geral das Dominicanas, o.p. em audiência com S. Emcia. o Sr. Cardeal Câmara, expôs-lhe o desejo da fundação de mais um curso de Canto Gregoriano na Arquidiocese. “Aprovo muito e abençoo. Entendam-se com Mons. Mota”.
Madre Maria Geraldo,
Vamos organizar
?
Dia 31 de julho, entrevista com Mons. João Batista da Albuquerque, Presidente da Comissão de Música Sacra da Arquidiocese e Reitor do “Seminário S José”. Exposição de planos. Acolhimento franco e cheio de entusiasmo, prudência e benevolência Não se transpôs uma Montanha talvez mesmo, nem uma Colina!... Como é bom lidar com pessoas compreensivas!
Vamos.
Mota
e
—
—
“Lancem
as bases
dum programa”.
.
.
de agosto voltávamos ao Seminário, levando o Regulamento Mesmo acolhimento. “Examinaremos o projeto e o apresentarei ao Sr. Cardeal D. Jaime de Barros Câmara”. Aviso por telefone: dia 18 de agosto:
Dia
e
o
7
Programa do Novo Curso.
—
—
“O projeto da “Escola Pio X”. regulamento e programa, estão aprovados e abençoados por S. Eminência o Sr. Cardeal. Pede, entretanto, que se acrescente, após a frase: “Filial do Instituto Gregoriano de Paris”, os dizeres: “e sob o patrocínio da Comissão de Música Sacra da Arquidiocese do Rio de Janeiro”.
A “Escola Pio X” funcionará, pois, em completa autonomia, obediente às diretivas da Autoridade Eclesiástica.
mas
Fica então determinado com Mons. Mota que a ESCOLA PIO X, sede no Centro Social Feminino, â Rua Real Grandeza, 108, BotaRio, iniciará seus trabalhos a l.° de Setembro próximo, para fogo
com 4
—
mêses de estudos
iniciais.
Fase de propaganda
Na calma. na miaor modéstia (modéstia à parte). Pois começávamos sem capital, sem meios pecuniários para poder-se usar do Rádio e do Jornal na escala de publicidade exigida por tais circunstâncias. E continuamos na mesma Procuramos Estações de Rádio que sintonizassem para o Céu telefonemas foram feitos e cartas enviadas a diversos Conventos de .
.
!
:
—
46
—
.
VIDA DO INSTITUTO PIO Contemplativas, pedindo orações pelo empreendimento. dade do Céu para a terra foi-se fazendo. .
E a
X
publici-
.
ESCOLA 2.000 cartazes bastante artísque espalhámos pelas igrejas e educandários. Um sacerdote cuja Congregação possue ótima tipografia, ofereceu, espontâneamente, a impressão de 2 000 folhas de propaganda da organização dos Cursos. Nossa Mãe do Céu e o Bemaventurado Pio X continuam a inspirar a uns e a outros, pedindo-lhes auxílio para a “SUA” ESCOLA. Sigam bem os fatos e descobrirão maravilhas dentro da simplicidade. Obra de Deus. Melle. Coutela ofereceu à
ticos
E a inauguração da Escola
Como
foi?
?
como
— metendo a mão na massa
foi ?
.
foi ?
começando-se a tra-
1 .
quando
.
balhar, a trabalhar, no dia 2 de setembro, às 14 horas.
Foram fundadores do Ciclo para pessoas que só podem
é, Curso de 3 anos, espeaula por semana) 6 religiosas Angélicas, 3 Religiosas Ursulinas, 2 Religiosas Franciscanas e 1 Religiosa Dominicana. Os 12 Apóstolos de Nosso Senhor! Monsenhor trouxe-nos o incentivo de sua palavra sacerdotal, amiga e animadora.
cial
B,
ter
(isto 1
Daqui a pouco, vão permitir-me uma piadazinha fraternal sôbre a sorte dêstes 12 apóstolos. Não será muito maliciosa, não! Tratou-se para “o ano que vem”, quando já se fôr “gente”, cantar-se a Missa do Espírito-Santo, possivelmente, se Deus assim o con-
—
no dia de Pentecostes de 1951. E assim, em Deus, com Deus, naturalmente, na Casa de Deus, será a nossa inauguração oficial. Com 12 Apóstolos? Veremos. duzir,
e,
—
—
de setembro, matriculam-se 4 alunas e 1 aluno. InauguA (Curso de 3 anos, para a formação de professores técnicos e de regentes de Côro).
Dia
ram
8
o Ciclo
Dia 9, segunda aula para as Religiosas: mais duas Religiosas de Notre Dame se juntam aos 12 Apóstolos. São 14. No mesmo dia se dá a primeira aula para as domésticas: 2 se apresentam e são jocistas e Filhas de Maria. Curso gratuito, duas vêzes por semana. Aparecem 2, depois 4, mais 1. E ficaram até hoje, firmes e entusiasquatro. Boas sementes, que frutificarão com o tempo e com o tas: auxílio dos Revmos. Srs. Párocos, de quem “uma palavra basta...” E’ professora do Curso Mlle. Coutela.
—
Dia 14, primeira aula do Curso de Liturgia a quem têm direito as alunas da Escola Pio X. Não poude ir além de três meses êste Curso, porque a Diretora se viu logo absorvida pelas aulas de Gregoriano, e. “que é do tempo para preparar as aulas”? .
— 47 —
.
VIDA DO INSTITUTO PIO
X
do domínio sacerdotal. Com oração, prudênBemaventurado Pio X, o sacerdote vai aparecer. Esperemos. Bateu-se à porta dos Dominicanos: “Infelizmente, não é possível agora”. Está se batendo de mansinho à porta de São Bento. Tem-se muita confiança que, na hora justa, na hora de Deus, a resposta virá. Qual será? (1). Aliás, esta aula é
cia,
com
o “jeitinho” do
1 de outubro. Já 35 alunas: entusiasmo e união fraterna.
14 Religiosas e 21 leigas.
Há
estudo,
5 de outubro. Nossa Mãe do Céu e o Bemdo. Pio X estão sempre na direção de comando. Um novo instrumento para facilitar o trabalho entra na Escola: Melle. Coutela oferece um mimeógrafo “Gestetner”. Digamos todos por ela uma oração de agradecimento e bên-
ção.
E as “montanhas” de que
se falou de início ?
—
Mas já se disse qual foi a sua sorte... foram transpostas por cima, por baixo, pela direita, pela esquerda. .; mas sabem ? são segredos do Rei Nossa Mãe do Céu “as conserva em seu coração” e já as vem devolvendo á sua moda. Tôdas as obras têm o seu quinhão de lutas. é só o que a Rainha nos permite dizer. !
.
.
.
.
.
E agora,
lá
vem
a piadinha fraternal.
.
Chega novembro, dezembro... meados de dezembro,
os 12 Apósfundadores vão ser reduzidos a 3 no Colégio apostólico de Canto Gregoriano. Nove receberam: ou bilhetes de mudança de Casa, ou de mudança de emprêgo, aumento de horário de serviço, e adeus!... Mas não levaram ainda, só com três “íam tão bem! Que pena Um apêlo fraternal Revmas. meses de estudo, cabedal suficiente”. Madres Provinciais, queiram dar um “jeitinho”, sim ? tolos
!
.
.
:
—
Quer dizer que ficaram firmes para recomeçar em março 3 2 voaram, sumiram. (só Religiosas e 19 leigas, de 21 que eram. agora nas “Semanas Gregorianas” as vimos de novo. Por que não :
.
voltam?
—
.
.
Nota da Redação).
—
Funcionaram nos quatro meses setembro, outubro, novembro e dezembro aulas de: Canto Gregoriano, Liturgia, Latim e Solfejo.
—
<1)
Já veio em 12 de março de 1958, bem o sabem os leitores: temos agora no leme do Instituto um Sacerdote que nos diz, como outro Cristo que é:
DUC IN ALTUM DEO GRATIAS.
!
— 48 —
VIDA DO INSTITUTO PIO Novidades 27 de janeiro
—
Começa a
goriano, da Escola Pio X. é
quem
ser escrito o
Sairá
um
mimeografando
de março — Reabertura das aulas:
mes. decididas, capazes quando, depois do Curso 5 de
março
— Novo
em
Livro de Canto Gre-
l.°
dia a lume? impresso?
“Instituto Gregoriano de Paris” para o
go: 22 leigas,
1951
quem manda. Enquanto
sabe, que faz e
dens, vai-se traduzindo,
3
em
e progressos
X
se espera
—
Deus
Suas Or-
os pontos organizados pelo
l.°
Ano.
só as 3 religiosas;
mas
fir-
Muita esperança nelas se deposita, para feito, as Superioras as semearem, talvez.
Curso para leigos se abre com
3
alunas.
Lo-
2 Cursos.
—
de março Novo Curso para Religiosas: 9 alunas (Ciclo B). também dispersados êstes 9 Coros de Anjos? “Se Deus o permitir, não”, disseram as Revmas. Madres Superioras. E’ que elas querem e “põem, mas Deus dispõe”. As contas se devem ajustar, portanto, é lá no Céu. “Nossa Mãe do Céu e o Bemdo. Pio X, por favor, mais um “jeitinho”! São: 3 do Asilo Isabel, 3 Carmelitas educadoras, 1 da Assunção. 1 Filha de SanfAna, 1 Dominicana. Permanecerão sempre os 9 coros de Anjos, na “assistência à Escola”? 8
—
Serão
—
.
.
.
—
No fim do ano veremos. E a inauguração
oficial
da Escola
sai
ou não
sai ?
Roma não se fêz num dia! Estamos trabalhando, pouquinho mais que na véspera. Sairá. Modestazinha, mas sairá, com a graça de Deus. A banda de música faz muito barulho, sabe? Assustaria S. Gregório e os Anjos Cantores. Paciência!
cada dia
um
— Uma das
alunas da Escola Pio X já vai se casar. que voa! A Escola oferece-lhe u’a Missa de despedida. E faz um ensaiozinho para sair da toca em que a encerra ainda a falta de conhecimentos gregorianos ... E canta, durante a Missa, tímida e ainda informemente, o “Kyrie” e o “Sanctus” da Missa IV. Dom Marcos, que faria três dias depois o casamento, rezou a Missa. E consolou um pouquinho a Escola que ia perder uma aluna como a Lúcia Antunes, no início, pode-se dizer, de seus estudos, quando aconselhou esta a embalar os filhinhos ao som do canto do “Kyrie”. E tem de ser o “Kyrie IV”, por enquanto. não se perdeu, Três meses valem ouro! pois, o tempo. 21 de abril
Vejam
só!
Mais
.
.
uma
—
—
.
—
.
24 de abril Inaugura-se um novo Curso de importância capital: o de impostação da voz. E’ professora D. Clarisse Stukart. Método de inegável pedagogia. Muita precisão, clareza e capacidade de transmissão, aliada a docilidade pouco comuns, integrando-se no espírito e nas necessidades de uma Escola de Canto Gregoriano.
— 49 —
VIDA DO INSTITUTO PIO e
X
Neste mesmo dia. casamento, durante a Missa, de Lúcia Antunes Cláudio Braga, engenheho em Volta Redonda. de maio
7
E
—
—
Matriculam-se
o l.° Livro de
3
alunas novas, firmes até hoje.
Canto Gregoriano já está pronto
?
O
Diretor da Editora Nacional no Rio de Janeiro, fêz proposEspera resposta de S. Paulo. Já se pediu licença à Editora Desclée & Cia., em Tournai, Bélgica, para empregarse os sinais rítmicos de Solesmes, e tirar-se determinados exemplos e excertos dos livros de suas edições. Chegou-nos resposta favorável a 2 de junho de 1951. ta para a impressão.
Já é hora de inaugurar a Escola Está chegando.
?
Há um mês estamos preparando
a Missa de Penque deu muito trabalho para corrigir o ritmo. Fomos acolhidas com franca alegria pelo Revmo. Sr. Vigário da Matriz do Sagrado Coração de Jesus, Rua Benjamin Constant. Lá cantaremos a nossa primeira Missa, às 11 dia da Primeira Aparição da Virhs., dia 13 de maio. Coincidência: gem do Rosário de Fátima. tecostes, o
Comum
da Missa IV
e o
Credo
III,
“Por que a nossa primeira Missa não será cantada no Leme”?
—
Porque a estudamos pelo Rito Romano.
—
telefona-nos a Madre Superiora das Dominicanas de Monteils, neste dia é o Sr. Núncio Apostólico que vai oficiar a Sagração episcopal de D. Luís-Maria Palha, o.p., de Conceição do Araguaia. Venham cantar na Igreja de N.S. do Rosário dos Dominica-
Mas,
—
nos do Leme.
Somos poucas volume de
vozes,
apenas
10.
A
cerimônia requer maior
vozes.
- Faltam 10 dias. Será que não poderia ensaiar, diàriamente, Irmãs que lhe posso emprestar ?
— Está
6
dito.
Pedimos desculpas ao Revmo. Pároco da Matriz do Sagrado Coração que muito bem compreendeu. E começamos os ensaios reiterados com as Irmãs Dominicanas do Curso de Santa Rosa.
E cantamos a nossa Primeira Missa, alternando-a com os PP. Dominicanos, no dia 13 de maio de 1951, às 9 horas. A impressão deixada pela cerimônia foi de paz, de alegria, de alargamento. “C’est diria Mr. Le Guennant. pas mal! c"est méme bien”
—
—
50
—
VIDA DO INSTITUTO PIO
X
nosso Livro entra na Curia Metropolitana para a Censura e aprovação, no dia 7 de agosto. ">
Após as férias de 15 dias, no mês de julho, matriculam-se 8 novas São 34 agora. Os estudos decorrem num ambiente de entusiasmo, de fervor e de união fraternal, durante êstes 3 meses. alunas.
E
o Livro ?
Resposta alguma de S. Paulo. Quando chegar a hora de Deus. tudo se fará. Verão como é verdade.
Passamos todo o mês de outubro em preparação intensa da missa de “REQUIEM”. Melle. Coutela preparou as alunas do Asilo Isabel e as da Escola Feminina de Artes e Ofícios, que alternaram, e muito bem, o Comum com a Escola iPo X. Esta imprimiu a seguinte fôlha explicativa que foi distribuída aos assistentes :
“MORITURI MGRTUIS” No
dia 2 de novembro, às 10 horas, na Capela do Colégio de N. de Lourdes, Rua S. Clemente, 438, haverá Missa cantada de “Requiem”. Sra.
Por alma de todos os Fiéis Defuntos, principalmente dos parentes das professoras e alunas da ‘Escola Pio X” (Curso de Canto Gregoriano) e dos parentes das pessoas presentes à mesma Missa, a referida Escola cantará a Missa de “Requiem”.
O Próprio será cantado pela “Schola” e o Comum alternado com 120 vozes de alunas do “Asilo Isabel”, da “Escola Feminina de Artes e Ofícios” e
de alguns
membros da QOC, tôdas alunas da “Escola
Pio
X”.
A Rádio “VERA CRUZ” P.R.E.-2 a MISSA.
1430 prontificou-se a irradiar Foi locutor o Revmo. Frei Alberto Chambert o.p. «
>
,
A Festa de Todos os Santos, festa do CRISTO glorificado em seus membros, engloba tudo que é criado: o futuro, o passado e o presente. Todos os eleitos, portanto, de todos os tempos, nela estão Mesmo as Almas do Purgatório, assim como nós também ainda aqui na terra, estamos incluidos, visto como elevamos nosso louvor ao Cordeiro imolado. Todavia, no que diz respeito ao sofrimento, que as Almas do Purgatório são impotentes para achar alívio por si mesmas, a Igreja vem em seu auxílio. Aplicando-lhes. por seu incluidos.
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poder, os méritos de Cristo e dos Santos, diminui-lhes o rigor ou a duração de sua pena. Por isso, instituiu a Comemoração dos Fiéis Defuntos, logo no dia seguinte da de Todos os Santos.
um de nós tem os seus entes caros mais preo objeto da oração é tôda a Igreja Padecente,
Naturalmente, cada
mas
sentes neste dia;
coletivamente.
O sentimento que domina o Ofício todo é o de uma oração que sobe até Deus, em paz absoluta. A Igreja não chora. Sabe que as Almas do Purgatório estão mais vivas que nunca, pois estão fixadas em Deus, pela fé, esperança e caridade, num estado de profunda aleElas sofrem, é verdagria. Nenhuma delas quereria voltar à terra! de. E com uma sensibilidade espiritual muito grande, avivada ainda pelo desejo intenso de possuir a Deus. Entretanto, consentem plenamente nesta purificação necessária. E sua alegria fica inabalável. A Igreja sabe também que Cristo deseja, com todo seu poder, a libertação destas almas sofredoras, sôbre as quais Êle derramou seu Preciosíssimo Sangue. E sabe que Cristo operará esta libertação, logo que seja satisfeita a justiça divina.
E desta certeza que decorre a simplicidade, a serenidade admiráveis do Ofício dos Defuntos.
O
cristão de hoje perdeu, infelizmente, o
sentido verdadeiro da morte; por isso, não sabe mais compreender e repouso em Deus gozar, ao ouvir as palavras de “REQUIEM” luz de canosso fim último para o qual fomos criados; de “LUX” ridade que as Almas do Purgatório receberão em Deus, em plena me-
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no Céu. Lá, onde não ouvirão juízos desfavoráveis, lavras de amor, de caridade perfeita.
dida,
—
—
mas
só pa-
A MELODIA da Missa de “Requiem”
O INTRÓITO: fina
delicadeza.
luceat
eis.
Onde
O KYRIE: A
a melodia é tôda de paz, de oração simples, de Sobe, suplicante, suave, em aeternam, dona eis,
se
pode sentir a tristeza
?
sua ondulação rítmica revela oração pacífica
e
pa-
cificante, confiante, simples.
O GRADUAL: nada
de triste, de deprimente. Mas só confiança, subida de dona, a insistência sôbreDomine dão-lhe um tom de súplica mais ardente. A vocalização da última frase, em eis marca também uma insistência suplicante, que termina na paz. Também na palavra aeterna do Versículo, a vocalise da final dá uma certeza afirmativa ao pensamento. paz, conforto espiritual.
A
A SEQÜÊNCIA nela domina o trágico. Não pertencia ao Ofício dos Mortos, inicialmente. E’ verdade. Faz tremer. Contrasta com a serenidade do “Requiem”. Não percamos, porém, a confiança, a paz, a serenidade. E’ esplêndida oração assim mesmo. Não se lhe deve :
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!
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dar um tom patético. Cantêmo-la, com convicção, pelas verdades que contém, sirva-nos elas de “Alerta!”. Mas, confiança, serenidade, verdade O OFERTÓRIO: melodia simples, bela, sóbria, íntima. São qualidades de oração verdadeira da alma que está à vontade com Deus. Não contém tristeza, mas simpatia pelos que sofrem. Belas súplicas encontram-se em Rex glóriae leónis obscúrum sed signifer sémini éjus No Versículo, note-se como se sublinha a súplica em quarum hódie transire ad vitam, préces tu súscipe hóstias O SANCTUS: tudo quanto há de mais simples e delicado. Nada de triste, mas um não sei quê de leve, de luminoso. E’ louvor ao Deus vivo, que as Almas do Purgatório também cantam conosco. oração, como o SANCTUS, simples, e que sobe O AGNUS DEI ao Cordeiro de Deus com acentos de confiança pacífica e luminosa. A COMUNHÃO: Luz aetérna é o tema de tôda a Missa. Melodia simples, clara, alerta, afirmando no fim, com um discreto rallentando e com muita ternura o QUIA PIUS ES. :
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:
Desta data até fins de dezembro, entrou a Escola de novo no siOs exames da Escola se processarão após as férias grandes, em março, encetando-se logo a seguir o novo ano letivo.
lêncio do estudo.
Vicissitudes por que passa a impressão do nosso Livro
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—
Humanamente falando, sim. Mas sem capacidade Vicissitudes? para preocupar uma Escola tão visivelmente guiada por Nossa Mãe do Céu e por Pio X.
— Da Editora Nacional comunicaram ser impossível “média de Cr$. disseram-nos. — Assim não! 200,00 o exemplar”, Dois dias depois 25 de janeiro
editar o livro, pois ficaria muito cara a impressão: (1)
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começou-se a passar o trabalho no mimeógrafo, enquanto se tentava obter impressão no estrangeiro. Foram assim mimeografadas umas 50 páginas, com desenhos. Dia 25 de janeiro ainda, foi expedida a seguinte Circular a todos os Conventos masculinos e femininos e a todos os Colégios e aos Coros das Igrejas
da Capital,
:
Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1952.
Exmo.
Sr. Diretor,
Saudações.
Com a bênção paternal de nosso querido Pai e Pastor. Sua Emcia. o Sr. Cardeal Arcebispo D. Jaime de Barros Câmara, a “Escola Pio X”, (1)
Preço de entrega da Editora...
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que se vem dedicando ao ensino do Canto Gregoriano, solicita a adesão de V.S. para as suas realizações no corrente ano de 1952.
em
Não ignora V.S. os progressos que o Canto Gregoriano conquista todo o mundo, mòrmente na Europa e nos Estados Unidos da
América, assumindo proporções de apostolado grandioso para a glória de Deus e santificação das almas.
A “Escola PIO X” pois, acreditando sinceramente, que idênticos progressos se possam efetuar no Brasil, lança neste ano dois empreendimentos sob o patrocínio da Comissão Arquidiocesana de Música Sacra.
—
1 Preparar, com os alunos dos colégios católicos, o Ordinarium da Missa IX íCum júbilo) e o Credo IV, respectivamente às pags. 40 e 71 do “Liber usualis” ou do “Paroissien Romain”, a fim de, congregados em autêntica comunidade, erguerem suas vozes de Louvor, numa grande demonstração de piedade e arte em honra de Nossa Senhora da Glória. Para tanto, a “Escola PIC X”, que se responsabiliza de percorrer as diferentes Instituições, logo que os alunos conheçam as melodias acima, solicita da bondade de V.S. que lhe comunique, além da gentil adesão, o número de alunos que se farão repre-
sentar. 2
— Inaugurar dois novos cursos:
a começar do dia
l.°
de março,
na zona Norte da cidade, funcionará um curso de Canto Gregoriano, à Rua Mariz e Barros, 612, no Asilo Isabel, cujas inscrições são aguardadas até o próximo 10 de fevereiro. Na zona Sul, na sede própria da "Escola PIO X”, das 18.00 às 19,30, será instaurado um curso noturno para as pessoas que se encontrem impossibilitadas de frequentar os outros cursos.
Contando ccm
o simpático concurso de V.S., subscrevo-me Ir.
"ESCOLA DIO
X”,
Marie-Rose Porto
O P
108 — Botafogo — Rio
Rua Real Grandeza, CENTRO SOCIAL FEMININO
Reabriram-se as aulas em l.° de mraço. com mais 10 alunas nosendo 5 Religiosas: 2 do Convento de N. Sra. de Lourdes e 3 Franciscanas Missionárias de Maria. Enceta-se o estudo para as novas e preparam-se as antigas para vas,
o exame.
—
Exame final de l.° Ano para 5 Religiosas e 2 leigas. 16 de abril Mons. Motta presidiu ao exame, mostrando-se satisfeito. Foram tódas promovidas ao 2.° Ano.
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HORA DE DEUS
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19 de abril Duas das alunas da Escola Pio X pertencem a uma família de Editores. Chegam um dia à Escola com a proposta de que Tel.: 30-7896, na “Editora Carioca”, Praca das Nações, n. 583-A Bonsucesso, Distrito Federal, o nosso Livro receberia acolhida. Levam os originais para um estudo. Dia 19 de abril, o Sr. José Pinto nos vem trazer a proposta providencial, afirmando generosamente que
—
a “Editora Carioca” fazia questão de editar o Livro da Escola Pio X, fazendo-lhe presente (antes, caridade !) da porcentagem que lhes caE. como não dispomos de capital, o pagamento se bia, aos editores. A quem atribuir faria à medida que se fôssem vendendo os livros. a inspiração de idéia tão generosa? e por que ? A Escola Pio X pede insistentemente a quantos adquirirem o Livro, o favor de rezarem com fervor por êstes nossos benfeitores. Assim é que o nosso Livro poderá sair a lume. O 2.° Livro já está sendo elaborado e bastante adiantado. Mas sua impressão depende do escoamento da edição do l.° Livro. (continuará...)
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POSSE DO NOSSO DIRFTOR Dia 29 de- raaió. às 8 30 cantamos a Missa do Espírito-Santo, no Cêíéglo de Sion. [Alternaram com a “Schola Cantorum” do Instituto Pio X^Ta«0^ de diversos Colégios, num total de 200. Cantou a Missa o nosso mui prezado DIRETOR, eleito unânimemente aos 12 de março último. Após a Missa, foi entoado o Magnificai por todos os presentes. Havia júbilo! Quem o não sentiu! DEO GRATIAS! Temos uma direção sacerdotal. Terminada a Missa, dirigimo-nos todos ao salão de festas do Colégio Sion, que mais uma vez deu acolhida fraternal, muito amiga, ao nosso Instituto. Irmã M. Helena O. P. dirigiu algumas palavras. Eis o que disse: “Eu quero que o meu povo reze com beleza”, disse PIO X, e esta .
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palavra tem sido uma semente de vida. Já lá se vão 10 anos que caiu em terra boa, na alma de nossa Irmã nos bancos do Instituto Gregoriano de Paris. Depois que brotou, pronto, nossa Irmã estava perdida, pois é certo que uma idéia quando penetra, dilata nossa dimensão interior, e em seguida não se pode mais encolher, há o perigo de a alma criar rugas “Doravante, em tôrno desta idéia, que se tornou decisão correram todos os estudos, tôdas as preocupações, tôda a atenção. Verdadeiro polo para o qual se concentravam todos os esforços. Instituto PIO X... ponto de mira... no Brasil. Antes de regressar ao Brasil entregou todo aquêle centro de trabalhos e preocupações a Nossa Mãe do Céu, num dia inteiro passado junto da Virgem do Rosário de Fátima. .
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Dia 20 de julho de 1950, primeiro encontro em terra brasileira Mlle. Jeanne Coutela, também formada anteriormente pelo I.G. de Paris. Via-se a mâo da Providência a tudo conduzir.” “Entretanto, a criação do Instituto PIO X não se teria feito e tão ràpidamente, se suas fundadoras não tivessem sido beneficiadas pelo estímulo e pelo apoio de S. Eminência, o Cardeal Câmara, de Mons. Motta e de nossa Superiora Geral. Colocou-se, desde o seu início, sob a autoridade da hierarquia, como convém a uma obra que é essencialmente da Igreja. Empenhou-se por êste fato mesmo no serviço da Igreja, e é esta disposição fundamental que lhe traz a mais segura garantia de
com
seus progressos.
A semente frutificou. O Instituto PIO X guarda o conselho de M. Le Guennant: “o tempo da sementeira não é o da colheita”. Trabalhem com tôda a paciência, juntando o esforço de cada dia ao da véspera e entregando-se totalmente ao Senhor que se encarregará de tudo fecundar...”
E os mistérios gozosos vêm combinando aos dolorosos num ritmo perfeito de uma canção de peregrinos em demanda da Pátria. Atravessamos agora um mistério de gôzo: a nomeação de D. João para Diretor do Instituto. Seremos moderadas em nossas manifes“Prefiro começar na tações jubilosas, por respeito ao seu desejo: “surdina” em estrito pianíssimo, é a única maneira de poder “crescer”.
Tem razão, está de acordo com o espírito do Instituto, mais do que acordo: acórde, pois é uma fusão de ideal e sentimento. Em nome de minhas Madres e de Ir. Marie-Rose, agradeço a inestimável colaboração, a qual certamente contará com as bênçãos de Deus e será feliz, pois se o segrêdo do êxito consiste em colocar a pessoa certa, no lugar certo e depois bater palmas, fácil será satisfazer o 3.° requisito para a execução do qual conclamo os presentes. D. João Evangelista Enout tomou então a palavra. Disse o que dêle esperavamos: sinceridade, dedicação, simplicidade, firmando ainda mais a competência que já lhe conhecemos. *
*
As linhas que se seguem resumem e completam o que foi dito por D. João Evangelista Enout O.S.B. na sessão de 29 de maio de 1953. Pentecostes, a vinda do Espírito Santo sôbre os Apóstolos foi precedida e seguida da oração comunitária da Igreja nascente. A descida maravilhosa da terceira Pessoa da Santíssima Trindade encontrou uma comunidade em oração: “Hi omnes erant perseverantes unanimiter in oratione cum mulieribus et Maria Matre Jesus et fratribus eius” (Atos 1,14). A subida de Jesus aos céus não diminuiu, mas até fortaleceu, pelo sofrimento comum da orfandade, a união de almas dos apóstolos que se refugiavam na oração, juntos com a mãe de Jesus, Maria, e com seus parentes. Depois da vinda do Espírito Santo, diz o livro dos Atos dos Apóstolos, referindo-se aos muitos que se converteram com a fôrça de Pentecostes: “Erant autem perseverantes in doctrina apostolorúm et communicatione fractionis panis et orationibus” (2,42). Havia qualauer coisa que inflamava em um só Espírito êstes que
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vendiam seus próprios bens para pô-los em comum: perseveravam na doutrina dos Apóstolos que era a Verdade ensinada por Jesus: perseveravam na comunhão daquêle Pão transubstanciado em Corpo vivo do Cristo, viviam do Pão da Vida, da Vida que Jesus lhes deixara na véspera de sua morte: perseveravam na Oração, no caminho, que Jesus lhes ensinara para estarem sempre com suas almas, com suas inteligências ligadas ao Céu, perdidas em Deus. Continuam os Atos a descrever esta vida dos primeiros cristãos, dizendo que se alimentavam dêste alimento, desta vida divina “cum exultatione et simplicitate cordis, collaudantes Deus et habentes gratiam ad omnem plebem. Dominus autem augebat qui salvi fierent quotidie in idipsum” (2,46s) Viviam numa plenitude de alegria e simplicidade de .
coração, juntos louvando a Deus, numa vida de oração em comunidade, o que lhes atraía a simpatia e as boas graças de todo o povo, pois o mundo mergulhado em seu ceticismo de maldades, sofrimentos e desencantos se deixa arrastar, se refugia ao lado de quem tenha ainda a alma simples, banhada da alegria do Espírito, repleta do gôzo de louvar, de cantar em honra d’Aquêle que tudo fêz e que nos chamou à herança de seu Reino Eterno. Como não louvar, como não
transbordar de alegria, a exemplo daquêles cristãos contemporâneos de Pentecostes, que assim abriam caminho para que o Senhor aumentasse dia a dia o número dos que vinham viver esta vida do Espírito
em comunidade?
Era,
como
um mundo
se vê, o apostolado do espírito de infância convertendo saturado pelo espírito de velhice.
Quem canta a Deus, com alegria, com a alma em plicidade de coração não pode deixar de dar uma de dar um testemunho de bondade e de esperança, homem de boa vontade procura sem saber ao certo
festa e com simlição ao mundo,
de tudo que
um
onde encontrar.
A oração de louvor foi assim uma das primeiras ações e manifestações da Igreja que recebeu o Espírito em Pentecostes. Mas a Igreja continua a festejar Pentecostes, a receber o Espírito que se difunde no coração dos fiéis, dando-lhes uma nova vida, um novo entusiasmo, uma nova fôrça espiritual. A Igreja continua a viver, num quadro bem diverso, mas não menos real e vigoroso o ambiente de Pentecostes. Ela nos chama àquêle mesmo espírito de generosidade, no deixar tudo, no subordinar tudo aos valores que nos unem a Deus. Ela nos chama à mesma unanimidade de espírito, à mesma fraternidade. Elas nos chama ao mesmo alimento comum, que faz de todos os cristãos uma só alma no Cristo. Ela nos convida à oração, a levantar a alma a Deus, à oração de louvor. Ela nos chama à alegria sincera, pura e simples do Espírito em meio a um mundo cansado, num ambiente de cristãos tépidos que se esque ceram que há uma alegria e uma liberdade únicas em ser filhos de Deus. O canto da Igreja deveria chamar os fiéis à casa Paterna; a uma reconciliação, a um reencontro com um sentido novo da vida, pelo Espírito de Infância. E’ isso o que se propõe nosso pequeno Instituto que tem a enorme proteção de uma grande Santo: o Papa Pio que marcou no limiar de nosso século um novo Pentecostes de restauração de tudo no vigor daquêle mesmo Espírito que descera sôbre a Virgem e sôbre os Apóstolos, como nos é narrado pelos Atos. O Instituto Pio X, segundo o mandamento dos Papas e dos Pastores, quer ensinar a cantar o canto da Igreja. Quer ensinar a louvar bem ao Senhor. Quer viver pura e sóbria alegria cristã na beleza -
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decoro da casa de Deus. Essa missão não é fácil. Nós bem o sabemos. Mas quem no-la deu foi a Igreja e ela sabe o que faz. Não procuramos sucessos, como os entenderia uma organização puramente mundana. Quem pode avaliar em têrmos de Eternidade, o preço de uma só missa, bem cantada, em que as almas foram dóceis e transparentes ao Espírito que louva ao Senhor? A tarefa não é fácil. Mas não estamos sós em atender ao apêlo da Igreja, nem somos os primeiros. Temos aquêles que desbravaram o terreno, que caminham seguros diante de nós, mostrando-nos a estrada a seguir e incentivando-nos a caminhar. A recente viagem que me foi dado fazer à Europa proporcionoume a ocasião de ver o trabalho profícuo que vem sendo feito, em silêncio, em diversos centros que se dedicam ao canto gregoriano. Para citar apenas e ràpidamente alguns. Em Roma, o Pontifício Instituto de Música Sacra que conta, para o Gregoriano com dois mestres que tive a fortuna de freqüentar longamente anos atrás: P. Eugênio Cardine e Rafael Baratta, ambos monges beneditinos, êste do Mosteiro de Montevergine e aquêle do de Solesmes, vêm desenvolvendo um proveitoso e profundo ensino do canto gregoriano tanto para clérigos como para leigos, notando-se sempre um progresso maior nos resultados obtidos. Em Veneza, na cidade que tem S. Pio X como Bispo, como Patriarca, nasce um novo centro de atividades gregorianas, no velho mosteiro da Ilha de S. Jorge, hoje restaurado como semente de vida monástica, com a pequena comunidade beneditina que ali procura implantar-se. Há uma grande preocupação de perfeição na realização do canto por parte dessa fervorosa comunidade que acaba de promover em colaboração com o “Centro di cultura e civiltá” um ciclo de conferências litúrgico-musicais que bem atestam do interêsse pelo Canto da Igreja. Há no programa nomes como os de Mons. Romita, D. Gajard; seis conferências sôbre questões estilísticas e práticas do gregoriano; M. Le Guennant: Três conferências sôbre perfeição rítmica e alto valor expressivo do canto gregoriano; prof. Carraz e outros. Em Paris, o “Instituto Grégorien”, a que está ligado por laços tão profundos de filiação o nosso Instituto Pio X, continua o seu trabalho vitorioso de formação gregoriana, todo êle fundamentado num espírito sobrenatural muito grande. Realmente, quando se conversa e se toma contato com o trabalho de seus professores e especialmente com o seu diretor, o admirável M. Le Guennant que dedica ao nosso país e ao nosso Instituto um carinho tão especial, realmente é difícil saber como conseguem equilibrar em tão alto grau a preocupação religiosa, profundamente sobrenatural e eclesiástica e a preocupação de formação técnica encarada com enorme seriedade e enfrentada com um ardor de trabalho digno de admiração e profundo respeito. E foi nessa dupla linha que se dirigiu a palavra de incentivo que me confiou M. Le Guennant -e que tenho a honra de transmitir a todo o Instituto: um grande e profundo espírito sobrenatural, a convicção muito arraigada de que estamos fazendo um trabalho que não é nosso, mas que é da Igreja, que nos foi confiado por e
ela.
Saibamos,
pois,
estar
com
os olhos voltados para ela que, por
da Santa Virgem Maria, nos Em segundo lugar: rigor técnico, sustentará em Sem isso, nós não e severidade no trabalho propriamente musical.
meio de seus santos
e antes de tudo tôdas as situações.
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servimos devidamente à causa do Canto da Igreja. E’ inútil supor que um entusiasmo espontâneo pode suprir o que deveria ter sido aprendido nas longas horas de trabalho técnico. Que o entusiasmo e o ardor sirvam para nos encorajar ao trabalho consciencioso, não para tentar substituí-lo. Especialmente para nós brasileiros, bem dotados, rápidos em progressos nos primeiros passos, o Diretor do “Institut Grégorien” recomenda êste segundo ponto, pois somos sempre inclinados a julgar que tudo é fácil e não é necessário o trabalho técnico, sistemático e persistente.
M. Le Guennant falando sôbre nossa maneira de ser e sôbre suas recordações do que viu entre nós, se comove diante da delicadeza e da sensibilidade de nosso povo: “Basta dizer, conta êle, que êsses brasileiros não se conformam nunca em dizer adeus a alguém, mesmo que êste parta para longínquas terras, parta para não mais voltar, dizem sempre “até logo”, como que sempre nutrindo a esperança de rever o amigo. “Êste, o grande amigo que temos em Paris, a quem dedicamos um grande reconhecimento por todo o interêsse que tem para com o nosso trabalho e que nos dá um grande exemplo, indicando-nos pràticamente o caminho a seguir. Solesmes é, por fim o lugar abençoado, escolhido por Deus para fazer renascer e viver o canto de louvor de sua esposa, a Igreja.
O trabalho de restauração dos textos e o da criação de uma escola de interpretação gregoriana foi e continuará a ser pois é um trabalho quase sem fim a realização árdua, mas cheia de êxitos que êste Mosteiro presta à Igreja de nosso tempo. As recentes publicações das Fontes do Gradual, de mais um volume dos “Estudos Gregorianos” e a publicação periódica e pontual da excelente “Revue Grégorienne” mostram que essas duas linhas de trabalho: restituição de textos e interpretação continuam a ser cultivadas com afinco. A grande lição de Solesmes para quem tem a ventura de lá passar algum tempo é antes de tudo uma lição viva de espiritualidade. Ali está uma prova viva, uma apologia vívida do valor do canto como meio de contemplação, como oração no decoro, na dignidade e na expressão mais alta de beleza e de arte. Uma hora canônica ali e que dizer de tõda uma Semana Santa? é uma realização dessa oração pública e solene da Igreja, infelizmente tão ignorada e em desprestígio desde alguns séculos, vivida num estilo em que beleza, equilíbrio, espírito, simplicidade, oração e louvor se fundem num só todo.
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Participar dessa vida de oração ou apenas saber que existe isso é um grande conforto para os fiéis e para os monges que sao depositários dessa missão na Igreja. O Canto Gregoriano tem isso de comum ou de coerente com a vocação monástica: não aceita outro preço senão o da perfeição, sèriamente procurada. Não faltam leigos que se entregam com generosidade a êsse ideal, êle pertence porém, por definição à vida religiosa, à vida monástica.
no mundo
O Canto Gregoriano é cioso dêsse seu alto preço. Não se curva por menos. Por isso o problema da procura da perfeição continua a ser a chave da realização do canto em uma comunidade. E o que é mais difícil: a procura de perfeição tem que se encarnar, tem que descer à natureza concreta da obra a fazer, tem que impulsionar a tomada de contato e a persistência no trabalho técnico exigido pela obra em questão: no caso, o Canto Gregoriano.
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Vem pois, a propósito citar um trecho de uma carta prefácio de D. Gajard, diretor de côro de Solesmes há dezenas de anos, cheio de experiência e de amadurecimento em seu “métier”, a um jovem monge D. Ernetti. do Mosteiro de S. Jorge, em Veneza, a que acima nos referimos, que se propõe publicar uma longa e exaustiva obra de Gregoriano. Diz D. Gajard nêsse seu prefácio: “Em seu livro de ensino estão apresentadas com todos os pormenores e desenvolvimento as regras teóricas e práticas que presidem a uma execução perfeita das melodias sagradas. E’ isso precisamente o que se impõe antes de tudo: colocar seus alunos em estado de interpretar estas melodias, não apenas com correção, mas com arte; não mecânicamente, mas inteligentemente, por um conhecimento da técnica racionalmente absorvido; elas não podem atingir sua beleza, seu sentido profundo, seu valor religioso ou simplesmente expressivo, senão a êste preço. Se ainda hoje, cinquenta anos depois “Motu Proprio” elas ainda não encontraram, junto aos músicos e fiéis tóda a adesão que merecem, é que muito freqüentemente, mesmo nos melhores coros, contenta-se de um vago “à peu prés”, reservando-se à música polifônica a melhor parte do tempo de preparação. Ora, monódicas, as melodias gregorianas só valem pela perfeição de sua linha; se esta é negligenciada, elas não são mais que uma seqüência de notas mais ou menos informes, sem vida
nem
interêsse.
Não é bastante também, como se diz muitas vêzes, de fazê-lo “com tóda a alma”
mais perfeito possível: mas, sobretudo, é essa técnica que é preciso ensinar minuciosamente aos alunos dos Seminários e dos Institutos Religiosos; é nela que precisam se exercer sempre, de modo a possuí-la em seus mínimos detalhes, único meio para êles de mais tarde dirigir com competência seus coros paroquiais e a participação dos fiéis no canto da Igreja”. Eis aí uma palavra de suma autoridade que resume a experiência de mais de 50 anos de trabalho e estudo do Canto Gregoriano. E\ como se vê, de novo, a dupla linha a que nos referíamos acima: o aspecto sobrenatural e religioso que informa, mas também pressupõe insubstituível o aspecto técnico, de estudo e formação gregoriana. Vemos pois, a par das grandes dificuldades da tarefa do Instituto Pio X, que não lhe falta uma orientação bastante precisa e segura. Resta o trabalho silencioso, sério e persistente do dia após dia, com ou sem sucessos muito aparentes. Teremos, sem dúvida, a coragem necessária para a realização dêsse trabalho, pois todo o auxílio que nos é necessário esperámo lo de uma fonte inexaurível de dons e de bênçãos. Não estamos trabalhando por um ideal ou capricho pessoal, mas fazendo o que Deus quer, fazendo a vontade da Igreja, algo que a ela pertence. Estamos obedecendo à palavra dos Papas e dos nossos Bispos, muito especialmente, obedecemos às diretivas fundamentais de nosso Arcebispo, o Eminentíssimo Sr. Cardeal D. Jaime de Barros Câmara a quem o
X
tanto deve pelo apoio irrestrito e encorajador, pelas Instituto Pio efusivas bênçãos paternais que do mesmo tem recebido.
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O que vos posso prometer nèste momento é que nosso Instituto, apesar de pequeno vai trabalhar muito, com muito espírito religioso, com espírito de oração, com seriedade. Vai continuar a ser o que foi até
agora.
Eu posso prometer isso com tôda a confiança e segurança porque a alma do Instituto continuará a ser Irmã Marie-Rose Porto. Assim o Instituto permanecerá integralmente de Pio X, da Santa E’ o que todos desejamos. Igreja; existirá só para Deus.
Terminou a fase de preparação, agora se abre para o Instituto a fase de novo progresso. Seja Deus sempre louvado! (A Redação).
SEMANA DE ESTUDOS DE CANTO GREGORIANO
12. a
Realizar-se-á êste ano no Colégio São Bento, Rio de Janeiro, de 16 a 27
de julho.
O
horário será enviado a cada pessoa que se matricular. Inseri cão: Cr$ 500.00 Informações no Instituto PIO X do Rio de Janeiro, Rua Real Grandeza 108 Botafogo.
—
—
Professores: D. João Evangelista Enout O.S.B. gregoriana e Ensaios;
Irmã Marie-Rose Porto D. Clarisse
Rosembaun
D. Laura Meirelles
—
O.P.
—
—
—Interpretação
musical
Canto Gregoriano;
Impostação da voz;
Canto Gregoriano
(l.°
ano) e dicção.
Cada semanista deverá prover à própria hospedagem; para o moço e a merenda aconselhamos que cada semanista providencie local
mais perto do Mosteiro de 2.
a
al-
um
Bento.
S.
EDIÇÃO DO LIVRO DE CANTO GREGORIANO
A “Editora Carioca” prometeu dá-lo pronto para êste mês de junho. Podem fazer seus pedidos para a Livraria AGIR Editora, Rua Caixa Postal 3291 México, 98-B Rio.
—
—
Só nos restam 30 coleções completas da REVISTA GREGORIANA (1954-1955-1956-1957). Cr$ 500,00 cada coleção (de 4 anos), porte compreendido.
O livro do Apocalipse termina expressivamente pelo grito da esperança, o chamado pela vinda do Senhor: E o Espírito e a Esposa dizem: Vinde! Quem ouvir diga também: Vinde! Quem tem sêde, venha! Quem O deseje tome da água da vida gratuitamente!!... Amém! Vinde Senhor Jesus!” (22.17,20).
61
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PALAVRAS DO DIRETOR:
“Estou aqui (em Solesmes) revendo tanbons amigos, falando das coisas que nos interessam, mas, sobretudo vivendo estas longas horas de Ofício Divino e Missas Solenes, realizados com todo aquêle “studium perfectionis” que nenhum amor enorme que fôsse mas puramente humano poderia explicar, mas só a visão sobrenatural do Belo permite compreender e realizar. Realizar como uma parcela do “Estote perfecti”, convite que tantas vêzes respondemos com tão pouca convicção, como se não acreditássemos muito no que ouvimos ou no que isso realmente significa para tos
—
—
nós, os convidados. “ as duas horas de Ofício da manhã correram como um verdadeiro encontro da Igreja com Deus, na oração, no falar, no comunicar-se com Deus em plena serenidade e em tranqüila beleza. Acho que isso é contemplação. (Trech de canas) .
A
.
vida eterna já começou, pois a graça
é,
em
nós, o
germen da
glória.
São nossos atos bons que habilitam pouco a pouco nosso sêr todo inteiro à posse beatificante, construindo, desde aqui nesta vida terrestre presente o nosso ser de glória.
Faze bem o que fazes; trabalha fielmente na minha vinha; recompensa.
Eu
serei a tua
Virá a paz noites
como na
em
dia que o Senhor sabe; e já não haverá dias e mas luz perpétua, claridade infinita, paz inal-
terra,
terável e seguro repouso.
Pela vida eterna não se deve, porventura, tolerar todos os trabalhos ?
da,
Para S. João, manifestamente, a vida da eternidade está começaentramos com o Cristo no “século futuro”. 62
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