Nº 4 | Outubro de 2009 | Ano 3
Nosso amor, nossa fé, nossa devoção. Nossa homenagem à Virgem de Nazaré.
E para você, todas as emoções do Círio.
1
2
3
ÍNDICE
08
12
18
24 Os Guardiões da Santa......................................08 Um cuidado a mais com os fiéis........................12 Mais de dois séculos de muita fé......................18 Brincadeiras para homenagear..........................24 Gastronomia......................................................28
Expediente
28
4
A revista Mais Belém Círio é uma publicação da R9 Comunicação. Diretor Comercial: Rodrigo Alves Diretora Administrativa: Mila Alves Criação e edição de texto: Anna Carla Ribeiro Foto de capa: Rodrigo Alves Fotos: Jean Barbosa e Luis Aleixo Diretores de Arte: Armando Neto e Carlos Neto Colaboração: Paratur, José Toscano, Agostinho Maciel, Tamilly Batista e Lívia Ferreira. Tiragem: 5.000 Exemplares Comercial: Trav. Arciprestes Manoel Teodoro, 415 - S. 101/102 - (91) 3242-6140
EDITORIAL
Virgem de Nazaré, luz que nos guia. Como traduzir a luz de paz e esperança que Nossa Senhora nos dá todas as manhãs? Ou melhor, como tentar explicar o que essa santa significa para nós, povo paraense? Quem nasceu aqui sabe. Mesmo os afastados da igreja ou adeptos de outra religião sentem algo pela Nazica – apelido carinhoso dado por nós à mãe de Deus. E é exatamente esse sentimento de proximidade que temos com ela, que deixou de ser Nossa Senhora de Nazaré e passou a ser Nazica, aquela que todos os dias ouve as nossas reclamações e pede paciência, aquela capaz de transformar o nosso destino e encher as ruas do segundo domingo de outubro de esperança por um mundo melhor. Ela virou a nossa mãe, que nos acompanha nos momentos de alegria e principalmente nos tristes, onde nós precisamos de um colo protetor. Essa revista foi feita em homenagem a ela, mãe de Deus e a nossa também. É uma forma sucinta de agradecer tudo o que ela nos tem proporcionado. Nesta edição especial sobre o Círio de Nazaré nós tentamos contar o que isso representa, olhando diversos ângulos da festa, como o lado religioso, cultural e culinário. Na capa, nada melhor que a própria Virgem de Nazaré para traduzir o que é o amor e a fé do povo paraense. Tenham um Círio inesquecível! É o que todos nós da R9 Comunicação almejamos.
5
6
7
Os guardiões da santa
Durante uma reunião, o Coordenador da Guarda, José Toscano, organiza o momento de oração do grupo.
Eles têm a missão de cuidar da Berlinda da Virgem Santíssima e ajudar na organização das procissões, sempre em harmonia com a Diretoria da Festa do Círio de Nazaré. Conheça um pouco mais sobre a vida dos Guardas da Santa.
E
m novembro de 1974, a Guarda de Nossa Senhora de Nazaré foi formada por católicos do sexo masculino, com idade superior a 18 anos. Nasceu assim a primeira “guarda” católica de que se tem notícia no Brasil, servindo de inspiração para o aparecimento de outras. Na sua estréia, a guarda contava com apenas algumas dezenas de membros. Trinta 8
e cinco anos depois, o efetivo atual é de 1300 voluntários, e esse número só tende a crescer. Mas quem são esses homens? O que eles fazem? Como é o dia a dia deles na guarda? Há 25 anos sendo fiel à Virgem de Nazaré, o guarda Ronaldo Martins conseguiu realizar um sonho quando alcançou o cargo. “Antes eu já era coroinha e sempre quis fazer parte desta família. Essa união entre os componentes é
um sinal muito forte”. Porém, o que antes era uma vontade de compartilhar, virou uma força de superação. Há dez anos, Ronaldo perdeu o movimento das pernas em um grave acidente. “Eu consegui neles uma eterna demonstração de carinho e amor e isso fez com que a minha cabeça fosse superando. Eles me tratam com uma limitação, mas sem diferenças. Hoje posso dizer que o acidente não veio para me trazer tristeza, mas alegria. Achei outro tipo de liberdade que as pessoas não entendem. Antes eu via a própria guarda de um certo ponto de vista. Às vezes falta a sensibilidade de ver de baixo pra cima”, explicou emocionado. Já o contador Dirson Silva Neto se formou este ano na guarda. É um dos 98 calouros que irão pela primeira vez acompanhar o Círio como guardião da berlinda. A própria fé foi a causa para ele querer entrar no grupo. “A minha devoção começou há 11 anos, quando o meu avô teve um problema de saúde. Prometi que a cada ano que ele continuasse vivo eu iria na corda. E assim se passaram sete anos. Quando
ele faleceu, continuei ajudando as pessoas a pagarem as suas promessas na corda com água. Aí nasceu uma vontade sem tamanho de entrar para esta família de protetores da santa.” Mesmo sendo um sonho muito almejado, ele se surpreendeu com as mudanças que ocorreram em sua vida depois que se formou na guarda. “As coisas começaram a mudar pra melhor. Acho que isso aconteceu porque eu mesmo virei uma pessoa melhor, mais calma e compreensiva. Agora paro de olhar só pra mim e pretendo ajudar mais ou outros”, ressaltou. Desde a fundação Raimundo Nonato ao longo dos seus 84 anos tem muita história pra contar. Além de ter participado da Segunda Guerra Mundial, servindo o país na Itália, participou da primeira turma de guardas da santa. De acordo com ele, a Guarda de Nazaré foi fundada pelo padre Giovanni Incampo.
9
“Ele teve uma visão, algo parecido com uma iluminação para formar um grupo de homens devotos de Maria Santíssima. Uma coisa importante de lembrar é que ele não foi machista. Na verdade ele percebeu que faltavam homens fiéis à Nossa Senhora como as mulheres eram. Quando começamos, tínhamos poucos homens. Atualmente, somos mais de mil”, afirmou. Os olhos de Nonato viraram lacrimejantes quando começou a tentar explicar o que significava a guarda para ele. “Honrado seria um termo comum. Mais do que isso, eu me sinto muito grato, agradecido mesmo. Nos cursos que eu ministro o que eu faço pelos alunos eu faço por mim. Ser guarda gera repercussão no trabalho, na família, na vizinhança, em todos os sentidos. O guarda logo é percebido na sociedade como diferente, as pessoas sentem logo de cara que ele é um ser mais solícito. E é por isso que digo que eu construí a felicidade em cima deste enredo”.
“Esse ano 158 pessoas se inscreveram, mas se formaram apenas 98. A freqüência é importante, pois o guarda da santa precisa estar ajudando a igreja o ano todo. Também precisa ser um bom exemplo para a sociedade. Às vezes acolhemos pessoas que não possuíam a ficha suja, mas que tinham um passado cheio de problemas. É impressionante como hoje essas pessoas são um exemplo de cidadania”, reiterou o atual coordenador da Guarda da Santa, José Toscano.
Pré-requisitos Para ser guarda precisa ser católico maior de 18 anos e não praticar outras seitas, além de ter que apresentar um atestado de antecedente criminal. Ainda precisa ser apresentado por outro guarda (cada guarda tem direito a um convidado) e passar por um curso de formação que não tem prova, mas tem freqüência. O curso de formação tem duração de três meses e é realizado sempre entre os meses de abril a junho.
10
“Ele teve uma visão, algo parecido com uma iluminação para formar um grupo de homens devotos de Maria Santíssima.” Sr. Raimundo Nonato - Mais antigo membro da Guarda da Santa
P
oderíamos utilizar de toda a nossa experiência e de todos os nossos recursos tecnológicos para compormos esta página. Mas para quê fazer isso? Para impressionar as pessoas que irão ler ou para impressionar as que estamos homenageando? Aquela na qual iremos falar nas próximas linhas é alguém que dispensa comentários elegantes e paparicos. É alguém que, graças a Ela, faz com que a nossa família tenha tudo em nossas vidas. Devemos tudo o que somos a Ela. Um ser que nunca nos deixou na mão, mesmo nas horas mais difíceis e nunca nos deixará. Ela sempre será a nossa sócia majoritária e seremos sempre seus fiéis seguidores. Desculpem-nos pelas palavras diretas, mas essa divindade nos entende e nos ama da forma que somos. Viemos através desta singela folha de papel somente dizer:
MUITO OBRIGADO NOSSA SENHORA DE NAZARÉ! POR TUDO E POR TODOS!
w w w. r 9 c o m u n i c a c a o . c o m . b r
11
Um cuidado a mais com os fiéis A grande novidade do Círio de Nazaré deste ano é a Casa de Plácido, que tem como pretensão ajudar os peregrinos a completar as suas promessas. Feita com muito cuidado, a casa se tornou um bom atrativo para aqueles que desejam conhecer a fé paraense mais de perto.
U
ma das grandes novidades do Círio de Nazaré deste ano é a Casa de Plácido - nome em homenagem ao agricultor e caçador Plácido que encontrou a pequena imagem de Nossa Senhora de Nazaré. Com o intuito de ajudar os romeiros a cumprirem as 12
suas promessas, o local foi inaugurado no dia 31 de maio e realizou o antigo sonho da Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré de construir um espaço para acolher os fiéis que vêm de vários lugares do Pará e até mesmo de fora do Estado. A ideia de construir a Casa de Plácido
surgiu da necessidade de ter um espaço destinado à primeira acolhida dos romeiros, devotos e turistas que vêm visitar o Santuário antes, durante e depois da grande festividade do segundo domingo de outubro. “Este projeto é antigo e surgiu de uma necessidade de ajudar as pessoas que vêm a pé ou de outras formas para Belém, através da peregrinação. Essa iniciativa já existia e foi crescendo ao longo dos anos. Nos anos anteriores, nós usávamos o primeiro piso do Centro de Nazaré para acolher essas pessoas”, explicou o Padre José Ramos das Mercês, Reitor da Basílica Santuário de Nazaré. Porém, o local não deve ser visto como uma pousada. “O sistema é rotativo. Não é para se dar hospedagem e sim dar um socorro. As pessoas serão atendidas de acordo com as suas necessidades, como por exemplo a de fazer uma alimentação, limpar os ferimentos dos
pés calejados, tomar um banho etc. Depois de recuperados, vão embora”, esclareceu o padre. Foram dez meses de construção, iniciada em julho do ano passado. O espaço da Casa possui mil metros quadrados de área e está localizada no térreo do Centro Social de Nazaré, ao lado do Arraial. O local contará com banheiros, refeitório, salão de repouso, ambulatório, salão dos milagres, entre outros. Além disso, é um espaço que interage com a Loja Lírio Mimoso, onde o visitante poderá adquirir lembranças do Círio ou relacionada à devoção a Nossa Senhora de Nazaré, entre outros artigos religiosos. A construção foi organizada pela
13
Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré e contou com a doação de dezenas de fiéis. “Muita gente não acreditava, isso mostra a força da fé. É de imensa alegria mostrar à toda a sociedade que nós conseguimos fazer o bem. É a realização de um sonho e de um milagre de Nossa Senhora de Nazaré”. A casa
14
funciona durante todo o ano e fica aberta para visitação de segunda a domingo, das 7h às 19h. Por sinal, ela tem sido muito bem visitada principalmente por conta da sala dos milagres, que é onde ficam os restos de todos os objetos de promessa utilizados pelos fiéis.
15
R9 Com
16
17
Mais de dois séculos de muita fé Círio de Nazaré significa, antes de tudo, história viva no coração dos mais de dois milhões de fiéis que participam da procissão.
O
Círio de Nazaré é a maior procissão católica do mundo. Ano após ano, a festa se consolida não só como uma manifestação de fé do povo paraense, mas também como uma característica cultural do Pará. Em 2009, o “natal dos paraenses” completa 216 anos de 18
muita devoção a Nossa Senhora. Segundo domingo de outubro. Tudo diferente em Belém do Pará. A capital paraense já está preparada para receber os seus mais de dois milhões de fiéis, que em cada cortejo batem recorde de público. Crianças, jovens e adultos saem
pelas ruas em clima de festa. É hora de dar um abraço nos grandes amigos, agradar a família e compartilhar um momento de pura confraternização. As grandes avenidas estão mais charmosas com os grandes arcos colocados especialmente para receber a mãe de Jesus. Casas, apartamentos, empresas, mercearias, tanto faz. Todas estão cobertas de balões, luzes, réplicas da imagem responsável por tanta compaixão. Até as árvores fogem da rotina e ganham grandes fitas coloridas de cetim. O Círio é uma expressão de fé, antes de
qualquer outra coisa. É uma festa religiosa onde se destacam as festividades na igreja, o Carro dos Milagres, a luxuosa berlinda e os diversos elementos existentes na romaria portuguesa como votos de cera, amortalhados e penitentes. A procissão – que sai da Catedral de Belém e segue até a Praça Santuário de Nazaré – possui o percurso de 3,6 quilômetros. Neste grandioso dia, a Berlinda que carrega a imagem da Virgem de Nazaré é seguida por romeiros de Belém, do interior do Estado, de várias regiões do país e até do exterior. Por sua grandiosidade, o Círio de Belém foi registrado, em setembro de 2004, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial.
19
O milagre da imagem às margens do Igarapé A devoção de Nossa Senhora de Nazaré foi introduzida no Pará pelos padres jesuítas, tendo o culto começado na cidade da Vigia, no século XVII. Porém, foi no ano de 1700 que o grande milagre que deu origem ao Círio em Belém aconteceu. O caboclo Plácido, filho de português, morador do atual bairro de Nazaré, ao nadar pelo igarapé Murutucu (onde se situa hoje em dia a Basílica Santuário) encontrou uma imagem da mãe de Jesus. Era uma réplica da estátua que se encontra em Portugal, esculpida em madeira, com aproximadamente 28 centímetros de altura. Encantado com a descoberta, Plácido a levou para a sua casa, improvisando ali um pequeno altar. De acordo com a tradição, a imagem retornou misteriosamente ao lugar do achado. O fato repetiu-se outras vezes, até que o caboclo decidiu erguer, às margens do igarapé, uma humilde capela. Esse episódio repercutiu como milagre e chamou a atenção de centenas de fiéis, que iam conhecer a imagem e prestar-lhe culto. O governador da época determinou a remoção da imagem para o Palácio da Cidade. Não obstante a vigília de soldados colocados à porta da capela, a imagem novamente desapareceu, voltando ao seu nicho primitivo. No lugar está erguida, hoje, a suntuosa Basílica de Nossa Senhora de Nazaré. No ano de 1793, organizado pelo
20
presidente da Província do Pará - capitão-mor Dom Francisco de Souza Coutinho - o primeiro Círio foi realizado no dia 8 de setembro. Um ano antes, o Vaticano autorizou a realização de uma procissão em homenagem à Virgem na capital paraense. No início, não havia data fixa para o Círio, que poderia ocorrer nos meses de setembro, outubro ou novembro. Mas, a partir de 1901, por determinação do bispo Dom Francisco do Rêgo Maia, a procissão passou a ser realizada sempre no segundo domingo de outubro. Pela terra, pela água, de noite e de dia São diversas as romarias no período do Círio de Nazaré. A Romaria Rodoviária, por exemplo, foi criada pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e é realizada desde 1989. No sábado, véspera do Círio, a romaria que leva a imagem peregrina da Matriz de Nossa Senhora das Graças - em Ananindeua - para o distrito de Icoaraci é precedida de uma missa às 5h. Após a celebração na Igreja Matriz, os motoristas começam o trajeto pela BR-316 até o Entroncamento, indo pela Rodovia Augusto Montenegro até o trapiche de Icoaraci. De lá, a imagem é colocada em uma embarcação para continuar a viagem rumo à Praça Pedro Teixeira, na Escadinha do Cais do Porto (ao lado da Estação das Docas). Esta é a chamada Romaria Fluvial. Conhecida como “Círio das Águas”, a procissão possui dez milhas
21
e é realizada desde 1986. Acompanhada por dezenas de barcos, a berlinda recebe diversas homenagens durante o percurso. Após a chegada da Romaria Fluvial na Escadinha do Cais do Porto, é a vez dos motociclistas fazerem as suas homenagens à santa. A Motoromaria, que surgiu no Círio de 1990, foi uma iniciativa da Federação Paraense de Motociclismo. Centenas de motos acompanham a imagem de Nossa Senhora de Nazaré até o Colégio Gentil Bittencourt. Trasladação é o nome dado à procissão realizada na noite do sábado, que antecede o Círio de Nazaré. Depois de uma missa às 17h, no Colégio Gentil Bittencourt, os fiéis se dirigem em procissão à Igreja da Sé, fazendo o mesmo trajeto da procissão do domingo, mas no sentido inverso. Na trasladação é possível ver a cidade toda se enfeitar para saudar a Virgem de Nazaré. É uma procissão iluminada pelas luzes das velas levadas pelos devotos durante todo o percurso. As homenagens também ganham um toque especial com os fogos de artifício, num verdadeiro espetáculo de cores e luzes. Uma despedida e tanto O Recírio começa após uma missa campal no Centro Arquitetônico de Nazaré no início da manhã. Depois, a imagem da padroeira dos paraenses é conduzida em um andor pelas ruas
22
ao redor da Praça Santuário, em frente à Basílica de Nazaré em direção à Capela do Colégio Gentil Bittencourt, onde ficará até o próximo Círio. É um trajeto curto, de apenas meia-hora, mas suficiente para os fiéis prestarem suas últimas homenagens à Santa. Esse é o último momento do Círio de Nazaré. É quando os paraenses dão adeus à sua padroeira, na segunda-feira, 15 dias após a grande procissão do segundo domingo de outubro. Nesse dia, a cidade pára pela parte da manhã. O sentimento de saudade faz com que o fim do encontro seja uma procissão emocionante.
23
24
Brincadeiras para homenagear Faz um tempo que o Arraial do Pavulagem se tornou parte essencial das festividades nazarenas. É a hora em que a cultura homenageia a Nossa Senhora de Nazaré.
F
itinhas coloridas de cetim em milhares de chapéus de palha. Logo após o Círio Fluvial, é a vez da cultura ser a mais nova porta voz das festividades nazarenas. Durante os últimos cinco anos, uma multidão acompanhou o cortejo do Arraial do Pavulagem de homenagem ao Círio, que sai da escadinha da Estação das Docas. Nesse grande dia, mais de 20 mil pessoas - entre brincantes, curiosos e membros da bateria – seguem até a praça do Carmo reverenciando a Nossa Senhora de Nazaré com muita música, dança e alegria. Muitos brinquedos de miriti enfeitam a festança (como o roque-roque, o soca-soca, os tatus, entre outros tão importantes na caracterização do trabalho do artesão local).
A emblemática utilizada na brincadeira do Arraial do Círio é uma cobra grande de miriti que faz alusão à corda usada pelos promesseiros e segue por representações diversas do universo do homem ribeirinho, típico do Pará. Desde 1987, o Arraial do Pavulagem tem o objetivo de valorizar e divulgar a cultura paraense. O grupo – formado pela iniciativa de músicos e compositores paraenses – faz diversos cortejos durante o ano utilizandose da alegoria de brincantes. Eles participam vestidos de pernas de pau, fantasias e enfeites fabricados com produtos regionais. Além disso, ainda conta com dezenas de músicos que compõem a baterista, responsáveis por toda a trilha sonora da comitiva. Para um dos fundadores do Arraial,
25
“A festa representa a fé católica que se manifesta de uma maneira muito peculiar nesta cidade”.
Ronaldo Silva, o cortejo do Pavulagem representa uma homenagem ao Círio de Nazaré. “A festa representa a fé católica que se manifesta de uma maneira muito peculiar nesta cidade. Na verdade, o sentimento da religiosidade popular é muito forte e o Círio é uma mostra de dedicação disto. A coisa mais fantástica de tudo isso é o fortalecimento da característica do nosso povo, que é super acolhedor. E isso tudo acontece no coração da floresta, na porta de entrada da Amazônia, o que nos deixa muito inspirados”, explica. Quanto ao número de pessoas que participam da brincadeira – cada vez mais em
26
crescimento – Ronaldo ressalta que o segredo é arrumar a casa. “Com organização e paixão, tudo se consegue. O crescimento do arraial é irreversível, faz parte das manifestações que nos últimos anos vêm somando a essa festa religiosa. A cena religiosa acaba revelando o milagre da arte e da cultura. O arraial pode ser dado como exemplo dessa espontaneidade popular. As pessoas chegam aqui para acompanhar o Círio e acabam tendo a oportunidade de ver uma parte da nossa cultura. E essa é a nossa missão: nós estamos trabalhando com muito afinco para que esta religiosidade popular cresça e possa ser vida por todo o planeta”.
R9 Com
[ Círio de Nazaré e Simetria. Imagens que ficam no coração. ]
27
Gastronomia duas super O chef paraense Agostinho Maciel dá de Círio. ço almo receitas para incrementar o seu
Receita de tarteletes Para Massa garina • 250 gramas de manteiga ou mar ento ferm • 500 gramas de trigo sem • 1 ovo inteiro • 1 colher de sopa rasa de açúcar Modo de preparo a manteiga ou a margarina. o açúcar e em seguida acrescente 1- Em uma tigela misture o trigo com mais um pouco tendo o farofa e acrescente o ovo. Misture Misture até se transformar em uma seguida forre as fominhas de leve à geladeira por 2 horas e em cuidado para não sovar a massa, de feijão no fundo das ndo-as no fundo (coloque grãos crus sua preferência com a massa, fura ficarem douradas, tendo o cresça). Asse em forno brando até forminhas para que a massa não rve. Retire do forno, desenforme e rese cuidado para não dourar demais. Para o Recheio
Preparo do Recheio
• 200 gramas de doce de cupuaçu • 1 lata de leite condensado • 1 lata de creme de leite u • 300 gramas de poupa de cupuaç • 300 ml de leite líquido milho • 2 colheres de sopa de amido de do bati • 500 gramas de chantilly á ralada • 200 gramas de castanha-do-par orar dec para • Frutas de sua preferência
o leite Bata no liquidificador o leite, pa de pou a condensado, o creme de leite, uida seg cupuaçu e o amido de milho. Em e deix e er leve a mistura ao fogo até ferv s. esfriar. Leve a geladeira por 2 hora
Montagem ada de recheio cozido. 1- Coloque na casquinha uma cam u e castanhas raladas. 2- Uma camada de doce de cupuaç y e decore com as frutas 3- Finalize com pitangas de chantill de sua preferência.
28
Risoto Pai D`egua Ingredientes olhado • 500 gramas de bacalhau já dem ados irregularmente cort e os limp bu jam • 2 maços de , cebola, alfavaca • 2 litros de tucupi fervido com alho e chicória a gosto. • 2 copos americanos de arroz • 150 ml de azeite • 2 cebolas médias picadas • 4 dentes de alho picado • 4 pimentinhas verdes picadas • ½ pimentão vermelho picado • ½ pimentão verde picado • Salsa a gosto • Sal Modo de Preparo bacalhau no tucupi ndo iniciar a fervura acrescente o Qua . ntes edie ingr s seu com pi as espinhas e as 1-Ferva o tucu a e deixe esfriar. Em seguida separe deir uma esc uma com e-o retir , por 3 minutos tucupi e deixe ferver espinhas retiradas do bacalhau no as e s pele as ente esc Acr rve. peles e rese ela em fogo baixo. pelo crivo e volte com ele para a pan pi tucu o se Pas o. baix fogo em por 5 minutos do alho e deixe azeite, metade da cebola, metade do co pou um com ela pan uma 2- Leve ao fogo escente sal a gosto deixe fritar por uns 5 minutos. Acr e z arro o nte sce acre uida seg dourar. Em z coloque o jambu, z. Antes de desligar o fogo do arro arro o r lece amo para te cien sufi e tucupi, o ligue o fogo. misture tudo e logo em seguida des dourar e logo em do azeite, o alho e a cebola. Deixe ante rest o com a deir frita uma o restante dos 3-Leve ao fogo gue por uns 5 minutos, acrescente Refo as. lasc em u alha bac o que seguida colo s 2 minutos. ingredientes e deixe refogar por mai Se preferir poderá alhau junte os dois e misture bem. bac do e z arro do aro prep o lizar 4- Quando fina servi tucupi e jambu à parte. Bom apetite! Serve 4 pessoas
Maciel Eventos
Escritório:Av.Bernardo Sayão Alameda Belém, casa 77 Bairro Guamá Fones:3259-8558 / 8817-0074
[email protected] Serviços: Formaturas, casamentos, 15 anos, confraternizações, feiras e eventos em geral.
29
30
31
32