Resumo De Sintaxe

  • June 2020
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Resumo de Sintaxe SINTAXE Frase, Oração e Período

Frase É todo e qualquer enunciado, do mais simples ao mais complexo, com sentido completo. A frase pode ser:

1. nominal - a que não possui verbo: Socorro! Que linda noite de verão! 2. verbal - a que possui verbo: Ajudem-no! A noite está linda!

Oração É o enunciado organizado em torno de um verbo. A principal característica da oração não é o sentido completo (ainda que possa ter), mas sim o verbo: Ele estuda muito.(Uma oração) Ele quer que sejamos felizes.(Duas orações)

Período É todo e qualquer enunciado de sentido completo, terminado por pausa gráfica forte e possuindo pelo menos uma oração. O período pode ser: 1. simples - o que só possui uma oração: Sentíamos o perfume das flores. 2. composto - o que possui mais de uma oração: Alguns cantavam e outros dançavam. Quando ela chegou, não nos disse se tivera êxito. O período pode ser composto: a. por coordenação - quando as orações são independentes:

O diretor chegou, deu algumas ordens, saiu em seguida. Choveu, porém continua quente. b) por subordinação - quando as orações estão subordinadas a uma principal: Chame aquele menino que está brincando. Não sabemos se ele virá.

TERMOS DA ORAÇÃO Sujeito É o ser (pessoa, animal ou coisa) sobre o qual se faz uma declaração: Ele está escrevendo cartas. Núcleo do Sujeito O núcleo do sujeito é a palavra à qual está ligada a declaração contida no predicado: Aquela casa branca foi vendida.

Classificação do Sujeito 1. SIMPLES - o que possui apenas um núcleo: Minha irmã foi ao mercado. Vocês conhecem meu pai?

2. DESINENCIAL, OCULTO ou ELÍPTICO - o que é determinado pela desinência verbal:

És um bom amigo. (= Tu). Iremos à praia. ( = Nós).

3. COMPOSTO - o que possui mais de um núcleo: Pedro e Paulo chegaram agora. O livro, o caderno, a caneta e a régua estão naquela gaveta. 4. INDETERMINADO - o que não de pode ou não se quer determinar. O verbo pode estar: a) na 3ª pessoa do plural - equivalente a eles, sem informação a respeito da pessoa: Quebraram a vidraça.

Observação - na frase "Ela e o irmão saíram cedo; só voltarão à noite", embora o verbo da segunda oração esteja na 3ª pessoa do plural e o sujeito não esteja expresso, sabemos qual é o sujeito, pois o pronome eles nos remete a Ela e o irmão, sujeito da 1ª oração; trata-se apenas de um sujeito desinencial.

b. na 3ª pessoa do singular (intransitivo, transitivo indireto ou de ligação) com o pronome SE , que será índice de indeterminação do sujeito:

Vive-se bem aqui. Precisa-se de operários.. Observação - se o verbo for transitivo direto é voz passiva, tem sujeito (simples ou composto) e é preciso fazer concordância: . 5. ORAÇÃO SEM SUJEITO ou INEXISTENTE - quando a oração é uma simples anunciação de um fenômeno, é a informação da ocorrência ou existência de algo ou apenas a indicação de tempo, quantidade ou distância. Nesse caso, a estruturação expressiva centra-se em verbo considerado impessoal. Desta forma, nas situações abaixo os verbos são considerados impessoais e, por conseguinte, a oração não tem sujeito: a) verbos que indicam fenômenos da natureza: Anoiteceu.. Observação: caso o verbo indicador de fenômeno meteorológico seja empregado conotativamente, a oração passará a ter sujeito normalmente. A cidade anoitecia aos poucos (sujeito: a cidade).

b. verbo haver quando sinônimo de existir ou acontecer, ou ainda indicando tempo: Havia pessoas no jardim.. Ele partiu há dois anos. Observação - o verbo existir não é impessoal: Existe um lustre na sala. / Existem lustres na sala.

c. ser indicando hora, data, quantidade ou distância (único caso de oração sem sujeito em que o verbo pode ficar na 3ª pessoa do plural):

É uma hora. / São duas horas. É primeiro de outubro. / São vinte de dezembro. Daqui até lá é um quilômetro. / São muitos quilômetros.

d. ser, estar, ficar, continuar, fazer, ir, passar, etc. indicando fenômeno da natureza ou tempo decorrido:

É primavera. Estava tão quente!. Fez frio. / Fez dois anos que ele partiu. Vai para cinco anos que nos conhecemos. Já passa de um ano que trabalho lá.

e. verbos chegar e bastar seguidos da preposição de indicando ordem ou comando: Chega de tanta conversa.. Basta de reclamações. Observação - na locução verbal o auxiliar assume a flexão do verbo principal; sendo impessoal, a locução será impessoal, pois a pessoalidade ou impessoalidade é determinada por ele: Existem tantas pessoas bondosas! / Devem existir tantas pessoas bondosas! (Verbo pessoal) Há muitos meninos na praça. / Deve haver muitos meninos na praça. (Verbo impessoal)

PREDICADO É a declaração que se faz sobre o ser: Alguns garotos gostam de nadar. Observação - nas orações com sujeito desinencial, indeterminado ou inexistente (oração sem sujeito), a oração é formada apenas pelo predicado: Estou cansado. Gritaram lá fora. Havia fila diante do cinema. Predicação Verbal Quanto à predicação o verbo pode ser: intransitivo, transitivo ou de ligação. 1. INTRANSITIVO É intransitivo o verbo que tem sentido completo, não precisando, portanto, de complemento verbal (objeto). São intransitivos: chorar dormir

entrar voar, etc. Ex.: O bebê dormiu.

2. TRANSITIVO É transitivo o verbo que não tem sentido completo e por isso precisa de um complemento verbal (objeto). O verbo transitivo divide-se em direto, indireto e direto e indireto: a. direto - é o verbo que se liga a seu complemento (objeto direto) sem o auxílio de preposição. São transitivos diretos: abrir amar comprar ver, etc. Ex.: O menino contava as balas. b)indireto - é o verbo que se liga a seu complemento (objeto indireto) com o auxílio de preposição. São transitivos indiretos: acreditar concordar confiar crer precisar, etc. Ex.: Cremos em Deus. c) direto e indireto - é o verbo que precisa de dois complementos, um sem preposição (objeto direto) e o outro com preposição (objeto indireto). São transitivos diretos e indiretos: atear contar (= narrar) dar preferir, etc. Ex.: Conte uma história às crianças.

3. DE LIGAÇÃO É o verbo cuja função é apenas ligar o sujeito a um estado, qualidade ou atributo. É claro que haverá sempre, na oração um nome que representará o estado, a qualidade, ou o atributo. Esse termo chama-se predicativo. Exs.: Ela é feliz. Ela é generosa. Ela é minha irmã. São verbos de ligação: andar continuar estar ficar parecer permanecer ser tornar-se Lembre-se de que o verbo só é de ligação se estiver acompanhado de predicativo (estado, qualidade ou atributo), caso contrário não terá a função de ligar o sujeito ao predicativo. Será então classificado como intransitivo: Ela continua contente (de ligação). Ela continua na escola (intransitivo).

Classificação do Predicado O predicado pode ser verbal, nominal ou verbo-nominal:

1. verbal - é aquele que tem como núcleo um verbo (intransitivo ou transitivo): Maria brincava no parque no parque. (Intransitivo) Vocês já comeram o bolo? (Transitivo direto) Acredito em você. (Transitivo indireto) Entregue o embrulho a teu tio. (Transitivo direto e indireto)

2. nominal - é aquele que tem verbo de ligação e cujo núcleo é um nome, que se chama predicativo:

Elas são enfermeiras. 3. verbo-nominal - é aquele que tem dois núcleos: um verbo (intransitivo ou transitivo) e um nome (predicativo): Ele chegou febril. Compramos a casa felizes. Preciso de você otimista. Os pais emprestaram o carro a Pedro preocupados o carro a Pedro preocupados.

PREDICATIVO Predicativo é o termo que indica estado, qualidade ou atributo:

Ele viajou resfriado. Ele tornou-se culto. Ele é vendedor.

Classificação do Predicativo

1. predicativo do sujeito - é o que se refere ao sujeito: Minha prima está satisfeita.(Minha prima é sujeito).

2. predicativo do objeto - é o que se refere ao objeto (direto ou indireto): Encontrei minha prima satisfeita. (Minha prima é objeto direto). Gosto de minha prima satisfeita. (Minha prima é objeto indireto).

COMPLEMENTOS DO VERBO Os complementos do verbo são dois: objeto direto e objeto indireto.

I.

OBJETO DIRETO - é o complemento de verbo transitivo direto e um dos complementos do verbo transitivo direto e indireto; normalmente está ligado ao verbo sem preposição.

Ele quer uma xícara de chá. (Transitivo direto)

Entreguei o presente a João. (Transitivo direto e indireto) O objeto direto pode ser: pleonástico, cognato ou preposicionado. 1. OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO Por motivos puramente estilísticos, como, por exemplo, para chamar a atenção sobre o próprio objeto direto, pode esse termo aparecer repetido na oração. Não é exigência verbal, é apenas uma forma enfática que pode ser retirada da oração sem qualquer ônus para o entendimento. A esse pleonasmo é dado o nome de objeto direto pleonástico, justamente por ser a repetição do objeto direto normal. Nesse caso, uma das formas é sempre um pronome átono. Estas belas flores, comprei-as ontem. Os livros, leio-os saboreando como fruta madura.

2. OBJETO DIRETO COGNATO (ou INTERNO) Pode o verbo intransitivo ser usado transitivamente (sempre transitivo direto, jamais indireto). A mudança de predicação só é possível se usarmos como objeto direto complemento representado por substantivo do mesmo radical do verbo (termo cognato) ou substantivo que pertença ao mesmo grupo de idéias do verbo e é comum que tal complemento venha acompanhado de expressão qualificadora. "E rir meu riso e derramar meu pranto." As crianças dormiam um sono tranqüilo.

3. OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO Não é raro encontrar o objeto direto precedido de preposição. Nesses casos, a preposição não é exigência do verbo, mas necessidade estrutural do próprio termo núcleo do objeto direto. Há casos em que o emprego do objeto direto preposicionado é facultativo e outros em que é obrigatório. Casos em que é facultativo: a) com pronomes de tratamento: Estimo a Vossa Senhoria.

b. quando o objeto direto precede o verbo: Aos meninos não convidou. c) quando o objeto direto é nome próprio de pessoa:

Censuraram a Paulo.

d. quando o objeto direto é composto, sendo o primeiro núcleo um pronome átono: Respeita-me e a meus amigos.

e. quando há idéia de comparação: Olhou-te como a um inimigo.

f. quando há idéia de partitivo: Beba do leite.

g. quando se quer enfatizar o objeto direto: Ele sacou da arma.

h. com pronomes indefinidos: Elogiamos a todos. i) com o pronome QUEM se ele não possuir antecedente: A quem encontraremos na festa?

j. com numerais: Sempre trataste aos dois com o mesmo carinho.

Casos em que é obrigatório: a) com o nome Deus com o nome Deus: Louvamos a Deus. b) quando houver ambigüidade de sentido quando houver ambigüidade de sentido: "A mãe ao próprio filho não conheça." (Camões) c) quando os pronomes pessoais mim, ti, si, nós, vós, ele(s), ela(s) exercem função de objeto direto: Ele chamou a ti.

II. OBJETO INDIRETO - é o complemento de verbo transitivo indireto ou um dos complementos do verbo transitivo direto e indireto; representa o ser ou coisa a que se destina a ação, ou em cujo proveito ou prejuízo a ação se realiza. Quando não representado por pronome átono, virá obrigatoriamente regido de preposição exigida pelo verbo.

Confie neles. Entregue este bilhete a Maria. O objeto indireto pode ser pleonástico. OBJETO INDIRETO PLEONÁSTICO Por uma questão de estilo ou quando se quiser realçar o objeto indireto, costuma-se repetir esse termo. Nesse caso, uma das formas é necessariamente um pronome pessoal átono. Ao termo que repete o objeto indireto dá-se o nome de objeto indireto pleonástico. A ele, dei-lhe todo o meu amor. Ofereci-lhes, a José e João, nossa ajuda. Termos da Oração

COMPLEMENTO NOMINAL É o termo que completa o sentido de um nome incompleto do mesmo modo como o objeto completa o verbo. Vem sempre acompanhado de preposição. O nome completado pelo complemento nominal é um adjetivo, advérbio ou substantivo e é sempre abstrato. 1. completando substantivos: As crianças têm necessidade de proteção. Foi realizada a venda da casa? 2. completando adjetivos: Isso é benéfico ao país. Estão todos preocupados com você. 3. completando advérbios: Ele mora perto de Pedro. Sempre pensamos favoravelmente aos jovens.

AGENTE DA PASSIVA É o termo que, na voz passiva analítica (com auxiliar), designa o ser que realiza a ação verbal da qual o sujeito é o paciente. O agente da passiva vem sempre precedido de preposição:

Este quadro foi pintado por Renoir. Ela é estimada de todos. O motor é movido a gás.

Observações:

1. Nem sempre o agente da passiva está expresso: A janela foi consertada ontem. 2. O agente da voz passiva sintética jamais está expresso: Vende-se um barco.

Termos da Oração ADJUNTO ADNOMINAL É o termo de valor adjetivo que gira em torno de um núcleo substantivo ou substantivado de um outro termo da oração. O adjunto adnominal pode pertencer:

1. ao sujeito: Aquele livro é meu.

2. ao predicativo: Ela é tua amiga?

3. ao objeto direto: Traga o jornal. 4. ao objeto indireto: Gosto de sorvete de morango. 5. ao complemento nominal: Ele tem adoração por esta moça. 6. ao agente da passiva: A revista será lida por vários alunos. 7. ao aposto: Aquele é Pedrinho, filho de Maria. 8. ao vocativo:

Meu Deus, ajuda-nos.

Observações: a) Muitas vezes há mais de um adjunto adnominal em torno do mesmo núcleo: A menina morena é Marta. Vendi meu carro branco. b) Os pronomes átonos, quando exercem função de adjunto adnominal, têm valor de possessivos: Corrigiu-nos os defeitos ( = Corrigiu nossos defeitos). Tocou-te o rosto ( = Tocou teu rosto). c. O adjunto adnominal confunde-se freqüentemente com o complemento nominal, porém devemos nos lembrar de que este último completa nomes abstratos: Tenho uma caixa de jóias. (Adjunto adnominal) Tenho pavor de fantasmas. Definição de Regência

Regência em sentido amplo Dentro da estrutura frasal, as palavras são interdependentes, isto é, umas dependem de outras. Podemos assim dizer que a frase é uma seqüência de termos subordinantes e subordinados (termos que completam, modificam, estão na dependência de subordinantes). •

o predicado é subordinado em relação ao sujeito, que é subordinante:



os complementos verbais são subordinados ao verbo, que é subordinante:



os complementos nominais são subordinados em relação ao nome, que é subordinante:



os adjuntos são subordinados ao nome ou ao verbo:

Regência, em sentido amplo, é sinônimo de subordinação. Regência em sentido estrito Trata das relações de dependência entre: •

O verbo e seus complementos. Neste caso, diz-se que a regência é verbal. Exemplo:

Nos dois primeiros exemplos, a relação de dependência entre os verbos e os complementos é feita diretamente, isto é, sem auxílio de preposições. Nos dois outros exemplos, com o auxílio de preposições. •

O nome e seus complementos. Neste caso, diz-se que a regência é nominal.

As preposições desempenham papel relevante no capítulo da regência. O uso correto das preposições é um indicador seguro do conhecimento da língua.

Casos de Regência São apresentados a seguir casos de regência em que se verifica divergência entre o que preceitua o ensino

tradicional e a realidade lingüística atual. A abordagem que se faz desses casos diverge consideravelmente da realizada pela maioria dos manuais de cultura idiomática, que privilegiam apenas as regências primárias, originárias, não registrando, por isso, as fortes tendências evolutivas nesta área. Dá-se atenção, nesta apresentação, às inovações sintáticas observadas na realidade lingüística atual, tendo como base as pesquisas de Luiz Carlos Lessa e Raimundo Barbadinho Neto, amplamente aproveitadas por Celso Pedro Luft em seu "Dicionário Prático de Regência Verbal". Na apresentação dos aspectos normativos da língua, como em qualquer apreciação de fatos lingüísticos, há que se observar o que é preferível, o que é tolerável, o que é admissível, o que é aceitável, o que é grosseiro, o que é inadmissível, deixando de lado a dicotomia elementar, o primitivismo lingüístico que observa a língua sob o prisma estreito de "certo" x "errado". 1 - Agradar (desagradar) Sentido: Causar agrado; ser agradável. De acordo com o ensino tradicional: Verbo: Transitivo indireto Preposição: a Exemplo: O professor agradou aos alunos. De acordo com a realidade lingüística atual: Verbo: Emprega-se também como transitivo direto. Exemplo: O filho agradou a mãe. Observação: - Este uso já era encontrado entre os clássicos. - Esta regência explica-se por analogia com "contentar", transitivo direto. 2 - Aspirar Sentido: Desejar; anelar. De acordo com o ensino tradicional: Verbo: Transitivo indireto Preposição: a Exemplo: Aspirar ao cargo. Observação: Esta é a sintaxe originária. De acordo com a realidade lingüística atual: Verbo: Emprega-se também como transitivo direto. Exemplo: Aspiro o cargo. Observação: - É uma inovação regencial sob a pressão semântica de "desejar", "querer", "pretender" - todos verbos transitivos diretos. - Em nível culto formal, Luft recomenda a sintaxe originária. 3 - Assistir Sentido: Ajudar; auxiliar. De acordo com o ensino tradicional Verbo: Transitivo indireto Preposição: a Exemplo: O médico assiste ao doente. Observação: Esta é a regência primitiva. De acordo com a realidade lingüística atual: Verbo: Emprega-se também como transitivo direto. Exemplo: O médico assiste o doente. Observação: É uma evolução regencial sob a pressão de "ajudar", "auxiliar" - verbos transitivos diretos. 4 - Assistir

Sentido: Presenciar. De acordo com o ensino tradicional: Verbo: Transitivo indireto Preposição: a Exemplo: Assisti ao filme. Observação: Esta é a regência primária, original. De acordo com a realidade lingüística atual: Verbo: Emprega-se também como transitivo direto. Exemplo: Assisti o filme. Observações: - É uma evolução regencial sob a pressão de semântica de "ver" - verbo transitivo direto. - A forma passiva "o filme foi assistido" comprova a transitivação do verbo. - De acordo com luft, o mais que se pode é aconselhar a sintaxe original, tradicional. 5 - Chegar Sentido: Atingir o término do movimento de ida ou vinda. De acordo com o ensino tradicional: Verbo: Transitivo indireto Preposição: a Exemplo: Chegou cedo à escola. De acordo com a realidade lingüística atual: Verbo: Transitivo indireto Preposição: em Exemplo: Chegou cedo na escola. Observações: - A preposição "em" é exclusiva diante da palavra "casa". Exemplo: Chegou em casa. - No Brasil, usa-se muito a construção com a preposição "em". É, portanto, um brasileirismo. Exemplo: Quando ele chegou na porta da cozinha. - "Já se tolera o "chegou em" na linguagem escrita". (Sílvio Elia). - Luiz Carlos Lessa e R. Barbadinho Neto confirmam amplamente essa regência entre os modernistas. - Mesmo assim, Luft entende que, em texto escrito culto formal, melhor se ajusta o "Chegar a". 6 - Ir Sentido: Deslocar-se de um lugar para outro. De acordo com o ensino tradicional: Verbo: Transitivo indireto Preposição: para, a Exemplos: - Para: Quando há intenção de permanecer, de fixar residência. "Ir para Porto Alegre". - A: Quando há intenção de não se demorar, de não fixar residência. "Ir a Porto Alegre". De acordo com a realidade lingüística atual: Verbo: Transitivo indireto Preposição: em Exemplo: Ir no colégio. Observações: - A regência"ir em" é típica da fala brasileira, podendo até ser sobrevivência da língua arcaica. - "Os portugueses dizem ir à cidade. Os brasileiros, na cidade. Eu sou brasileiro". (Mário de Andrade). - Na fala brasileira, prevalece o emprego de "para", sobre o "a". Apesar disso, Luft recomenda o "ir a" / "ir para" na linguagem culta formal, sobretudo escrita. 7 - Morar Sentido: Ter habitação ou residência; habitar. De acordo com o ensino tradicional:

Preposição: "em", em todos os contextos Exemplos: - Moro em Porto Alegre. - Moro na Rua da Saudade. De acordo com a realidade lingüística atual: Preposição: Emprega-se também com a preposição "a" com o substantivo "rua", e menos freqüentemente, com outros femininos, como "avenida", "praça", "travessa", na linguagem escrita de jornal, tabelionato, etc. 8 - Namorar Sentido: Cortejar. De acordo com o ensino tradicional: Verbo: Transitivo direto Exemplos: - Namorar alguém. - Namorá-lo. Observação: Esta é a regência primitiva. De acordo com a realidade lingüística atual: Verbo: Transitivo indireto Preposição: com Exemplo: Namorar com alguém. 9 - Obedecer (desobedecer) Sentido: Submeter-se à vontade de alguém. De acordo com o ensino tradicional: Verbo: Transitivo indireto Preposição: a Exemplo: Obedeço aos pais. De acordo com a realidade lingüística atual: Verbo: Emprega-se também como transitivo direto. Exemplo: Obedeço os pais. Observações: - Entre os clássicos antigos, aparece como transitivo direto. - Os modernistas também empregam esta construção. - A passiva é vista como normal. - Luft recomenda na linguagem culta formal a construção com objeto indireto. - A mesma descrição vale para o verbo "desobedecer". 10 - Pagar Sentido: Satisfazer dívida, encargo, etc. De acordo com o ensino tradicional: Verbo: Transitivo direto e indireto; objeto direto do que se paga e objeto indireto de pessoa (a quem se paga) Exemplos: - Paguei a consulta. - Paguei ao médico. - Paguei a consulta ao médico. Observação: Esta é a sintaxe originária. De acordo com a realidade lingüística atual: Verbo: Emprega-se também como objeto direto de pessoa. Preposição: com Exemplo: Paguei o médico. Observação: - Os puristas condenam esta construção. - Segundo Luft, quando muito, pode-se dizer que, na língua escrita formal, a sintaxe "pagar a alguém", "pagar-lhe" é

preferível a "pagar alguém". 11 - Pisar Sentido: Pôr os pés sobre. De acordo com o ensino tradicional: Verbo: Transitivo direto Exemplo: Não pise a grama. De acordo com a realidade lingüística atual: Verbo: Transitivo indireto Preposição: em Exemplo: - Não pise na grama. - Pisar em ovos. - Pisar nos calos. 12 - Preferir Sentido: Dar primazia a. De acordo com o ensino tradicional: Verbo: Transitivo direto e indireto Preposição: a Exemplo: Prefiro o azul ao vermelho. Observação: Esta é a sintaxe primária. De acordo com a realidade lingüística atual: Verbo: Também ocorrem as construções "preferir antes ou mais ((do) que)". Exemplos: - Prefiro mais a música do que a pintura. - Prefiro antes a música que a pintura. Observações: - Há abonações literárias dessa regência. - Segunto Nascentes, "não há erro nenhum nas expressões "preferir antes ou preferir do que"". - De acordo com Luft, "Mesmo assim, em lingua culta formal, cabe a sintaxe primária". 13 - Querer Sentido: Ter afeto; amar; estimar. De acordo com o ensino tradicional: Verbo: Transitivo indireto Preposição: a Exemplo: - Quer a alguém. - Querer-lhe. De acordo com a realidade lingüística atual: Verbo: Emprega-se também como verbo transitivo direto. Exemplo: - Quer alguém. - Querê-lo. Observação: - É inovação regencial por influência de "amar" - verbo transitivo direto. - Para Luft, pode-se recomendar a variante com objeto indireto (querer a alguém), na modalidade culta formal, sem, no entanto, condenar a outra (querê-la). 14 - Sentar Sentido: Tomar assento.

De acordo com o ensino tradicional: Verbo: Transitivo indireto Preposição: a Exemplo: Sentar-se à mesa. Observação: Esta é a sintaxe originária. De acordo com a realidade lingüística atual: Verbo: Verbo transitivo indireto Preposição: Emprega-se também com a preposição "em" Exemplo: Sentar-se na mesa. Observação: - "Sentar em" é um brasileirismo. - De acordo com Luft, "Em linguagem culta formal, mantenha-se a sintaxe primitiva". 15 - Visar Sentido: Ter em mira; ter em vista; objetivar. De acordo com o ensino tradicional: Verbo: Transitivo indireto Preposição: a Exemplo: Eles visam a fins nobres. Observação: Esta é a regência primária, originária. De acordo com a realidade lingüística atual: Verbo: Emprega-se também como verbo transitivo direto. Exemplo: Eles visam fins nobres. Observação: - É uma inovação regencial sob a pressão semântica de "pretender", "buscar" - verbos transitivos diretos. - Vários gramáticos e dicionaristas registram esta sintaxe. 16 - De + o/a + substantivo + infinitivo ou De + pronome + infinitivo De acordo com o ensino tradicional: - Não se contrai a preposição e o artigo neste tipo de construção. Exemplos: - Há possibilidade de o chefe se atrasar. - Está na hora de o trem partir. - Apesar de ele se mostrar indiferente, é muito solidário. - Isso se deve ao fato de o português ser assim. De acordo com a realidade lingüística atual: - É natural a contração da preposição com o artigo ou com o pronome. Exemplo: Está na hora do trem partir. 17 - Entregar a domicílio/Em domicílio De acordo com o ensino tradicional (regra purista): • A Domicílio: Com verbos que indicam movimento. - Exemplo: Ir a domicílio. Enviar encomendas a domicílio. • Em Domicílio: Com verbos que não indicam movimento. - Exemplo: Dar aulas em domicílio. Fazer as unhas em domicílio. De acordo com a realidade lingüística atual: - Usa-se "a domicílio" em ambos os casos. Exemplo: Entrega a domicílio. 18 - Complemento comum a verbos de regência diferente De acordo com o ensino tradicional (regra purista): • Verbos com regência diferente não podem reger um mesmo complemento. Estariam, pois, erradas as frases: - Entraram e saíram da sala (entrar em/sair de).

- Compreendeu e participou da alegria do marido (Compreender algo/participar de algo). - Fui e voltei a Porto Alegre (ir a/voltar de). • O correto seria: - Entraram na sala e saíram dela. - Compreendeu a alegria do marido e participou dela. - Fui a Porto Alegre e voltei (de Porto Alegre). De acordo com a realidade lingüística atual: - Prefere-se a construção simplificada. Exemplo: Entraram e saíram da sala.

O Acento Indicativo de Crase Que é Crase Observe o que acontece quando pronunciamos as palavras "casa amarela": o "a" final de "casa" e o "a" inicial de "amarela" contraem-se, e as duas palavras soam como uma só / casaamarela/. Essa contração denomina-se de "crase". O mesmo acontece com: • • •

este estudo: /estestudo/ ou /estistudo/ guri impossível: /gurimpossível/ todo ondulado: /todondulado/ ou /todundulado/

Crase é, pois, a contração de duas vogais idênticas.

Observe agora as frases 1. Dirijo-me a a sala. 2. Dirijo-me a aquela sala. 3. Aquela é a sala a a qual me dirijo. 4. Esta sala é idêntica a a do prédio 7. onde • • • • •

em 1., 2. e 3., o verbo "dirigir" requer a preposição "a": quem se dirige se dirige a algum lugar; em 1., a palavra "sala" aceita o artigo "a": A sala é ampla; em 2., a palavra "aquela" inicia com "a"; em 3., o pronome relativo é "a qual", "as quais", sempre acompanhado pela partícula "a". em 4., o adjetivo "idêntico" requer a preposição "a": uma coisa é idêntica a outra. O segundo "a" é o pronome demonstrativo "a", equivalente a "aquela".

Nesses casos, também ocorre a contração de duas vogais: a + a. A contração é sinalizada pelo acento grave (`). Por isso as frases devem ser reescritas assim: 1. Dirijo-me à sala. 2. Dirijo-me àquela sala.

3. Aquela é a sala à qual me dirijo. 4. Esta sala é idêntica à do prédio 7. Os casos de crase assinalada na escrita com acento grave são, pois, os seguintes: preposição "a" + artigo feminino "a(s)": "à(s)"; preposição "a" + "a" do pronome demonstrativo "àquele(s), "àquela(s)" e "àquilo"; "aquele(s)", "aquela(s)" e "aquilo": Preposição "a" + o "a(s)" de "a qual", "as quais": "à qual", "às quais"; preposição "a" + "a(s)" (= pronome demonstrativo = "aquela(s)"): "às". Vamos analisar cada uma dessas quatro situações.

Crase: contração da preposição "a" + artigo femino "a(s)". A correta utilização do acento indicativo de crase é uma questão de análise do enunciado. Trata-se de averiguar se ocorre a preposição "a" e o artigo feminino "a(s)", antes, evidentemente, de uma palavra feminina. 2.1 A ocorrência da preposição "a" Todo falante da língua reconhece, normalmente, a ocorrência (ou não) da preposição "a" nos enunciados, exigida por certos substantivos, adjetivos, advérbios e verbos. 2.1.1 A preposição "a" exigida por substantivos e adjetivos Substantivos e Adjetivos Pergunta que o falante pode fazer Exemplo Atento Quem é atento é atento a ... Atento à aula. Contrário Quem é contrário é contrário a ... Contrário à guerra. Devoção Quem tem devoção tem devoção a ... Devoção à santa. Anterior Algo é anterior a ... Anterior à invenção da escrita. Desfavorável Quem é desfavorável é desfavorável a ... Desfavorável à doação. Grato Quem é grato é grato a ... Grato à comunidade. Indêntico Quem é idêntico é idêntico a ... Idêntico à irmã. Nocivo Algo é nocivo a ... Nocivo à saúde. Próximo Algo é próximo a ... Próximo à sala. Horror Quem tem horror tem horror a ... Horror à guerra do Iraque. Indiferente Quem é indiferente é indiferente a ... Indiferente à guerra do Iraque. Obediente Quem é obediente é obediente a ... Obediente à lei. Necessário Algo é necessário a ... Necessário à escola. Posterior Algo é posterior a ... Posterior à invenção da escrita.

2.1.2 A preposição "a" exigida por verbos Verbos Aspirar (=desejar; regência tradicional) Assistir (=presenciar; regência tradicional) Perdoar Obedecer (regência tradicional)

Pergunta que o falante pode se fazer Exemplo Quem aspira aspira a ... Aspirar à meta. Quem assiste assiste a ... Assistir à cena. Quem perdoa perdoa alguma coisa a alguém ... Perdoar a falta à criança. Quem obedece obedece a ... Obedecer à lei.

Visar (= ter em mente; regência tradicional) Quem visa visa a ...

Visar à meta.

Além de analisar a ocorrência ou não da preposição "a", deve-se observar se a palavra é feminina e se admite o artigo "a".

2.2 Ocorrência do artigo feminino "a(s)" Todo falante tem competência para saber se a palavra feminina aceita ou não o artigo "a(s)". Faça seu teste, colocando ou não o artigo antes das palavras: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11.

____ Maria Santíssima ____ Atenas ____ Curitiba ____ Roma ____ Copacabana ____ Bahia ____ Roma Imperial ____ Atenas de Péricles ____ Vossa Senhoria ____ Vossa Excelência ____ Ela

Você constata facilmente que apenas os itens 6., 7. e 8. admitem artigo: basta elaborar uma frase com os referidos itens: 6. A Bahia é um estado próspero. 7. A Roma Imperial foi ... 8. A Atenas de Péricles foi ...

2.3 Conclusão Como dissemos há pouco, o correto emprego do acento indicativo de crase depende da análise do enunciado: tratase de observar 1. se ocorre a preposição "a"; 2. se a palavra é feminina; 3. se a palavra feminina aceita o artigo "a(s)". Dada, por exemplo, a frase: "Vou a Brasíla." Trata-se de analisar se • • •

ocorre a preposição. Para tanto, faça o seguinte raciocínio: quem vai vai a algum lugar, assim você observa a presença da preposição "a"; a palavra é feminina; a palavra admite artigo "a'. Faça uma outra frase e comprove: "Brasília é muito linda" e não "A Brasília é muito linda". Assim você conclui que a palavra feminina não admite artigo.

Conclusão: não ocorrem dois "ás" no enunciado, mas apenas um, que é a preposição "a". Portanto,sem acento indicativo de crase. A não-ocorrência de um dos "ás" pode ser sinalizada mediante a seguinte visualização:

Vou a Ø Brasília em que o símbolo Ø indica a inexistência do artigo "a". Siga o mesmo raciocínio para os exemplos a seguir: Verbo Ocorre preposição? Ocorre artigo? Palavra feminina Resultado Irei a a Bahia Irei à Bahia. Irei a Ø Belém Irei a Belém. Vou Brasília Vou Fortaleza Dirijo-me Santa Catarina Dirijo-me Florianópolis Vou São Paulo Vou Santos Fui Itu Vou Maceó Vou China Irei Alemanha Irei Portugal Irei Roma

Você deve ter concluído que ocorre a crase antes de "Bahia", "China" e "Alemanha" Se você analisar o enunciado e raciocinar, a maioria das regras torna-se dispensável; ou você mesmo pode formulá-los. Observe o conjunto de exemplos abaixo: • • •

Cláudia ficou a ver navios. -> Cláudia ficoi a Ø ver navios. Continuamos a respirar ar impuro. -> Continuamos a Ø respirar ar impuro. Estamos dispostos a resolver seu problema. -> Estamos dispostos a Ø resolver seu problema.

Como você pode constatar, não há acento indicativo de crase, porque ocorre apenas um "a", que é a preposição, uma vez que os verbos não admitem artigo, fato assinalado pelo símbolo Ø. Regra: Não ocorre acento indicativo de crase antes de verbos, pois não admitem artigo.

• • • • • • • •

Refiro-me a ti -> Refiro-me a Ø ti. Dirigi-me a ela -> Dirigi-me a Ø ela. Apresento-o a você -> Apresento-o a Ø você. Venha a nós o Vosso Reino -> Venha a Ø nós o Vosso Reino. Respondo a Vossa Senhoria -> Respondo a Ø Vossa Senhoria. Não me referi a esta carta -> Não me referi a Ø esta carta. Direi a qualquer pessoa -> Direi a Ø qualquer pessoa. Refiro-me a uma pessoa educada -> Refiro-me a Ø uma pessoa educada.

Regra: Não ocorre acento indicativo de crase antes de pronomes pessoais, demontrativos, indefinidos, e expressões de tratamento, pois não admitem artigo. O "a", nos exemplos acima, é meramente preposição, exigida pelos verbos, conforme sinalização. <>

• • •

Não assisto a cenas de guerra -> Não assisto a Ø cenas de guerra. Entregou-se a férteis cogitações -> Entregou-se a Ø férteis cogitações. Não prestaram atenção a verdades preciosas -> Não prestaram atenção a Ø verdades preciosas.

Regra: Não ocorre acento indicativo de crase quando o "a" estiver no singular e a palavra feminina seguinte estiver no plural: o "a" é apenas preposição, exigida pelas palavras que vêm antes, conforme sinalização.

Diferente seria a situação seguinte: • • •

Não assito às cenas de guerra -> Não assisto a + as cenas de guerra. Entregou-se às férteis cogitações -> Entregou-se a + as férteis cogitações. Não prestaram atenção às verdades preciosas -> Não prestaram atenção a + as verdades preciosas.

em que temos a preposição "a" + o artigo "as", conforme indicação. • • •

Andar a cavalo -> Andar a Ø cavalo. Vir a pé -> Vir a Ø pé. Vender a prazo -> Vender a Ø prazo.

Regra: Não ocorre acento indicativo de crase antes de palavras masculinas, pois não admitem artigo "a". O "a" dos exemplos é meramente uma preposição.

Observe: •

Cláudia é estudiosa. A Cláudia é estudiosa.



Débora é aplicada. A Débora é aplicada.



Júlia é assídua. A Júlia é assídua.

Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo antes de nomes próprios femininos. Então, podemos escrever as frases abaixo da seguinte forma: • • •

Refiro-me à Cláudia. Respondo à Débora. Dirijo-me à Júlia.

• • •

Refiro-me a Cláudia. Respondo a Débora. Dirijo-me a Júlia.

ou

que têm os seguintes desdobramentos: Para o primeiro conjunto: • • •

Refiro-me a a Cláudia. Respondo a a Débora. Dirijo-me a a Júlia.

Para o segundo conjunto: • • •

Refiro-me a Ø Cláudia. Respondo a Ø Débora. Dirijo-me a Ø Júlia.

Regra: É facultativo o emprego do acento indicativo de crase antes de nomes próprios femininos, porque é facultativo o uso do artigo.

Observe: •

Minha tia é generosa. A minha tia é generosa.



Nossa prima é rica. A nossa prima é rica.



Tua mãe é bondosa A tua mãe é bondosa.

Como podemos constatar, é facultativo o uso de artigo antes de pronomes possessivos no singular. Por isso podemos escrever assim:



Apresentei-o a minha tia. Apresentei-o à minha tia.



Dirigi a palavra à nossa prima. Dirigi a palavra a nossa prima.



Refiro-me à tua mãe. Refiro-me a tua mãe.

Regra: É facultativo o emprego do acento indicativo de crase antes de pronomes possessivos no feminino singular, porque é facultativo o uso do artigo.

Voltamos a insistir na importância de se analisar o enunciado, observando • • •

se ocorre a preposição "a"; se a palavra é feminina; se a palavra feminina aceita o artigo "a(s)".

Assim, dada a frase: •

Levei uma rosa a professora.

Observe que • • •

ocorre a preposição: quem leva leva algo a alguém; "professora" é palavra feminina; "professora" aceita o artigo "a"; basta fazer outra frase para observar: Aprofessora é delicada.

Portanto, a frase acima deve ter acento: •

Levei uma rosa à professora.

Faça agora seu teste: analise os enunciados, raciocine e coloque acento indicativo de crase se for o caso: 1.Fez um pedido a mãe. 2.Emprestou um livro a colega. 3.Entregou o trabalho a professoara. 4.Enviou uma reclamação a companhia. 5.Dedicou-se a literatura infantil. 6.Estava disposto a colaborar. 7.Refiro-me a uma pessoa educada. 8.Refiro-me a esta carta. 9.Refiro-me a certa pessoa. 10.Nada revelou a elas. 11.Mostrou-se submisso a decisões equivocadas.

12.Mostrou-se submisso as decisões equivocadas. 13.Nunca ia a festas, nem a reuniões. 14.Nas próximas férias ireia a Lisboa. 15.Todos deverão comparecer a reunião.

3. Crase: contração da preposição "a" + o primeiro "a" de "aquele(s)", "aqulela(s)" e "aquilo". Dada uma frase com esses pronomes, trata-se de analisar se também ocorre a preposição "a" Observe: Refiro-me aquilo. • Quem se refere se refere "a": portanto, ocorre a preposição "a", que vai se contrair com o "a" de "aquilo". Logo, marcam os a contração com acento indicativo de crase: Refiro-me àquilo. Dada outra frase: Resolvi aquele problema. Observa-se que o verbo "resolver" não exige preposição: quem resolve resolve algo. Logo, não há acento na frase: Resolvi aquele problema. Faça um teste: analise os enunciados, raciocine e colque acento indicativo de crase quando necessário. 16.Quero agradecer aquela moça a atenção dispensada. 17.Fale aquela professora. 18.Refiro-me aquele senhor. 19.Telegrafei aquela senhora. 20.Refiro-me aquilo. 21.Não dei importância aquilo. 22.Foi ele quem escreveu aquela carta. 23.Dedicava aquela família grande afeição. 24.A rua é paralela aquela que leva a praia.

4. Crase: contração da preposição "a" + o "a(s)" de "a qual", "as quais".

Na frase A cena à qual aludiste foi desagradável. ocorre acento indicativo de crase, pois • •

ocorre a preposição "a", exigida, nesse tipo de estrutura, por uma palavra que vem depois, no caso aludiste: quem alude alude "a"; o pronome é "a qual", com a partícula "a" integrando o pronome.

Veja melhor: A cena a* a** qual aludiste foi desagradável. * Preposição exigida por "aludiste". ** Pronome relativo com a partícula "a" integrando o pronome.

Portanto, contraem-se os dois "ás", contração sinalizada pelo acento grave: A cena à qual aludiste foi desagradável. Observe mais os seguintes exemplos: •

São normas a as quais todos devem obedecer. São normas às quais todos devem obedecer.



Esta foi a conclusão a a qual chegamos. Esta foi a conclusão à qual chegamos.



Esta é a carreira a a qual aspiro. Esta é a carreira à qual aspiro.



As sessões a as quais assisti estavam lotadas. As sessões às quais assisti estavam lotadas.

Observação: Só o pronome relativo "a qual" tem a partícula "a" integrando-o. Os pronomes "que" e "quem" não se fazem acompanhar por essa partícula. Atente, pois, para a grafia nas frases: •

Esta é a peça à qual assisti. Esta é a peça a que assisti.



Esta é a empresa à qual me dedico. Esta é a empresa a que me dedico.



Esta é a conclusão à qual cheguei. Esta é a conclusão a que cheguei.



Esta é a cena à qual aludi. Esta é a cena a que aludi.



Esta é a ordem à qual obedeço. Esta é a ordem a que obedeço.



Esta é a mulher à qual me referi. Esta é a mulher a quem me referi. Esta é a mulher a que me referi.

5. Crase: contração da preposição "a" + o pronome demontrativo "a(s)", que equivale a "aquela(s)"

Na frase a seguir: Minha sorte é ligada à do meu país. o "a" deve ser sinalizado com acento grave, porque é resultante da contração da preposição "a" (uma coisa é ligada "a" outra) + o pronome demonstrativo "a", equivalente a "aquela". Veja a demonstração: Minha sorte é ligada à do meu país. equivale à frase Minha sorte é ligada a (preposição) aquela (pronome demonstrativo) do meu país. que corresponde à frase Minha sorte é ligada a (preposição) a (pronome demonstrativo "a") do meu país. em que deve ocorrer a contração dos dois "ás", sinalizada pelo acento grave. Siga o modelo e compare. Modelo: • • •

As frase são semelhantes a as de antes. As frases são semelhantes a aquelas de antes. As frases são semelhantes às de antes.

α. A rua é tranversal a a que vai dar no colégio. β. Suas lutas se comparam a as de Bolívar. χ. Suas respostas são superiores a as dele.

Saiba Mais

1.

De ... a De ... à

Quando se fizer referência a dois elementos (substantivos ou numerais) ligados por "de ... a", não ocorrerá acento grave antes do segundo elemento: De segunda a sábado ..... De hoje a domingo .... De 1 a 5 ...... De 1ª a 4ª série ..... No entanto, quando se define o primeiro elemento mediante o emprego de "do" / "da", o segundo inicia com "à" (ou "ao"). É uma questão de paralelismo. Exemplos:

As turmas da 1ª à quarta série foram convidadas. Estivemos fora do ar da meia-noite às duas da manhã. A sala ficará aberta desta terça à sexta-feira.

2.

Substantivo feminino de uso indeterminado.

Não se emprega acento indicativo de crase diante de substantivo feminino usado em sentido geral, indeterminado, porque, nesse caso, não ocorre o artigo definido "a(s)". Exemplos: Ele tem aversão a mulher (...a mulher em geral) Crédito sujeito a aprovação. Paciente submetido a intervenção cirúrgica. Presidente responde a denúncia hoje. Denúncia pode levar o presidente a condenação. As frases podem ser reescritas assim: Ele tem aversão a (uma) mulher (qualquer). Crédito sujeito a (uma) aprovação (qualquer). Paciente submetido a (uma) intervenção cirúrgica (qualquer). Presidente responde a (uma) denúncia (qualquer) hoje. Denúncia pode levar o presidente a (uma) condenação (qualquer). Se, no entanto, a expressão vier determinada, ocorrerá acento indicativo de crase. Observe: Ele tem aversão a mulher. (Ele tem aversão a (uma) mulher (qualquer). Ele tem aversão à mulher de João. (É uma mulher determinada, definida). Tráfico em frente a escola. (Tráfico em frente a (uma) escola (qualquer). Tráfico em frente à escola Clementina. (É uma escola determinada, definida).

3.

A palavra "terra"

3.1 "Terra", significando planeta, é substantivo próprio e admite artigo. Conseqüentemente, quando houver também a preposição, ocorrerá o fenômeno da crase: Os astronautas voltaram à Terra.

3.2 Diante de "terra", significando "chão firme", "solo", sem especificação, não ocorre acento grave: Os marinheiros voltaram a terra.

3.3 Diante de "terra", significando "chão firme", "solo", com especificação, ocorre acento; Irei à terra de meus pais.

4.

Expressões adverbiais

4.1 Masculinas. Não se emprega acento grave com expressões adverbiais femininas. Exemplos: Matou a sangue-frio. Navio a vapor. Ando a pé. Ando a cavalo. Carro a gás. Escrever a lápis. Vendas a prazo. 4.2 Femininas. É de tradição acentuar-se a "a" nas locuções femininas. Exemplos: Bater à máquina. Escrever à mão. Trancar à chave. Colocar à venda. Venda à vista. Cortar à espada. Justifica-se o acento indicativo da crase por motivo de clareza. Compare: Cortei a espada (A espada foi cortada). Cortei à espada (Cortei com a espada). Pagou a prestação (A prestação foi paga). Pagou à prestação (Pagou em prestação).

5.

A palavra "distância"

Se a palavra "distância" estiver determinada, especificada, o "a" deve ser acentuado. Observe: A cidade fica à distância de 70 km daqui (determinada). A cidade fica a grande distância daqui (não-determinada). A rigor, não se usa acento grave nestas locuções adverbiais: Estudar a distância. Ensino a distância. Escrever a distância.

Curar a distância. Fotografar a distância. Por motivo de clareza, no entanto, pode-se usar acento. Por isso; Estudar à distância. Ensino à distância. Concordância Nominal 1. Substantivo + Substantivo... + Adjetivo Quando o adjetivo posposto se refere a dois ou mais substantivos, concorda com o último ou vai facultativamente: • •

para o plural, no masculino, se pelo menos um deles for masculino; para o plural, no feminino, se todos eles estiverem no feminino.

Exemplos: Ternura e amor humano. Amor e ternura humana. Ternura e amor humanos. Carne ou peixe cru. Peixe ou carne crua. Carne ou peixe crus. 2. Adjetivo + Substantivo + Substantivo + ... Quando o adjetivo anteposto se refere a dois ou mais substantivos, concorda com o mais próximo. Exemplos: Mau lugar e hora. Má hora e lugar. 3. Substantivo + Adjetivo + Adjetivo + ... Quando dois ou mais adjetivos se referem a um substantivo, este vai para o singular ou plural. Exemplos: Estudo as línguas inglesa e portuguesa. Estudo a língua inglesa e (a) portuguesa. Os poderes temporal e espiritual. O poder temporal e (o) espiritual. 4. Ordinal + Ordinal + ... + Substantivo Quando dois ou mais ordinais vêm antes de um substantivo, determinando-o, este concorda com o mais próximo ou vai para o plural. Exemplos: A primeira e segunda lição. A primeira e segunda lições. 5. Substantivo + Ordinal + Ordinal + ...

Quando dois ou mais ordinais vêm depois de um substantivo, determinando-o, este vai para o plural. Exemplo: As cláusulas terceira, quarta e quinta. 6. Um e outro / Nem um nem outro + Substantivo Quando as expressões "um e outro", "nem um nem outro" são seguidas de um substantivo, este permanece no singular. Exemplos: Um e outro aspecto. Nem um nem outro argumento. De um e outro lado. 7. Um e outro + Substantivo + Adjetivo Quando um substantivo e um adjetivo vêm depois da expressão "um e outro", o substantivo vai para o singular e o adjetivo para o plural. Exemplos: Um e outro aspecto obscuros. Uma e outra causa juntas. 8. "O (a) mais ... possível" - "Os (as) mais ... possíveis" - "O (a) pior ... possível" - "Os (as) piores ..." - "O (a) melhor ... possível" - "Os (as) melhores ... possíveis" O adjetivo "possível", nas expressões "o mais ...", "o pior ...", "o melhor ..." permanece no singular. Com as expressões "os mais ...", "os piores ...", "os melhores ...", vai para o plural. Exemplos: Os dois autores defendem a melhor doutrina possível. Estas frutas são as mais saborosas possíveis. Eles foram os mais insolentes possíveis. Comprei poucos livros, mas são os melhores possíveis. 9. Particípio + Substantivo O particípio concorda com o substantivo a que se refere. Exemplos: Feitas as contas ... Vistas as condições ... Restabelecidas as amizades ... Postas as cartas na mesa ... Salvas as crianças ... Observação: "Salvo", "posto" e "visto" assumem também papel de conectivos, sendo, por isso, invariáveis: Salvo honrosas exceções. Posto ser tarde, irei. Visto ser longe, não irei.

10. Anexo / bastante / incluso / leso / mesmo / próprio + Substantivo Essas palavras concordam com o substantivo a que se referem. Exemplos: Vão anexas as cópias. Recebi bastantes flores. Vão inclusos os documentos. Cometeu um crime de lesa-pátria. Cometeu um crime de leso-patriotismo. Ele mesmo falou aquilo. Ela mesma falou aquilo. Elas próprias falaram aquilo. 11. Meio (= metade) + Substantivo O adjetivo "meio" concorda com o substantivo a que se refere. Exemplos: Meias medidas. Meio litro. Meia garrafa. 12. Meio (= um tanto) + Adjetivo O advérbio "meio", que se refere a um adjetivo, permanece invariável. Exemplos: Ela parecia meio encabulada. Janela meio aberta. Observações: 1. Na fala, observam-se exemplos do advérbio "meio" flexionado. Tal fato pode ser explicado pelo fenômeno da "concordância atrativa", ou por influência do adjetivo a que se refere: "Ela está meia cansada". Dessa concordância existem exemplos entre os clássicos: "Uns caem meios mortos". (Camões) 2. Em "meio-dia e meia", "meia" concorda com a palavra "hora", oculta na expressão "meio-dia e meia (hora)". Essa é a construção recomendada pela maioria dos manuais de cultura idiomática. A construção "meio-dia e meio" também ocorre na fala; a forma "meio" permanece no masculino, por atração ou influência da forma masculina "meio-dia". 3. A palavra "meio" funciona como elemento de justaposição em "meias-luas", "meios-termos", "meios-tons", "meia-idade", etc. 13. Verbo transobjetivo + predicativo do objeto + objeto + objeto ... Verbo transobjetivo + objeto + objeto ... + predicativo do objeto Verbo transobjetivo é o verbo que pede, além de um complemento-objeto, uma qualificação para esse complemento (= predicativo do objeto). Nesse caso, o predicativo concorda com o(s) objetos. Verbo transobjetivo + predicativo do objeto + objeto + objeto ...

Julgou Considerei Achei

inocentes oportunas simpáticos

o pai e o filho a decisão e a sugestão a irmã e o irmão

Verbo transobjetivo + objeto + objeto ... + predicativo Julgou o pai e o filho inocentes Considerei a decisão e a sugestão oportunas Achei a irmã e o irmão simpáticos

14. Casa, página (+ número) + numeral Na enumeração de casas e páginas, o numeral concorda com a palavra oculta "número". Exemplos: Casa dois. Página dois. 15. Substantivo + é bom / é preciso / é proibido Em construções desse tipo, quando o substantivo não está determindado, as expressões "é bom", "é preciso", "é proibido" permanecem no singular. Exemplos: Maçã é bom para a saúde. É preciso cautela. É proibida entrada. Observação: Quando há determinação do sujeito, a concordância efetua-se normalmente: É proibida a entrada de meninas. 16. Pronome de tratamento (referindo-se a uma pessoa de sexo masculino) + verbo de ligação + adjetivo masculino Quando um adjetivo modifica um pronome de tratamento que se refere a pessoa do sexo masculino, vai para o masculino. Exemplos: Sua Santidade está esperançoso. Referindo-se ao Governador, disse que Sua Excelência era generoso. 17. Nós / Vós + verbo + adjetivo Quando um adjetivo modifica os pronomes "nós / vós", empregados no lugar de "eu / tu", vai para singular. Exemplos: Vós (= tu) estais enganado. Nós (= eu) fomos acolhido muito bem. Sejamos (nós = eu) breve. Concordância Verbal

1. Sujeito Composto 1.1 Sujeito Anteposto 1.1.1 Regra Geral: Com elementos coordenados, todos de 3ª pessoa = verbo plural. Exemplo: Telefone, passagem e luz Elementos coordenados de 3ª pessoa

custarão

mais caro.

Verbo no plural

1.1.2 Formado de palavras sinônimas Verbo no plural ou concordando com o núcleo mais próximo. Exemplo: Descaso e desprezo marcou / marcaram sua administração. Palavras sinônimas Verbo no singular ou plural

1.1.3 Formado de palavras em gradação ou enumeração Verbo no plural ou concordando com o núcleo mais próximo. Exemplo: Um mês, um ano, uma década

de ditadura não calou / calaram o povo. Verbo concordando com o núcleo Palavras em gradação ou enumeração mais próximo ou no plural

1.1.4 Formado por pessoas gramaticais diferentes. • • • •

{ eu + tu + ele } verbo na 1ª p. p. { eu + tu } verbo na 1ª p. p. { eu + ele } verbo na 1ª p. p. { tu + ele } verbo na 2ª ou 3ª p. p.

Exemplos: Eu, tu e ele

voltaremos logo Tu e ele

voltareis/voltarão logo

Sujeito composto de verbo na 1ª pessoas diferentes, com p.p. a presença da 1ª p.

Sujeito composto de verbo na 2ª ou 3ª pessoas diferentes sem p.p. a presença da 1ª p.

1.1.5 Seguido de "tudo", "nada", "ninguém", "nenhum", "cada um" Aposto Resumidor = verbo no singular. Exemplo: Desvios, fraudes, roubos, tudo acontecia naquele país. Núcleo resumido por "tudo" verbo no singular.

1.2 Sujeito proposto 1.2.1 Regra geral Verbo no plural ou concordando com o núcleo mais próximo. Exemplo: Apertaram-lhe a garganta a apreensão e o pânico. Verbo no plural Sujeito composto proposto

Apertou-lhe a garganta a apreensão e o pânico. Verbo no singular concordando Sujeito composto proposto com o núcleo mais próximo

1.2.2 Quando a ação for reflexiva = verbo no plural. Exemplo: Deram-se as mãos virtude e formosura. (Bocage) Verbo no plural Sujeito composto proposto ação reflexiva

2. Sujeitos Ligados por

2.1 "Com" a) Com (= e), atribuindo-se a ação verbal a todos os seus elementos = verbo plural; Exemplo: O diretor com os coordenadores do curso elaboraram as ementas. b) Com (= em companhia de), realçando-se, mediante o verbo, a ação do antecedente = verbo concorda com o antecedente; O segmento introduzido por "com" fica, em geral, entre vírgulas. Exemplo: O diretor, com todos os professores, resolveu alterar as ementas.

2.2 "Nem" = verbo no plural (concordância usual) Exemplo: Nem Ana nem Paula são bem-vindas.

2.3 "Ou" a) quando a ação verbal se referir a todos os elementos do sujeto = verbo no plural. Exemplo: Laranja ou mamão fazem bem à saúde. b) numa retificação = verbo concorda com o último elemento. Exemplo: O ladrão ou os ladrões não deixaram vestígio. c) quando a ação verbal se apliacar a um dos elementos, com exclusão dos demais = verbo no singular. Exemplo: João ou Antônio chegará em primeiro lugar. d) quando os elementos forem sinônimos = verbo no singular. Exemplo: A Lingüística ou a Glotologia é uma ciência recente.

2.4 "Não só ..... mas também"; "Tanto ...... quanto"; "Não só ..... como"

= verbo no plural ou concordando com o núcleo mais próximo. Exemplo: Tanto João como Antônio participarm / participou do evento.

2.5 "Como"; "assim como"; "bem como" = verbo no plural; o segmento introduzido por "como" fica, em geral, entre vírgulas. Exemplo: A disciplina, assim como o arrojo, fizeram dele um profissional competente.

3. Sujeito representado por

3.1 "Um e Outro" = verbo no singular ou plural; se houver reciprocidade, o verbo vai no plural. Exemplos: Um e outro já veio / vieram. Um e outro deram-se as mãos. (reciprocidade)

3.2 "Um ou outro" = verbo no singular. Exemplo: Um ou outro assumirá o cargo de gerente.

3.3 "Nem um, nem outro" = verbo no singular. Exemplo: Nem um, nem outro respondeu à questão.

3.4 "Quem" = verbo na 3ª pessoa do singular ou concordando com o antecedente.

Exemplo: Fui eu

quem

escreveu. verbo na 3ª antecedente pronome p.s.

Fui eu quem escrevi. antecedente pronome verbo concordando com o antecedente

3.5 "Que" = verbo concorda com o antecedente. Exemplo: Fui eu que escrevi. Foste tu que escreveste Foi ele que escreveu antecedente pronome verbo concordando com o antecedente

3.6 Coletivo = verbo no singular. Exemplo: A multidão invadiu o campo depois do jogo.

3.7 "Um dos que" = verbo no plural (construção dominante) ou no singular. Exemplo: Ele foi um dos que mais trabalharam / trabalhou.

3.8 Artigo + Nome Próprio a) Artigo singular = verbo singular. b) Artigo plural = verbo plural. Exemplos:

O Amazonas é um grande rio. artigo singular verbo no singular

Os Andes percorrem a América do Sul. artigo plural verbo no plural

Observação: Se forem títulos de obras, pode ocorrer o singular ou plural. Exemplo: Os Sertões glorificou ou glorificaram a literatura brasileira.

3.9 "Alguns", "quantos", "muitos", "quais" + "de nós", "de vós" = verbo concorda com "nós" e "vós" ou vai para a 3ª p. p. Exemplos: Alguns de nós lemos o livro. verbo concordando com o pronome "nós"

Alguns de nós leram verbo vai para a 3ª pessoa do plural.

o livro.

3.10 "Algum", "qual" + "de nós", "de vós" = verbo concorda com "algum" e "qual". Exemplo: Algum de nós leu o livro. verbo concordando com "algum"

3.11 "A maioria de", "a maior parte de", "grande número de" + "nome no plural" = verbo no singular ou no plural.

Exemplo: A maior parte dos presentes se retirou / se retiraram. nome no plural verbo no singular ou no plural

3.12 "Mais de", "menos de", "cerca de", "obra de" + numeral = verbo concordando com o numeral. Exemplos: Mais de um aluno se retirou. Mais de dois alunos se retiraram. 3.13 "Mais de" repetido ou indicando reciprocidade = verbo no plural. Exemplos: Mais de um aluno, mais de um professor estavam presentes. Mais de um aluno se abraçaram.

4. Com verbos 4.1 verbo + se 4.1.1 Verbo intransitivo + se (= índice de indeterminação do sujeito) = verbo no singular. Exemplo: ?

Riu-se muito. verbo intransitivo + se sujeito indeterminado (índice de indeterminação do sujeito)

4.1.2 Verbo transitivo indireto + se (índice de indeterminação do sujeito) = verbo no singular. Exemplo:

?

Precisa-se de ferramentas. verbo transitivo indireto + se sujeito indeterminado objeto indireto (índice de indeterminação do sujeito)

4.1.3 Verbo transitivo direto +se (pronome apassivador) = verbo concordando com o substantivo (=sujeito). Observação: A frase pode ser transformada na voz passiva analítica. Exemplos: Cometeram-se os mesmos erros. (Os mesmos erros foram cometidos).

4.2 Verbos impessoais 4.2.1 Verbos que indicam fenômenos da natureza (= chover, nevar, ventar, amanhecer, etc.) = verbo no singular. Exemplo: Choveu muito ontem.

4.2.2 Verbo haver (= existir) = verbo no singular. Exemplo: Havia muitas cadeiras vazias na sala. 4.2.3 Verbos que fazem referência a tempo (haver, fazer, ir, estar, ser) = verbo no singular. Exemplos: Há cinco meses que não aparece Faz cinco meses que não aparece É tarde. Faz muito calor. Fará invernos rigorosos. Observação: Nas locuções verbais, os verbos impessoais acima referidos transmitem sua impessoalidade ao verbo anterior,

chamado de auxiliar. Exemplos: Vai fazer cinco anos que... Pode haver outras alternativas.

4.3 Verbos "dar", "soar" e "bater" + horas = verbo concorda com as horas (=sujeito). Exemplos: Deu uma hora. verbo singular sujeito singular

Bateram duas horas. verbo plural sujeito plural

Observação: Numa locução verbal, o verbo auxiliar concorda com as horas. Exemplo: Iam dar duas horas. locução verbal sujeito plural

4.4 Verbos "existir", "acontecer", "faltar", "sobrar", etc. (empregados normalmente com sujeito posposto) = verbo concorda com o sujeito posposto. Exemplo: Existem Faltam Sobram verbo concorda com o sujeito

razões suficientes. razões. razões. sujeito posposto

Observação: Numa locução verbal, com verbos dessa natureza, o verbo auxiliar concorda com o sujeito posposto. Exemplos:

Devem existir razões. Podem faltar razões. Devem sobrar razões.

4.5 Verbo "parecer" + outro verbo a) = "parecer" concorda com o substantivo + outro verbo no infinitivo. Exemplo: As estrelas parecem brilhar no céu. b) = "parecer" na 3ª pessoa do singular + verbo concordando com o substantivo. Exemplo: As estrelas parece brilharem no céu.

4.6 Com o verbo "ser" 4.6.1 Sujeito (= "quem", "tudo", "isso", "isto", "aquilo") + verbo ser + substantivo predicativo plural = verbo no singular ou plural. Exemplo: Tudo

são sonhos dormidos ou dormentes (Cecília Meireles) verbo plural concordando pronome predicativo plural com o predicativo

Tudo

é flores no presente verbo singular concordando pronome predicativo com o pronome

4.6.2 Sujeito (= pessoa) = verbo concorda com o sujeito. Exemplo: Tito era as delícias de Roma. (apud R. Lima) sujeito (pessoa) verbo singular predicativo

6.3 Sujeito ou predicativo (= pronome pessoal) = verbo concorda com o pronome. Exemplo: Todo eu era olhos e coração. (Machado de Assis)

4.6.4 Sujeito e predicativo (= substantivos comuns) = verbo concorda com o sujeito ou com o predicativo. Exemplos: O tema da aula de hoje foram as figuras femininas da Renascença. (Cyro dos Anjos) O pessoal da rua Nove era uns privilegiados, como os negros das senzalas. (J. L. do Rego) 4.6.5 "É muito", "é pouco", "é mais de", "é menos de", etc + preço, peso, quantidade = verbo no singular Exemplos: Duas horas é muito. Dois é bom, três é demais.

4.6.6 Na indicação de datas = existem três possibilidades de construção: Hoje são 14 de abril. Hoje é dia 14 de abril. Hoje é 14 de abril. (em que o verbo concorda com a idéia implícita de dia)

4.6.7 Na indicação de horas = verbo concorda com o predicativo (= horas). Exemplos: Que horas são? É uma hora. São duas horas. São três horas.

4.6.8 A locução "é que" = invariável. Exemplos:

Eu (é que) estudo. Tu (é que) estudas. Ele (é que) estuda.

4.7 Com o verbo no infinitivo A sintetização relativa ao emprego do infinitivo tem dado margem a muitas controvérsias. De acordo com Lima (1972, p. 380): "Até hoje não foi possível aos gramáticos formular um conjunto de regras fizxas, pelas quais se regesse o emprego de uma e outra forma [flexionada e não-flexionada]. A cada passo infringem os escritores alguns preceitos tidos por definitivos; e isso porque, ao lado das razões de ordem gramatical, e interferindo nelas, alçam-se ao primeiro plano certas condições reclamadas pela clareza, ênfase e harmonia de expressão (Gramática Normativa da Língua Portuguesa, Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 1972)

É por essa razão que o autor fala de "alguns conselhos para o uso do infinitivo". Seguindo a lição das Gramáticas, apresenta-se aqui um único caso obrigatório de emprego do infinitivo pessoal flexionado:

quando tem sujeito próprio, distinto do sujeito da oração principal.

Exemplo: Vi o melhor que pude, sem me faltarem amigos. (Machado de Assis) De acordo com a advertência de Rocha Lima, essa regra não se aplica ao caso em que o sujeito do infinitivo é um pronome pessoal átono, em uma oração introduzida por um dos cinco verbos: "ver", "ouvir", "deixar", "fazer" e "mandar". Exemplos: Viu-os chegar. (Ele viu que eles chegaram.) Deixei-os sair. (Eu deixei que eles saíssem.) Homônimos e Parônimos

1. Definições - Homônimos: vocábulos que se pronunciam da mesma forma, e que diferem no sentido. - Homônimos perfeitos: vocábulos com pronúncia e grafia idênticas (homófonos e homógrafos). Ex.: São: 3ª p. p. do verbo ser. - Eles são inteligentes. São: sadio. - O menino, felizmente, está são. São: forma reduzida de santo. - São José é meu santo protetor.

- Homônimos imperfeitos: vocábulos com pronúncia igual (homófonos), mas com grafia diferente (heterógrafos). Ex.: Cessão: ato de ceder, cedência Seção ou secção: corte, subdivisão, parte de um todo Sessão: espaço de tempo em que se realiza uma reunião - Parônimos: vocábulos ou expressões que apresentam semelhança de grafia e pronúncia, mas que diferem no sentido. Ex.: Cavaleiro: homem a cavalo Cavalheiro: homem gentil 2. Lista de Homônimos e Parônimos Acender - pôr fogo a Ascender - elevar-se, subir Acento - inflexão de voz, tom de voz, acento Assento - base, lugar de sentar-se Acessório - pertences de qualquer instrumento ou máquina; que não é principal Assessório - diz respeito a assistente, adjunto ou assessor Aço - ferro temperado Asso - do v. assar Anticéptico - contrário ao cepticismo Antisséptico - contrário ao pútrido; desinfetante Asar - guarnecer de asas Azar - má sorte, ocasionar Brocha - tipo de prego Broxa - tipo de pincel Caçado - apanhado na caça Cassado - anulado Cardeal - principal; prelado; ave; planta; ponto (cardeal) Cardial - relativo à cárdia Cartucho - carga de arma de fogo Cartuxo - frade de Cartuxa Cédula - documento Sédula - feminino de sédulo (cuidadoso) Cegar - tornar ou ficar cego Segar - ceifar Cela - aposento de religiosos; pequeno quarto de dormir Sela - arreio de cavalgadura Censo - recenseamento Senso - juízo Censual - relativo a censo Sensual - relativo aos sentidos

Cerra - do verbo cerrar (fechar) Serra - instrumento cortante; montanha; do v. serrar (cortar) Cerração - nevoeiro denso Serração - ato de serrar Cerrado - denso; terreno murado; part. do v. cerrar (fechado) Serrado - particípio de serrar (cortar) Cessão - ato de ceder Sessão - tempo que dura uma assembléia Secção ou seção - corte, divisão Cevar - nutrir, saciar Sevar - ralar Chá - infusão de folhas para bebidas Xá - título do soberano da Pérsia Cheque - ordem de pagamento Xeque - perigo; lance de jogo de xadrez; chefe de tribo árabe Cinta - tira de pano Sinta - do v. sentir Círio - vela de cera Sírio - relativo à Síria; natural desta Cível - relativo ao Direito Civil Civil - polido; referente às relações dos cidadãos entre si Cocho - tabuleiro Coxo - que manqueja Comprimento - extensão Cumprimento - ato de cumprir, saudação Concelho - município Conselho - parecer Concerto - sessão musical; harmonia Conserto - remendo, reparação Concílio - assembléia de prelados católicos Consílio - conselho Conjetura - suposição Conjuntura - momento Coringa - pequena vela triangular usada à proa das canoas de embono; moço de barcaça Curinga - carta de baralho Corisa - inseto Coriza - secreção das fossas nasais Coser - costurar Cozer - cozinhar Decente - decoroso

Descente - que desce Deferir - atender, conceder Diferir - distinguir-se; posicionar-se contrariamente; adiar (um compromisso marcado) Descargo - alívio Desencargo - desobrigação de um encargo Desconcertado - descomposto; disparato Desconsertado - desarranjado Descrição - ato de descrever Discrição - qualidade de discreto Descriminar - inocentar Discriminar - distinguir, diferenciar Despensa - copa Dispensa - ato de dispensar Despercebido - não notado Desapercebido - desprevenido Édito - ordem judicial Edito - decreto, lei (do executivo ou legislativo) Elidir - eliminar Ilidir - refutar Emergir - sair de onde estava mergulhado Imergir - mergulhar Emerso - que emergiu Imerso - mergulhado Emigração - ato de emigrar Imigração - ato de imigrar Eminente - excelente Iminente - sobranceiro; que está por acontecer Emissão - ato de emitir, pôr em circulação Imissão - ato de imitir, fazer entrar Empossar - dar posse Empoçar - formar poça Espectador - o que observa um ato Expectador - o que tem expectativa Espedir - despedir; estar moribundo Expedir - enviar Esperto - inteligente, vivo Experto - perito ("expert") Espiar - espreitar Expiar - sofrer pena ou castigo Esplanada - terreno plano

Explanada (o) - part. do v. explanar Estasiado - ressequido Extasiado - arrebatado Estático - firme Extático - absorto Esterno - osso dianteiro do peito Externo - que está por fora Estirpe - raiz, linhagem Extirpe - flexão do v. extirpar Estofar - cobrir de estofo Estufar - meter em estufa Estrato - filas de nuvens Extrato - coisa que se extraiu de outra Estremado - demarcado Extremado - extraordinário Flagrante - evidente Fragrante - perfumado Fluir - correr Fruir - desfrutar Fuzil - arma de fogo Fusível - peça de instalação elétrica Gás - fluido aeriforme Gaz - medida de extensão Incidente - acessório, episódio Acidente - desastre; relevo geográfico Infligir - aplicar castigo ou pena Infringir - transgredir Incipiente - que está em começo, iniciante Insipiente - ignorante Intenção - propósito Intensão - intensidade; força Intercessão - ato de interceder Interseção - ato de cortar Laço - nó que se desata facilmente Lasso - fatigado Maça - clava; pilão Massa - mistura Maçudo - maçador; monótono Massudo - que tem aspecto de massa Mandado - ordem judicial

Mandato - período de permanência em cargo Mesinha - diminutivo de mesa Mezinha - medicamento Óleo - líquido combustível Ólio - espécie de aranha grande Paço - palácio real ou episcopal Passo - marcha Peão - indivíduo que anda a pé; peça de xadrez Pião - brinquedo Pleito - disputa Preito - homenagem Presar - aprisionar Prezar - estimar muito Proeminente - saliente no aspecto físico Preeminente - nobre, distinto Ratificar - confirmar Retificar - corrigir Recreação - recreio Recriação - ato de recriar Recrear - proporcionar recreio Recriar - criar de novo Ruço - grave, insustentável Russo - da Rússia Serva - criada, escreva Cerva - fêmea do cervo Sesta - hora do descanso Sexta - redução de sexta-feira; hora canônica; intervalo musical Tacha - tipo de prego; defeito; mancha moral Taxa - imposto Tachar - censurar, notar defeito em; pôr prego em Taxar - determinar a taxa de Tráfego - trânsito Tráfico - negócio ilícito Viagem - jornada Viajem - do verbo viajar Vultoso - volumoso Vultuoso - inchado

SAIBA MAIS

Existem também expressões que apresentam semelhanças entre si, e têm significação diferente. Tal semelhança pode levar os utentes da língua a usar uma expressão uma em vez de outra. •

Acerca de: sobre, a respeito de. Fala acerca de alguma coisa. A cerca de: a uma distância aproximada de. Mora a cerca de dez quadras do centro da cidade. Há cerca de: faz aproximadamente. Trabalha há cerca de cinco anos.



Ao encontro de: a favor, para junto de. Ir ao encontro dos anseios do povo. Ir ao encontro dos familiares. De encontro a: contra. As medidas vêm de encontro aos interesses do povo.



Ao invés de: ao contrário de Em vez de: em lugar de. Usar uma expressão em vez de outra.



A par: ciente. Estou a par do assunto. Ao par: de acordo com a convenção legal, sem ágio, sem abatimentos (câmbio, ações, títulos, etc.).



À-toa (adjetivo): ordinário, imprestável. Vida à-toa. À toa (advérbio): sem rumo. Andar à toa.

Outras Formas Homônimas e Parônimas

Além das palavras listadas no capítulo anterior, existem outras formas parônimas e homônimas imperfeitas, com pronúncia igual (homófonas) e grafia diferente (heterógrafas). É evidente que essa semelhança causa hesitações e induz a erros no ato de redigir. 1. PORQU S - Porque: é conjução subordinativa causal; equivale a pois . Ele não veio porque choveu. - Porquê: é a mesma conjunção subordinativa causal substantivada; é sinônimo de motivo, razão. Não sei o porquê da ausência dele. - Por que: é a preposição por seguida de pronome interrogativo que; eqüivale a por que motivo, pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais. Por que ele não veio? Eis o motivo por que não veio. - Por quê: é o mesmo por que anterior, quando em fim de frase. Você não veio por quê?

2. ONDE/ AONDE - Onde: empregado em situações estáticas (com verbos de quietação). Onde moras? - Aonde: empregado em situações dinâmicas (com verbos de movimento). Equivale para onde. Aonde vais?

3. -EM, -ÉM, - M, - EM.

- -EM (tônico): em vocábulos monossilábicos: bem, cem, trem. - -ÉM: em vocábulos oxítonos com mais de uma sílaba: armazém, ninguém, ele mantém. - - M: em formas da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir e seus derivados: eles têm, vêm, provêm, detêm. - - EM: em formas da 3ª pessoa do plural dos verbos dar, crer, ler e ver e de seus derivados: dêem, vêem, lêem, vêem, descrêem, relêem, prevêem. OBSERVE: SINGULAR PLURAL ELE TEM ELES T M ELE VEM ELES V M ELE CONTÉM ELES CONT M ELES DET M ELE DETÉM ELES RET M ELE RETÉM ELES SE AT M ELE SE ATÉM ELES PROV M ELE PROVÉM

SINGULAR QUE ELE D ELE CR ELE DESCR ELE L ELE V ELE PREV ELE REL ELE REV

PLURAL QUE ELES D EM ELES CR EM ELES DESCR EM ELES L EM ELES V EM ELES PREV EM ELES REL EM REV EM

4. - S (-ESA)/ -EZ (-EZA) - - S (-ESA): ANEXA-SE A SUBSTANTIVOS SUBSTANTIVO SUFIXO ADJETIVO DERIVADO MONTE +S MONT S CORTE +S CORT S BURGO +S BURGU S MONTANHA +S MONTANH S CHINA +S CHIN S

OBSERVAÇÕES: - Terminam com o sufixo -ês os gentílicos: francês, japonês, inglês, marquês. - Também terminam com o sufixo -ês títulos nobiliárquicos e outros.

- O sufixo -esa é o mesmo sufixo -ês no feminino: portuguesa, marquesa. - EZ (-EZA): anexa-se a adjetivos ADJETIVO SUFIXO SUBSTANTIVO ABSTRATO* ÁCIDO +EZ ACIDEZ ALTIVO +EZ ALTIVEZ HONRADO +EZ HONRADEZ CLARO +EZA CLAREZA TRISTE +EZA TRISTEZA POBRE +EZA POBREZA

* Indica qualidade, estado, condição.

5. -ISA/-IZ (-IZA) - -ISA: anexa-se a substantivos SUBSTANTIVO MASCULINO SUFIXO SUBSTANTIVO FEMININO DIÁCONO +ISA DIACONISA PAPA +ISA PAPISA POETA +ISA POETISA PROFETA +ISA PROFETISA SACERDOTE +ISA SACERDOTISA

- -IZA: é a terminação feminina correspondente a substantivos masculinos em -iz: juiz/juíza

6. -IZAR/-ISAR - -IZAR: anexa-se a substantivos ou a adjetivos que não tenham "s" no radical. SUBSTANTIVOS/ ADJETIVOS AGONIA AMENO IDEAL SUAVE

SUFIXO VERBO +IZAR >AGONIZAR +IZAR AMENIZAR +IZAR IDEALIZAR +IZAR SUAVIZAR

SUBSTANTIVO COM RADICAL EM -IZ CICATRIZ RAIZ VERNIZ DESLIZ(E)

SUFIXO VERBO +AR CICATRIZAR +(EN) +AR ENRAIZAR +(EN) +AR ENVERNIZAR +AR DESLIZAR

- -IS(AR): corresponde a palavras acabadas em -ISO, -ISA, -ISE, -IS. TERMINAÇÕES EM -ISO, -ISA, -ISE E -IS +AR VERBO ANÁLISE +AR ANALISAR PESQUISA +AR PESQUISAR PISO +AR PISAR AVISO +AR AVISAR ÍRIS +AR IRISAR

7. -SINHO/-ZINHO -SINHO: corresponde a substantivos cujo radical termina com "s". SUBSTANTIVOS TERMINAÇÃO DIMINUTIVO ADEUS +INHO ADEUZINHO CHIN S +INHO CHINESINHO M S(A) +INHA MESINHA PRINCES(A) +INHA PRINCESINHA

OBSERVAÇÃO: O sufixo é, na verdade, -inho, que se acrescenta a substantivo com radical que termina em "s": mês(a) + inha = mesinha -ZINHO: anexa-se a palavras cujo radical não termina em "s". SEM S +(Z)INHO DIMINUTIVO ANEL +Z+INHO ANELZINHO CAFÉ +Z+INHO CAFEZINHO PAI +Z+INHO PAIZINHO SÓ +Z+INHO SOZINHO PÉ +Z+INHO PEZINHO

OBSERVAÇÃO: O sufixo é, na verdade, -INHO, que se liga ao radical mediante a consoante de ligação -Z: Anel + consoante de ligação -Z + sufixo -INHO = anelzinho. O diminutivo plural se forma de acordo com o seguinte processo:

SUBTRAÇÃO DE + CONSOANTE DE -S LIGAÇÃO -Z ANÉIS ANEI ANEIZ CORAÇÕES CORAÇÕE CORAÇÕEZ

SUBSTANTIVO PLURAL

+ SUFIXO -INHO(S)

ANEL CORAÇÃO

ANEIZINHOS CORAÇÕEZINHOs

Simplificadamente: rei(s) + z + inhos = reizinhos 8. A FIM/AFIM - Afim: parente por afinidade; semelhante. Não podem casar os afins. - A fim (de): para. Ele veio a fim de ajudar.

9. ENFIM/ EM FIM - ENFIM = finalmente. Enfim sós. - EM FIM = no final. Ele está em fim de carreira.

10. SE NÃO/ SENÃO - SE NÃO: caso não. Viajarei se não chover. - SENÃO : caso contrário; a não ser; mas. Vá, senão eu vou.

Maiúsculas

A letra maiúscula é um recurso gráfico utilizado para dois propósitos: assinalar o início do período (em oposição ao ponto final, que o encerra) e dar destaque a uma palavra, seja ela um substantivo próprio ou não. Uma vez alfabetizados, não temos dificuldade em utilizar a maiúscula para o primeiro propósito, mas temos dúvidas freqüentes sobre quando dar ou não destaque à palavra. O Formulário Ortográfico de 1943, que rege a matéria, não foi suficiente explícito quanto ao estabelecimento de normas. Além do mais, dá margem à flexibilidade, quando permite o uso de inicial maiúscula por "especial relevo", por "deferência, consideração, respeito", quando "se queira realçar", ou na designação de "alto conceito", "altos cargos, dignidades ou postos." Assim, sempre se poderia justificar o uso de maiúsculas pela "ênfase" ou "destaque". O que se observa hoje em dia são as seguintes tendências: 1. As grandes companhias jornalísticas criam, para vários casos, normas próprias e acabam criando uma tendência. 2. O emprego de maiúsculas em excesso, os negritos, os sublinhados ou os destaques estão caindo de moda, já que "poluem" o texto. 3. A tendência é, pois, a seguinte: - mais formalidade, mais deferência, mais ênfase: maiúscula;

- mais modernidade, menos "poluição" gráfica, mais simplicidade: minúscula. Nunca se pode esquecer, no entanto, da regra taxativa que preceitua o emprego obrigatório de letra inicial maiúscula nos substantivos próprios de qualquer natureza.

Quando devo usar maiúscula, obrigatoriamente? 1. No início de período ou citação. Exemplos: - Ao longo de sua existência, a PUCRS atingiu uma posição de destaque entre as instituições de ensino superior mais conceituadas do Brasil. - O Ir. Norberto Francisco Rauch, reitor da PUCRS, declarou, ao lançar o Plano Estratégico da PUCRS 2001-2010: "A aspiração da PUCRS é tornar-se referência pela relevância de suas pesquisas e excelência de seus cursos e serviços, conforme descrito na sua Visão de Futuro." Observação: Se, depois dos dois pontos, vier um simples desdobramento da frase ou uma enumeração (e não uma citação direta), a palavra começará com minúscula. Exemplo: O contexto do ensino superior brasileiro apresenta, entre outras, as seguintes grandes tendências: expansão acelerada e interiorização de ensino superior, consolidação da pósgraduação e melhoria da qualificação do corpo docente. 2. Nas datas oficiais e nomes de fatos ou épocas históricas, de festas religiosas, de atos solenes e de grandes empreendimentos públicos ou institucionais. Exemplos: Sete de Setembro, Quinze de Novembro, Ano Novo, Idade Média, Era Cristã, Antigüidade, Sexta-Feira Santa, Dia das Mães, Dia do Professor, Natal, Confraternização Universal, Corpus Christi, Finados. Observação: empregue letra minúscula em casos como os seguintes: era espacial, era nuclear, era pré-industrial, etc. 3. Nos títulos de livros, teses, dissertações, monografias, jornais, revistas, artigos, filmes, peças, músicas, telas, etc. Observação: escrevem-se com inicial minúscula os artigos, as preposições, as conjunções e os advérbios desses títulos. Exemplos: O Catecismo ao Alcance de Todos, Pilares da PUCRS, O Racional e o Mitológico em Wittgenstein, Os Sentidos da Justiça em Aristóteles, Introdução a Estudos de Fonologia do Português Brasileiro. 4. Nos nomes dos pontos cardeais e dos colaterais quando indicam as grandes regiões do Brasil e do mundo. Exemplos: Sul, Nordeste, Leste Europeu, Oriente Médio,etc. Observação: Quando designam direções ou quando se empregam como adjetivo, escrevem-se com inicial minúscula: o nordeste do Rio Grande do Sul; percorreu o Brasil de norte a sul, de leste a oeste; o sudoeste de Santa Catarina; vento norte; litoral sul; zona leste, etc. 5. Nos nomes de disciplinas de um currículo ou de um exame. Exemplos: Introdução à Bíblia, Teologia Moral V, Língua Portuguesa I, Filosofia II, História da Psicologia, Matemática B, Cirurgia IV, Mecânica Geral,etc. 6. Nos ramos do conhecimento humano, quando tomados em sua dimensão mais ampla: Exemplos: a Ética, a Lingüística, a Filosofia, a Medicina, a Aeronaútica, etc. 7. Nos nomes dos corpos celestes. Exemplos: Terra, Sol, Lua, Via-Láctea, Saturno, etc.

8. Nos nomes de leis, decretos, atos ou diplomas oficiais. Exemplos: Decreto Federal nº 25. 794; Portaria nº 1054, de 17-9-1998; Lei dos Direitos Autorais nº 9.609; Parecer nº 03/00; Sessão nº 01/00; Resolução 3/87 CFE, etc. 9. Em todos os elementos de um nome próprio composto, unidos por hífen. Exemplos: Pró-Reitoria de Ensino e Graduação, Pós-Graduação em Finanças, etc. 10. Nos nomes de eventos (cursos, palestras, conferências, simpósios, feiras, festas, exposições, etc.). Exemplos: Simpósio Internacional de Epilepsia; Jornada Paulista de Radiologia; II Congresso Gaúcho de Educação Médica; Técnicas de Ventilação em Neonatologia, etc. 11. Nos nomes de diversos setores de uma administração ou instituição. Exemplos: Reitoria, Pró-Reitoria de Administração, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Pró-Reitoria de Extensão Universitária, Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários, Gabinete da Reitoria, Assessoria Jurídica, Assessoria de Comunicação Social, Gerência de Web, Conselho Departamental, Departamento de Jornalismo, Centro de Pastoral Universitária, etc. Observação: Na designação das profissões e dos ocupantes de cargo (presidente, vice, ministro, senador, deputado, secretário, prefeito, vereador, papa, arcebispo, cardeal, princesa, rei, rainha, diretor, coordenador, advogado, professor, engenheiro, reitor, pró-reitor, etc) empregue-se letra minúscula, apesar de a norma oficial determinar maiúscula para os "altos cargos, dignidades ou postos". Exemplos: reitor, vice-reitor, pró-reitor, chefe de gabinete, assessor, diretor, vice-diretor, coordenador, professor, etc. 12. Nos nomes comuns, quando personificados ou individualizados. Exemplos: O Estado (Rio Grande do Sul), o País, a Nação (o Brasil), etc. 13. Nos pronomes de tratamento e nas suas abreviaturas. Exemplos: Vossa Excelência, Vossa Senhoria, Senhor, Senhora, Dom, Dona, V. Exa., V. Sa., etc. 14. Nos acidentes geográficos e sua denominação. Exemplos: Rio das Antas, Rio Taquari, Serra do Mar, Golfo Pérsico, Cabo da Boa Esperança, Lagoa dos Quadros, Oceano Atlântico. Observação: Segundo a norma oficial, escrevem-se com minúsculas: rio Taquari, monte Everest, etc. Acontece, no entanto, que tal procedimento poderá trazer confusão quando o acidente geográfico faz parte integrante, indissociável do nome próprio: Mar Morto, Mar Vermelho, Trópico de Câncer, Hemisfério Sul, etc. Se a opção for sempre pela maiúscula, a grafia, neste caso, ficará mais fácil. 15. Nos nomes de logradouros públicos (avenida, ruas, travessas, praças, pontes, viadutos, etc.). Exemplos: Avenida Farrapos, Rua Vicente da Fontoura, Travessa Fonte da Saúde, Parque Farroupilha, Praça São Sebastião, Praça Dom Feliciano, etc.

Saiba Mais Que letra empregar no início de itens de um texto, depois de dois-pontos? Há, na verdade, três opções:



Iniciar cada item com letra minúscula e terminar com ponto-e-vírgula, com exceção do último item, que acaba com ponto final. "Art. 4 - Constituída pela comunidade de professores, funcionários e alunos, a Universidade tem por finalidades: I. manter e desenvolver a educação, o ensino, a pesquisa e a extensão em padrões de elevada qualidades; II. formar profissionais competentes nas diferentes áreas do conhecimento, cônscios da responsabilidade e do compromisso social como cidadãos; III. promover o desenvolvimento científico-tecnológico, econômico, social, artístico, cultural da pessoa humana, tendo como referencial os valores cristãos; IV. estender à comunidade as atividades universitárias, com vistas à elevação do nível sócioeconômico-cultural."



Iniciar cada item com maiúscula ou minúscula e terminar sempre com ponto final.

Exemplo: "Algumas dicas podem ser úteis para o tratamento de paciente violento: 1. Não brigue com o paciente, respondendo com raiva ou, por outro lado, sendo condescendente. Demonstre firmeza sem ser rude. 2. Não toque o paciente ou o assunte, nem o aborde subidamente sem aviso (...)". FRITSCHER, Carlos Cezar et al. Manual de urgências médicas.Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002, p. 521.



Iniciar cada item com minúscula ou maiúscula e terminar sem nenhuma pontuação.

Exemplo: "As manifestações clínicas usualmente encontradas na insuficiência respiratória aguda (IRA) são: - Dispnéia - Dificuldade em articular frases ou palavras - Cianose periférica ou central - Confusão mental (...)" Ha ver (no dicio nário ) do Lat. habere, ter v. tr., ter; possuir; obter, conseguir; receber, tomar; julgar; conceber, entender; existir; acontecer; ter passado, ter decorrido; v. refl., proceder, comportar-se; s. m., em escrituração mercantil, o lado das contas onde se lançam os pagamentos ou as saídas dos valores; contrapartida do Deve; crédito; (no pl.) bens; (no pl.) fazendas; (no pl.) riquezas; - por bem: dignar-se; — mister: necessitar.

Na gramática de Celso Cunha O verbo haver, conforme o seu significado, pode empregar-se em todas as pessoas ou apenas na 3ª pessoa do singular. 1. Emprega-se

em todas as pessoas:

a) Quando é auxiliar (com sentido equivalente a ter) verbo pessoal, quer junto a particípio, quer junto a infinitivo antecedido da preposição de. “O tempo que hei sonhado/ Quantos anos foi de vida!” (Fernando Pessoa) “Haviam decorrido cinco anos sem nos vermos.” (Camilo Castelo Branco)

“Deixe: amanhã hei de acordá-lo a pau de vassoura!” (Machado de Assis) b) quando é verbo principal, com os significações de “conseguir”, “obter”, “alcançar”, “adquirir”. “Donde houveste, ó pélago revolto,/Esse rugido teu?” (Gonçalves Dias) “Tão nobre és, como os melhores, e rico; porque a ninguém mais que a ti devem de pertencer as terras que teu avô Digo Álvares conquistou ao gentio para El-Rei, de quem as houvemos nós e nossos pais.” (José de Alencar) c) quando é verbo principal, com a forma reflexa, nas acepções de “portar-se”, “proceder”, “comportar-se”, “conduzir-se”. Exemplos “Soares houve-se como pôde na singular situação em que se achava.” (Machado de Assis) “Não vão crer que era pesar nem dor; por ocasião do casamento, houve-se com grande discrição, cuidou do enxoval da noiva e despediu-se dela com muitos beijos chorados.” (Machado de Assis) d) quando é verbo principal, também com a forma reflexa, no sentido de “entender-se”, “ajustar contas”: “Dava Belmiro passagem de graça a gente pobre, e se por acaso aparecia valentão no seu trem, teria que se haver com ele.” (José Lins do Rego) e) quando é verbo principal, acompanhado de infinitivo sem preposição, com sentido equivalente a “ser possível”: “Não há negá-lo, o apito é de uso geral e comum.” (Machado de Assis) “Não havia contê-los,” (Euclides da Cunha) 2. É rar o nos escritor es moder nos, mas mu ito fr eqüe nte nos do po rtug uês ant igo e méd io , o u so pessoal do v erbo ha ver, como verbo princ ipal, na acepção de: a) “ter”, “possuir”: “Hei medo de deixar nome de injusto.” (A. Ferreira) b) “julgar”, “pensar”, “considerar”, “ter para si”: “Por bom hei guardar o gado.” (C. Falcão) 3. Compa rem- se as expr essões: a) haver por bem = dignar-se, resolver assentar, julgar oportuno ou conveniente: “Havemos por bem decretar.” (Caldas Aulete) b) haver mister = precisar, necessitar: “Ora, o soldado, entre nós, há mister de três benefícios urgentes.” 4. Empr ega -se como impe ssoal , isto é, sem s ujeit o, qua ndo sign ifica “e xi stir ”, ou qua ndo indica te mpo dec orrido . N esses casos , em qualq uer tempo , conjuga -se tão-some nte na 3ª pessoa do si ngu lar:

“Havia pitangueiras na praia.” (A. F., Schimidt) “Há três anos vivemos uma vida horrível.” (Graciliano Ramos) 5. Qua ndo o verbo ha ver expri me ex istênc ia e v em acompa nhado dos au xil iar es ir , dev er, poder , etc. , a locução assi m formada é, natur al ment e, i mpessoal: “Lá e acolá devia haver terríveis cabeças humanas apontando da água, como repolhos de um canteiro, como moscas grudadas no papel-de-cola.” (Guimarães Rosa)

Distinção essencial O verbo haver, quando sinônimo de existir, constrói-se de modo diverso deste. Nesta acepção, haver não tem sujeito e é transitivo direto, sendo o seu objeto o nome da coisa existente ou, a substituí-lo, o pronome pessoal o (a, os, as). Existir, ao contrário, é intransitivo e possui sujeito, expresso pelo nome da coisa existente. Dir-se-á, pois: Outrora, havia amendoeiras no parque. Outrora, existiam amendoeiras no parque. Construção do tipo: “Houveram muitas lágrimas de alegria.” (Camilo Castelo Branco) “Ali haviam vários deputados que conversavam de política, e os quais se reuniram a Meneses.” (Machado de Assis) embora se documentem em alguns dos melhores escritores da língua, especialmente do século passado, não devem ser hoje imitadas. Há que se votar para presidente Essa frase não traz nenhum impedimento – ao menos do ponto de vista lingüístico. Muitos evitam o uso do verbo haver com o que, por considerarem espanholismo. Espanholismo que Frei Luís de Sousa usou, que Padre Antônio Vieira usou, que Alexandre Herculano usou, que nós – portanto – podemos também usar:

Uso correto - Sacconi Há que se promover com urgência o retorno da democracia. Há que se retomar urgentemente o caminho da competência. Há que se voltar cereleramente aos quartéis (Sacconi)

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