Director do Jornal de Notícias Portugal
Assunto: ESPIRITISMO É CULTURA, NÃO É SUPERSTIÇÃO
17 de Outubro de 2009
Exm.º Senhor Director do Jornal de Notícias, As nossas mais cordiais saudações. Na vossa edição de 17 de Outubro de 2009, no artigo intitulado “DEMÓNIOS DA BOLA”, o autor Alimro Ferreira, relaciona a Doutrina Espírita (ou Espiritismo) com práticas esquisitas, supersticiosas, bruxarias e magias, o que em vez de contribuir para a elucidação dos leitores, contribui, cremos que involuntariamente, para uma desinformação. Bastaria um pouco de cultura geral ou até uma busca na Internet, para se poder verificar que a doutrina espírita é algo de muito sério que tem a ver com cultura. Acreditando na seriedade do JN, na postura ética e na deontologia profissional de quem lá trabalha, vimos solicitar junto de V. Ex.ª os seguintes esclarecimentos, em abono da verdade e pelo respeito que os leitores do JN nos merecem: 1 – Coloca-se o espiritismo a par de astrólogos, tarólogos, cartomantes, mulheres de virtude, curandeiros, benzedeiras, entre outros. O espiritismo, ou doutrina espírita, nada tem a ver com esse tipo de práticas, definindo-o a História como sendo a "ciência que estuda a natureza origem e destino dos espíritos, bem como a relação existente entre o mundo corporal e o mundo espiritual". O espiritismo, não sendo mais uma seita nem mais uma religião, é uma doutrina que assenta em três vertentes: ciência, filosofia e moral. Como ciência investiga os factos espíritas (ou fenómenos mediúnicos), como filosofia explica-os e como moral traça um roteiro de crescimento interior assente nos ensinamentos ético/morais de Jesus de Nazaré, objectivando a felicidade do homem e uma sociedade mais pacífica, justa e fraterna. 2 – Os espíritas são pessoas normais, com os seus empregos, famílias e obrigações sociais e que se dedicam, em horas pós-profissionais, ao estudo, prática e divulgação da doutrina espírita, GRATUITAMENTE, dentro duma postura humanista e cristã que ensina a auxiliar o próximo sem qualquer tipo de interesse material ou de outro género. Nesse sentido, os espíritas não colocam anúncios em jornais publicitando os seus dotes e prometendo a cura de tudo e mais alguma coisa. Quem assim procede não é espírita e desconhece inclusive o que é o espiritismo. 3 – O espiritismo não está associado a um sistema de crenças no sobrenatural, mas é sim uma decorrência de factos, palpáveis, pesquisáveis que, utilizando a metodologia científica, nos leva a resultados que podem ser observáveis por quem quer que se interesse por esses estudos em qualquer parte do mundo, e independentemente das suas convicções filosóficas e /ou religiosas.
Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal – NIPC 504 605 860 Apartado 161 - 4711-910 Braga ::: E-mail:
[email protected] ::: www.adeportugal.org
4 - A doutrina espírita é um amplo movimento cultural que nada tem a ver com superstições, crendices, bruxarias, magias e práticas análogas. Usualmente confunde-se espiritismo (uma doutrina sólida, estruturada) com mediunidade (ou percepção extra-sensorial, faculdade de entrar em contacto com o plano extra físico). A mediunidade é uma faculdade neutra, que quase todos os seres humanos possuem, e como tal é passível de ser bem orientada ou não, bem utilizada ou não. O espiritismo é uma doutrina, que à semelhança de outras, TAMBÉM utiliza a mediunidade. Como tal, é errado afirmar-se que qualquer médium é “espírita”, pois a pessoa pode ser possuidora da faculdade paranormal e não conhecer a doutrina espírita. De realçar que essa faculdade é de tal modo ostensiva hoje em dia, que mereceu da Fundação Bial uma bolsa de investigação científica atribuída a uma psiquiatra, em Lisboa, à Drª Gláucia Lima que investiga essa paranormalidade nos seres humanos. De realçar ainda, que nos próximos dias 14 e 15 de Novembro de 2009, vão decorrer umas Jornadas de Medicina e Espiritualidade, no auditório da Faculdade de Medicina Dentária, em Lisboa, onde médicos espíritas de vários países vão abordar a medicina na óptica espírita. Certos de que o Jornal de Notícias pugna pela informação correcta e isenta, solicitamos este esclarecimento, que julgamos imprescindível em prol da reposição da verdade e da dignidade de uma doutrina, que tem sido tantas vezes mal interpretada por desinformação ou má vontade. Gratos pela atenção e desde já ao vosso dispor para qualquer informação adicional,
P’la Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal (ADEP) Ulisses Lopes (Presidente)
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