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Nº 127 • ANO XI • OUTUBRO 2009 • GRATUITO • MENSAL • PROPRIEDADE: TAMANHO DAS PALAVRAS, LDA EM FRENTE AO CENTRO SOCIAL
DIRECTOR: JOAQUIM FORTE
Pág. 14-17
Pág. 02
AUTÁRQUICAS
Custódio Oliveira:
“Sá Machado tem argumentos sólidos para ser candidato do PS à substituição de Armindo Costa em 2013” É URGENTE MUDAR!
Sérgio Cortinhas escreve sobre os resultados do PS Famalicão nas Autárquicas Pág. 11
Em busca de uma vida melhor em Angola Como milhares de portugueses, Maria Ribeiro (na foto), de Ronfe, foi para Angola trabalhar.
Margarida Cardoso, de Brito, já escreveu dois livros e cantou em “Música no Coração”, de Filipe La Féria.
Brevemente em Ronfe Rua de S. Tiago (junto à EN 206)
Polícia • pág. 6
Traficante anotava dívidas dos “clientes” Ronfe • pág.10
Loja Social: uma ajuda em tempos de crise Joane • pág. 11
Tampinhas solidárias para ajudar tetraplégico Reportagem • pág. 12
Fomos ver os bastidores da Linha Saúde 24
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DESPORTO • pág. 13
Super Especial acelera pelas ruas da cidade de Famalicão
2 • OUTUBRO DE 2009 • REPÓRTER LOCAL
Em foco
Ana Margarida Cardoso tem 19 anos. Frequenta o 2ºano do curso de Ciências da Comunicação na UM. Gravou o primeiro disco com apenas 15 anos. Lançou em 2006 o seu primeiro livro, “Suzannah”, escrito com apenas 14 anos. Participou no musical “Música no Coração” de Filipe Lá Féria.
As paixões de Margarida CRÓNICAS DE MARGARIDA CARDOSO NO REPÓRTER A PARTIR DE NOVEMBRO Os leitores do Repórter Local podem contar com a escrita criativa de Ana Margarida Cardoso já a partir da próxima edição, nas bancas no final de Novembro. A jovem escritora e cantora, estudante da Universidade do Minho, vai contarnos pequenas histórias com o seu estilo inconfundível.
Margarida Cardoso, de Brito, já escreveu dois livros e participou no “Música no Coração”, de Filipe La Féria
JF
M
argarida Cardoso escreveu o primeiro livro aos 14 anos. A jovem de Brito, estudante de Ciências da Comunicação, é também cantora e actriz - entrou, por exemplo, em “Mùsica no Coração”, de Filipe La Féria. Ao RL fala dos projectos da sua vida.
Quando surgiu a paixão pela escrita? Desde que me lembro que sou completamente fascinada pela leitura. A primeira vez que escrevi “mais a sério” foi por volta dos sete anos, uma história sobre uma menina ao pé de um rio que falava com peixes. Lembro-me de que nos dias que se seguiram, dizia a toda a gente que queria ser escritora… De onde vem a inspiração para os seus livros? Baseia-se na realidade que a circunda? Nas notícias? Sem dúvida. A realidade funciona, para mim, como inspiração. Sinto que o tipo de ficção que escrevo é algo de bastante real, na medida em que são histórias que poderiam perfeitamente ser a história de vida de alguém. As notícias funcionam aqui como meio transmissor da realidade que me envolve e às quais presto muita atenção – nem outra coisa seria de se esperar de uma estudante de jornalismo! Com que idade lançou o primeiro livro? Escrevi “Suzannah” aos 14 anos, apesar de ter sido apenas publicado quando já tinha 16. O livro narra a história na primeira pessoa de uma adolescente no alto dos seus confusos 14 anos e tudo o que isso implica: primeiros amores, brigas e intrigas entre colegas, paixonetas de alunos por professores, amizades… A Carolina (a personagem principal) conta-nos também a situação dramática – e infelizmente, bem cruel e presente na nossa sociedade – de estar inserida numa família onde a violência doméstica é uma realidade. Este é um tema que ainda é considerado como tabu na nossa sociedade. Considero que os jovens devem ter um papel activo na conquista de um futuro mais justo!
Que escritores admira? Destaco Eça de Queirós, Sophia de Mello Bryner e Maria Teresa Maia González, que possui uma maneira muito peculiar e genial de se aproximar das camadas mais jovens. A nível internacional, não posso deixar de mencionar Dan Brown, Isabel Allende, Marion Zimmer Bradley e Juliet Marillier. O seu sonho profissional passa pela escrita? Também. Tenho vários sonhos para a minha vida profissional. Adoraria ter uma carreira no âmbito do teatro musical, onde poderia conjugar três áreas que adoro – canto, dança e representação. Adoro as letras e as palavras e sou uma apaixonada pelo mundo jornalístico. Seria óptimo conseguir conciliar tudo isto, no futuro…
“Não há grandes iniciativas a nível local que promovam o talento dos jovens. Sofia Escobar, actriz e cantora vimaranense, teve de ir para Londres para conseguir ver o seu talento reconhecido”
A literatura e a música andam interligadas? Para mim, sim! Não conseguiria optar entre uma e outra. A música está em todo o lado e eu vivo-a e respiro-a. Seja através da dança ou através do canto. A Margarida toca e canta, não é? Sim, toco piano, algo que comecei a aprender aos nove anos de idade. Isto é bastante útil ao canto, na medida em que nos deixa muito mais preparados a um nível mais técnico – saber ler música (pautas musicais) é uma mais valia nesta área! Quais são os géneros musicais que aprecia? Gosto de todos os géneros musicais, exceptuando Metal, já é um pouco “pesado” para mim! É bom termos diferentes gostos. Tem de haver público para todos os estilos! Se tivesse, porém, de eleger algum estilo musical preferido, diria Rock. Acha que os jovens talentos locais têm o apoio merecido? Não exactamente. Não existem grandes iniciativas a nível local que promovam o talento dos jovens das suas terras. Tome-se como exemplo a Sofia Escobar, actriz/cantora vimaranense, que teve de ir para Londres para conseguir ver o seu talento reconhecido. O que pensa de Guimarães Capital Europeia da Cultura em 2012? Acho óptimo! Guimarães reune todas as condições para esta atribuição. Temos um património lindíssimo e nos últimos tempos, a autarquia tem investido bastante em aspectos de âmbito cultural que vieram dinamizar a cidade. Guimarães respira história e cultura. Creio que o título é mais do que merecido e vai ajudar Guimarães a evoluir ainda mais a este nível. Que impressão tem da sua “terra”, Brito? Foi a terra que me viu nascer e onde sempre fui tratada com muito carinho. Brito tem-se desenvolvido muito ao longo dos anos, a todos os níveis: a nível de infraestruturas e igualmente a nível cultural. Nos últimos anos, e com o surgimento do Parque da Vila, temos assistido a iniciativas como Feiras do Livro, Festival Vivências e outro tipo de comemorações das quais também eu já participei. Penso que estamos no bom caminho e que estão reunidas todas as condições para o desenvolvimento sustentável da vila!
REPÓRTER LOCAL • OUTUBRO DE 2009 • 3
RCA E P O NÃ ZINE A G A RLM09 a 12 Págs
editorial
POLÍTICA E SOLIDARIEDADE
Joaquim Forte
No caso de Joane, a vitória do PS com maioria absoluta coloca Sá Machado na grelha de partida para a corrida à Câmara de Famalicão
Que peso têm Joane e Ronfe no contexto dos respectivos concelhos - Famalicão e Guimarães - face aos resultados das Eleições Autárquicas do dia 11 de Outubro? Nesta edição, fazemos o rescaldo daquele acto eleitoral. Custódio Oliveira, consultor de comunicação, analisa os resultados e conclui que, no caso de Joane, a vitória do PS com maioria absoluta coloca Sá Machado na grelha de partida para ser o candidato socialista à Câmara Municipal de Famalicão e para suce-
der a Armindo Costa, em 2013. O mesmo se pode dizer de Daniel Rodrigues em Ronfe, com mais um triunfo inequívoco do PSD. Resta esperar. Em tempos de crise (mesmo considerando que “estamos a sair dela”) é de salientar a motivação solidária. Nesta edição, dois exemplos: a Campanha de recolha de tampinhas para ajudar Salvador Castro, de 41 anos, tetraplégico, residente em Joane, num terceiro andar sem elevador e com a vida confinada ao
protagonistas
apartamento. A campanha surgiu por iniciativa da mulher, Gabriela Castro, e de Maria do Rosário, de Famalicão, conhecida por “senhora Tampinhas” devido à sua participação em várias campanhas de recolha. A receita da entrega das sete toneladas de tampinhas reverterá para a compra de um dispositivo que ajude a tornar os dias de Salvador mais agradáveis um elevador ou uma cadeira elevatória. O segundo exemplo vem de Ronfe: a Junta local tem a
funcionar, há ano e meio, a Loja Social, uma âncora para muitas famílias de Ronfe e freguesias vizinhas que ali procuram uma forma de poupar nas despesas com o vestuário, calçado e até electrodomésticos. Os interessados podem depositar o que deixa de ter utilidade em casa. Roupa e electrodomésticos são o mais comum. A novidade não está no dar, está em receber. Um bom exemplo, também, do papel interventivo e atento de uma autarquia local.
cartoon rl por tiago mendes
Redacção
Margarida Cardoso Já escreveu dois livros, editou um disco e participou em “Música no Coração”, de La Féria. A jovem de Brito vai também passar a assinar uma crónica no Repórter Local. Bem-vinda! Maria Ribeiro Esta técnica superior de Ronfe está em Angola desde Março. Partiu, tal como milhares de portugueses, em busca de me-
lhores condições de vida. Sá Machado O autarca socialista é um dos grandes vencedores das Eleições Autárquicas. Conquistou o quinto mandato como presidente da Junta de Joane e com maioria absoluta num concelho onde o PS foi um fiasco. É apontado já como possível aposta PS para tentar a conquista da Câmara, em 2013.
Loja Social O projecto da Junta de Ronfe é um exemplo de como a solidariedade, o apoio social é competência de todos. Tampinhas Campanha de recolha de tampinhas para ajudar um joanense tetraplégico. Objectivo: juntar sete toneladas para tornar a vida de .... mais suportável. Uma boa causa!
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Repórter Local | Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda, Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail
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4 • OUTUBRO DE 2009 • REPÓRTER LOCAL
Fórum
É o liberalismo, estúpido! Um amigo meu costumava dizer, a propósito de jornais, que desconfiava sempre que lia um qualquer director, chefe de redacção ou “patrão” de jornal apregoar, a torto e a direito, seriedade, isenção, respeito pelos princípios, etc e tal e coisa. Porque – dizia o tal amigo – se o dito jornal tinha tais predicados não necessitava de os apregoar constantemente. Os leitores saberiam concluir. O mesmo se pode dizer das pessoas que andam sempre com a honra, os princípios, a honorabilidade, as virtudes
é assim opinião
Eça Camilo da Silva
o mês de RITA MACHADO
na ponta da língua. Se são virtuosas não precisam de o apregoar. Quando muito, deixem que sejam os outros a fazerem-no. Tal como dizia Woody Allen a propósito da cultura, sempre que ouço alguém apregoar virtudes “saco imediatamente da pistola”. E saco imediatamente da pistola quando certas pessoas se dizem paladinas da justiça e dos princípios, e na volta são capazes de vender a mãe por um prato de lentilhas, mantendo um sorriso do tamanho do mundo. Tal como estão as coisas,
Distribuição de Ecopontos pela freguesia de Ronfe. Agora já não há desculpas para não separar o lixo, mas também continua a não haver desculpas para as lixeiras que se formam à volta dos Ecopontos.
>> FACTO NACIONaL
dizem amigos meus, é o salve-se quem puder. Mas não pode ser. Em França na France Telecom, vários empregados, alguns dirigentes, suicidaram-se em resultado de políticas de gestão neoliberais e baseadas na concorrência e nos objectivos. Quem não consegue adaptar-se ou resistir a estas engrenagens modernas, despidas de humanidade, cai por terra; a maioria, porém, resiste, entra na competição, denuncia o colega do lado. Em nome da manutenção do emprego.
inquérito OS PADRES PODEM CASAR?
Antónia Rodrigues
Licenciada Comunicação Social. RONFE
>> FACTO locaL
o que se diz
André Martins
Joane
“Não vejo problema no casamento dos padres. Eles são homens de carne e osso como todos. Se a igreja assim não fizer, mais cedo ou mais tarde, não vão ter padres. Mais vale “legalizar” o casamento do que o fazerem por detrás da cortina”.
Investigação da Policia Judiciária que levou à detenção de uma pessoa e constituição de 12 arguidos suspeitos de crimes de corrupção, tráfico de influência, branqueamento de capitais e fraude fiscal. Uma boa notícia, sem dúvida, mas é preciso que este e outros processos não se fiquem, apenas, pela constituição de arguidos.
Joane
Sou a favor do casamento dos padres. Acho que o facto de serem casados em nada vai alterar a forma como desempenham a sua “profissão”. Cada um é livre de escolher com quem quer partilhar a sua vida. Está na altura da Igreja quebrar com certos costumes que não se adequam à sociedade em que vivemos actualmente.
>> FIGura do mês
“Temos que reconhecer que a estratégia de Armindo Costa bateu certo. O presidente da Câmara apostou nas pequenas obras dos adros e das estradas e isso resultou. O povo parece gostar e quando o povo gosta...” Mário Martins, PS, ex-MAF, em artigo de opinião, O Povo Famalicense “Parece-me de considerar a possibilidade de se tornar possível a recuperação dos prédios antigos (do Centro Histórico de Guimarães) com a utilização de materiais e técnicas que os ponham mais a salvo de rápida propagação das chamas” Mota Prego, opinião sobre o incêndio na Rua de Camões, em Guimarães, Comércio de Guimarães. “Se uma direcção partidária sai derrotada de um acto eleitoral, cuja vitória se aguardava com enorme expectativa, sem que daí retire as necessárias consequências, então não está a prestar um bom serviço ao partido, muito menos à Democracia” Domingos Peixoto, em artigo intitulado “O Palhaço”, jornal Opinião Pública “No passado dia 11 de Outubro os Vermoinenses decidiram-se com uma votação na CDU cerca de 30% abaixo dos resultados com que nos tinham honrado em 2005. Esta é uma decisão livre que democraticamente acatamos mas que não compreendemos dado o esforço, entrega e dedicação manifestados pela CDU ao longo dos últimos quatro anos” Comunicado da CDU de Vermoim a propósito dos resultados eleitorais. “O conselho de administração executivo do BCP mantém a sua confiança em Armando Vara, que foi ontem constituído arguido na operação Face Oculta” Notícia, Público on-line “Deparo-me muitas vezes com as carrinhas do Centro Social Paroquial de Ronfe a transportar um número superior de crianças em relação ao número de lugares. Será que os pais sabem? Se sabem, pagam e não dizem nada?” www.parodiaderonfe.blogspot.com
O RL (Repórter Local) pelos debates sobre as Autárquicas que proporcionou aos cidadãos de Ronfe e Joane.
>> Frase “É preciso que algo mude para que tudo fique na mesma”.
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REPÓRTER LOCAL • OUTUBRO DE 2009 • 5
LOCALIDADES caso • POlícia
Homicida do jovem André entregou-se às autoridades Jovem de Ronfe andou fugido às autoridades cerca de um ano. Há uma semana entregou-se à PJ Redacção
O autor das 16 facadas que tiraram a vida a André escapou da cadeia e andou fugido da polícia pelos mais diversos
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lugares do país
E
m 2007, na madrugada de 4 de Março, uma zaragata à porta de um bar de Joane terminou com a morte de um jovem de 16 anos, de Pousada de Saramagos. O autor das 16 facadas que tiraram a vida a André andou fugido e quando compareceu em tribunal foi condenado a 16 anos de prisão. Do recurso para o Tribunal da Relação resultou a redução da pena para 12 anos. O homicida, de 16 anos (na altura), conse- O funeral de André ficou marcado pela emoção guiu fugir da cadeia. Um ano depois, entregou-se à Polícia durante o julgamento, em 2008. de indícios suficientes da coJudiciária do Porto e agora está À data do homicídio, Augusto e autoria do esfaqueamento. o irmão, Felício, assumiram as Recorde-se que André tentou de novo na cadeia. O homicida, de Ronfe, andou agressões a André no decorrer ajudar um amigo que estava fugido cerca de um ano pelos de uma zaragata na rua de La- envolvido numa rixa. Na confumais diversos lugares do país. borins, em Joane. Em tribunal, são, acabou por ser a vítima da Agora com 19 anos, o jovem o rapaz mais novo confessou ter agressividade dos dois irmãos assumiu a condenação pelos sido o único autor das facadas. de Ronfe, sendo atingido 16 actos que tinha confessado O irmão foi absolvido por falta vezes.
JOANE
PADRASTO AGREDIU CRIANÇA O incidente ocorreu na Escola Básica do 1º Ciclo de Giestais, em Joane. Ao que tudo indica, dois rapazes, um de seis e outro com sete anos, colegas de turma, envolveram-se numa luta. O padrasto da criança de sete anos, perante a presença de professores, uma funcionária e diversos encarregados de educação, terá agredido o rapaz de seis anos. A GNR de Joane foi chamada à escola e identificou o alegado agressor. O Agrupamento de Escolas Bernardino Machado, abriu um inquérito para apurar o que se passou. “O homem, ainda antes das aulas terminarem, já estava junto à escola a dizer que ia bater a alguém e quando viu o menino começou a puxarlhe as orelhas e a bater-lhe sem que ninguém percebesse o porquê”, disse a mãe de uma criança em declarações à Lusa.
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6 • OUTUBRO DE 2009 • REPÓRTER LOCAL
LOCALIDADES CASOS DE POlícia
GNR deteve alegado traficante Luís Pereira
A GNR de Joane deteve em flagrante delito, na passada semana, em Castelões, um indivíduo de 30 anos, alegado traficante de droga na região. Segundo fonte de GNR local, a detenção do indivíduo, residente em Calendário (Famalicão), foi preparada desde que o homem, na semana anterior à detenção, não respeitou a ordem dos guardas da força de Joane durante uma operação STOP. A detenção acabou por acontecer em Castelões tendo a GNR surpreendido o indivíduo quando este vendia uma dose de estupefacientes a uma mulher. O indivíduo fazia-se acompanhar por uma bolsa com 23 doses de heroína, sete doses de cocaína, um comprimido de ácido e cem euros em notas. Na abordagem, o homem negou a tentativa de fuga aquando a operação STOP e foi encaminhado ao posto da GNR de Joane. Durante o interrogatório no posto, o telefone do detido não parava de tocar, acreditando a GNR tratar-se de “clientes”. Fonte da GNR realça ainda como curiosidade que o homem fazia-se acompanhar por um
caderno onde tinha anotadas as dívidas dos “clientes”. Presente a tribunal, o indivíduo negou ser consumidor de drogas, tendo o juiz aplicado como medida de coação a obrigatoriedade da sua apresentação regular no posto da sua área de residência, neste caso, a PSP de Famalicão. FURTOS Continua a verificar-se um considerável número de furtos na região. Das ocorrências registadas pela GNR de Joane, destaque para o furto de alumínio em residências privadas e de um cão de caça. GNR COM MAIS EFECTIVOS A GNR de Joane reforçou o número de agentes efectivos com a entrada de mais dois elementos. Desta forma, a guarda joanense passa a contar com 21 agentes ao serviço nas várias freguesias que abrange. Além dos efectivos, até Abril o posto terá aind mais uma mulher ao serviço. A agente, residente na área, está provisoriamente no posto de Joane até terminar o período de amamentação do seu recém-nascido.
Sexagenário de Mogege detido por tráfico Um sexagenário de Mogege foi detido esta semana pela GNR sob a acusação de tráfico de droga. O homem, de 60 anos, vivia com a esposa e dois filhos. A operação, que envolveu 15 militares, foi desencadeada pelo Destacamento Territorial da GNR de Barcelos na sequência de operações de vigilância com vários meses. A detenção foi efectuada quarta-feira (28 de Outubro), ao final da tarde, após uma busca domiciliária na freguesia de Mogege (Famalicão), que visou o combate ao tráfico de droga. Durante a operação, o Núcleo de Investigação Criminal (NIC) da GNR de Barcelos procedeu à detenção do indivíduo, um desempregado de 60
anos, pela suspeita de tráfico de droga. Durante a busca efectuada à casa do alegado traficante, a GNR apreendeu uma arma de fogo de calibre 6. 35 milímetros, várias munições do mesmo calibre e uma faca de corte. Do mesmo modo, foi apreendido produto estupefaciente suficiente, segundo as autoridades, para 150 doses de cocaína e 169 doses de heroína e também alguns objectos em ouro, tais como anéis e pulseiras. A busca na freguesia de Mogege, que teve início às 18.30 horas, para além dos 15 militares do NIC de Barcelos, envolveu ainda duas equipas cinotécnicas. O homem detido vivia com a esposa e dois filhos.
Perseguição policial termina com um morto A perseguição a um alegado traficante de droga, alvo de um mandado de detenção da GNR de Barcelos, terminou com a morte do indivíduo de 57 anos, em Famalicão. Segundo fonte do Destacamento Territorial de Barcelos, o
homem foi baleado por volta das 11h00. Entrou no Hospital de Famalicão às 11h15, tendo sido registado o seu óbito às 11h35. Tratava-se de um alegado traficante de droga que estava referenciado pelas autoridades policiais.
REPÓRTER LOCAL • OUTUBRO DE 2009 • 7
LOCALIDADES MOGEGe • POlícia
Morrer em Angola a tentar ganhar a vida Trabalhador de 46 anos, de Mogege, foi morto a tiro por ter repreendido um subalterno
U
m trabalhador da freguesia de Mogege, concelho de Famalicão, de 46 anos, foi morto a tiro na cidade angolana do Huambo por um colega da obra onde a vítima estava colocada. José Joaquim Fernandes Oliveira residia com a família em Joane mas era natural de Mogege, terra onde o corpo foi a sepultar no pasado domingo, 26 de Outubro. Joaquim Fernandes trabalha- Joaquim Fernandes tinha 46 anos e deixa viúva e dois filhos va em Angola ao serviço da Anportuguesa, o referido trabagolaca, uma empresa do grupo lhador não terá gostado da Alberto Couto Alves, de Vila Joaquim estava advertência e, pouco depois, Nova de Famalicão. Segundo conseguiu apoderar-se da o relato feito por testemunhas, em Angola ao arma de um dos seguranças Joaquim foi morto a tiro por do estaleiro (uma AK-47, coum trabalhador da empresa. serviço de uma nhecida como “Kalashnikov”) Tudo terá ficado a dever-se a tendo disparado à queimauma chamada de atenção feita empresa do roupa sobre o português, que pelo português a um trabalhateve morte imediata. O autor dor angolano pelo facto deste grupo Alberto dos disparos foi detido pelas ter chegado atrasado ao local autoridades angolanas. de trabalho. Couto Alves Joaquim Fernandes vivia em Segundo fontes da empresa
Joane e encontrava-se em Angola desde Março de 2008, depois de outras experiências de trabalho no exterior de Portugal. Em Mogege, Joaquim Fernandes foi dirigente da Associação Desportiva e Recreativa. Deixa dois filhos, um de 23 anos, estudante do ensino superior, e outro de 12 anos. Este é o terceiro português vítima de disparos de arma de fogo em Angola num espaço de três meses, cujas mortes foram publicamente conhecidas. Os focos de violência são uma das razões de preocupação face aos milhares de portugueses que se encontram em Angola a trabalhar. Segundo os últimos números, serão cerca de 100 mil os portugueses que trabalham naquele país; uns tentam a sorte, atraídos pelos salários e impelidos pela falta de trabalho em Portugal; outros seguem a internacionalização das suas empresas.
ANGOLA ATRAI EMPRESAS DA REGIÃO
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SERRALHARIA VIDAL A empresa de Vermil também não resistiu ao apelo da economia angolana. Neste momento está naquele país com uma unidade
ESTORDARTE
Cândido j. rodrigues
PETROTEC
A empresa de Joane, que está a passar por maus momentos, voltou-se para Angola na mira de tornear a crise.
Empresa de construção de Guimarães, a CJR está há mais de dois anos no mercado angolano, com a CJR Angola.
Um gigante da área da montagem de postos de combustíveis. Opera em grande escala no Cacuaco.
breves JOANE
FORMAÇÃO ATC
O Centro de Formação ATC avança com o novo plano de formação para o ano 2009/2010. Da oferta formativa fazem parte áreas da Educação, Gestão da Qualidade, Saúde e Segurança no Trabalho e Geriatria. Estas áreas de formação têm um vasto leque de opções formativas para oferecer.
JOANE
ESCRITOR NA ESCOLA
A Equipa da Biblioteca da Escola Bernardino Machado promoveu uma sessão cultural dinamizada pelo escritor Augusto Canetas, no passado dia 27 de Outubro. O objectivo foi comemorar o Dia Internacional das Bibliotecas Escolares e promover o gosto pela leitura, entre os alunos. Alunos e Professores mostraram grande entusiasmo sobretudo durante os momentos de poesias musicadas pelo próprio Augusto Canetas, segundo a Professora bibliotecária da escola.
RIBA D´AVE
GNR EM CASA NOVA
A GNR de Riba de Ave funciona em novas instalações, na Travessa Camilo Castelo Branco, a poucos metros da localização original. A mudança deve-se à realização de obras no quartel daquela força, que há muito esperavam por uma intervenção.
8 • OUTUBRO DE 2009 • REPÓRTER LOCAL
LOCALIDADES Famalicão • cultura
Câmara lança Boletim Cultural com 600 páginas A publicação resulta da investigação de mais de 20 colaboradores ligados à História
A
Júlio Brandão, Silva Mendes, Álvaro Marques e o Barão de Trovisqueira, e a Revolta Académica de 1907, onde Bernardino Machado teve um papel destacado. Entre estas evocações, destacase a que é prestada ao poeta Armando Soares Coelho. Outro assunto que se evidencia é a atenção dada à Livraria Municipal e aos Índices dos Temas e Autores da série anterior do Boletim Cultural. Mantém-se também a tradição de divulgar documentos em depósito no Arquivo Histórico Municipal. O Boletim pode ser adquirido na Casa da Cultura ou no Museu Bernardino Machado, pelo preço de 15 euros.
Câmara Municipal de Famalicão acaba de dar à estampa mais um volume do Boletim Cultural do Município, desta vez, em versão dupla, reunindo as edições n.os 3 e 4. Com uma tiragem de 250 exemplares, o Boletim Cultural é composto por mais de 600 páginas e um leque plural e diversificado de temas, resultantes da investigação de mais de duas dezenas de colaboradores. A publicação destaca-se pela evocação de algumas personalidades ilustres e de acontecimentos marcantes da História de Vila Nova de Famalicão, tais como, Alberto Sampaio,
JOANE
PSD ANALISA AUtÁRQUICAS
A Comissão Política do Núcleo do PSD de Joane realiza no dia 7 de Novembro (sábado), pelas 21 horas, uma Assembleia ordinária, na sede, no Largo da Feira, para fazer a análise da situação política local; dos resultados das Eleições Autárquicas.
JOANE
RESCALDO BLOCO
Os resultados do BE em Joane ficaram aquém dos objectivos, que passavam pela eleição de representantes na AF. Para o grupo do BE, o ambiente vivido em Joane na última semana de campanha, com comunicados anónimos que visaram também ridicularizar o cabeça de lista do Bloco, “são métodos que de todo repudiamos”.
REGIÃO • ASSEMBLEIAS
CASTELÕES
Novidades em Joane, Ronfe e Vermil
50 anos de escola
Vermil empossou os novos órgãos autárquicos no passado domingo. Das eleições de 11 de Outubro resultou um novo figurino na Assembleia. Na mesa da Assembleia sai Bruno Dias, que passa a desempenhar funções meramente de deputado. Para seu lugar, uma estreia, Joana Vidal. José Peixoto é a segunda novidade do PSD na Assembleia entre os cinco eleitos. O PS faz-se representar na liderança com Domingos Barros acompanhado por dois deputados, ambos a estrear-se no órgão, Marlene e Abílio. Com a não eleição de Adelina, Filipe Machado figura como único deputado eleito pelo PP. No executivo, nenhuma alteração. Armando Vidal volta a apostar na companhia de
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breves
Marçal Mendes e a tesoureira Sara. Em Joane e Ronfe as tomadas de posse decorrem hoje, dia 30. Em Joane, é praticamente certo, segundo apuramos, que o executivo de Sá Machado seja mantido. Ou seja, António Oliveira, Luís Santos, Lino Ribeiro e António Mendes serão o núcleo duro da Junta. A única dúvida reside nos moldes em que será eleito este último uma vez que António Mendes ocupa o 8.º lugar da lista. Na condução dos trabalhos da Assembleia, tudo muda. Para o lugar de Sérgio Cortinhas a estreia de Cláudio Cadeia, acompanhado por Filipa Pereira e Anabela Santos. Carlos Rego e Quitéria Campos (repetentes) e Joaquim Lima e Paula Oliveira (duas estreias) deverão
completar o restante figurino de deputados do PS. O PSD/PP conta com o mesmo número de deputados do mandato anterior, seis, num figurino quase todo renovado. Do mandato anterior, sai o cabeça de lista em 2005 Artur Fernandes, a ex-líder dos “laranjas”, Fernanda Faria. No rol das saídas está ainda Paulo Guimarães, Esperança Oliveira e Paulo Couto. Só Manuel Guimarães (PP) é que assegura a continuidade. De novo entra Porfírio Carvalho, acompanhado por Miguel Coelho, Joana Cunha, José Carlos Fernandes e Deolinda Torrinha. A tomada de posse está marcada para as 21h00 de hoje, sexta-feira no Centro Cultural de Joane. À mesma hora, em Ronfe, reúne
a Assembleia cessante no Salão Paroquial para dar posse aos novos elementos. Segundo apurou o RL, o executivo de Daniel Rodrigues será mantido (acompanhado por Armando Oliveira e Joaquim Pinheiro). Para a Mesa da Assembleia é certa a recondução de António Sousa na presidência bem como Cidalina Rodrigues a secretariar. A novidade na mesa será a de Daniela Ferreira. Henrique Barros Benjamim Mendes, juntamente com a estreante Elda Ramos completam o figurino do PSD. A assembleia conta ainda com dois eleitos do PS, António Gonçalves e Luís Gonçalves, respectivamente. De volta á Assembleia está a CDU com a estreia de Fátima Mendes.
A escola do primeiro ciclo do ensino básico de Castelões assinalou 50 anos de funcionamento com uma festa convívio, no dia 17, que reuniu antigos alunos e professores. A escola foi recentemente alvo de intervenção num investimento da Câmara de Famalicão de 58 mil euros. As obras contemplaram a requalificação dos espaços daquele estabelecimento de ensino.
RONFE
CNE faz 75 anos
O Agrupamento N.º 5 Ronfe do Corpo Nacional de Escutas, completa 75 anos em 2010 com o lema “75 anos de valores que se renovam”. O programa começa a 7 de Novembro, com sessão solene no salão paroquial, apresentação do hino e romagem ao cemitério.
REPÓRTER LOCAL • OUTUBRO DE 2009 • 9
Outubro
GUIMARAES JAZZ DE 12 A 21 DE NOVEMBRO, CENTRO CULTURAL Jimmy Cobb, Hank Jones, Branford Marsalis, Dave Holland, Cassandra Wilson e Dave Douglas são alguns dos nomes que integram o cartaz do Guimarães Jazz, no ano em que festival celebra 18 anos de existência.
conversas curtas por D. VIRINHA As eleições de 11 de Outubro foram marcadas pelo recurso das candidaturas à Internet. Conhecidos os resultados, o que aconteceu a esses sites?! Em Ronfe os quatro candidatos apostaram na internet . A candidatura vencedor (Daniel Rodrigues) utilizou o blogue pessoal do candidato, que continua activo em www. danielrodrigues.blogspot. com. A CDU recorreu ao blogue www.cdu-ronfe.blogspot. com. Aparentemente, continua activo, o último post foi colocado já depois das eleições. Os bloges do PS (www. antoniogoncalves-ps-ronfe. blogspot.com) e do BE (www. beronfe.blogspot .com), desde o dia das eleições que parecem “esquecidos”. Em Joane só duas candidaturas recorreram à Internet . Sá Machado (PS) em www.joane2009. com, um site com pouca actualização. A coligação PSD-PP foi promovida em www.porfiriopresidente. com, actualizado todos os dias. Agora, o site remetenos para www.psdjoane. org com a indicação “Este site está em construção... Brevemente on-line”. Em Vermoim só CDU e PS recorreram à Net. O da CDU (http://www.cduvermoim. blogspot .com) mantémse activo. O do PS (www. psvermoim.blogspot.com) apresenta actualmente a página em branco.
Rosa Oliveira um wc já! Vai uma pessoa contentita da vida a passear pelo centro de Joane, junto ao Parque da Ribeira, quando lhe dá uma daquelas tremendas vontades de...enfim, sabem como é... “verter águas”! Olha em volta e não vislumbra uma casita de banho para satisfazer a vontade. Ó diacho! O que fazer? Pois tá bem de ver: não falta gente apertadinha que a caminho da capela de S. Bento não tem outra alternativa que não seja “encostar-se” à parede, junto ao ribeiro, e ali descarregar águas. Senhor presidente da Junta: veja lá se anda da perna e se constrói mesmo uma casa de banho na zona!
49 X quê? Hà dias o meu sobrinho Abel veio cá a casa e pôs-se a falar de uma revista do PS que era segundo ele - uma maravilha. Pus-me a olhar para a coisa e, desculpa lá, ó Abel, mas a tua tia prefere mil vezes os folhetos do Lidl! Sempre são mais atractivos e trazem promoções e não sopa requentada! Ai ai que este PS não há meio de aprender!
AMANHÃS QUE CANTAM NO PSD DE JOANE Vai grande azáfama para os lados do Largo da Feira. Segundo me diz a Micaela, minha empregada de limpeza, o PSD anda a arrumar a casa depois do desaire do dia 11 de Outubro. Segundo a moça, a rapaziada da laranja está a preparar a laranjada do futuro a pensar em 2013. Ainda há dias não passou despercebido o encontro bastante animado entre Porfírio Carvalho, candidato por três vezes à Junta, com o “jovem turco” Miguel Ribeiro. Segundo consta, estariam a preparar a transição, a “passar a pasta”. Será?
O que vai ser dos agricultores? Não durmo há três noites e meia! Então não é que o meu tio Florêncio, que vive prós lados de Santa Maria de Airão, anda aflito desde que o CDS perdeu as eleições? De enxada às costas, ele contava com o empenho e o apoio da mui jovem candidata do CDS que prometia uma atenção especial aos (três) agricultores da terra...
75,4%
Resultado da lista do PS, encabeçada por Joaquim Pereira, nas eleições para a Assembleia de Freguesia de Oleiros.
71,48%
Resultado da lista do PS, encabeçada por Francisco Sá, nas eleições para a Assembleia de Freguesia de Castelões, em Famalicão.
Técnica de Turismo Ronfe
“Em Ronfe há falta de passeios para peões” O turismo em Portugal é um filão? Sim, desde que se continue a apostar na qualidade e inovação. Os portugueses sabem receber? Os portugueses desde sempre foram bons anfitriões. Imagine que um turista quer ir a Ronfe: que local sugeria para visitar? A Central Hidroelectica (situada na zona da fábrica Somelos). Na minha terra há falta de...? ...passeios para peões: numa altura em que as caminhadas são cada vez mais um hábito diário... George Cloney ou Brad Pitt? Não me imagino sem nenhum dos dois!
Qual foi o último filme que foi ver ao cinema? “Gran Torino”, de e com Clint Eastwood. Não dispenso mesmo...? Os amigos ... (incluindo o Brad e o Cloney). É mais fácil ir a Guimarães ou ao Porto? Efectivamente nos dias que correm chega a ser mais rápido ir ao Porto. O que me faz feliz...? ...é o bem estar daqueles que me são queridos.
O que me faz feliz? O bem-estar daqueles que me são queridos.
10 • OUTUBRO DE 2009 • REPÓRTER LOCAL
Caminhar para ajudar A ATC está a desenvolver um projecto de solidariedade que pretende envolver instituições de diversas freguesias da região. “O Natal deve ser todos os dias” (nome da campanha) inclui uma caminhada (Caminhar para ajudar) entre a Casa de Camilo, na freguesia de Seide e Joane com o objectivo de juntar bens e produtos para distribuir pelos mais necessitados. A iniciativa é apresentada Sábado, dia 31 de Outubro, no Centro Cultural de Joane.
Uma ajuda em tempos de crise Iniciativa da Junta de Freguesia, a Loja Social é autêntico apoio a muitas famílias de Ronfe e freguesias vizinhas Geralda Cardoso e o marido já tinham escolhido o que procuravam. “Já levei daqui calças para o trabalho do meu homem. É uma grande ajuda, assim escusámos de gastar dinheiro”, refere a mulher. Ao contrário de Geralda, Alexandrina ainda andava às voltas na escolha. “Para já ainda não trouxe nada, só vim buscar. É dinheiro que não gasto em roupas. A minha filha já não precisa de mais roupa para o Inverno, a que tem levei-a daqui. Levei camisolas, inclusive, ainda com a etiqueta, praticamente por estrear.
Luís Pereira
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G
eralda Cardoso, desempregada, mãe de dois menores, marido a trabalhar na construção civil. Parcos rendimentos, situação social complexa. Alexandrina Gonçalves, 40 anos, casada, mãe de dois filhos, vive com estabilidade suficiente de quem não sofre em casa o drama do desemprego. As duas têm em comum a frequência da Loja da Solidariedade de Ronfe. Iniciativa da junta local, a loja tornou-se num autêntico apoio a muitas famílias de Ronfe e freguesias vizinhas que ali procuram uma forma de poupar nas despesas com o vestuário, calçado e até electrodomésticos. O conceito ultrapassa o da típica ajuda aos mais desfavorecidos. Os interessados podem depositar o que deixa de ter utilidade em casa. Roupa e electrodomésticos são o mais comum. A novidade não está no dar, está em receber. O mesmo interessado pode encontrar no local utensílios, roupa ou calçado que podem ajustar-se às necessidades de outros. Há famílias que só procuram a loja para entregar o que têm e outras, porventura as realmente desfavorecidas, que a procuram para apenas colher a generosidade. O rosto do sucesso da loja é Maria Freitas - dona Micas, assim é conhecida esta “jovem de 70 anos” que respira vitalidade por todos os poros -, funcionária da autarquia, com ajuda de uma equipa de voluntários. Além da entrega na loja, no edifício Solar do Pedroso, perto do cemitério, a equipa de voluntários anda muitas vezes no porta-a-porta. O trabalho passa por dedicar parte do tempo livre à separação do que chega em estado aceitável para reutilização do restante.
Ultrapassado o preconceito da vergonha e em resposta aos apelos do pároco nas missas dominicais, a população foi timidamente aderindo. Volvido ano e meio, a loja revela-se uma aposta ganha e uma ajuda no orçamento familiar. “Há ainda pessoas que me falam na necessidade que têm. Eu digo-lhes para virem, respondem-me que têm vergonha. Mesmo assim não há problema: ou eu levo até casa delas ou então combino uma hora sem ser ao sábado (dia de funcionamento ao público) para que ninguém veja”, conta a dona Micas. “Um sábado destes, a loja estava cheia, lá fora estava uma mulher a rondar. Fui ter com ela, trouxe-a para dentro, o medo de entrar era a vergonha. Depois percebeu como isto funciona e que há muitas como ela que também utilizam e no sábado seguinte cá estava novamente”. Como numa verdadeira loja, as roupas estão dobradas e separadas por género. O fundo da sala é preenchido pelo calçado. No canto da entrada, livros e brinquedos à espera de serem levados. “Aceitamos tudo, menos comida”, dizem. “O que está aqui hoje não é nada comparado com o que estava há semanas. Nessa altura havia televisões, fogões, colchões”. Marta Vieira associa o aumento da procura ao aumento do trabalho dos voluntários. “A loja está a ganhar fama fora da freguesia. Daqui a pouco vamos remodelar tudo, por causa do Natal. Tem-nos chegado muita coisa e é preciso fazer a triagem. Nada do que esteja em condições vai para o lixo. Temos muita coisa e o que sobra vai para as missões em África”, diz. Daniel Rodrigues, presidente da autarquia, confirma o sucesso. “A procura tem sido grande, não nos passa pela cabeça acabar com a iniciativa”, refere o autarca. No fim da conversa para a reportagem,
Logo que soube da loja, não hesitei. É sem duvida uma grande ajuda”, desfia a ronfense. Maria Vidal, reformada, acompanhada pelas netas, quando questionada, de imediato apontou para o vestuário que trazia a pequena: “Está a ver esta camisola?! Levei-a daqui. Quando tenho roupa que deixa de lhes servir trago-a para aqui e levo a que lhe sirva”. Para si, Maria Vidal, aguarda por uma televisão. “Tenho uma em casa que está mesmo nas últimas. Se aparecer, aproveito e já não tenho que comprar”.
REPÓRTER LOCAL • OUTUBRO DE 2009 • 11
Onde nasceu Bernardino Machado? Bernardino Luís Machado Guimarães nasceu no Rio de Janeiro em 28 de Março de 1851. A família regressou a Portugal em 1860 e instalou-se em Joane. Foi eleito Presidente da República em 6 de Agosto de 1915.
GNOMON NA CASA DAS ARTES O grupo Gnomon, de Joane, actua na Casa das Artes a 27 de Novembro, 21h30. Este espectáculo terá como convidados Sofia Portugal, Nuno Cachada e a companhia de dança Asas de Palco.
Em busca de uma vida melhor em Angola Tal como milhares de portugueses, Maria Ribeiro (na foto), de Ronfe, foi para Angola trabalhar para melhorar as condições financeiras e de vida J.F.
Para esta técnica superior natural de Ronfe, “a regra é valida para
M
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aria Ribeiro não esquece a data: 18 de Junho de 2009. O dia em que partiu para Angola para uma nova etapa profissional e pessoal. “Estou em Angola desde 18 de Junho deste ano, com um pequeno intervalo de três semanas de férias no mês de Agosto. Neste momento sou responsável de logística e compras do grupo Petrotec Angola Assistência Técnica ao Ramo Petrolífero, Lda”, refere ao RL Maria Ribeiro, de Ronfe. Tal como a maior parte dos milhares de portugueses que estão a trabalhar em Angola, também Maria foi motivada pelo aspecto financeiro. “Teve grande influência, foi talvez o principal motivo; no entanto a perspectiva de mudança e de novos desafios também contribuiu para a decisão”, realça. Uma decisão complicada, tanto mais que de vez em quando surgem notícias de casos de violência sobre portugueses. “Em termos de violência, o que posso dizer é que não senti na pele, mas existem colegas que já foram alvo de assaltos com violência e recurso a armas de fogo”, adianta.
“Em termos de violência, não senti na pele, mas colegas já foram alvo de assaltos com recurso a armas de fogo” qualquer parte do mundo: evitar zonas de risco, e exposição de bens valiosos”. “Não podemos esquecer que é um país que está a sair de anos de guerra, situação que provocou uma afluência enorme de pessoas à capital, agravando ainda mais as condições de vida, já bastante precárias e contribuindo para a proliferação de bairros sem as mínimas condições de higiene e habitabilidade, o que se torna terreno fértil para o surgimento de várias formas alternativas de
sobrevivência, sendo a principal a criminalidade”, sustenta Maria. Há uma semana, um português de 46 anos, da freguesia de Mogege, foi morto a tiro na cidade angolana do Huambo por um trabalhador da obra onde a vítima estava colocada (ver notícia nesta edição). A crise levou muitos portugueses a emigrar para Angola. Os últimos dados apontam para quase o triplo de portugueses em terras angolanas, comparativamente com os números da população deste país africano em Portugal. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatísticas , existem em Portugal cerca de 35 mil cidadãos angolanos registados legalmente, embora as organizações do país africano apontem para um total de entre 100 mil a 300 mil. O número de portugueses a deslocar-se para Angola quase que quadruplicou nos últimos quatro anos: em 2004, foram 20 mil, actualmente são cerca de 100 mil. Em 2006, partiram para Angola 16 mil portugueses, em 2007, 22 mil e em 2008, 28 mil. No que se refere aos sectores de actividade, embora não haja dados, estima-se que a construção civil e a indústria sejam os que empregam mais pessoal.
JOANE
Ajudem o Salvador
A vida de Salvador Castro e da família mudou radicalmente há sete anos. A trabalhar numa empresa colaboradora da REN, Salvador foi vítima de uma aparatosa queda de 22 metros de altura que o puseram tetraplégico e com problemas pulmonares. O hospital de Nisa e o de S. José em Lisboa foram “a casa” da família de Salvador durante os dias seguintes. “Foi muito duro e custoso entender que tinha de passar a minha vida numa cadeira de rodas”, desabafa Salvador. As alterações de rotina desde esse dia foram inevitáveis, refere Gabriela Costa, a esposa. “Íamos passar férias, comer fora, convivíamos com os amigos. Desde o acidente, toda a vida é feita em casa”. A dificultar ainda mais, o apartamento na Habitorre, Joane, onde residem, fica num 3.º andar sem elevador. O apartamento comprado poucos meses antes do acidente está agora à venda. O objectivo passa por comprar um rés-do-chão. Até lá, é raro o dia em que Salvador sai à rua. “Passo o dia entretido a ver televisão e pouco mais. Tinha um amigo em Lisboa que contactava com frequência para passar tempo mas deixei de o fazer, para não incomodar”, relata. Ruben, de 13 anos, estuda na secundária joanense, no 7.º ano, tinha nascido meses antes do acidente. Praticamente sempre conheceu o pai numa cadeira de rodas. “A vida tem que seguir em frente”, diz o jovem. Sem se resignar, a esposa de Salvador entregou-se a nova missão: comprar uma cadeira de rodas que pode subir e descer escadas de forma automática. Sem possibilidades financeiras, pôs pés ao caminho chegando a uma senhora de Vila do Conde envolvida no projecto das tampinhas. O objectivo é recolher sete toneladas que serão entregues em Lousada para a reciclagem. Até agora, foram entregues 250 kg. A associação Amitorre cedeu instalações para colocar as tampas. O comércio da zona está envolvido e a corrente de solidariedade alastra-se. Uma simples tampa pode melhorar a vida de Salvador. Há um mês que Gabriela anda sempre acompanhada de um garrafão onde as deposita. Para ajudar, basta contactar pelo 252 997 466 ou entregar as tampas na residência do casal, mesmo ao lado da sede da Amitorre.
12 • OUTUBRO DE 2009 • REPÓRTER LOCAL
LILIAN GUIMARÃES 29 anos, residente em Joane; Enfermeira, especialista em Saúde Materna e Obstetrícia, Enfermeira Responsável pela Equipa de Enfermagem da USF Terras do Ave – Delães; Agente da Linha de Saúde Pública, Mestranda do Mestrado Académico Gestão em Serviços de Enfermagem.
Em Linha com a Saúde
O
que é a linha Saúde 24? Foi criada em 2002, devido ao surto da gripe sazonal em Portugal, com o objectivo de evitar a afluência de doentes às urgências dos hospitais. Em 2007, foi criada a Saúde 24 que incorpora os serviços de atendimento da Saúde 24, a Pediatria (Dói, Dói, Trim, Trim) e a Linha Saúde Pública (à qual pertenço). Desempenha funções desde quando? Desde 2003. Entrei numa urgência para dar resposta aos possíveis casos de Síndrome Respiratória Aguda em Portugal. O que a levou a aceitar o desafio? Por ser um trabalho inovador, de grande utilidade a nível nacional. Quais são as solicitações mais frequentes? Depende muito da altura do ano. Neste momento estão relacionadas com a Gripe. Em que situações se deve contactar a linha? Sempre que haja dúvidas relacionadas com a saúde: comportamentos de risco, doenças ou patologias, dor, calor, obesidade, vacinação, saúde da mulher… É realizada a triagem dos sintomas e, se necessário, o utente é referenciado para o serviço prestador mais adequado. A falta de capacidade da linha para
responder ao elevado número de solicitações está ultrapassada? Houve momentos em que a procura foi muito elevada (cerca de 9000 chamadas/ dia) o que dificultou o acesso e obrigou a um reforço nos recursos humanos. Neste momento está a funcionar sem problemas.
Quantos agentes trabalham? Mais de 400 enfermeiros. Quantas chamadas atende por dia? Nesta fase da gripe, cerca de 170. Já fez atendimento a situações de urgência máxima? Esses casos são sempre encaminhados no menor espaço de tempo para o INEM. As emergências de Saúde Pública são encaminhadas para os Delegados de Saúde. É mais atraente o trabalho nos centros de saúde/hospitais ou o na linha? Cada actividade tem a sua particularidade. Exercer funções na Linha e na prestação directa de cuidados é muito enriquecedor. O facto de trabalhar no “terreno” facilita o atendimento telefónico uma vez que me dá um conhecimento sobre o funcionamento dos serviços para melhor encaminhar e aconselhar o utente. Não tendo contacto directo com o utente, não há o risco do aconselhamento ser dado de forma incorrecta? Quando somos confrontados com situações de triagem sintomática e na possibilidade de existir dúvida, pode haver a necessidade de encaminhar para o médico. Contudo, podemos manter vigilância sobre a situação apresentada através da realização de uma chamada de retorno, mais tarde.
Gripe A: “Alerta mas sem alarme” A linha tornou-se mais conhecida desde o aparecimento da Gripe A? É sempre mais conhecida quando surge um novo problema de saúde pública. O que aconselha? Cada um de nós é responsável pela nossa própria saúde. É importante ter como base as orientações dadas pela DGS.
Há razões para alarme? Existem razões para estarmos em alerta, mas sem alarme. Existe uma vigilância gripal apertada para diminuir a mortalidade e morbilidade da doença. No Inverno, as preocupações devem ser maiores? Antes das preocupações, os alertas: isto é,
reforçar a higiene (mãos e respiratória). Como decorre a vacinação? Depende dos locais. Aconselho, a quem tiver dúvidas, que entre em contacto com o Centro de Saúde. Em Famalicão a vacinação será administrada por uma equipa que se encontra nos centros de saúde de Famalicão e de Delães.
Fanfarras e medalhas
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O agrupamento 184 do Corpo Nacional de Escutas de Joane, realizou no dia 18 uma cerimónia solene e um festival de fanfarras. O programa incluiu romagem ao cemitério, recordando os escuteiros já falecidos, em especial o 1º chefe de agrupamento, Lázaro Salgado; entrega de lembranças, com várias individualidades do poder local, do CNE, da Igreja e antigos escuteiros. O CNE de Joane entregou louvores aos fundadores, padre Manuel de Sousa e Silva, António Cardoso e Bento Lopes Fernan-
des e atribuiu a distinção de Dirigente Honorário a Américo Rafael, Chefe de Agrupamento de 1972 a 2003. O Agrupamento aproveitou para fazer 2 pedidos: “cedência da escola primária da Avenida que irá ficar desocupada com a construção do novo Centro Escolar e o apoio na edição de um livro com a história dos 50 anos do Agrupamento”. Na parte da tarde teve lugar o 2º Festival de Fanfarras com as fanfarras de Joane, Carreira, Jesufrei, Fradelos, Castelões, Oliveira Santa Maria e Pedome.
HAJA SAÚDE JOÃO MONTEIRo médicO
CONJUNTIVITE Uma conjuntivite é uma inflamação da membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular (o branco dos olhos) e o interior das pálpebras. Há vários tipos de conjuntivite: infecciosa (por vírus ou bactérias), alérgica (em pessoas predispostas a alergias) ou irritativa (após exposição a fumo, poeiras ou dissolventes). Os sintomas são irritação ou sensação de queimadura ocular, sensação de “areias” e incómodo ao olhar para a luz. O branco do olho tornase vermelho e pode surgir lacrimejo e dor. Na conjuntivite bacteriana habitualmente há produção de grandes quantidades de secreções purulentas, que podem acumularse entre as pálpebras e tornar a visão turva, sendo necessário tratar com um antibiótico em gotas. Na conjuntivite alérgica é habitual o atingimento dos dois olhos e a secreção é escassa. A conjuntivite vírica é auto-limitada, resolvendo em 1 a 2 semanas. Na fase aguda, limpe regularmente as secreções do olho com soro fisiológico ou água fresca e coloque compressas de água fria sobre os olhos fechados (aliviará as queixas). Use só os colírios receitados pelo seu Médico de Família e guarde-os num lugar seco e fresco. Ao terminar o tratamento não os guarde, leve-os à Farmácia pois eles contaminar-se-ão com o decorrer do tempo. Não use lentes de contacto até estar finalizado o tratamento e não esteja demasiado tempo diante da televisão ou do computador. Use óculos de sol, que o protegerão da luz e vento. Para evitar o contágio, evite tocar com as mãos nos olhos, lave as mãos frequentemente e não partilhe toalhas. Com as crianças deve ser tido um cuidado especial, para evitar o contágio. Consulte o Médico de Família se os sintomas persistirem mais de 3 a 4 dias; se a luz incomodar em demasia; se o olho doer cada vez mais; se aparecerem vesículas na pele à volta do olho afectado ou se notar que este tem diminuição da visão. Até breve…
REPÓRTER LOCAL • OUTUBRO DE 2009 • 13
AUTOMOBILISMO • Super especial
Velocidade pelas ruas de Famalicão Prova do FC Porto volta à cidade famalicense pelo quarto ano
NOTÍCIAS Atleta do naj triunfa em barcelos O atleta Jorga Santa Cruz, do NAJ (Núcleo de Atetismo de Joane) triunfou em Barcelos. Considerado um dos mais promissores jovens atletas portugueses da actualidade (tem apenas 20 anos), Jorge venceu no passado domingo, no escalão sénior, o Grande Prémio de Atletismo de Tregosa, no concelho de Barcelos. Controlando a corrida desde o tiro de partida, o atleta do NAJ correu sempre de uma forma inteligente, isolandose sensivelmente a meio a competição.
Redacção
de Famalicão tem um trajecto de 1,8 quilómetros em piso de asfalto, percorrendo algumas das ruas emblemáticas da cidade se num só dia com pilotos em diferentes carros, de diferentes classes e divisões para percorrer um trajecto de 1,8 km, sem-
VRUUUUUUUMMMMMM
Data A prova Super Especial de Famalicão começa às 12.00 horas de sábado, 31 de Outubro. Local Algumas das mais emblemáticas ruas da cidade de Famalicão.
AtC BASKET com bom início de campeonato A contar para a terceira jornada do Campeonato Distrital, os cadetes masculinos do ATC Basket, de Joane, receberam e venceram o Grupo Desportivo André Soares (GAS) por 80-56. Num jogo muito esperado, a equipa joanense confirmou a vitória da semana anterior, em Barcelos, e o bom início do campeonato. Também em casa, a equipa de sub-16 femininos venceu sem
dificuldade o BCC Basto por 105-26. Da mesma forma, os juniores venceram facilmente o BCC Basto por 72-45. Nos iniciados, em femininos, o ATC conseguiu uma importante vitória fora de casa frente aos Leões das Enguardas por 69-41. Já os rapazes não conseguiram manter a invencibilidade, perdendo em casa com o GDAS por 66-47.
Organização Clube Desportos Motorizados do Porto. Extensão A prova conta com um percurso de 1,8 km, sempre em asfalto.
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Tome nota
A Super Especial
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É já sábado, dia 31 de Outubro, que a cidade de Famalicão vive as emoções do desporto automóvel, com a promoção da IV edição da Super Especial, que terá início pelas 12h00. A organização espera a presença de muito público ao local da prova - algumas das ruas mais emblemáticas da cidade - para assistirem de perto à prestação de pilotos e máquinas (umas mais novas do que outras, já que a Super Especial inclui também a vertente histórica. A prova é organizada pelo Clube Desportos Motorizados do Porto (DemoPorto), com o apoio da Câmara Municipal de Famalicão. A IV Super especial de Vila Nova de Famalicão, apresenta-
pre em piso de asfalto. Todo o percurso será igual ao da edição passada, surgindo uma nova versão na finalíssima que virá a ser disputada pelos melhores dez classificados da geral, depois de seleccionados os vinte melhores - distribuídos pelas varias divisões e classes. Terra de muita gente ligada ao fenómeno automobilístico, Famalicão está, deste modo, no calendário dos grandes eventos desportivos nacionais, atraindo pilotos, equipas e marcas que gravitam à volta do automobilismo. Apesar da limitação de inscrições a que a organização foi obrigada, por estar condicionada em termos de tempo, o nível de participantes subiu muito alto e a competitividade da prova vai por certo ser superior às edições anteriores.
Desde então, os seus adversários não mais lograram qualquer hipótese de o alcançar. Jorge Santa Cruz foi cimentando a cada metro percorrido a distância que o separava dos seus mais directos concorrentes. Este foi o primeiro triunfo deste jovem atleta ao serviço do clube joanense neste tipo de competição no escalão sénior. Para a direcção do NAJ, esta vitória pode ser encarada como “um prenúncio de um futuro auspicioso” para o atleta.
AGORA COM NOVOS EMPREENDIMENTOS!
Telefones 252 921 235 (Residência - Cividade) | 252993778 (Escritório) - Avenida Padre Silva Rêgo - Joane
14 • OUTUBRO DE 2009 • REPÓRTER LOCAL
autárquicas 2009
VEJA OS RESULTADOS ELEITORAIS. Página 15.
AUtárquicas • rescaldo eleitoral
Sá Machado reforça peso político no concelho
LP/Redacção
H
há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não”. Foi citando Manuel Alegre que da escadaria da escola secundária de Joane, Sá Machado cantou vitória, pela quinta vez, lado a lado com o vencido Porfírio Carvalho. A assistir, muitas dezenas de joanenses que não arredaram pé até conhecerem os resultados finais: 51% para o PS; 39,7% para PSD/PP; 4,2% BE e 2,5% para a CDU. Resultados esses que traduzem a manutenção do mesmo figurino da Assembleia de Freguesia: sete para os socialistas e seis para a coligação. A eleição de Alberto Fernandes (BE) acabou por não se confirmar. “Joane tem voz para continuar a fazer barulho para a Câmara investir na freguesia. Não foi desta que me calaram. Não sou mal-educado mas quando ofendem a minha terra tenho de levantar a voz. Esta foi a vitória de quem sofre, de quem ouviu o que não queria”, disse o reeleito presidente da Junta. Os joanenses voltaram a dar a vitória a Armindo Costa (PSDPP) para a Câmara famalicense. Se para a Junta a diferença de votos foi esclarecedora (Sá Machado venceu Porfírio Carvalho por 522 votos), para a Câmara a luta em Joane dividiu o eleitorado. Armindo Costa mereceu a confiança de 49,3% dos votantes em Joane contra os 43,2% obtidos por Reis Campos, do PS (282 votos de diferença). Na noite eleitoral o RL foi o único órgão de comunicação social a recolher no local as primeiras reacções dos vencidos e vencedores na vila joanense. Á
reportagem do RL, Sá Machado referiu-se ao comunicado anónimo que circulou na freguesia na recta final da campanha. “Não posso esquecer o que se passou nestes 15 dias. Apesar de achar que o Porfírio não tem nada a ver com o que se passou, espero eu, tinha que dar resposta a quem nos ofendeu. Sou alguém de bem, que paga impostos e não gosto mesmo nada que mexam com a minha dignidade”, afirmou Machado. Quanto aos próximos quatro anos, o autarca diz esperar colaboração da coligação. “Honra aos vencidos e glória aos vencedores”, evocando a máxima grega, Porfírio Carvalho justificou ao RL a sua presença ao lado do adversário vencedor, no momento do discurso da vitória. “Fi-lo porque sou um democrata, fi-lo de coração aberto e com fair-play”, frisou o candidato da coligação PSD/ PP, vencido pela terceira vez. Porfírio Carvalho assegura que assumirá o lugar na AF onde promete fazer uma oposição “construtiva e vigilante”. Ainda sobre os resultados, de referir que, comparativamente a 2005, o PS mantém a mesma
percentagem de votos ao passo que a coligação conquista mais 1% do eleitorado. Já o BE, além de não eleger o deputado desce 1% na sua votação (menos 40 votos que em 2005). A abstenção fixou-se em 29,9%. Dos 6.596 inscritos votaram 4.621 eleitores tendo 2,7% optado pelo voto em branco/nulo.
SEM NOVIDADES
De resto, todos os autarcas que ocupavam as presidências de Junta nas 10 freguesias que foram alvo de cobertura informativa por parte do RL foram reconduzidos. Não se verificaram alterações de relevo ao nível dos principais protagonistas. Mas salienta-se a eleição de um representante da CDU na Assembleia de Freguesia de Ronfe (mérito, por certo, da cabeça de lista Fátima Mendes) e, entre outros factos, a saida de cena da CDU na Assembleia de Freguesia de Vermoim e a perca de um eleito PP-Vermil. Neste último caso, a opção do candidato que em 2005 concorreu como “independente” e obteve representação na AF não surtiu efeito pelo PP. Destaque para os triunfos in-
contestáveis registados em Castelões (Famalicão) e em Oleiros (Guimarães) com valores acima dos 70 por cento (ver quadro de resultados na página 15).
ABSOLUTAMENTE
Ao nível municipal, os resultados não provocaram espanto. Em Famalicão venceu, como se previa, a coligação PSD-PP, com Armindo Costa a reforçar a maioria absoluta no arranque para o terceiro mandato. O PS teve um mau resultado e aguardam-se pelas consequências no seio dos estrategas da Comissão Polícia Concelhia. Reis Campos, o cabeça de lista que tentou aumentar a fasquia, assumiu a derrota mas para muitos socialistas esteve demasiado solitário na hora de enfrentar a imprensa. Em Guimarães, não só o PS e António Magalhães mantiveram a maioria absoluta (e já lá vão 20 anos desde a primeira) como aumentaram o número de votos e de eleitos (sete) - no caso, à custa do PSD, que passa de quatro para três vereadores. A CDU manteve o lugar que tinha desde 2005.
comentário
E Agora, Sá MACHADO? O que há de comum entre Agostinho Fernandes, Benjamim Salgado e José Carlos Marinho? O facto de todos eles terem sido presidentes da Câmara de Famalicão e de todos eles serem naturais de Joane. O facto, por si só, não faz ciência ou dogma, mas não deixa de ser curioso verificar o peso que Joane tem no que toca à governação do concelho. Sá Machado venceu em Joane e de novo com maioria absoluta. Para muitos que julgavam que o autarca podia estar em vias de abandonar o cargo ao fim de quase 20 anos de liderança, a vitória inequívoca calou bem fundo. Mas ela não é apenas um tiro aos adversários mais directos (a candidatura PSD/PP e o actual presidente da Câmara de Famalicão) mas também para o interior do PS famalicense. Os socialistas viram Sá Machado manter o bastião em Joane, reforçando a votação, e a surgir com maior capital de legitimidade para continuar a bater-se em Famalicão. Sá Machado pode ser mesmo o senhor que se segue no PS em 2013. Seria, por um lado, uma renovação; por outro, uma alternativa aos senhores do costume (Fernando Moniz, Mário Martins, Maria José Gonçalves, etc.). E seria também a vitória do “poder local”, já que teriamos um autarca, que anda no terreno, a corporizar a candidatura e não um técnico ou intelectual de qualidades reconhecidas que do terreno conhece apenas os nomes e pouco mais.
REPÓRTER LOCAL • OUTUBRO DE 2009 • 15
Custódio Oliveira, consultor de comunicação, faz a análise dos resultados das Autárquicas em Joane e em Famalicão. Página 17.
autárquicas 2009
Debates positivos
Os debates em torno das Eleições Autárquicas 2009 organizados pelo Repórter Local constituiram um êxito. As duas iniciativas (em Joane, 3 de Outubro; e em Ronfe, a 4 de Outubro) contaram com a participação, em cada uma das loca-
lidades, dos quatro cabeças de lista às eleições para as respectivas assembleias de Freguesia. No que toca à participação de público, os debates ficaram marcados por verdadeiras lotações esgotadas, quer no Centro Cultural de
Joane quer no Salão Paroquial de Ronfe. De resto, nesta vila o debate registou a presença de cerca de 600 pessoas, numa prova inequívoca, por um lado, da motivação popular para este género de iniciativas, e, por outro, do reconhecimento que os ronfenses têm do Repórter Local. Para a boa organização dos dois debates, o Repórter Local contou com o apoio de empresas (Abdera, Pousa Construções, Conrolsafe e Dape) e entidades (Associação Teatro Construção e Paróquia de Ronfe). O debate de Joane teve transmissão directa pela Digital FM de Famalicão
CASO VOTOU DUAS VEZES em ronfe?
OPINIÃO
De entre as várias queixas apresentadas à Comissão Nacional de Eleições, relacionadas com infracções à lei eleitoral durante as últimas Autárquicas, destaca-se o caso de um eleitor de Ronfe que terá exercido o seu direito de voto por duas vezes. O caso, que está a ser acompanhado pelo Ministério Público junto do Tribunal de Guimarães, ocorreu na terceira secção de voto daquela vila, depois de ter sido contabilizado um voto a mais do PSD de um eleitor que supostamente votou duas vezes para a Assembleia.
PS 2070 (44,79%) PSD-PP 2034 (44,01%) BE 253 (5,47%) CDU 165 (3,57%)
ASS FREG
CM
AM
PSD-PP 699 (61,59%) PS 324 (28,55%) CDU 52 (4,58%) BE 30 (2,64%)
PSD-PP 621 (54,71%) PS 350 (30,84%) CDU 68 (2,45%) BE 58 (5,11%)
AM
PS 1269 (43,59%) PSD 1256 (43,12%) CDU 173 (5,94%) BE 87 (2,99%) CDS/PP 54 (1,86%) MRPP 19 (0,65%)
PSD-PP 1339 (46%) PS 1080 (37,1%) CDU 221(7,59%) BE 115 (3,95%) CDS 73 (2,51%) MRPP 22 (0,76%(
ASS FREG
CM
AM
PS 278 (45,72%) PSD 256 (42,11%) CDS 30 (4,93%) CDU 3,57% (165) BE 14 (2,3%)
MRPP 0 (0%)
PS 265 (43,59%) PSD 255 (41,94%) CDS 36 (5,92%) BE 17 (2,8%) CDU 15 (2,47%) MRPP 1 (0,16%)
PS 332 (54,61%) PSD 227 (37,34%) CDS 27 (4,44%) CDU 10 (1,64%)
ASS FREG PSD-PP 964 (68,47%) PS 365 (25,92%) CDU 59 (4,19%)
CM PSD-PP 863 (61,29%) PS 436 (30,97%) CDU 56 (3,98%) BE 26 (1,85%)
AM PSD-PP 789 (56,04%) PS 457 (32,46%) CDU 2,36% (109) BE 50 (3,55%)
ASS FREG PS 781 (65,03%) PSD-PP 305 (25,4%) BE 51 (4,25%) CDU 45 (3,75%)
CM PS 604 (50,29%) PSD 368 (30,64%) BE 86 (7,16%) CDS-PP 56 (4,66%) CDU 55 (4,58%) MRPP 7 (0,58%)
AM PS 586 (48,79%) PSD 366 (30,47%) BE 91 (7,58%) CDU 63 (5,25%) CDS-PP 60 (5%) MRPP 4 (0,33%)
AIRÃO St. Mª
ASS FREG PSD-PP 1021 (55,07%) PS 692 (37,32%) CDU 114 (6,15%)
CM PSD-PP 1039 (56,01%) PS 662 (35,69%) CDU 76 (4,10%) BE 42 (2,26%)
AM PSD-PP 947 (51,05%) PS 1428 (34,84%) CDU 106 (5,71%) BE 60 (3,23%)
ASS FREG PSD 489 (56,47%) PS 253 (29,21%) CDS-PP 95 (10,97%) CDU 12 (1,39%)
CM PSD 398 (45,96%) PS 325 (37,53%) CDS-PP 63 (7,27%) CDU 27 (3,12%) BE 26 (3%) MRPP 5 (0,58%)
AM PSD 417 (48,15%) PS 271 (31,29%) CDS-PP 89 (10,28%) BE 36 (4,16%) CDU 23 (2,66%)
VERMIL
CM PS 217 (57,41%) PSD 101 (26,72%) CDS-PP 35 (9,26%) BE 13 (3,44%) CDU 3 (0,79%) MRPP 1 (0,26%)
AM PS 212 (56,08%) PSD 100 (26,46%) CDS 42 (11,11%) BE 14 (3,7%) CDU 2 (053%) MRPP 0 (0%)
CM PS 588 (50,21%) PSD-PP 488 (41,67%) CDU 37 (3,16%) BE 33 (2,82%)
AM PS 626 (53,46%) PSD-PP 414 (35,35%) CDU 54 (4,61%) BE 46 (3,93%)
ASS FREG PS 285 (75,4%) PSD 60 (15,87%) CDS 25 (6,61%) CDU 3 (0,79%)
Nel cunHA (BE)
Uma fundação inglesa premeia presidentes africanos que não usem o poder para se manterem nos cargos para que forem eleitos, visando a promoção e manutenção da Democracia em África. Na intervenção em Portugal, sobretudo nas autarquias, há muitos “sobas” que em mentalidade ultrapassam certos régulos africanos. As campanhas com novas promessas sem respeito pelas antigas não cumpridas, o extravasar de arrogância com a falta de respeito pelos que ofereceram alternativas parecem provar isso mesmo. Mas há exemplos muito positivos de exercício temporário de poder e do saber sair sem as manias de que se é imprescindível. Francisco Gonçalo liderou a lista que ganhou as eleições na Junta de Airão Sª Maria há 12 anos. Foi presidente 8 anos. Há 4, apesar de convidado, não foi cabeça. No último mandato foi secretário da Junta. Nestas últimas eleições entendeu que a sua intervenção estava feita e deu espaço a outros cidadãos. Quem conhece Airão Sª Maria sabe da obra feita por Gonçalo e sua equipa. Eu, natural daquela freguesia, e que nem sempre tive uma relação amistosa com Gonçalo, presto-lhe a minha homenagem pelo trabalho feito, mas sobretudo pela lição de desapego ao poder e pelo exemplo de intervenção democrática e cívica que ele deixa. A relação de Francisco Gonçalo com o poder não foi própria de régulo.
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ASS FREG PS 837 (71,48%) PSD-PP 263 (22,46%) CDU 50 (4,27%)
MRPP 6 (0,69%)
OLEIROS
CASTELÕES
POUSADA
VI 728 (64,14%) PS 296 (26,08%) CDU 76 (6,7%)
CM
PSD 1750 (60,1%) PS 760 (26,1%) CDU 286 (9,82%) BE 69 (2,37%)
ASS FREG
VERMOIM
MOGEGE
AM
PSD-PP 2277 (49,28%) PS 1995 (43,17%) BE 152 (3,29%) CDU 109 (2,36%)
AIRÃO S. JOÃO
CM
PS 2356 (50,98%) PSD-PP 1834 (39,69) BE 194 (4,2%) CDU 113 (2,45%)
ASS FREG
RONFE
JOANE
Resultados Autárquicas 09
APEGO OU DESAPEGO AO PODER
Viatura 4-6-9 lugares e Viatura para pessoas com mobilidade reduzida
Serviço permanente: 917 514 596 | 252 991 646
16 • OUTUBRO DE 2009 • REPÓRTER LOCAL
autárquicas 2009
As Eleições Autárquicas 2009 registaram vencedores e vencidos.
VENCEDORES
VENCIDOS
SÁ MACHADO
Venceu de novo. Mostrou a experiência que acumulou ao longo destes anos. Surge como um dos vencedores do concelho. Dentro do PS, pode mesmo puxar dos galões e apresentar como palmarés quatro maiorias absolutas. E surge cada vez mais como alternativa do PS para tentar conquistar a Câmara de Famalicão.
FRANCISCO SÁ JOAQUIM PEREIRA Pela votação, estes dois autarcas, ambos do PS, foram os grandes vencedores: Sá (Castelões) alcançou 71 por cento; Pereira (Oleiros) ultrapassou a barreira dos 74 por cento.
Nem à terceira foi de vez. Repetiu erros do passado, enveredou por uma campanha de ambiguidade – ao mesmo tempo que condenou o recurso a comunicados anónimos explorou o documento na Internet e não só. Os eleitores mostraram outra vez que não encaram Porfírio e o PSD-PP como alternativa para gerir a vila.
REIS CAMPOS - PS FAMALICÃO Na hora da derrota, o candidato do PS surgiu demasiado isolado. A máquina PS mostrou as suas debilidades. Uma estratégia de campanha deficiente, uma mobilização tímida das massas e dos dirigentes. Fernando Moniz é de novo um dos derrotados do acto eleitoral. Saberá o PS tirar as devidas lições de mais este desaire em Famalicão, através da renovação e da definição de uma estratégia bem alicerçada, ou remeter-se-á ao silêncio aparecendo um ano antes das eleições de 2013? PSD GUIMARÃES Não só teve menos votos para a Câmara e para a Assembleia Municipal como ainda perdeu um dos quatro vereadores que tinha no Executivo municipal. Ao contrário do que previam muitos social-democratas, a candidatura acabou por não aumentar votação nem por retirar a maioria absoluta ao PS. O candidato acabou por não repescar no eleitorado da esquerda.
ALBERTO FERNANDES/BE JOANE Um balde de água fria para o cabeça de lista do BE em Joane e para o partido. Animados pelo resultado obtido nas Legislativas (455 votos em Joane), Alberto Fernandes e o BE chegaram a dar como certa a eleição de um elemento para a Assembleia de Freguesia de Joane. Ficaram muito aquém desse objectivo. Sauda-se, porém, a determinação já manifestada pelo BE de continuar a sua actividade em Joane. FILIPE MACHADO Os ex-independentes, agora PP de Vermil perderam um deputado à custa da maioria absoluta do PSD. A opção do independente Filipe Machado de ir pelo PP poderá ter pesado. CDU VERMOIM Não obstante o trabalho feito durante o último mandato, reconhecido até por outras forças partidárias, a CDU de Vermoim perdeu a representatividade que tinha na Assembleia. Contudo, Carlos Azevedo matém actividade autárquica com a sua eleição para a Assembleia Municipal.
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ARMINDO COSTA Reforçou a maioria absoluta que trazia de 2005 para um terceiro mandato que se aguarda com expecativa, dentro e fora do universo da coligação, até para verificar como vai o autarca actuar em relação a eventuais sucessões.
FÁTIMA MENDES A candidata da CDU em Ronfe não ganhou as eleições (nem isso nunca terá estado em cima da mesa) mas conseguir, na estreia, votação suficiente para ter um eleito na Assembleia não deixa de ser um triunfo.
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ANTÓNIO MAGALHÃES Não é muito comum que um candidato que leva 20 anos de poder veja a votação reforçada nas urnas. Aconteceu em Guimarães, com o PS/António Magalhães a aumentar a sua votação e a conseguir passar de seis para sete vereadores.
ARMANDO VIDAL - VERMIL Os resultados não deixam margens para dúvidas: o presidente da Junta de Vermil saiu reforçado das eleições de 11 de Outubro. O principal penalizado foi o “independente” Filipe Machado, que teve menos votos agora, pelo CDS-PP, do que há quatro anos, como independente.
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DANIEL RODRIGUES - RONFE Novo triunfo e expressivo em Ronfe fazem do autarca um dos nomes a ter em conta para a operação 2013 do PSD em Guimarães. Não teve grandes dificuldades perante uma má escolha do PS – António Gonçalves provou ser uma carta fora do baralho.
PORFÍRIO CARVALHO
Travessa Barreiros,nº83 - 4770 - 243 Vila de Joane TLf.: 252 921 070 FAX: 252 928 386 TLM.: 917595442 em@il:
[email protected]
Jorge Manuel Pereira
REPÓRTER LOCAL • OUTUBRO DE 2009 • 17
É URGENTE ACORDAR! Texto de Opinião de Sérgio Cortinhas sobre os resultados do PS em Famalicão. Página 18
AUTÁRQUICAS ANÁLISE Custódio Oliveira - consultor de comunicação
VITÓRIAS INDISCUTÍVEIS DE ARMINDO COSTA E SÁ MACHADO
A
rmindo Costa conseguiu uma vitória relevante em várias frentes. Tem maioria absoluta com 55,9% dos votos. Vence com nitidez porque aumenta a votação em 1% face às eleições autárquicas de 2005. É um triunfo notável porque consegue aumentar em 14 mil o número de votos da coligação face às Eleições Legislativas. Tem significado especial ganhar, quando nos concelhos vizinhos de Famalicão o PSD perdeu em todos (Barcelos, Trofa, Santo Tirso, Guimarães e Braga). Por mais que os partidos e coligações tenham eleitores fidelizados só um cego não vê o efeito Armindo Costa nestes resultados. Sá Machado conseguiu uma vitória histórica em Joane. Tem a maioria absoluta com 50,9% dos votos. Enquanto para a Câmara em
Joane a Coligação de direita vence com uma diferença de 6% face ao PS, para a Junta a vantagem do Sá Machado para a Coligação é de 21%. O PS liderado por Sá Machado consegue ter mais 225 votos que o PS nas legislativas. Tem relevo este número porque o PS no Concelho perdeu nas autárquicas face às Legislativas mais de 11 mil votos. Só alguém muito mal intencionado poderá negar a força e importância de Sá Machado no resultado do PS em Joane. Aqui pode tirar-se uma primeira ilação. A estratégia de Armindo Costa e da Coligação resultou em pleno para a Câmara, mas falhou para a Junta de Freguesia de Joane. Do outro lado, pode dizer-se que a estratégia de Sá Machado resultou em pleno para a Junta, mas falhou relativamente à votação no PS para a Câmara.
Contudo, importa salientar que mesmo assim, os resultados do PS em Joane para a Câmara são claramente superiores (+ 13 pontos percentuais) aos resultados concelhios. O PS teve no Concelho uma derrota significativa. Perdeu face às legislativas que se tinham realizado 15 dias antes. (como já se referiu são menos 11 mil votos). Enquanto em média o PS nas Autárquicas subiu em todo o país, 1,1% face às Legislativas. Perdeu face às Eleições Autárquicas de 2005 cerca de 5 pontos percentuais. Perdeu face às dinâmicas políticas dos concelhos vizinhos e do Distrito. O PS famalicense deve proceder a uma profunda análise, para que possa reorganizar-se e planear vitórias futuras. Se assobiar para o lado como se nada tivesse acontecido e se mantiver o “status quo”, daqui
por quatro anos continuará a perder. A vitória ou derrota nas próximas Autárquicas começa a desenhar-se a partir de agora. A Coligação PSD/CDS tem também um grave problema, relativamente ao futuro. Daqui por 4 anos Armindo Costa não poderá ser candidato de acordo com a Lei. Como provam objectivamente os resultados, a vitória da Coligação assenta em grande medida na imagem do presidente da Câmara. Se não souber preparar devidamente a substituição a vitória poderá estar em causa em 2013. Sá Machado, na nossa opinião, pelos resultados políticos conseguidos, tem argumentos sólidos para ser um dos principais candidatos, no campo do PS, à substituição de Armindo Costa em 2013. Vai ser um processo político muito interessante de seguir!
CHEck-up tomar o pulso a joane e à região A partir de Novembro, o Repórter Local vai iniciar um conjunto de entrevistas a figuras da região que abrange. O objectivo é traçar um retrato da região, olhando o passado e perspectivando o futuro. Vamos ouvir ex-protagonistas da vida política local, actualmente retirados mas que continuam a ser vozes autorizadas no que toca à realidade local. A um ritmo de uma entrevista por edição, pretendemos fazer a recolha de depoimentos de pessoas que deram (e nuns casos continuam a dar) provas de dinamismo local.
18 • OUTUBRO DE 2009 • REPÓRTER LOCAL
OPINIÃO
Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores
opinião
É urgente acordar! Sérgio Cortinhas
Ex-presidente da Assembleia de Freguesia de Joane (PS)
Os resultados das eleições autárquicas no concelho de Famalicão foram desastrosos para o PS. Não só não conseguiu eleger mais do que os quatro vereadores de 2005, como desceu cerca de 5% da votação. É inevitável fazer uma leitura atenta e crítica destes resultados e meditar no caminho do partido para o futuro. Contrariamente ao que preconceituosamente se pensa, a mudança nas autarquias, embora difícil, é possível e muitas vezes desejável. Vejam-se os exemplos de Barcelos onde o laranja Fernando Reis, na Câmara há 20 anos, foi destronado pelo PS, o mesmo acontecendo em Vieira do Minho com o padre presidente há apenas um mandato a ser derrotado pelo socialista
cartas
Jorge Dantas. No entanto, para isso, além de outros de factores circunstanciais, é preciso uma estratégia coerente, um candidato sério e credível, um projecto e uma equipa que os eleitores considerem o melhor de todos. A estratégia passa necessariamente por um trabalho persistente e criativo, próximo dos militantes e dos eleitores. Muitos destes pressupostos falharam no PS concelhio e falharão em 2013 se não houver um “choque político” nas estruturas locais do PS. Pese embora o PS ter apresentado um bom candidato (Reis Campos) há, eventualmente, outras razões para o desaire de 11 de Outubro. Em primeiro lugar, a equipa escolhida quer para a Câmara, quer para a Assembleia Municipal (AM), onde genericamente se privilegiou o currículo aparelhístico-partidário. A representatividade e a dinâmica das freguesias não foi tida em conta. Veja-se o exemplo de Joane cuja importância legítima no concelho Sá Machado tem realçado junto da Câmara mas que não teve o mesmo registo reivindicativo
junto do PS concelhio que não incluiu, por exemplo, nenhum joanense em lugar elegível para a AM, órgão onde a coligação PSD/PP tem quatro deputados municipais eleitos, além do Vereador José Santos, na Câmara. O PS apresentou um programa eleitoral com soluções interessantes para o concelho, principalmente a nível social e económico mas com muitas lacunas - a nível ambiental, da Educação e das Novas Tecnologias, temas praticamente ausentes do programa, bem como no que respeita às freguesias, em que não foi apresentado um projecto coerente de intervenção. Acresce que este foi elaborado sem a participação dos militantes e simpatizantes do PS. Instituiu-se uma iniciativa à partida interessante (Conselho de Acompanhamento Estratégico), cujo objectivo era a “abertura à sociedade famalicense” e “o debate e a troca de experiências” mas que se configurou como uma oportunidade desperdiçada pela Comissão Política que demonstrou pouco interesse em ouvir os “conselheiros” sobre soluções programáticas
e estratégicas para o concelho. A estratégia de comunicação com os eleitores também não esteve bem. O PS não foi capaz de ombrear com a poderosa máquina laranja. As novas tecnologias da comunicação foram relegadas para segundo plano e tardiamente aproveitadas, a informação não chegou aos eleitores, não houve uma linha coerente e credível de comunicação. A nível de marketing de rua transpareceu desorganização e falta de imaginação (o PS repetiu o slogan principal de campanha do MAF, em 2001, quando o poder foi entregue a Armindo Costa). Esta foi mais uma oportunidade perdida para retomar o poder em Famalicão mas, sobretudo, para revigorar o PS que nunca mais se encontrou desde 2001. O futuro pode ser diferente? Pode. Se o PS se abrir aos militantes e famalicenses. Se os jovens forem envolvidos na sua reestruturação. Se abrir portas a novos rostos. Se abrir portas a uma discussão livre, honesta e crítica de ideias e projectos políticos. Sem artifícios nem rancores. Sem uniões artificiais (a democracia solidifica-se na
diversidade e confronto argumentativo de pontos de vista e não em unanimismos fingidos e interesseiros). Para isso, como dizia Manuel Alegre depois das Europeias, impõe-se um “sobressalto”. Impõe-se que “os socialistas acordem do seu torpor e que dentro do PS se oiçam vozes a exigir uma mudança, não só de estilo, mas de pessoas e de políticas”. É urgente acordar! PS: Joane foi das poucas freguesias que o PS conseguiu manter. Por mérito de Sá Machado e da sua equipa. Porque Sá Machado, apesar do mandato um pouco aquém das expectativas, apresentouse com o melhor programa eleitoral, a melhor estratégia comunicativa e, aos olhos dos eleitores, a melhor solução, entre as apresentadas, para a autarquia joanense. Do lado do principal adversário (e toda a oposição), faltaram ideias inovadoras, um programa efectivo, carisma e verdadeira capacidade crítica. Ou seja, faltou uma alternativa credível!
breves
Cartas à redacção, devidamente identificadas, por correio eléctrónico, para o endereço:
[email protected] ou por carta postal, para a morada Repórter Local, Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão
EN 206: terceiro mundo Gil Vinagre - Vermoim
principais vias de comunicação da nossa região. As obras devem-se fazer em benefício e proveito de todos. Não apenas de alguns. Sei, por isso, que eu e muitos outros saímos tremendamente prejudicados e atropelados nos nossos direitos. Parece que ninguém se importou. Por isso eu digo: terceiro mundo! QUESTÃO DE MENTALIDADE Vítor Sérgio Dias - Ronfe
Li num jornal local umas quantas páginas sobre o 10º aniversário da elevação de Ronfe a vila. Cheguei à conclusão de que a maioria das coisas referi-
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Tudo isto começa em meados do ano passado quando tiveram lugar obras no piso da EN 206 que liga Famalicão a Guimarães. Nenhuma explicação foi publicitada aos utilizadores da via. Algo do género “estamos a melhorar a rede de esgotos. Obrigado pela sua compreensão” (...) O Direito estatui a obrigação de indemnizar a quem danificar por forma a repôr a situação existente antes de se ter dado o dano. Significa isto que se estragarmos coisa alheia (por muito meritório que seja o fim
visado), sabemos que temos de reparar os danos provocados. Mas, pelos vistos, isso não vale para os bens públicos. Nem para as entidades públicas. Sofri eu, o leitor e todos nós, um dano numa coisa que nos pertence, para a qual pagamos com os nossos impostos e de que depende grande parte do desenvolvimento económico da nossa região. Mas, apesar de tudo isso, acabou por ser a estrada reparada numa estratégia literalmente de tapaburacos (...) e não foi reposta a situação que existia antes. Agrava-se isto com o facto de estarmos a falar de uma das
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das não corresponde à verdade dos factos! Em primeiro lugar, Ronfe é hoje uma sombra daquilo que foi. Nada do que refiro está ligado com questões políticas, mas sim com a mentalidade! Infelizmente a vila está cada vez mais pobre, em termos financeiros mas sobretudo culturais! As associações que existiram fazem hoje parte do passado. O clube de futebol continua sem o apoio da maioria da população. Todos os eventos estão antecipadamente condenados ao fracasso. Tudo é criticado, questionado, rejeitado. Afinal, qual será o problema?
O problema reside na população. É de espantar que seja posta em causa a honestidade e seriedade das pessoas com mais notoriedade da vila. Tudo isto acontece porque as pessoas vivem do ódio que nutrem umas pelas outras, ou talvez porque tenham apenas inveja umas das outras. A inveja sempre fez parte da sociedade e talvez sempre fará, mas enquanto o povo não se unir em prol do bem comum, a vila permanecerá na maior miséria que jamais poderá existir, que é precisamente a falta de humildade, a falta de classe.
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