REALISMO (1881) Romance documental, apóiase na observação e na análise Valorização da racionalidade: Inteligência Acumula documentos, “fotografa” a realidade, para dar a impressão de vida real. Arte desinteressada, impassibilidade. Seleciona os temas, tem aspirações estéticas, busca o belo. Reproduz a realidade exterior, bem como a interior, através da análise psicológica. Volta-se para a psicologia, para o indivíduo (homem).
NATURALISMO (1881) Romance experimental, apóia-se na experimentação científica. Valorização do instinto: Atitudes animalescas, brutas Imagina experiências que remetem a conclusões a que não se chegaria apenas pela observação. Arte engajada, de denúncia; preocupações políticas e sociais. Detém-se nos aspectos mais torpes e degradantes. Centra-se nos aspectos exteriores: atos, gestos, ambientes. Prefere a biologia, a patologia (evolucionismo – zoomorfismo), e (determinismo – ambiente coletivo) Retrata as camadas inferiores, o proletariado, os marginalizados.
Retrata e critica as classes dominantes, a alta burguesia urbana. É indireto na interpretação; É direto na interpretação; expõe o leitor tira as suas conclusões. conclusões (tese), cabendo ao leitor aceitá-las ou discuti-las. Grande preocupação com o O estilo é relegado a segundo plano; estilo. no primeiro, está a denúncia. A PRESENÇA FEMININA NO NATURALISMO
As relações entre homens e mulheres, ao longo dos séculos, mantém caráter excludente, no Naturalismo a mulher deixa de ser idealizada como no Romantismo e passa a ser representada de forma real, com suas implicações e defeitos, e até mesmo de forma exagerada, e trabalhada psicologicamente, pois essas são marcas do Naturalismo, até mesmo de forma patológica ela é representada, além de animalesca. Assim como as demais personagens as mulheres têm traços patológicos, apresentam desvios; em O cortiço há a sensualidade representada por Rita Baiana .
Rita baiana "Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chegando aqui. ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas de fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras, era a palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso, era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; e/a era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, e muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras, embambecidas pela saudade de terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir dentro da sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota daquela música feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de cantáridas que zumbam em tomo da Rita Baiana o espalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca."
AURÉLIAAurélia era uma mulher diferente. Diferente de todas as outras que naquela época viviam. Era como uma estrela, das mais bonitas e mais brilhantes, não julgada pela intensidade com que sua luz brilha mas, pelo modo com que esta o faz. Era uma mulher daquelas que por onde passa, a todo encanta. Era uma mulher que seduzia a quem pudesse ter a honra de observa-la. Mas junto a esta sua característica tão marcante, ainda mais marcante era quanto a sua maneira de agir e de pensar, já era tão linda e especial quanto a era na sua determinação e no seu jeito de querer opor-se á algumas regras determinadas pela sociedade mas que não agradavam-lhe. Aurélia era aquele tipo de mulher que a todos pode dominar e que tem tudo o que quer ter, possuindo uma lábia, um jeito seu que domina as pessoas que rodeiam-lhe. Mais superficialmente, ela era educada, delicada corajosa, elegante, informada, inteligente, experiente...Era com certeza, alguém que nasceu para a riqueza e para a alta sociedade, e talvez, a característica que consideramos a mais importante, que pode ser a explicação de seu sucesso no domínio das pessoas: a sua frieza.