Qual A Verdadeira Face Da Justica

  • November 2019
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Qual a verdadeira face da Justiça? Plínio Alexandre dos Santos Caetanoi

É

curioso que hoje ao caminhar nas ruas, olho para o alto e me deparo com a selva de pedras que a Humanidade construiu. Até aqui não há, necessariamente, nada de inadequado. Só que fico imaginando o rostinho de uma garotinha, que me ficou gravado à memória – um anjo que o Pai e a Madrasta arremessaram pela janela faz certo tempo. Continuo a caminhar até chegar ao ponto de ônibus. Não é novidade que foi lançado no cinema um filme ilme sobre aquele ônibus onde aconteceu uma tragédia e que, pela mocinha não retornar para casa, deixou seqüelas gravíssimas em sua família. o a esta chaga Mas, não me atenho social já um tanto quanto esquecida e, retornando ao ponto de ônibus em que estou: Uma mãe está rodeada por três crianças rianças e não lhes dá a devida atenção. Claro que não a julgo, pois sei que ter três crianças o tempo todo junto deve cansar um pouco. Daí me ocorre outro caso, de impacto não exatamente nacional já que ocorreu na sociedade paulista, dos pais que espancaram m o filho até a morte. A atenção, o carinho, as vontades... são milhares de e-mails mails que recebo no dia-adia dia e que me fazem pensar sobre tudo isso! É com pesar e lágrimas que me faz lembrar o caso de uma criança, arrastada por um veículo roubado, em movimento por ruas e ruas. Não parece estranho que, de repente sinto um vazio azio e uma tristeza no coração? Naturalmente, é humano sentir tal nostalgia, haja vista que parece arece que o mundo está mesmo de cabeça para baixo. O curioso é que como muitas pessoas eu sofro, só que nem é exatamente a minha vida, mas a vida de outros – semelhantes a mim. Bem, o ônibus vem chegando. Ao adentrar, percebo que está cheio e que não há bancos livres. Seguro no aparato do teto do veículo, até té a Faculdade há um longo caminho e agora com o horário de verão há um sol bastante brilhante lá fora. Noto pelo vidro que há um casal de certa idade sentado à frente de uma casa com feição aconchegante. Parece que hoje tirei

mesmo o fim de tarde para pensar sar cá com os meus botões. Como pode existir casais com tanto tempo de relacionamento, tudo certinho, sem demonstrar uma só briga? Há poucas semanas, uma garota esteve mais de 100 horas em cativeiro com o suposto ex-namorado namorado que a matou e deixou sua amiga ferida. erida. O mais confuso é que o pai da garota, ao que tudo indica, agora foi identificado ado como um executor de militares de alta patente. Estou confuso, estou bastante confuso. Não há nada que eu possa fazer, mas parece que há algo a ser feito. Seria política?? Seria educação? Não são estas as palavras. Talvez seja algo mais abstrato, creio que moral. Creio que sejam os valores que se dão às pessoas. Com o passar do tempo, começamos a encarar as pessoas como meios para atingir aos nossos fins planejados – é aqui que inicia toda a falha. As pessoas deveriam ser os nossos fins e, não o contrário. Temos caminhado em sentido oposto, deixamos de valorizar as competências das pessoas e seus sonhos. Passamos a viver vítimas de nosso próprio egocentrismo – é o ligar o “foda-se se” no piloto automático. Se não me incomoda, não me interessa. Mas nem tudo é imediato, na verdade o que falta é visão a longo prazo. O celular novo é o máximo, maravilha – mas a que custo e qual sacrifício você o terá? Ir para uma festa pode ser sim a máxima de se conhecer alguém para a vida toda mas, e se não for? Serão os filhos de um relacionamento instável que sofrerão? Lançados pelas janelas de prédios altíssimos? Vítimas da violência doméstica? O mal que se pratica fora do lar, vem para dentro doo lar. A paz reside nas atitudes que praticamos o tempo todo.

i

Plínio Alexandre dos Santos Caetano, 21, é Licenciando em Química pela USP e, Bacharelando em Adminstração pela UNIFRAN. Atualmente trabalha na Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. Contato: [email protected]

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