Psique>cancer2009

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ASPECTOS MENTAIS E EMOCIONAIS NA ETIOLOGIA DO CÂNCER

por

FLÁVIO FLORA Pesquisador de Ciências Humanas, Sociais Aplicadas e de Saúde

Paper sobre a concepção contemporânea da saúde e do adoecimento, com base na abordagem psicossomática (holística) do câncer. Trabalho de revisão sistemática independente, com o objetivo de compartilhar informações científicas sobre o câncer, no âmbito da Terceira Cultura.

Divinópolis, MG 2009.

ADVERTÊNCIA

Este paper tem apenas fins informativos e educativos e não tem a pretenção de ser um substituto para o aconselhamento médico, de outro profissional de saúde ou de qualquer outra informação contida em rótulo ou em qualquer produto ou embalagem. Não se deve usar as informações aqui contidas para o diagnóstico ou tratamento de qualquer problema de saúde ou para a prescrição de qualquer medicação ou outro tratamento. Portanto, é necessário consultar um profissional de saúde (médico, psicólogo, nutricionista e enfermeiro) se houver suspeita de qualquer problema de saúde e antes de se iniciar qualquer dieta, exercício ou programa de suplementação vitamínica e de tomar ou suspender qualquer medicação. Do autor.

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SUMÁRIO Resumo ............................................................................................................ 04 1 Introdução ..................................................................................................... 04 2 Estados emocionais provocam doenças ...................................................... 02 3 Terapias e tratamentos alternativos ............................................................. 07 4 Mudança necessária no estilo de vida ......................................................... 08 5 Influências de cinco leis biológicas naturais ................................................ 10 6 Assuntos e virtudes do coração ................................................................... 12 7 Sete Princípios abstratos do ser humano ................................................... 16 8 Crenças e pensamentos disfuncionais ......................................................... 19 9 Componentes alimentares ativos .................................................................. 20 10 O poder do placebo ................................................................................... 25 Conclusão ........................................................................................................ 26 Referências .................................................................................................. 28

ARTIGO

Aspectos mentais e emocionais na etiologia do câncer Flávio Flora Pesquisador em Ciências Humanas, Sociais Aplicadas e de Saúde

Resumo: Trata-se de uma breve revisão sistemática sobre terapias alternativas do câncer, considerando os principais trabalhos científicos publicados nos últimos 50 anos. Refere-se à visão pós-moderna da saúde e do adoecimento e à importância dos fatores psicológicos no desenvolvimento do câncer e de outras enfermidades degenerativas. O que se observa é que o caminho para a prevenção e a cura do câncer passa por uma mudança radical na vida, não apenas nos processos corporais e psíquicos, mas também no nível abstrato (do sagrado, da alma, dos sonhos, imaginação e insights). Parece que determinados estados emocionais, resultados da biografia particular do próprio indivíduo, são precipitadores de doenças.

1 Introdução A dificuldade de se saber sobre as causas do câncer (qualquer), de acordo com Capra (1982), é o fato de sua imagem estar condicionada à visão fragmentada do mundo, ao reducionismo da ciência e ao uso maciço da tecnologia médicohospitalar. Nessas abordagens, o câncer é visto como um poderoso e resistente invasor que ataca o corpo a partir de fatores exógenos e endógenos. Entretanto, a medicina está cada vez mais propensa a ver o câncer como um distúrbio sistêmico, que começa em um ponto local e se propaga até envolver o corpo inteiro. Pensam assim o oncologista Carl Simonton e a psicoterapeuta Stephanie Matthews-Simonton, para os quais a moderna biologia celular já demonstrou de sobra que as células cancerosas são fracas e confusas e se repro-

duzem descontroladamente. Por esta abordagem, um câncer começa numa célula cuja informação genética está incorreta ou danificada por substâncias nocivas ou por outras influências ambientais, “ou simplesmente porque o organismo produziu ocasionalmente uma célula imperfeita” (CAPRA, 1982 p. 346). Para Simonton et al. (1978), a busca das causas do câncer tem de caminhar em duas direções: tanto é preciso saber sobre a causa da formação de células imperfeitas como da causa do enfraquecimento do sistema imunológico. Segundo Capra (1982), muitos cientistas acreditam que as respostas para estas questões formam uma complexa rede de fatores genéticos, bioquímicos, ambientais e psicológicos. Sem perder de vista o importante papel das substâncias e influências ambientais cancerígenas, que demandam a implementação de uma polícia social apropriada para afastar esses riscos, Simonton et al. (1978) chegaram à conclusão que essas substâncias, a radiação ou a predisposição genética não fornecem, por si só, uma explicação convincente para a causa do câncer. Para esses pesquisadores, o que impediria o sistema imunológico de, em determinado momento, reconhecer e destruir células anormais que ameaçam sua vida só pode ser compreendido se forem considerados os aspectos mentais e emocionais da saúde e da doença. Esta é a abordagem psicossomática do câncer que mostra como os estados psicológicos e físicos colaboram na instalação da doença. As tensões cruciais que ameacem algum papel ou alguma relação central da identidade da pessoa ou que criem uma situação, aparentemente, sem saída – e com sentimentos de desespero, impotência e desesperança, em que a morte pode tornar-se uma solução em potencial – parecem estar presentes em numerosos achados e estudos, que sugerem sua ocorrência de seis a dezoito meses antes do diagnóstico. (SIMONTON et al. 1978) Embora esses aspectos ainda necessitem de mais estudos e pesquisas, vai tornando-se evidente que o estresse emocional é um inibidor do sistema imunológico e provocador de desequilíbrios homonais, que implicam em aumento do número de células anormais no organismo. Como observa Capra (1982, p. 348), “a produção de células malignas é incentivada precisamente na época em que o corpo é menos capaz de destrui-las”. 5

2 Estados emocionais provocam doenças Os estados emocionais da pessoa, como abordamos no post anterior, parecem intervir mesmo, diretamente, no desenvolvimento do câncer, o que vem sendo observado há centenas de anos, existindo, na atualidade, provas substanciais de que determinados estados emocionais, resultados da biografia particular do próprio indivíduo, são provocadores da doença. Diversos pesquisadores estudaram pacientes com esses perfis psicológicos e chegaram a prever a incidência de câncer, em alguma parte do corpo, com notável precisão (CAPRA, 1982). LeShan (1977), após estudar mais de quinhentos pacientes com câncer, identificou os seguintes traços significativos em suas biografias, o que considerou como um padrão básico na origem das neoplasias: • sentimentos de isolamento, abandono e desespero durante a juventude, quando relações interpressoais parecem ser difíceis e perigosas; • relação forte com uma pessoa ou grande satisfação com um papel no início da idade adulta, que se tornou o centro da vida do indivíduo e depois se rompeu; • perda da relação ou do papel que resulte em desespero; • interiorização do desespero, a ponto de o indivíduo se tornar incapaz de expressar o quanto (e quando) ele se sente magoado, colérico ou hostil. Nessa perspectiva, encontra-se também o médico alemão Ryke Geerd Hamer, que constatou em seus estudos e ensaios (envolvendo mais de 40 mil pacientes em mais de vinte anos de pesquisas) a existência de uma síndrome bem definida, e não apenas um quadro de estresse qualquer, na etiologia do câncer. Na visão de Hamer (2005), para que o câncer dispare, é necessário a pessoa passar por um choque psíquico brutal, que sinta isso como um evento marcante de sua vida ou como um conflito agudo e dramático vivido em solidão. Esta situação torna-se o eixo principal desta abordagem, que se completa com este dois outros enunciados: • É o grau subjetivo de conflito, sua forma e seu matiz (Síndrome de Dirk Hamer), experimentados pela paciente, o que determina: i) a zona específica do cérebro sob a influência do choque psíquico, que causa uma ruptura de campo e de 6

diretrizes celulares do órgão relacionado à respectiva área cerebral (Foco de Hamer); e ii) a localização do câncer no organismo. • Há uma correlação exata entre a evolução do conflito e a do câncer, em seu duplo nível cerebral e orgânico. Por esse entendimento, se o conflito se complica com novos conflitos secundários, como (por exemplo) a angústia de se saber com algum tipo de câncer, uma nova zona do cérebro pode resultar afetada e um novo tumor aparecerá no órgão correspondente àquela área cerebral, fenômeno conhecido pela medicina clássica como metástase. E uma vez que o conflito desaparece, a região cerebral afetada deixa de dar ordens anárquicas às células, retomando o trabalho sobre o campo afetado como o fazia anteriormente em estado de saúde (HAMER, 2005). Considerando estes estudos sobre as influências emocionais na geração de enfermidades, como aventado por LeShan (1977) e por Hamer (2005), é plausível admitir que o câncer em geral seja um problema da psiquê que se reflete no corpo.

3 Terapias e tratamentos alternativos Neste capítulo cumpre assinalar que a prática médica convencional não considera as correlações psicossomáticas e não faz distinção entre uma possível fase ativa do conflito e a fase de cura (solução do conflito), simplesmente designando tudo que causa uma proliferação celular ou uma mudança tissular como maligno. Na filosofia básica da abordagem do casal Simontons também se considera a hipótese de o desenvolvimento do câncer (em qualquer de suas manifestações) envolver um certo número de processos psicológicos e biológicos interdependentes, que podem ser reconhecidos, avaliados e compreendidos. Segundo Simonton et al. (1978), a sequência de eventos que leva à doença pode ser revertida, permitindo que o organismo se torne saudável novamente, pois o câncer não é um problema meramente físico ou corporal, mas um problema da pessoa como todo. Além desses princípios psicossomáticos, referindo-se às origens do câncer no plano neuropsicológico, desenvolvidos por LeShan (1977), Simonton et al. (1978), 7

Lee et al (2002), Hamer (2005) e Ornish et al. (2008), entre outros, e que fundamentam a presente abordagem multidimensional, levam em consideração a integralidade do ser humano por seus aspectos físicos, emocionais e mentais, aos quais se lhe aderem alguns conhecimentos de natureza abstrata. No catálogo das terapias e tratamentos alternativos contra o câncer em geral, encontram-se vários modelos transcendentais, baseados em curandeirismo, magia e práticas esotéricas e místicas de povos antigos. A maioria das concepções de enfermidade, no entanto, referem-se a um fenômeno mental que, em muitos casos, pode ser revertido por meio de uma abordagem que integre terapias físicas e psicológicas. Parece que Carl Gustav Jung foi quem primeiro observou os efeitos da psicologia clássica nesses novos domínios, prevendo a transdisciplinaridade da biologia e da psicologia, unidas em uma ciência da experiência e do comportamento humanos. Segundo Capra (1982, p. 351), essa nova disciplina “percebe o organismo como um sistema dinâmico que envolve padrões fisiológicos e psicológicos interdependentes”, que influenciam outros sistemas relacionados às dimensões físicas, sociais e culturais. Para Jung (1951, p. 261) – que considerava o processo psíquico simplesmente um processo vital – psique e matéria existem no mesmo mundo, de modo que a psique possa movimentar a matéria e esta possa produzir a psique. “Mais cedo ou mais tarde, a física nuclear e a psicologia do inconsciente se aproximarão cada vez mais, já que ambas, independentemente uma da outra e a partir de direções opostas, avançam para o mesmo território transcendente”.

4 Mudanças necessárias no estilo de vida Em termos de complementaridade com as formas tradicionais de tratamento do câncer, as abordagens propostas por Simonton et al. (1978) , Chopra (1994), Hamer (2005), e Ornish et al. (2008), também parecem ser muito úteis, principalmente, ao procurar entender as causas da doença para além dos fatores de riscos comuns, meramente físicos – e por seu caráter preventivo, uma vez que permite evitar fatores de risco emocionais ou mentais.

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Ornish et al. (2008) apresentaram estudo com 30 pessoas da cidade de São Francisco com câncer de próstata em estágio inicial, em que a melhora da nutrição (com a inclusão de variedades de frutas, vegetais e legumes, além da redução de açucares), o oferecimento de ajuda psicossocial, a adoção de técnicas de controle de estresse (alongamento, respiração rítmica ou meditação por uma hora diária) e o caminhar por trinta minutos diários, mudaram a predestinação genética da maioria desses indivíduos. Estes, por decisão própria não revelada, preferiram não se submeter a cirurgia, radiação ou quimioterapia considerando que seus tumores não eram agressivos. Após três meses de tratamento, foram feitos novos testes de biópsia que revelaram uma sensível queda de oncogenes Selectim-E e SFRP e uma melhora notável no estado de saúde das pessoas. Para estes pesquisadores da Universidade da Califórnia, ficou demonstrado que novos genes podem ser sintetizados e substituir os defeituosos, com uma mudança radical no estilo de vida. A abordagem dos Simontons para o câncer em geral é uma das técnicas complementares mais seguras que se pode praticar, sem receio de efeitos colaterais indesejados, pois é alicerçada em conhecidos princípios da psicologia e da psiquiatria (SIMONTON et al., 1978) De início, o ciclo de cura consiste da conscientização da paciente sobre o contexto mais amplo da enfermidade, procurando identificar as principais tensões ocorridas entre seis meses e um ano e meio antes do diagnóstico. A lista dessas tensões, então, passa a ser usada para analisar a participação da pessoa no desencadeamento de sua doença, sem que lhe seja suscitado qualquer sentimento de culpa, mas de modo que proporcione a inversão do ciclo de processos psicossomáticos que trouxeram a doença. (SIMONTON et al., 1978) Enquanto esse contexto é estabelecido, técnicas cognitivo-comportamentais reforçam a crença da paciente na efetividade de seu tratamento e nas potências imunológicas do seu corpo. Esta atitude positiva, reforçada por sentimentos de esperança e expectativa, leva o organismo a traduzir esses sentimentos em processos biológicos restauradores do equilíbrio e revitalizadores do sistema imunológico. A principal técnica de fortalecimento do sistema imune é um método de relaxamento e de formação de imagens mentais, considerando a impor9

tância que a psicologia confere ao papel das imagens visuais e da linguagem simbólica no biofeedback. O relaxamento e a visualização são feitos de modo que, durante a prática, o câncer e a ação do sistema imunológico são descritos na própria linguagem simbólica da pessoa. (SIMONTON et al., 1978) Além dessa modalidade cognitivo-comportamental, praticada com o tratamento físico convencional, a abordagem dos Simontons adota o exercício físico regular por seus reconhecidos efeitos na redução da tensão e do estresse e no alívio da depressão, além de levar a pessoa a um contato mais estreito com seu próprio corpo. Segundo Capra (1982, p. 349) , “pacientes com câncer são capazes de uma atividade física muito maior do que a maioria das pessoas supõe”. Como se observa, essa terapia não vê o câncer como um problema exclusivamente físico, concentrado nos sintomas da doença. Trata-se de uma abordagem com dupla finalidade: em nível biológico, busca a destruição das células cancerosas e a potência máxima do sistema imune; em nível, psicológico, procura solução para os problemas psicossomáticos subjacentes, que podem ser gerados por vários problemas psicológicos, sociais, culturais, filosóficos e espirituais. Tal abordagem envolve um exame contínuo do sistema de crenças e da visão do mundo das pacientes, de modo que, mesmo não vencendo a luta contra o câncer, elas possam conseguir melhorar sua qualidade de vida ou de sua morte. (SIMONTON et al., 1978; CAPRA, 1982) Na concepção sistêmica da saúde, toda enfermidade é, em essência, um fenômeno mental e, em muitos casos, o processo de adoecer é invertido do modo mais eficaz através de uma abordagem que integra terapias físicas e psicológicas. (CAPRA, 1982, p. 351)

5 Influências de cinco leis biológicas naturais A abordagem de Hamer (2005), que se tenta resumir neste capítulo, segue com essa noção de que um problema psíquico pode propiciar o adoecimento do corpo; tese que se ancora em cinco leis biológicas naturais que parecem reger a vida. A primeira delas é a “lei de ferro do câncer”, segundo a qual todo câncer inicia-se por um choque extremamente impactante, um conflito agudo e dramático vivido 10

em solidão e percebido pelo paciente como o mais grave jamais visto (Síndrome Dirk Hamer). O grau subjetivo do conflito ou do impacto determina a zona específica do cérebro sob a influência do choque psíquico, causando uma “ruptura de campo” e a desorganização das células do órgão. A segunda lei refere-se a um Programa Biológico Especial (PBE) do organismo humano que acompanha a evolução da enfermidade e passa a influenciar a cura, assim que o conflito esteja resolvido. Este Programa é bifásico e comporta uma fase exsudativa, seguida de uma fase cicatricial restitutiva. A terceira lei compreende a influência de dois aspectos cerebrais: a) a do cérebro antigo (ou cerebelo) que, na fase ativa do conflito, manifesta-se por uma multiplicação celular, e, na fase de cura (após a solução do conflito), pela eliminação do tumor, facilitando a ação de micobactérias; e b) a do cérebro novo que, na fase ativa, produz a destruição celular por meio das necroses e úlceras, e, na fase pós-conflito solucionado, promove a recuperação e a cura das necroses e úlceras, que convencionou-se como sendo cânceres ou sarcomas. A quarta lei compreende a influência das regiões limítrofes das várias camadas embrionárias superpostas, como no caso do cerebelo que governa os revestimentos corporais como a pele, a envoltura do coração, a pleura que reveste o pulmão, o revestimento interior do abdômen, entre outros, propiciando o trabalho das micobactérias (tuberculose), que se encarregam de esvaziar os tumores e restabelecer o equilíbrio corporal. Uma característica importante destas micobactérias ou bacilos ácido-resistentes é que eles só podem multiplicar-se na fase ativa do conflito. O organismo, em perfeita harmonia com sua aliada micobactéria, e como iniciativa de defesa, passa a produzir mais bacilos até a quantidade suficiente para a caseificação ou esvaziamento de um tumor. Nessa quarta lei também estão os virus, moléculas proteínicas complexas, que se multiplicam exclusivamente na fase de cura, após a solução do conflito, contribuindo com a reconstrução da úlcera da pele ou das mucosas. Toda a fase de cura – em que alguns virus deveriam intervir, como no caso dos órgãos governados pelo córtex cerebral – desenvolve-se melhor na presença deles. 11

A quinta lei é a da quintessência, considerada pelos sábios de todas as épocas, como a medicina sagrada ou o elixir dos alquimistas, para os quais não há enfermidade como se entende comumente, mas sim fases distintas do Programa Biológico Especial (PBS) previsto pela natureza para ser implementado segundo as necessidades de auto-preservação e defesa contra altos riscos existenciais. Uma idéia central da psicoterapia sugerida por Hamer (1978) é que o organismo humano possui uma tendência inerente para curar-se e para evoluir, se o paciente for conduzido a um estado especial em que as forças curativas naturais se tornem ativas. Segundo Capra (1982), a estratégia seria o paciente e o terapeuta deixar de lado, tanto quanto possível, suas respectivas estruturas conceituais, previsões, pressentimentos e expectativas, durante o processo experimental.

6 Assuntos e virtudes do coração Ainda sobre as influências da psiquê na cura de doenças, especialmente do câncer, a abordagem do psicólogo Alex Loyd (2009), em seu Códigos Curativos (The Healing Codes) parece oportuna. Para ele, todo problema de saúde está relacionado à falta de perdão, ponto de vista compartilhado pelo oncologista Ben Johnson, que pesquisou esse tema junto a pastores e padres, médicos e terapeutas, concluindo que a maioria dos problemas de saúde e as respectivas soluções encontram-se “nos assuntos do coração” e nos seus respectivos “códigos de cura”. Os assuntos referem-se às mentes inconsciente e consciente, crenças, emoções, pensamentos e memórias celulares. Os códigos vinculam-se ao perdão, às ações saudáveis, à mudança de crença, e bem assim, às virtudes do amor, da alegria, da paz, da paciência, da elegância, da modéstia e do autocontrole (LOYD, 2009). A palavra “perdão” tem origem na expressão latina medieval per donare (doar plenamente), referindo-se ao processo mental de cessar o sentimento de ressentimento ou de raiva contra outra pessoa, por causa de uma ofensa percebida, diferença ou erro, e o cessar da exigência de castigo ou restituição. Na definição de Loyd (2009), significa "cortar a corda" ou "desatar a corda", entendendo este autor que o não perdoar aprisiona a pessoa ao que o outro fez ou disse 12

(para que possa vingar-se), e que cortar ou desamarrar a corda liberta a pessoa: “Mesmo se a pessoa não está disposta a nos perdoar, podemos cortar a corda [pois] a base para uma vida abundante de amor, alegria e paz é o perdão.” A imperdoabilidade ou a negação do perdão muitas vezes se esconde por trás da raiva, do medo, da tristeza e de sentimentos negativos direcionados a outras pessoas, a Deus ou a si mesmo, ocorrendo também de modo inverso, quando a pessoa se acha imperdoável para outra pessoa ou Deus. Qualquer um destes casos induz a memória celular a bloquear a manutenção ou o restabelecimento da saúde, porque são memórias destrutivas, ornadas por mentiras e egoismos (LOYD, 2009) O perdão pode ser considerado simplesmente em termos dos sentimentos da pessoa que perdoa, ou em termos do relacionamento entre o que perdoa e a pessoa perdoada. É normalmente concedido sem qualquer expectativa de compensação, e pode ocorrer sem que o perdoado tome conhecimento (por exemplo, uma pessoa pode perdoar outra pessoa que está morta ou que não se vê a muito tempo). Em outros casos, o perdão pode vir através da oferta de alguma forma de desculpa ou restituição, ou mesmo um justo pedido de perdão, dirigido ao ofendido, por acreditar que ele é capaz de perdoar. (WIKIPÉDIA, s/d)

O perdão é, portanto, o esquecimento completo e absoluto das ofensas recebidas; vem do coração, é sincero, generoso, não fere o amor próprio do ofensor e nem impõe condições humilhantes ou ostensivas. As ações prejudiciais são práticas, desejos e comportamentos que continuam a se repetir, apesar de só distanciarem a pessoa de seus objetivos maiores da vida. É como acontece com as drogas e outros maus hábitos imbecis (como o cigarro e a automedicação), que poderiam ser superados com uma mudança nos hábitos alimentares, com atividades físicas, enfim, com uma mudança de vida. Na visão de Loyd (2009), as ações prejudiciais, apesar de seu grande número, decorrem de duas situações: autogratificação e autoprotecção. A autogratificação inclui três desejos nocivos dos: i) cinco sentidos (comer, drogas, sexo doentio, dependência da televisão etc.); ii) bens materiais ou financeiros; e iii) orgulhoso pessoal. A autoprotecção envolve o fazer algo para se distrair da dor emocional ou para controlar cuidadosamente as circunstâncias para impedi-las de acontecerem novamente. Isso pode ser uma forma de escapar ou fugir, que mantém a pessoa provisoriamen13

te ocupada, isolada e tímida, tentando ser perfeita. A omissão e a inércia enquadram-se nesta classe, porque também são modos de agir. Essas categorias de ações, apesar de tudo, não são as fontes de problemas, mas os resultados dos problemas e têm origem nas crenças e memórias, que influenciam tudo o que a pessoa percebe, faz e pensa. No entanto, é possível mudar as crenças prejudiciais e as visões distorcidas da vida, desligando ou curando as imagens enraizadas no egoismo ou nas falsas concepções. (S. Beck, 1997; Loyd, 2009). Em estudo sobre os efeitos do estresse prolongado na integridade das células, Lipton (apud LOYD, 2009) concluiu que este era o maior causador de doenças no ser humano e que ele provém de uma crença errada, incorporada na memória celular. Segundo o referido autor, se a pessoa pode mudar a crença errada, o estresse vai embora e o sistema imunológico recupera-se, rapidamente, proporcionando a cura até mesmo de doenças genéticas e outras enfermidades, aparentemente incuráveis. E se a pessoa cura sua crença errada, também cura a única coisa que está bloqueando o sucesso e prosperidade na sua vida, pois o estresse drena a energia e faz com que a pessoa pense e aja numa perspectiva negativa, defensiva e medrosa, que se manifesta em raiva, tristeza, depressão, manipulação, desonestidade, mediocridade etc. O amor é considerado por Loyd (2009) como o núcleo de seu sistema de cura, capaz de afastar as emoções negativas (crenças mórbidas) como a imperdoabilidade, o sentimento de insignificância e o ressentimento, substituindo-as pelas emoções positivas (crenças saudáveis) como perdão, significância, compaixão e empatia. O amor pode transmudar a ação prejudicial do egoísmo em ações saudáveis do tipo amar e respeitar a si mesmo e aos outros e estar comprometido com a verdade. Também há uma esperança de cura para todas as enfermidades, que vem da alegria, pois esta revitaliza o corpo e a mente e dá ânimo de viver. Alegria (estar feliz apesar das circunstâncias) que é mais do que ser feliz (por causa das circunstância) pode transmudar as crenças mórbidas (tristeza, depressão, complexo de inferioridade) em emoções saudáveis como a felicidade, a auto-estima, a gratidão e a confiança “na possibilidade de milagres todos os dias” (LOYD, 2009). 14

A paz é o único código que realmente não se pode fabricar à vontade, pois ele é o que indica a existência ou não de memórias destrutivas. Seu oposto é ansiedade, medo ou preocupação. A paz é o teste, afirma Loyd (2009), pois examinar um problema qualquer à luz da paz pode revelar coisas negativas e positivas sobre o estado de espírito da pessoa e sobre o juizo dos fatos. Sensação de paz, de serenidade, de que está tudo bem são crenças saudáveis. A paz é um tipo de luz piscante no painel de instrumentos que avisa quando há memórias destrutivas e a paz está turbada pela ansiedade. Na literatura sobre tratamentos convencionais e alternativos do câncer em geral e outras doenças degenerativas, está bem demonstrada a importância do sistema imunológico funcionar adequadamente para restabelecer a saúde ou evitar agravos diversos. Segundo Loyd (2009) a paciência é o código que, diante dos problemas, tende a impactar direta e positivamente o sistema imunológico e a mente criativa, ajustando-se ao tempo para uma boa solução ou boas metas. “Uma boa meta é aquela que está enraizada na verdade e no amor.” O contrário é a impaciência e os maus planos, sinalizados por irritação, pressa, egoísmo, medo de ser bloqueado e decepção. Esperar pacientemente, em paz e alegre, é uma virtude cultivável que pode corrigir ou transformar memórias destrutivas. Os maiores problemas da vida são os de identidade: aquilo que se acredita ser, o que se é capaz de fazer; em suma, a personalidade que se pensa ter. A rejeição é uma característica da identidade, como a benevolência também o é. Entretanto, a rejeição, devido a situações traumáticas ou abusivas, requer afabilidade por longo tempo, para se superar as causas da rejeição e das emoções negativas como a mágoa e o medo que a acompanha. A aceitação total e incondicional de si mesmo e dos outros é o código, já que não se pode alterar o passado. Para Loyd (2009), é muito importante limpar as memórias destrutivas das células, desarmando o caráter destrutivo do Eu e infundindo amor, sinceridade, bondade e gratidão que ajudam na cura e nas metas de viver sem medo e vergonha. “É preciso acreditar na verdade de quem se é, em vez das mentiras da programação mental defeituosa”.. Quando a pessoa acredita em si mesma, tudo é possível. Como observa o citado Loyd (2009), o acreditar faz as coisas acontecerem de três formas distintas: pela 15

fé, por confiança atenta e esperança. A fé depende do que aconteceu no passado, afetando a maneira como a pessoa acredita em si mesmo, em outras pessoas, em circunstâncias, em Deus, no governo etc. Confiança é o que a pessoa pensa sobre o que está acontecendo em sua vida. A esperança está focada no futuro. Todas estas modalidades de crenças trabalham juntas e a cura depende desta sincronia para que a desconfiança, a lástima e a crítica não prosperem. A humildade ou modéstia é uma das virtudes mais mal compreendidas, pois vai configurada com a postura com a cabeça inclinada para baixo e com todos os sentimentos que essa atitude provoca em si mesmo e nos outros. Para Loyd (2009), a humildade é saber e acreditar em si mesmo e imbuir-se de bondade e afabilidade para com o próximo, sem se preocupar com a inferioridade ou superioridade de quem quer que seja. “Ninguém é melhor ou pior que ninguém”. Portanto, humildade é auto-conhecimento, é estar disponível para abraçar a todos com amor e sinceridade e saber que se pode fazer grandes coisas na vida. A humildade torna fácil o auto-controle essencial para a existência. O auto-controle flui naturalmente mesmo quando tudo está fora de controle. Significa fazer o que se quer fazer e aquilo que conduz ao amor, às metas de vida, aos sonhos e visões. Quando se tem auto-controle, isto é, equilíbrio, mesmo fazendo coisas que não se deve fazer, isso não impediria esses objetivos e sonhos de se realizarem. O auto-controle é confiar que se está no lugar certo, no tempo certo, fazendo o que se tem de fazer ou de deixar de fazer. Não se deve perder de vista que da fé e da confiança no destino emanam um grande poder, que torna tudo mais fácil e menos custoso: “não vai ser como empurrar uma pedra morro acima”. Entretanto, se a pessoa, em vez de fé e confiança, tiver medo e crenças infundadas sobre si mesmo, o seu mundo e as circusntâncias da sua vida, será muito difícil manter o equilíbrio e auto-controle (LOYD, 2009).

7 Sete princípios abstratos do ser humano Outro aspecto dessa abordagem multidimensional do câncer foi disseminado por Chopra (1994), para quem o caminho para a prevenção e cura do câncer passa por uma mudança radical na vida, não apenas nos processos corporais e psíquicos, 16

mas também no nível abstrato (do sagrado, da alma, dos sonhos, da imaginação e dos insights). No documentário The seven spiritual laws of success (SETE SEGREDOS, 2007), a artista Olivia Newton-John comenta a cura de seu avançado câncer de mama, depois de seguir as recomendações de Chopra (1994), sobre os sete princípios espirituais, inspirados na sabedoria antiga da Índia (Vedas). A conexão espiritual com o universo (sincronicidade, coincidência) faz a inteligência funcionar e encontrar soluções para questões aparentemente insolúveis. ”Começa com o movimento da consciência acerca de um desejo ou intenção que, assim, encontra um caminho para sua realização” (SETE SEGREDOS, 2007). Estes são os sete princípios comentados por Chopra, no referido documentário, aqui sintetizados: 1) Lei do puro potencial – fonte de toda a criação, este princípio baseia-se na sabedoria da incerteza, pela qual o sonhador manifesta o sonho. A incerteza significa ir ao desconhecido, o campo de todas as possibilidades, sempre recente e novo e sempre aberto para novas manifestações. A prática diária do silêncio e da meditação é uma das maneiras de se colocar em conexão com o universo e beneficiar-se dessas possibilidades infinitas que estão em todas as coisas do universo. 2) Lei de dar e receber – informação e energia estão em constante movimento no universo, sendo o movimento de consciência sem esforço que mantém o fluxo de abundância em circulação. Meditar na experiência da gratidão, apenas pensando em todas coisas que foram dadas, sem que fossem pedidas, é uma maneira de beneficiar-se deste princípio. A troca mútua da apreciação e da gratidão forma uma ligação que devemos preservar. 3) Lei de causa e efeito (carma) – toda ação gera uma forma de energia que retorna à pessoa do mesmo jeito. Tudo o que está acontecendo neste momento é resultado de escolhas feitas mentalmente no passado, que tem consequências evolutivas ou destrutivas. Ao se pagar um débito de carma conscientemente, a adversidade é convertida em experiência positiva. No momento de uma escolha consciente, o que a pessoa sente é importante: se for mal-estar ou desconforto (até quando se pergunta), então, provavelmente, não é de carma apropriado. 17

4) Lei do menor esforço – não se trata de um princípio abstrato da eficiência; significa que a natureza toma o curso da ação mínima e sem resistência. Qualquer coisa que aumente o caos, a desordem e o conflito opera contra este princípio e leva à medo, frustração e futilidade. Todavia, há sempre um caminho mais simples e melhor para a realização. Deve-se buscá-lo sem culpar alguma coisa ou alguém; assumir a responsabilidade pelos próprios atos e opiniões; ser aberto para novos conhecimentos sobre a situação vivida; aprender a observar e a permitir; e buscar respostas criativas, persistentemente, até encontrá-las. Quando se está no momento, em sincronia com o universo, comprometido com o caminho sem resistência, a mente se torna aguçada, alerta e receptiva. 5) Lei da intenção e do desejo – inerente a cada desejo (de ordem psicossomática) e intenção (de ordem espiritual) está a mecânica para sua realização. Quando se introduz qualquer intenção no solo fértil da potencialidade pura, um infinito poder de organização, refletindo na consciência; na potencialidade, na cura, no sucesso e na criatividade, é colocado à disposição da pessoa para transformá-la em todos os níveis (bio-psico-socio-cultural). 6) Lei do desapego – o universo responde melhor quando se está desapegado e não obcecado por alguma coisa que se quer ou deseja. Este princípio refere-se àquela serenidade inabalável, comprometida e de intensa paixão em relação a um certo objetivo existencial. As intenções criam reflexos no mundo exterior, quando ele é percebido segundo a ordem espiritual. Desapegada do resultado está a sabedoria da incerteza, segundo a qual cada situação na vida é semente para uma oportunidade. 7) Lei do propósito na vida (dharma) – todo mundo tem um dom único ou talento especial para dar aos outros. Cada pessoa está destinada a um projeto sem fim do universo. E quando se misturam talento e serviço aos outros, então, experimentam-se o êxtase a e exultação do ser, que é o objetivo final. Quando se percebe o dharma todo o universo está junto, cada lei da natureza vai em ajuda e cada poder apóia espontaneamente.

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8 Crenças e pensamentos disfuncionais Em reportagem científica de Erica Goode (The New York Times), traduzida e publicada pelo jornal O Estado de São Paulo (2000), fica evidente que a terapia cognitiva, desenvolvida por Aaron T. Beck, depois que este psiquiatra abandonou a psicanálise, nos anos 1960, é uma das poucas formas de tratamento estudadas em testes clínicos e em larga escala, sendo o ramo da psicologia que mais se expande no mundo. A matéria relata uma apresentação de T. Beck, na comemoração dos 40 anos de pesquisas do Instituto Beck de Terapia e Pesquisa Cognitivas (Filadélfia), ressaltando o fato de que muitas dificuldades psicológicas dos pacientes não se encontram nas profundezas do inconsciente, mas em “problemas de raciocínio, muito próximos da percepção consciente”. Comentando o processo terapêutico, Beck (apud Goode, 2000) diz que seu método é “simples e prosaico”, por desconsiderar as lembranças da infância que se perderam, o exame minucioso dos desmandos dos pais e a busca de significados ocultos, e focalizar apenas “os problemas do bom senso das pessoas”, incentivadas a testar a opinião que têm de si mesmas e dos outros, como se fossem também cientistas testando hipóteses. Segundo S. Beck (1997), o método da terapia cognitiva enfatiza as crenças pessoais por trás dos pensamentos automáticos, que influenciam a percepção, a emoção e o comportamento por meio de pensamentos disfuncionais. O maior interesse para a terapia cognitiva, segundo a autora, está “no nível de pensamento que opera simultaneamente com o nível mais óbvio e superficial de pensamento”, ou seja, com os pensamentos automáticos, avaliativos e rápidos, que não decorrem de deliberação ou raciocínio. “Embora os pensamentos automáticos pareçam surgir espontaneamente, ele se tornam bastante previsíveis, uma vez que as crenças subjacentes do paciente sejam identificadas. O terapeuta cognitivo está preocupado em identificar os pensamentos que são disfuncionais, ou seja, os que distorcem a realidade, que são emocionalmente aflitivos e/ou interferem com a habilidade do paciente de atingir suas metas. Pensamentos automáticos disfuncionais são quase sempre negativos, a menos que o paciente seja maníaco ou hipomaníaco, tenha um transtorno de personalidade narcisístico ou seja um viciado em drogas. (S. BECK, 1997, p. 88)

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A influência dos pensamentos automáticos no próprio pensamento, no comportamento ou na emoção, tema central da teoria cognitiva, pode ser explicada por um processo que se inicia com as crenças centrais do indivíduo sobre si mesmo, derivando daí para uma classe intermediária de crenças (sugestivas de atitudes, regras e suposições) e, por fim, para os pensamentos automáticos, que, por sua vez, influenciam a visão de uma situação e as reações. Segundo Beck (1964), dentro do pensamento existem estruturas cognitivas cujo conteúdo são as crenças centrais ou esquemas, que se encaixam em três categorias amplas: a) associadas ao desamparo; b) associadas ao fato de não ser amado; c) associadas a ambas as classes. Devido à sua dimensão, as crenças centrais requerem um consistente trabalho sistemático, envolvendo algumas técnicas aplicáveis à reestruturação de pensamentos automáticos e crenças intermediárias, podendo ser combinadas com técnicas mais especializadas como as do uso dos contrastes extremos, do desenvolvimento de metáforas, de testes históricos e da reestruturação de memórias antigas. Apesar dos efeitos benéficos que essas abordagens multidimensionais produzem nos pacientes de câncer, como testemunham seus praticantes, existem vários autores que as criticam por não terem passado por ensaios clínicos controlados ou testes laboratoriais da medicina ortodoxa, altamente tecnológica.

9 Componentes alimentares ativos Outro aspecto importante da medicina alternativa refere-se à alimentação. Nos últimos anos, tem havido um grande interesse das pessoas pelo consumo de alimentos específicos ou componentes alimentares ativos, ditos funcionais. Apesar de todos os alimentos serem funcionais, por proporcionarem sabor, aroma ou valor nutritivo, nos últimos dez anos, com a evolução da nutrologia, o termo passou a significar, segundo Hasler (2001), a possibilidade de um benefício fisiológico adicional além daquele de satisfazer as necessidades nutricionais básicas. O Comitê de Alimentos e Nutrição do Institute of Medicine (IOM/NAS, 1994, p. 109 ) definiu alimentos funcionais como "qualquer alimento ou ingrediente que possa proporcionar um benefício à saúde além dos nutrientes tradicionais que ele contêm". 20

A partir dos dados de estudos epidemiológicos e ensaios clínicos indicarem que uma dieta baseada em plantas pode reduzir o risco de doenças crônicas, particularmente o câncer, não há mais dúvidas que numa dieta baseada em determinadas plantas, há componentes que são diferentes dos nutrientes tradicionais e que podem reduzir o risco de câncer (HASLER, 1998). Steinmetz e Potter (1991) identificaram mais de uma dezena de classes dessas substâncias químicas de origem vegetal e que são ativas biologicamente, como fitoquímicos. Assim, como recurso alternativo ou complementar à terapêutica tradicional do câncer, alguns alimentos também são considerados benéficos à prevenção e ao tratamento dessa enfermidade como, por exemplo, café, soja, aspargos, cogumelos, brócolis, tomate etc. Uma revisão sistemática de Garland et al. (2006), a partir de 2.750 estudos envolvendo a vitamina D, revela que tomar suplementos diários da substância poderia fazer mais para a prevenção do câncer do que uma dezena de conselhos sobre saúde e estilo de vida. A vitamina D é produzida naturalmente por meio da ação do sol na pele. Ela vem ganhando a atenção da comunidade sanitária, nos últimos anos, por seu papel na prevenção do câncer e de outras enfermidades degenerativas. Segundo Garland et al. (2006), se todo mundo tomasse 2 000 UI (unidades internacionais) de vitamina D diariamente, cerca de 200 000 casos de câncer de mama e 250 000 de tumor na bexiga poderiam ser salvos em todo o mundo. Poucos alimentos são naturalmente ricos em vitamina D, e em muitos países a maior parte da ingestão dessa vitamina vem de produtos fortificados como leite, leite-de-soja e cereais. A época do ano, latitude e cobertura de nuvens afetam a exposição aos raios solares e a síntese de vitamina D na pele. Desta forma, é importante para pessoas com limitação de exposição ao sol incluir boas fontes de vitamina D na dieta. Além dos alimentos fortificados com vitamina D, fontes naturais incluem óleo de fígado de peixe, peixes gordurosos (salmão, bagre, sardinha, atum, cavalinha), cogumelos e ovos. O consumo de café é outro produto que pode reduzir de forma significativa o surgimento de câncer de mama em mulheres com alto risco de desenvolver a doença. Segundo a pesquisa do canadense Steve Narod (2006), da Universidade 21

de Toronto, as mulheres que consumiram de uma a três xícaras de café por dia reduziram em 10% o risco de desenvolver câncer de mama. Esta cifra subia para 25% para quem consumia de quatro a cinco xícaras, e até 69% para um consumo maior. A pesquisa se baseou em mulheres que apresentavam mutações dos genes BRCA1 e BRCA2, que implicam um risco de até 80% de desenvolver essa forma de câncer. Os resultados positivos referem-se principalmente às mulheres portadoras do gene BRCA1, que representavam 77% das analisadas. O estudo foi feito com 1.690 mulheres, no Canadá, Estados Unidos, Israel e Polônia. Outros alimentos funcionais recomendados na prevenção e tratamento de câncer de mama, segundo uma lista de Hasler (1998), são os seguintes: I - alimentos provenientes de fontes vegetais: • Alho (Allium sativum) – é provavelmente a erva mais amplamente citada na literatura por propriedades medicinais. Os benefícios à saúde propostos para o alho são numerosos, incluindo quimioprevenção do câncer, propriedades antibióticas, antihipertensivas e redutoras do colesterol. Diversos estudos epidemiológicos mostram que o alho pode ser eficaz em reduzir o risco de câncer em humanos. • Brotos de Brócolis – evidências epidemiológicas têm associado o consumo freqüente de vegetais crucíferos, como o brócolis, repolho, couve-flor e couve de Bruxelas, com a diminuição do risco de câncer, devido ao seu conteúdo relativamente alto de glicosinolatos. Concentrando altos níveis de sulforafano em brotos de brócolis de 3 dias de crescimento – níveis de glicorafanina (glicosinolato do sulforafano), cerca de 10 a 100 vezes maiores que o correspondente nas plantas maduras – este vegetal pode ser uma nova abordagem para redução do risco de câncer de mama. • Chá verde – uma grande atenção tem sido dada aos constituintes polifenólicos do chá, particularmente do chá verde, cujo efeitos farmacológicos tem causado grande interesse da comunidade científica. A maior parte das pesquisas sobre os benefícios do chá à saúde tem focalizado os seus efeitos quimiopreventivos contra o câncer, ainda que os estudos epidemiológicos mais importantes no Ocidente sejam inconclusivos. No entanto, o consumo de cinco ou mais xícaras 22

de chá verde por dia esta associado com a diminuição da recorrência do câncer de mama de estágios I e II em mulheres japonesas. • Frutas Cítricas – diversos estudos epidemiológicos têm demonstrado que as frutas cítricas possuem um efeito protetor contra uma variedade de cânceres humanos. Ainda que laranjas, limões, limas e toranjas (grapefruits) sejam uma das principais fontes de vitamina C, folato e fibras, um outro componente pode ser o responsável pela atividade anticâncer, o fitoquímico conhecido como limonemo, que tem sido sugerido como um bom candidato para uma avaliação em ensaios clínicos de quimioprevenção em humanos. • Linhaça – o óleo contém grande quantidade do ácido graxo ômega-3 – ácido alinolênico (57%) – que possue atividades estrogênica fraca e anti-estrogênica, e podem desempenhar um papel na prevenção de cânceres dependentes de estrogênios. Em roedores, a linhaça demonstrou diminuir tumores do cólon, da glândula mamária e do pulmão. Em humanos, a ingestão de 10 g de linhaça por dia desencadeou diversas mudanças hormonais associadas com a redução do risco de câncer de mama. • Soja – uma proteína de alta qualidade, que desempenha um papel preventivo e terapêutico na doença cardiovascular, câncer, osteoporose e no alívio dos sintomas da menopausa. O efeito da soja em diminuir o colesterol é o efeito fisiológico mais bem documentado. Mas diversas classes de anti-carcinogênicos têm sido identifcados nos grãos de soja, incluindo inibidores de protease, fitoesteróis, saponinas, ácidos fenólicos, ácidos fíticos e isoflavonas. Talvez o consumo de soja pode explicar porque populações que consomem quantidades significativas de soja (como sudeste asiático) têm um risco reduzido de câncer dependente de estrogênio e menos problemas na menopausa. Entretanto, os dados epidemiológicos ocidentais sobre a ingestão de soja e o risco de câncer ainda são inconsistentes, não havendo muitos estudos de intervenção clínica publicado que comprove o papel da soja em reduzir o risco de câncer. • Tomate – vem recebendo uma atenção significativa nos últimos anos por causa do interesse no licopene, o carotenóide primário encontrado nesta fruta, e seu papel na redução do risco de câncer. Os mecanismos pelos quais o licopene 23

poderia influenciar o risco de câncer estão relacionados com suas funções antioxidantes. O licopene é o mais eficiente extintor de oxigênio isolado em sistemas biológicos. Vinho e Uvas – Há uma evidência crescente de que o vinho, particularmente o vinho tinto, pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares, assim como as uvas pretas. Apesar destes benefícios, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas como o vinho (12% de álcool), em geral, reduz o poder imunológico do organismo, estando ligado ao aumento do risco de diversos tipos de câncer. II - alimentos provenientes de fontes animais: • Óleo de Peixe – contém ácidos graxos Omega-3 (n-3), que são uma classe essencial de ácidos graxos poliinsaturados (AGPIs), que os pesquisadores examinam para verificar os efeitos em uma série de doenças – particularmente, cânceres e doenças cardiovasculares – e mais recentemente, no desenvolvimento humano precoce. • Carne de gado – o ácido linoleico conjugado (ALC) é um ácido graxo anticarcinogênico isolado pela primeira vez de carne grelhada, mas encontrado em maiores concentrações em gordura proveniente de animais ruminantes (gado e cordeiro). Em relação ao tumor mamário, o ALC é um anticarcinogênico eficaz, desde que presente na dieta na proporção de 0,1 a 1%. Os resultados de testes clínico sobre o deslocamento do ácido linoleico nas células, sugerem que pode haver um mecanismo pelo qual este modula o desenvolvimento tumoral. Desse modo têm sido desenvolvidas pesquisas com a finalidade de aumentar o conteúdo de ALC em laticínios derivados do leite de vaca através de modificação dietética. O aumento da disponibilidade de alimentos mais saudáveis, incluindo alimentos funcionais, na dieta, é decisivo para assegurar uma população mais saudável, ainda que os níveis ótimos da maioria dos componentes ativos biologicamente, atualmente sob investigação, ainda estão por ser determinados (HASLER, 1998).

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10 O poder do placebo Para o psiquiatra americano Walter Brown (2007), a medicina alternativa é uma espécie de placebo (pílulas de farinha-de-trigo), que ele tem estudado nos últimos vinte anos e comprovado sua eficácia no tratamento de várias doenças. É verdade que muitas e muitas doenças melhoram com o placebo, mas não todas e algumas melhoram mais que outras. Dor é uma das que mais pode melhorar com placebo. Doenças onde stress ou distúrbios psicológicos contribuem muito para os sintomas, e problemas onde o cérebro e o sistema nervoso central participam para a expressão do sintoma são particularmente capazes de responder ao placebo. (BROWN, 2007, p. 1)

Discorrendo sobre conceitos da medicina alternativa, Brown (2007, p. 1) acredita que eles são consistentes com muitas crenças populares sobre saúde – coisas naturais são melhores do que sintéticas; o corpo pode curar a si mesmo; produtos químicos não é uma boa idéia, etc. Outro aspecto, é que os médicos alternativos oferecem teorias persuasivas sobre como placebos funcionam, atraindo e fazendo sentido para muita gente. A seguir um trecho de sua entrevista: [...] Nós não tomamos algumas das nossas decisões mais importantes com base na ciência ou na realidade, o fazemos com base em sistemas de crenças que vêm de outras fontes, como crenças religiosas. Ciência não é o mais importante para a maior parte da pessoas. E os médicos alternativos passam muito mais tempo com os pacientes, dão atenção e dão bastante cuidado às pessoas (...) Fazem as pessoas se sentirem como se estivessem sendo mais bem cuidadas, num certo sentido. É irônico, porque essa é a época onde a medicina convencional tem muito a oferecer, mas tanto para diagnóstico como para tratamento, as pessoas estão se voltando cada vez mais para tratamentos alternativos. Os médicos tradicionais deveriam, para começar, não usar tratamentos que causam danos. Alguns dos tratamentos são perigosos em termos de toxidade, acho que deveriam ter cuidado com isso. Também muita gente na medicina tradicional acha que os alternativos deveriam ser avaliados, mas não sei se é o caso. Sempre que são avaliados mostra-se que não têm grandes efeitos, mas as pessoas continuam indo lá. Então não sei se este tipo de pesquisa mudaria a prática de ninguém. (BROWN, 2007, p. 1)

Para Brown (2007), uma das maneiras de entender como as terapias alternativas funcionam, é ter em mente e diferenciar os conceitos de illness e disease. 25

Disease seria o que o médico vê objetivamente (uma perna quebrada, um teste de laboratório que indica uma infecção, um mamograma etc.); Ilness seria o que o paciente vivencia: uma combinação de sintomas desagradáveis, preocupação, dor, todas as coisas que as pessoas sentem quando estão doentes. Os placebos usualmente afetam a illness, mas nem sempre têm um grande impacto na disease, embora, em algumas condições, eles realmente curam, porque em algumas pessoas “o sentimento é a própria doença”, ansiedade ou mesmo a dor. Assim, em certas circunstâncias, “[..] faz sentido prescrever alguns tratamentos que beneficiam a partir do efeito placebo. Não tem que ser uma pílula de farinha de trigo; pode ser uma terapia alternativa que provavelmente não tem nenhum efeito terapêutico intrínseco, mas que tira seus benefícios do placebo. (BROWN, 2007, p. 1)

Ainda segundo Brown (2007), a medicina alternativa e o placebo podem ser aplicados em alguma das três situações seguintes: • quando um problema pode melhorar com o uso do placebo ou com outro tratamento alternativo. “Algumas doenças melhoram quase equivalentemente tanto com placebo quanto com tratamentos convencionais.” • quando, além da possibilidade de melhorar com os dois, o paciente não quer se submeter aos efeitos colaterais da medicina tradicional. “Faz sentido tentar ver se o placebo funciona, e se não melhorar, ir para o tradicional”. • nos casos em que a medicina tradicional teria pouco a oferecer. “... seria o caso de certas condições terminais e de certas doenças degenerativas, e outras doenças, onde os pacientes desejam tentar outra coisa; isso seria uma ação responsável.” (BROWN, 2007, p. 1)

11 Conclusão Pelo exposto, parece que determinados estados emocionais, resultados da biografia particular do próprio indivíduo, são precipitadores de doenças. Nos casos de câncer, é bem provável que, em sua origem, estejam presentes sentimentos 26

de isolamento, abandono e desespero durante a juventude, quando relações interpressoais parecem ser difíceis e perigosas; relação forte com uma pessoa ou grande satisfação com um papel no início da idade adulta, que se tornou o centro da vida do indivíduo e depois se rompeu; perda da relação ou do papel que resulte em desespero; e interiorização do desespero, a ponto de o indivíduo se tornar incapaz de expressar o quanto (e quando) ele se sente magoado, colérico ou hostil. De fato, há uma correlação exata entre a evolução de determinado conflito e o câncer, em nível cerebral e orgânico, bastando que a pessoa passe por choque psíquico brutal, que sinta isso como um evento marcante de sua vida ou como um conflito agudo e dramático vivido em solidão para que o câncer dispare. É o grau subjetivo do conflito, sua forma e seu matiz, experimentados pela pessoa, o que determina o surgimento de agravos. A maioria dos problemas de saúde e as respectivas soluções estão relacionados a sentimentos/emoções e atitudes e posturas vinculadas ao perdão, crenças, e bem assim, ao desequilíbrio em relação ao amor, alegria, paz, paciência, elegância, modéstia e auto-controle. Por outro lado, o organismo humano possui uma tendência inerente para curar-se e para evoluir, se a pessoa alcançar e se manter num estado especial em que as forças curativas naturais se tornem ativas. Boa disposição mental, equilíbrio emocional, boa alimentação e exercício físico são fatores imprescindíveis para se reverter a sequência de eventos que leva à doença, permitindo que o organismo se torne saudável novamente. O câncer e a maioria das enfermidades não são problemas meramente físicos ou corporais, mas um problema da pessoa como todo. O caminho para a prevenção e a cura do câncer passa por uma mudança radical na vida, não apenas nos processos corporais e psíquicos, mas também no nível abstrato, dos sonhos, da imaginação e insights. O estresse prolongado é considerado o maior inimigo do ser humano e se a pessoa puder mudar a crença errada, o estresse vai embora e o sistema imunológico recupera-se, rapidamente, proporcionando a cura até mesmo de doenças genéticas e outras enfermidades, aparentemente incuráveis. 27

O que se verificou nesta modesta abordagem holística das enfermidades (especialmente as do câncer), é que essa nova visão transdisciplinar da medicina, da psicologia, da psiquiatria e da nutrição parecem ser muito úteis, principalmente, do ponto de vista preventivo, uma vez que permite evitar fatores de risco emocionais ou mentais, melhorar a resposta imunológica e reforçar o processo de cura. É recomendável a todos, indistintamente, por prevenção, e como terapia complementar ao tratamento médico dos que padecem de câncer e de outras enfermidades psicossomáticas. \=\/=/

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