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PROSSEGUINDO EM MEIO A ADVERSIDADE Por Fabio Marchiori Machado 1. INTRODUÇÃO No final do ano de 2008, uma tragédia de proporção descomunal atingiu o estado de Santa Catarina, mais precisamente o seu litoral, e o que conhecemos como Vale do Itajaí. Muitas pessoas morreram, milhares ficaram desabrigadas. Destes milhares que tiveram que procurar abrigo por causa da chuva, existiram várias famílias que perderam literalmente as suas casas. Particularmente, conheço duas famílias que se enquadram nesta última descrição. Ambas perderam tudo o que tinham, em questão de minutos. Só restaram a roupa do corpo, pois tiveram apenas tempo de salvar a si mesmo, não havendo oportunidade de fazer mais nada. Há oito meses atrás estas duas famílias se encontravam na mesma situação de calamidade. Porém hoje, apresentam histórias diferentes de como lidaram com seus dramas pessoais. A primeira destas famílias mora até hoje na casa do parente que a abrigou, e não tem um perspectiva tão próxima de resolver o seu problema. Preferiram ficar lamentando e procurando entender o por quê de se passar por tudo isso. A segunda família, ao contrário da primeira, encarou o problema de frente. Ao invés de ficarem se lamuriando, foram atrás de seus direitos. Hoje elas já não dependem mais de parentes para ter um teto e uma cama para repousar. Conseguiram uma indenização por parte da prefeitura de sua cidade, pelo imóvel destrído pela enchurrada. Já buscam comprar um imóvel no edifício que moram hoje de aluguel (não querem mais saber de casa, pois não aguentam mais enchentes!). Estas duas histórias servem para ilustrar a temática desta nossa lição. O que é a adversidade? E para o cristão? Como se comportar? O verdadeiro cristão pode sofrer? Vamos mostrar que semelhante a história contada acima, existem atitudes que os cristãos devem apresentar mediante a adversidade. É necessário entendermos que sempre haverá alguma dificuldade na vida. Isto independe da pessoa ser crente ou não. Todos passarão por alguma dificuldade e não há como negar isso. O cristão, no entanto, tem diferença quando o assunto é adversidade. A primeira é a fé que temos em Deus, e a segunda é que, de alguma maneira, acreditamos que Deus sempre tem uma mensagem a nos dar, mesmo em momentos de sofrimento.
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CONTEXTO CONTEMPORÂNEO Antes de começarmos a abordar os itens da lição, devemos entender o que permeia a nossa sociedade (e a igreja) atualmente, quando o assunto é a adversidade. Vejamos o texto abaixo: Mc 14:33‐36 33Levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a ficar aflito e angustiado. 34E lhes disse: "A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem". 35Indo um pouco mais adiante, prostrou‐se e orava para que, se possível, fosse afastada dele aquela hora. 36E dizia: "Aba Pai, tudo te é possível. Afasta de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres". Se você não se localizou no contexto deste texto, ele trata dos últimos momentos de Jesus antes de ser preso. Sabemos que Jesus foi 100% Deus e 100% homem. Este momento descrito nestes versículos de Marcos representam um dos momentos que Jesus viveu mais intensamente a sua humanidade. Jesus está angustiado e com medo. Em suma, está sofrendo! Jesus, o filho do Deus vivo, o Messias, passou por um momento de extrema adversidade. A pergunta que devemos fazer, com este cenário em mente é: ‐quando foi a última vez que vc viu uma mensagem como esta em pregações na TV? Se você viu algumas, eu garanto que elas não representam nada em números, perto das tantas mensagem que aparecem todos os dias na tv. Infelizmente, somos bombardeados incessantemente por duas correntes de pensamento que nos imposibilitam de entendermos, em algum casos, os propósitos de momentos adversos e de como lidarmos com eles. São elas a Teologia Triunfalista e o Antropocentrismo Pós‐ Moderno. Não é nossa intenção aqui apresentar um estudo minucioso sobre estas duas questões. O essencial é entender, de uma maneira geral, o que elas defendem. Ambas tem como centro das suas teorias a valorização do homem sobre todas as coisas. A teologia triunfalista prega que o homem não deve sofrer e que Deus tem por “ obrigação” cuidar para que nenhum problema venha a atravesar o seu caminho. Os praticantes desta teologia determinam para Deus o que eles desejam que o Senhor faça para suas vidas. Simplesmente não aceitam problemas, doenças e etc. Já o antropocentrismo defende que o homem tem em si capacidade para lidar com diferentes tipos de situações, e que para ele não existe verdade absoluta. A verdade depende do seu referencial. A questão é que as duas correntes colocam o homem num patamar mais elevado do que Deus. Na primeira teoria, Deus tem a Fabio Marchiori Machado www.BereiaBlog.com
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obrigação de livrar o homem de qualquer sofrimento, e na segunda não há necessidade de Deus para a resolução de qualquer problema. 2. PREPARANDO‐SE PARA A ADVERSIDADE Veja o texto: Jo 16:33 ‐ Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo. Palavras de Jesus: ... No mundo, passais por aflições...Mais claro impossível, o texto é categórico. Nós devemos esperar dificuldades. E atentem ao texto bíblico. Se lermos os versículos anteriores, veremos que Jesus estava falando para os seus discípulos. Logo, se você é discipulo de Jesus, se prepare porque na sua vida haverá um bom número de adversidades. Deus nunca poupou os que erm seus de algum tipo de problema. Muito pelo contrário, alguns tiveram que enfrentar situações bastante complicadas. Fazem parte deste time pessoas de muito fé (mas com aflições): Moisés, Davi, Jó, José, Ester, Paulo, Estevão e etc. Preparar‐se para momentos de adversidade faz com que tenhamos uma iniciativa de recomeço, para a resolução do tal. O ponto fundamental neste caso é a aceitação do revés. A atitude certa para isso? Reconhecer a nossa necessidade de Deus! Reconheça que Deus é a única parte essencial da sua vida e se prepare para lidar com alguns momentos de adversidade. Abaixo temos 5 passas de como nos preparamos para a adversidade: ‐ COMO SE PREPARAR PARA A ADVERSIDADE? 1. Leitura e estudo da Palavra – Deus fala através da sua Palavra, e somente conhecendo‐a é que podemos saber o que Ele espera de nós. 2. Obedecer os seus mandamentos – Você não deve apenas conhecer a vontatde de Deus, você deve obedecê‐la e colocá‐la em prática. Observe os dois textos abaixo: 1 Reis 3:14 E, se você andar nos meus caminhos e obedecer aos meus decretos e aos meus mandamentos, como o seu pai Davi, eu prolongarei a sua vida".. 1 Reis 11:11 Então o Senhor lhe disse: "Já que essa é a sua atitude e você não obedeceu à minha aliança e aos meus decretos, os quais lhe ordenei, certamente lhe tirarei o reino e o darei a um dos seus servos.. Fabio Marchiori Machado www.BereiaBlog.com
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Ambos os textos são o Senhor falando com Salomão. No primeiro, para um Salomão cheio de sabedoria, amor e temor a Deus. No segundo, para um rei caído no pecado, reclinado a paixões humanas, distante de Deus. Nos dois texto são o mesmo Deus e o mesmo rei, mas com atitudes completamente opostas. No capítulo 3 Salomão obedecia os estatutos de Deus, e era abençoado. Já no capítulo 11 começava a sofrer a consequência da sua desobediência. 3. Oração‐ Uma vida de oração e vigilância nos prepara melhor para a adversidade. Veja o texto: Mateus 21:22 E tudo o que pedirem em oração, se crerem, vocês receberão. 4. Comunhão com os irmãos ‐ No texto abaixo, Paulo conclama que devemos suportar o nosso irmão. Muitos já usaram este texto no sentido dee que devemos “aguentar” os nossos irmãos, por mais chatos que eles sejam. Na realidade, devemos fazer isto, mas pelo nosso amor ao próximo (Mt 19:19; 22:39; Mc 12:31; Lc 10:27; Rm 13:9). Paulo sugere nesto versículo 2 para irmos em um sentido diferente. Devemos servir de suporte para nossos irmãos. É muitas vezes dentro da igreja que encontramos o apoio necessário para algum momento difícil que estamos passando, por isso a comunhão é fundamental. Ef 4.1‐2 1Como prisioneiro no Senhor, rogo‐lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam. 2Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor. 5. Entendendo que morada perfeita é o céu, não aqui. – Ora, se o céu é um lugar perfeito, logo não haverá dor nem tristeza (Ap 21:1‐4), e se o céu não é aqui, logo teremos aqui algumas destas coisas. 3. UM CAMINHO TURBULENTO As vezes não entendemos a adversidade. Ela faz parte de uma caminho turvo e obscuro. A origem da adversidade é variável. Existem 3 causas basicamente: ‐ Nossas próprias ações, artimanha do diabo (Exmplo: Jó) e próposito de Deus (Exemplo: José). Destes três, o mais difícil de aceitarmos é a aflição como propósito de Deus. Fabio Marchiori Machado www.BereiaBlog.com
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Deus conhece o coração do homem. A verdade é que somos muito mais receptivos na adversidade. Os problemas fazem com que abramos a nossa guarda. Uma coisa é certa, não se deve perguntar Por Quê e sim Para Quê? – José ficou sofrendo por 13 anos até ter sua vida redimida, e o mais interessante é que a bíblia não registra nenhuma lamentação, questionamento ou reclamção nestes 13 anos. Certamente podemos afirmar que José entendia a complexidade dos planos de Deus. Eles (os palnos de Deus) são muito mais abrangentes do que só no tempo desta vida, eles compreendem também a Glória Eterna. Veja com atenção o próximo ponto. 4. A PERSPECTIVA DA PROVIDÊNCIA José sofrou muito. Ele foi vendido pelos prórpios irmãos. Sofreu com a maldade dos seus, mas repare como ele encarou toda esta situação: Gn 50:20 Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem, para que hoje fosse preservada a vida de muitos. José enchergou o processo como um todo. Entendeu que o sofrimento ou sucesso fazem sempre parte de um plano maior. José pode garantir a perpetuação da sua família, e neste caso da própia nação de Israel, por causa da sua posição no Egito, que só foi conseguida porque Deus usou aquilo (a inveja de seus irmãos) para colocá‐lo no seio da nação mais rica do mundo até então. É através da adversidade, dos problemas que podemos experimentar a providência de Deus, seu amor e sua misericórdia. Deus em nenhum momento vira as costas para nós, como não virou para José. O problema é que às vezes não conseguimos visualizar o plano de Deus como um todo. 5. MOTIVO PARA NÃO DESISTIR O dicionário de Deus é um pouco diferente do nosso. De repente uma adversidade para nós é algo mau, mas para Deus é algo bom, algumas coisa que serve para um bom proveito. Tiago aborda brevemente este tema na sua epístola: Tg 1:2‐4 2 Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações,3pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança 4 E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma. Fabio Marchiori Machado www.BereiaBlog.com
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Nestas palavras, a bíblia nos encoraja a encararmos as tribulações da nossa vida como um bom motivo para crescermos espiritualmente na presença do Pai. Tiago nos encoraja a adotarmos 3 atitudes, sempre depois de ancorarmos nossa esperança em Deus.
∟Desenvolver Visão de Longo Prazo – Provações + Fé em Deus= Perseverança
∟ Procurar por sabedoria para alcançar o que diz o v.4
∟ E Pedir a Deus pela sabedoria v5. ...Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça‐a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida. Que a adversidade seja um motivo para que creçamos em maturidade e integridade, colocando nossa fé em Cristo Jesus. 6. TEMPO DE DESCOBERTA O tempo de provações nos proporcionam um momento de maior conhecimento. É uma situação de rara oportunidade. Na adversidade descobrimos muito sobre o carater de Deus, pois aprendemos na essência que Ele é amor, misericórdia, justiça, que é nosso Deus forte e etc. Também descobrimos mais sobre nós mesmos, pois são geralmente nestes momentos que Deus proporciona quebrantamento. Nestes momentos que podemos perceber, através de Deus, o que estamos agindo ou fazendo de errado. 7. INDO EM FRENTE NA FORÇA DE DEUS O ser humano é por muitas vezes presunçoso. Como vimos no começo do texto, o homem adora pensar que é o centro de tudo, e principalmente, que pode tudo. Eu acredito que o ser humano é epecial, sem sombra de dúvida. Somos criados a imagem e semelhança de Deus, privilégio maior não há. Somos os principais sobre a criação. Deus nos deu a honra de sermos vice‐gerentes deste mundo (o gerente, quem comanda por excelência, é Deus), mas nada disto nos torna super homens, infalíveis e imbatíveis. Nós temos que ter ciência de que podemos lidar com adversidades até certo ponto, e depois disso só Deus. Nossas fraquezas e limitações, por causa da nossa natureza de pecador, faz com que nossa capacidade para lidar com provações sejam infinitamente pequenas, se comparada ao poder do Senhor. É nesse ponto que vem a questão: ‐ Quem te sustenta na tribulação? Quem é seu suporte nas provações? Vamos ver o começo do Salmo 18: Fabio Marchiori Machado www.BereiaBlog.com
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Sl 18: 1‐2 Eu te amo, ó Senhor, minha força. 2O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador; o meu Deus é o meu rochedo, em quem me refugio. Ele é o meu escudo e o poder que me salva, a minha torre alta. O Senhor é aquele que podemos nos apoiar. Ele é aquele que nos protege. Aquele que nos livra do mau no Seu tempo. O Senhor é o nosso balsamo e nosso conselheiro. Existem pessoas que tem “um fogo” inesgotável para trabalhar pelo Senhor. Conheço uma senhora de 73 anos, diaconisa, que tem esse fogo. Está sempre presente em todos os momentos que precisam dela. Seja auxiliar as pessoas que chegam na igreja, seja assistindo famílias necessitadas ou mesmo orando num cantinho da igreja com um irmão em dificuldade. Pergunto de onde vem toda esta disposição e dedicação, e a resposta é simples, como o Salmo 54 diz no seu verso 4 “Certamente Deus é o meu auxílio; é o Senhor que me sustém.” Você algumas vez duvidou que Deus está mais do que disposto a te sustentar? 8. A REAÇÃO ERRADA Um lembrete é salutar. Devemos nos preocupar a não reagir de maneira errada. Tomar atitudes que irão complicar as coisas. A bíblia nos ensina, no seu todo, a termos um posicionamento assertivo quando deparados com alguma adversidade. Reagir correntamente as tribulações é :
∟ Estender perdão no devido caso e não atribuir culpa para o seu problema
∟Não sentir pena de si mesmo
∟Procurar não fugir do problema
9. CONCLUSÃO ‐ EXISTEM ESPERANÇA Deus atinge o seu máximo na adversidade. Da mesma maneira que o corpo aumenta fluxo de sangue para os músculos quando estamos fazendo exercício, Deus concentra o sua atenção no momento de adversidade. Quanto mior o problema, mais o poder de Deus flui no nosso auxilio1. 1
Dr Charles Stanley – Valores Essenciais da Fé
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Jamais desista em meio a adversidade, ao contrário coloque a sua confiança em Cristo e no seu poder (Sl 37:5; Rm 8:38‐39). Lm 3.21‐22 21Todavia, lembro‐me também do que pode me dar esperança: 22Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis.
Deus o Abençoe.
* Texto criado a partir do título homônimo de Dr Charles Stanley, série Valores Essenciais da Fé.
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