Preto Velho

  • November 2019
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  • Words: 1,336
  • Pages: 3
de um preto velho preto velho - meu filho, voc� tem que evoluir, tudo evolui. m�Dium - o que tenho que fazer, meu pai? preto velho - se desfa�a de todos os bens materiais que voc� tem. d� uma parte para os pobres e necessitados e a outra para sua mulher e filhos. m�Dium - de tudo? preto velho - sim. e tamb�m de sua mulher e filhos. vamos sair pelo mundo ajudando aqueles que necessitam. andaremos de cidade em cidade, de lugar em lugar. quando tiver fome, eu providenciarei comida; quando tiver sono, eu providenciarei lugar seco e seguro para descansar; quando tiver frio, eu providenciarei agasalho e roupas... m�Dium - n�o sei se posso. o senhor est� pedindo muito de mim. preto velho - mas voc� n�o quer evoluir, chegar numa consci�ncia maior? m�Dium - eu quero evoluir, mas tenho que perder tudo o que tenho. largar minha fam�lia, meus amigos... n�o sei se posso fazer isso para evoluir. prefiro ficar como estou e buscar uma outra forma de evoluir. o senhor mesmo n�o disse que existem muitas formas de evoluir, porque s� me deu esta escolha marcio 20/07/2005 20:50 preto velho - quando voc� disse que era necess�rio retirar as imagens do meu gong� que isso era necess�rio para que minha casa evolu�sse, que eu evolu�sse, n�o me deu escolha. eu deixei. quando voc� disse que era necess�rio retirar os atabaques, que isso era necess�rio para que minha casa evolu�sse, que eu evolu�sse, n�o me deu escolha. eu deixei. quando voc� disse que era necess�rio parar com as oferendas para os orix�s, que isso era necess�rio para que minha casa evolu�sse, que eu evolu�sse, n�o me deu escolha. eu deixei. quando voc� disse que n�o era preciso utilizar as guias, que isso era necess�rio para que minha casa evolu�sse, que eu evolu�sse, n�o me deu escolha. eu deixei. quando voc� disse que era necess�rio que os guias de nossa casa parassem de beber e fumar, que isso era necess�rio para que minha casa evolu�sse, que eu evolu�sse, n�o me deu escolha. eu deixei. voc� procurou outras formas e outros meios na procura de uma consci�ncia maior. introduziu v�rias formas e meios diferentes dos que eu lhe ensinei, pois voc� come�ou a ach�-los atrasados, primitivos. no entanto, eu pedi a voc� apenas marcio 21/07/2005 02:53 uma coisa, e voc� diz que � incapaz. voc� mudou tudo o que achou necess�rio, mas n�o soube mudar por dentro. evolu��o n�o se faz mudando formas, fundamentos, ritos, meios... evolu��o se faz de dentro para fora. n�o importa o nosso modo de operar nossa magia, mas sim o que ela representa; sua ess�ncia e import�ncia na vida dos que nos procuram; a doutrina e a responsabilidade de nossos rituais; nossos fundamentos; o respeito pelo que � nosso. voc� mudou procurando o novo, mas apenas buscou novas formas de fazer velhas coisas. coisas que voc� achava que eram primitivas e que n�o fariam voc� evoluir. voc� hoje se baseia em outros para mostrar sua evolu��o e consci�ncia: se eles mudam l�, voc� tamb�m muda aqui; se eles fazem l�, voc� faz aqui. voc� fugiu das velhas formas, mas apenas buscou o moderno para fazer o velho. voc� j� est� velho. em breve ir� partir e eu n�o mais o usarei como cavalo. tenho, agora, nova miss�o com outro m�dium. nele a tradi��o ser� mantida e o novo se fundir� com o velho em busca da ess�ncia e n�o da forma.

marcio 21/07/2005 02:53 m�Dium - o senhor nunca me recriminou. nunca disse que n�o. preto velho - se eu dissesse que n�o, voc� ficaria frustrado. faria as coisas por fazer, sem o respeito ou os fundamentos necess�rios. ent�o eu deixei que voc� fizesse o que achava que era correto, pois voc� o faria com gosto. na verdade, voc� nunca perguntou o que eu achava de tudo isso. mas mesmo em desacordo, reconhe�o que voc� ajudou muitas pessoas. m�Dium - porque o senhor s� est� me dizendo isto agora? depois de tanto tempo trabalhando comigo... preto velho - voc� mudou tanto... tanto que nem o reconhe�o mais... s� que agora voc� esta velho. j� est� indo embora. ent�o vim para pedir uma �ltima caminhada juntos, para que voc� encontrasse sua ess�ncia e tivesse a oportunidade de alcan�ar o que voc� buscou todos esses anos: evoluir, alcan�ar uma consci�ncia com deus. m�Dium - ent�o todo esse tempo... todas essas mudan�as que fiz... foram em v�o? preto velho - n�o. muitos que aqui estiveram e sa�ram para construir suas casas e nelas buscaram a ess�ncia daquilo que voc� ensinou, e que n�o mudaram por mudar, seguindo um caminho pr�prio, conseguiram encontrar uma consci�ncia com deus e uma evolu��o de dentro para fora. voc�, mesmo sem saber, os ajudou. m�Dium - mas eu expulsei muitos m�diuns por n�o quererem seguir com minha linha de trabalho. preto velho - eles souberam tirar o melhor de seus ensinamentos e dos meus. eles abriram suas casas e hoje fazem umbanda de v�rias formas. m�Dium - ent�o... marcio 20/07/2005 20:53 preto velho - sim. aqueles que voc� dizia que ficaram no caminho; aqueles que n�o ficaram mudando constantemente, mas souberam degustar cada momento e perpetuar a tradi��o, os costumes, os fundamentos, os ritos... eles mudaram a forma de ver o mundo e sua rela��o com ele. buscaram a modernidade nas rela��es com os m�diuns, no entendimento dos novos problemas, essa modernidade viciosa do ser humano. utilizaram a modernidade e o novo para levar a doutrina, os ensinamentos, a palavra e o aux�lio aos que necessitavam, mas souberam dar continuidade � nossa cultura e nossa forma, alcan�ando a ess�ncia naturalmente, gradativa. mesmo o novo precisa de tradi��o para virar doutrina e buscar em sua pr�pria forma e ess�ncia. agora � hora de seguirmos juntos. m�Dium - mas eu n�o sei se posso largar tudo... eu disse ao senhor que n�o podia largar tudo o que constru�, minha fam�lia, mulher, filhos, amigos... preto velho - olhe para baixo... o que voc� est� vendo? m�Dium - minha fam�lia. minha mulher, meus filhos, meus amigos... est�o � minha volta. e com l�grimas se despedem... para onde vamos, meu velho? preto velho - encontrar o seu cavalo e o terreiro onde voc� ir� trabalhar dando

aux�lio aos necessitados; conforto aos desesperados; curando os enfermos; agasalhando o frio das almas com palavras de calor e esperan�a; dando de beber a sede de muitas almas em busca de luz... agora voc� � um de n�s. marcio 21/07/2005 02:54 m�Dium - � engra�ado, meu velho. eu busquei tanto o novo tentando alcan�ar a evolu��o que evolu� com a miss�o da tradi��o e de perpetuar o que n�o soube dar o devido valor. o senhor ficar� comigo? preto velho - sim, e lhe darei meu nome e minha for�a. te ensinarei tudo o que ser� necess�rio. o resto ser� entre voc� e seu m�dium. ele � novo e muito parecido com voc�. m�Dium - e como devo agir com ele? tamb�m sofrerei como o senhor sofreu comigo? preto velho - eu n�o sofri com voc�. m�Dium - mas o senhor disse... preto velho - eu n�o disse que sofri. estava preparando voc� para tudo isso. �s vezes s� se d� o real valor a algo quando ele escorre de nossas m�os. voc� vivenciou a tradi��o, os costumes e os novos meios, as novas formas. adquiriu experi�ncias diferentes. segure minha m�o... m�Dium - estou mudando... no terreiro - bate tambor l� na angola, bate tambor... bate tambor l� na angola, bate tambor... os meus pretos velhos batem tambor... nas minhas almas batem tambor... para todo povo, batem tambor... l� na angola, bate tambor... bate tambor l� na angola, bate tambor... bate tambor l� na angola, bate tambor... preto velho - � aquele... * o novo preto velho incorpora e um novo ciclo se inicia... de autoria desconhecida pessoas s�bias falam sobre id�ias; pessoas comuns falam sobre coisas; pessoas med�ocres falam sobre pessoas marcio oi pessoal 21/07/2005 02:56 gostaria de dizer que este topico foi enviado pela cynthia.bjs

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