Politica, Pirataria E Internet.

  • July 2020
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Politica, Pirataria E Internet. as PDF for free.

More details

  • Words: 1,104
  • Pages: 9
FATEC RUBENS LARA (Baixada Santista)

GABRIEL TEIXEIRA CARALHO

POLÍTICA, PIRATARIA E INTERNET

Santos 2009 GABRIEL TEIXEIRA CARVALHO GABRIEL TEIXEIRA CARVALHO

POLÍTICA, PIRATARIA E INTERNET

Artigo de opinião requisitado pela Professora Regina Elena Fiandra como forma de avaliação

Santos 2009

Sumário Macroestrutura:..............................................................................................7 Artigo de Opinião:..........................................................................................8 Política, Pirataria e Internet.........................................................................8 Referências:.................................................................................................11 Referências:

Nota: Este trabalho deve ser lido com cautela: O termo “pirataria” aqui defendido não é a produção e venda em massa de cópias ilegais de produtos patenteados , ou qualquer definição similar. Por isso, é escrito ‘pirataria’ (entre apóstrofos).

Macroestrutura:

Artigo de Opinião: Política, Pirataria e Internet. Tudo começou quando grandes corporações disseram que o Rádio destruiria as gravadoras musicais. Depois, com a chegada da televisão, os grandes estúdios declararam que seria o fim do cinema. Com a invenção das fitas Cassete, alegaram que as gravações piratas (vindas do rádio ou de outra fita), eliminariam a indústria musical e, por fim, disseram que as fitas VHS trariam a morte de Hollywood.

Décadas se passaram, novas mídias foram criadas e novos meios de comunicação inventados e nada disso aconteceu. Mas, com a internet, não seria diferente: é o pavor de hoje de grandes empresas do exterior, proprietários de diversas patentes e copyrights (direitos de autor), como Vivendi Universal (França), Sony BMG (Japão e Alemanha), EMI (Reino Unido), Warner Music (EUA), entre outros. É inegável o caráter criminoso de cópias ilegais, mas nunca antes o alvoroço foi tão grande e as medidas tão drásticas. No ano de 2009, o Presidente da França Nicolas Sarkozy, apresentou um projeto de lei ao parlamento francês que daria inicio nos países da União Européia e nos Estados Unidos sérias discussões sobre a troca de arquivos pela internet, tratando todo download e distribuição de conteúdo protegido por copyright sem a autorização do autor como ilegal e sujeito a suspensão da internet, multa altíssima e até cadeia. Curiosamente no Brasil, não muito tempo depois, o deputado Bispo Gê Tenuta (DEM-SP), apresentou um projeto de lei controverso na Câmara dos Deputados, inspirada na lei projetada por Nicolas Sarkozy. “A indústria cultural está morrendo. Essa é uma preocupação que sempre tive” , declarou o deputado, explicando que o projeto nasceu por conta de um músico gospel conhecido seu, cujas vendas caíram (supostamente) por culpa de cópias pirateadas. Ambos os projetos de lei (Francês e Brasileiro) tinham como finalidade banir usuários ‘trocadores de arquivos’. Baixar uma música, filme, ou qualquer arquivo protegido por direitos autorais resultaria, primeiramente, num e-mail de aviso de seu provedor de internet. Na segunda vez, outro e-mail de aviso seria enviado, e nas outras reincidências, o usuário seria banido por três meses, depois seis meses, e na quinta vez seria permanentemente proibido de entrar na web. O projeto inicial apresentado por Sarkozy, conhecido como Three Strikes (Três ‘Strikes’ – expressão vinda do Beisebol) , foi rejeitado antes mesmo de ser votado: a lei possuía pontos inconstitucionais e infringia os Direitos Humanos, afetando a liberdade de expressão e acesso a meios de comunicação e informações online.

Outro ponto de choque nos projetos de lei é a imparcialidade: o poder dado aos provedores de internet e entidades administrativas de poderem banir, sem sentença judicial, qualquer usuário da internet é injusto. Além disso, ambos os projetos sugerem que os provedores de acesso à internet monitorem a utilização da internet de seus clientes, o que seria não apenas impraticável, mas também uma invasão à privacidade do usuário (pense numa escuta telefônica em todos os telefones do país).

Algo também digno de ser notado é a enorme pressão que empresas bilionárias exercem nos governos do exterior, o que foi o pontapé inicial para essas idéias invasivas surgirem. Rapidamente, percebe-se que os poderosos lutam por dinheiro, esmagando consumidores com políticas de proteção de conteúdo rígidas e até inimagináveis para nós, brasileiros. Exemplos como o dos EUA, onde pessoas normais são tratadas como criminosos e serem julgadas por baixarem uma música na internet, ou da Inglaterra onde é proibido gravar suas músicas compradas pela internet num CD qualquer, nos fazem pensar como será o futuro se tais ideais chegassem ao nosso país. Ironicamente – ou não – pontos positivos são encontrados entre tudo isso, como o efeito que o assunto tem gerado na Europa. No documentário “Steal This Film” produzido pela equipe do The Pirate Bay – atualmente o maior e mais acessado site de torrents ¹ do mundo – jovens são entrevistados nas ruas da Suécia e questionados sobre temas como liberdade de expressão, troca de arquivos e outros assuntos que englobam a questão da ‘pirataria’ . As respostas mostram que a ameaça da internet de hoje ser completamente desfeita por causa do desejo das empresas de lucrar mais, e o medo de que isso seja apenas o começo da implantação de um regime tirânico no mundo aberto da internet, faz com que muitos jovens se interessem por política. E não pára por aí: muitos se organizaram ao redor do mundo, e criaram os chamados “Partidos Piratas”. No mês de setembro, o Partido Pirata da Alemanha garantiu seu lugar no Parlamento local, enquanto o da Suécia garantiu um assento no Parlamento Europeu, colocando assuntos como copyright, censura e questões de privacidade na agenda política. Tudo isso, curiosamente, torna a verdadeira pirataria não mais o foco principal. E vai além: faz com que todos reflitam nos motivos de sua existência, faz empresas procurarem meios de atraírem clientes pro produto original, traz melhores ofertas e atendimento aos consumidores, ajuda na evolução de tecnologias de segurança e de sistemas de informação, entre outras adaptações. Adaptações essas que ocorreram quando mídias como o rádio ou a TV foram lançadas e mundialmente aceitas e disseminadas. Uma análise maior e mais branda sobre o assunto, então, se torna melhor para o povo, para o futuro da internet e da cultura como um todo. Porém, se torna um insulto às grandes empresas que valorizam mais as suas patentes do que os direitos humanos dos consumidores e usuários da internet.

¹ Torrent: Tecnologia utilizada para trocas “ponto a ponto” de arquivos.

Pirataria é algo que ocorre de diversas maneiras desde o inicio das civilizações, e a internet é uma tecnologia aceita mundialmente como ela é. Nenhum dos dois será jamais eliminado por completo. A proibição da troca de arquivos e a punição severa aos que a desrespeitarem não é o caminho. Veremos quanto tempo levará até o assunto ser tratado de forma madura e humana, e não de forma egoísta, radical e agressiva.

Referências: Daily Finance, http://www.dailyfinance.com/2009/10/23/worlds-toughestanti-piracy-law-french-high-court-upholds-thre/ Acesso em: 05/12/2009. Às 00:30. Ebook Grátis, http://ebooksgratis.com.br/informacao-e-cultura/noticiasbrasil-pode-ter-sua-propria-lei-sarkozy/ Acesso em: 05/12/2009. Às 00:31. P2PNet News, http://p2pnet.multibox.be/story/31871 Acesso em: 05/12/2009. Às 00:31. ThePirateBay, http://thepiratebay.org/torrent/3951349/Steal_This_Film_II.Xvid.avi Acesso em: 05/12/2009. Às 00:33.

Related Documents