UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - UNICAMP CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLOGICA – CESET TECNOLOGIA EM SANEAMENTO AMBIENTAL Roteiro de aula prática: ST107 – BIOLOGIA APLICADA I Professor responsável: Cassiana Maria Reganhan Coneglian Tecnólogas: Adria , Anjaína, Josiane CULTIVO E CONTROLE DE MICRORGANISMOS 1. CULTIVO DE MICRORGANISMOS Para o cultivo de microrganismos em condições laboratoriais é necessário o conhecimento de suas exigências nutricionais e das condições físicas requeridas. Quando as bactérias e outros microrganismos crescem em meios de laboratórios, dá-se o nome de cultura. Existe uma variedade de técnicas através dos quais os microrganismos podem ser cultivados e isolados em laboratórios. Os microrganismos podem ser cultivados em meios sólidos ou líquidos 1.1. Semeadura em placa de petri contendo meio sólido A semeadura dos microrganismos pode ser realizada por: - Estrias: flamba-se a alça de platina no bico de Bunsen, depois de esfriada, introduz-se a alça no tubo ou placa contendo o microrganismo e retira-se um pequeno inóculo. Introduz-se a alça de platina na placa e desliza-se a mesma em vários sentidos sobre a meio de cultura sólido. - Por ponto: com um fio de platina flambado no bico de Bunsen, coleta-se um pequeno inóculo do microrganismo e introduz o fio no centro da placa de petri contendo o meio de cultura sólido. - Por espalhamento: com o auxílio de uma pipeta estéril retira-se 0,1 mL de uma cultura de microrganismo e coloca-se em uma placa de petri contendo meio de cultura sólido. Flamba-se a alça de Drigalsky em álcool e fogo e espalha-se por toda a superfície da placa. 1.2.Semeadura em meio de cultura líquido Com uma alça de platina previamente flambada retira-se um inóculo de microrganismo contido em placa ou tubo de cultura e transfere-se para o tubo de cultura contendo meio líquido. 1.3.Protocolo de aula prática a) Semeadura por estrias em placa de petri Material: placa de petri contendo o meio PCA, alça de platina e inóculo microbiano. Metodologia: Flambar a alça de platina na chama, esperar esfriar. Abrir parcialmente a placa de petri atrás da chama do bico de Bunsen e fazer as estrias em vários sentidos. Fechar a placa de petri e flambar novamente a alça de platina. Incubar a placa na estufa bacterilógica. b) Semeadura em meio líquido em tubo de cultura Material: tubo de cultura contendo caldo lactosado, alça de platina e inóculo microbiano.
Metodologia: Flambar a alça de platina na chama e esperar esfriar. Introduzir a alça no tubo contendo o inóculo microbiano e transferi-lo para o tubo de cultura com caldo lactosado, flambando sempre a boca do tubo. Fechar o tubo e flambar novamente a alça de platina. Incubar o tubo em estufa bacteriológica.
2. PRESENÇA DE MICRORGANISMOS DO AR A população microbiana do ar é transitória e variável, pois o ar não é um meio no qual possam crescer os microrganismos, mas é portador de poeiras e gotículas que podem estar carregadas de microrganismos. Eles podem ser carregados nas partículas de pó, em grandes gotas de se sedimentam rapidamente e em núcleos de gotas que resultam na evaporação de pequenas gotas líquidas. Os organismos introduzidos no ar podem ser transportados ao longo de poucos centímetros ou muitos quilômetros. Alguns microrganismos transmitidos pelo ar morrem em questão de segundos, outros porém sobrevivem por semanas, meses e até anos A presença de microrganismos no ar hoje é assunto de extrema importância quando se refere a áreas hospitalares, como: centro cirúrgico, incubadoras, berçários, unidades de tratamento intensivo, lavanderias, consultórios médicos, odontológicos e clínicas veterinárias. Além de ambientes de grande concentração de pessoas, provenientes de lugares distantes e variados, aeroportos, rodoviárias, estações de trem, metrôs, podendo ser incluídos os portos marítimos e fluviais. Existem vários métodos de monitorização microbiológica do ar, como a contagem de Unidades Formadoras de Colônias - UFC/m3 de ar obtido por aspiração, contagem de UFC por deposição de colônias em placas, contagem ao microscópio. A coleta passiva por deposição de microrganismos em placas de petri depende da contaminação pela ação da gravidade, sendo afetada pelo tamanho e forma das partículas, fluxo de ar, tempo de exposição, local onde as placas são expostas e apresenta dificuldade de estimar dados quantitativos. 2.1. Protocolo de aula prática Material: placa de petri contendo o meio Sabouraud. Método: Escolher o local (sala de aula, banheiro, cantina, biblioteca, sala dos professores). Levar a placa contendo o meio fechada até o local desejado, abri-la e deixá-la por 15 minutos exposta ao ar. Fechar e incubar. 3. CONTROLE DE MICRORGANISMOS - AÇÃO DE AGENTES DESINFETANTES Vários agentes químicos e físicos podem ser utilizados para manter os microrganismos em níveis aceitáveis. A escolha do melhor agente depende em parte se você quer destruir ou remover todos os microrganismos presentes, destruir somente certos tipos ou simplesmente prevenir a multiplicação daqueles microrganismos já presentes. O método da escolha depende ainda da natureza do agente e também do tipo de material que contém os microrganismos que está sendo tratado. O controle de microrganismos está diretamente ligado as condições sanitárias de uma população. Os cuidados diários tais como, purificação da água, a pasteurização do leite, a preservação dos alimentos, práticas sanitárias utilizadas no lar e em hospitais, fornecimento de medicação eficaz na eliminação de microrganismos patogênicos, concorrem para o controle das populações microbianas. As principais razões para se desenvolver o controle dos microrganismos são: prevenir a transmissão
de doença e infecção; prevenir a contaminação ou crescimento de microrganismos patogênicos; prevenir a deterioração e danos de materiais por microrganismos. Substâncias que matam os microrganismos ou previnem o seu crescimento são chamadas de agentes antimicrobianos.
3.1. Protocolo de aula prática Material: placas de petri contendo o meio PCA, cotonetes, água peptonada, barbante, substâncias desinfetantes (sabonete bactericida, gel bactericida, polvidini, sabonete protex, sabonete com emxofre). Método 1 (presença de microrganismos no corpo) a) Pegar um cotonete estéril e introduzi-lo no tubo contendo água de diluição. b) Passar este cotonete sobre a mão suja (no meio dos dedos, embaixo do anel) a fim de coletar as bactérias constituintes da flora normal da mão. c) Com o cotonete fazer estrias na placa com PCA. d) Lavar bem as mão com uma das substâncias desinfetantes. e) Com o outro cotonetes embeber novamente na água de diluição e novamente passar o cotonete nas mãos, agora limpas. f) Fazer estrias na outra placa. g) Incubar ambas as placas em estufa bacteriológica por 24 - 48 horas e observar os resultados. Método 2 (ação de substância desinfetantes sobre objetos) a) Com o auxílio de uma pinça esterilizada colocar dois pedaços de barbante em um tubo de cultura contendo o inóculo microbiano. b) A seguir colocar um destes barbantes em uma na placa de petri contendo PCA. c) O outro barbante deverá ser mergulhado na solução desinfetante. d) A seguir transferi-lo para a placa de petri contendo meio PCA. e) Incubar as placas por 24 horas e observar o resultado.