Boletim Técnico Abs Global Inc - Março 2009

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Boletim de Serviços Técnicos ABS Global Estratégias para aumentar a detecção de cios O sucesso reprodutivo é um dos fatores críticos que determina o fluxo de leite e de reposição de novilhas em qualquer leiteria. Obviamente, para que um programa reprodutivo tenha sucesso, a maioria dos fatores de manejo do rebanho precisa interagir de maneira correta, desde a condição nutricional e sanitária, até a técnica de inseminação artificial e a detecção de cio. Infelizmente, entre esses fatores está a baixa taxa de detecção de cio, que representa um dos principais problemas que afetam a eficiência reprodutiva de rebanhos comerciais. A taxa de detecção de cios também é conhecida como a taxa de submissão à inseminação e, na verdade, representa a porcentagem de vacas aptas a serem inseminadas (que passaram pelo período de espera voluntário e que se deseja inseminar) e que foram de fato inseminadas durante um período de 21 dias independente de terem sido inseminadas após observação de cio ou em um programa de inseminação artificial em tempo fixo (IATF). Isto quer dizer que a combinação eficiente de uma ótima detecção visual de cio combinada ao uso estratégico da IATF representam uma oportunidade essencial para aumentar a taxa de detecção de cios e as chances de prenhez do rebanho. Em geral, os pontos a serem melhorados para o aumento da detecção de cios estão associadas à técnica utilizada no procedimento, ao estado de saúde do rebanho, ao ambiente no qual as vacas expressam cio e ao sistema geral de manejo reprodutivo.

Março 2009

Dr. Hernando Lopez Diretor da Equipe de Administração de Contas Empresariais América Latina - ABS Global

cio. É sabido que a maioria da atividade de cio ocorre no início da noite e de manhã cedo. Esse conceito não se aplica para algumas leiterias. Sem dúvida, em leiterias com sistemas de manejo mais intensivos (múltiplas ordenhas, múltiplos períodos de alimentação, movimento e manipulação de animais pelos currais) tem-se observado que a expressão de cio ocorre praticamente em qualquer momento. O problema é que a vaca "moderna" tende a expressar cios mais curtos e menos intensos tornando a detecção de cios mais complicada. Por essas razões, a recomendação é a observação das vacas tantas vezes quanto seja possível em intervalos de 6-8 horas (três ou quatro vezes por dia é o ideal) ou usar instrumentos eficientes para a detecção de cios. Em geral, durante os períodos de alimentação e ordenha a expressão de cio é limitada, assim como durante períodos de temperatura e umidade altas. Por outro lado, há registros de que durante o movimento dos animais (de ida ou de volta da ordenha ou durante as trocas de currais) a expressão de cio aumenta.

Pontos importantes a serem considerados no manejo e nas instalações da propriedade: - Estabeleça um procedimento padrão de operação: É necessário estabelecer claramente e comunicar o pessoal encarregado quais são os procedimentos a serem seguidos na detecção de cios. Essa comunicação (de forma escrita e visível) deve incluir, no mínimo, quem são os responsáveis pela detecção dos cios, onde deve ser realizada, por quanto tempo e com que frequência, que características para a detecção de cios estão sendo consideradas, como aplicá-las e como interpretá-las e ainda o que fazer quando a vaca é detectada em cio. - Utilize registros: É importante manter as informações do rebanho atualizadas e, mais do que isso, é necessário poder confiar nessas informações, para que a tomada de decisões sobre a inseminação seja correta. A informação mínima a que se deve ter acesso durante a detecção de cios deve incluir o número de dias pós-parto da vaca e o cio ou inseminação anteriores. É importante relatar todo o período de cio independente de a vaca ter sido inseminada ou não. Essa informação é valiosa na tomada de decisões de futuras inseminações. Além disso, o uso de registros confiáveis ajuda a gerar uma lista de vacas "potencias" (aquelas que estiveram em cio 18-24 dias atrás) que podem ser avaliadas em mais detalhes. - Otimize o tempo de observação: Observe as vacas em momentos e locais onde haja maior probabilidade de expressão de

- Ofereça um piso com superfície adequada: Um piso com superfície confortável e com boa aderência permite que as vacas se sintam mais seguras para procurar as companheiras que estejam em cio, montá-las e permitir que as outras as montem. Os currais com piso de terra quando bem manejados (secos, com superfícies macias, sem áreas de compactação e livres de pedras) oferecem um excelente ambiente para a expressão de cios. Os currais com piso de concreto apresentam um ambiente mais adverso para a atividade de monta. O cimento liso, úmido e com baixa aderência faz a vaca se sentir insegura e diminuirá sua atividade de monta. Os pisos de concreto seco e com ranhuras fornecem uma superfície segura para a expressão de cio. 1

continuação da página 1

Se for necessário, palpe as vacas para verificar a presença de tônus uterino e a presença de muco na vagina. Lembre-se: um bom técnico detector de cios não é aquele que detecta e insemina mais vacas em cio, mas sim aquele que insemina mais vacas que realmente estavam em cio. Pontos importantes a serem considerados no sistema de manejo reprodutivo:

- Evite a superpopulação dos galpões: As vacas precisam de espaço suficiente para interagirem entre si e expressarem cio. Em instalações com superpopulação, além de se criar um ambiente com espaço físico limitado para a atividade de monta, cria-se também um alto grau de estresse devido à constante competição por comida, água e espaço para as vacas de deitarem. Sob estas condições, a atividade de cio é afetada de maneira drástica.

- Controle a variação de dias em lactação em relação à primeira inseminação: É comum encontrar leiterias em que as vacas (mais de 20%) recebem a primeira inseminação com mais de 100 dias em lactação. Estas são vacas elegíveis para serem inseminadas, mas que por alguma razão não foram detectadas ou não expressaram cio. Para evitar isso, estabeleça uma meta de dias em lactação para a qual a grande maioria das vacas (ao menos 95%) receba a primeira inseminação. A incorporação de um protocolo de inseminação artificial em tempo fixo garante a taxa de submissão ou de inseminação do rebanho.

- Minimize os problemas de cascos: Vacas com os cascos em más condições não montam e não permitem serem montadas por outras vacas. O tratamento imediato dos animais com problemas nos cascos, bem como o estabelecimento de uma rotina para a identificação e monitoramento da incidência de laminite no rebanho (avaliação do aparelho locomotor) são estratégias básicas para aumentar a saúde das vacas e aumentar a atividade de monta. Também é crítico minimizar o tempo de em que as vacas estão em pé em superfícies de concreto (o que é associado ao tempo de ordenha, número de ordenhas e grau de conforto das camas), bem como os demais fatores de riscos de laminites. - Utilize ferramentas extras para a detecção de cios: O uso de artifícios extras para a detecção de vacas em cio tem sido amplamente difundido na indústria. A maior parte dessas ferramentas se baseia na identificação de alguma mudança de comportamento da vaca em cio, como, por exemplo, a atividade de monta e aumento da circulação das vacas pelo galpão. Uma das ferramentas utilizadas com mais sucesso para a detecção de cios é a aplicação de uma marca de giz (CHALK) apropriado na base da cauda da vaca, que quando recebe a monta apaga a marca feita com o giz. Existem algumas condições mínimas para que essa técnica funcione. A mais importante delas é que se aplique o giz em todos os animais com possibilidade de entrar em cio todos os dias. Esse contato diário com todas as vacas é que cria a possibilidade de detecção dos cios. Se as observações não forem diárias (e isso se aplica a todos os sistemas de detecção de monta como o Kamar®, por exemplo) não se saberá quando a vaca entrou em cio e não se poderá inseminar ou se irá inseminar sem critério, tornando as probabilidades de prenhez mínimas. Outras condições para que o uso da técnica com o giz tenha sucesso são as técnicas de aplicação (quantidade de giz, tamanho e espessura da marca) e interpretação, o que depende por sua vez, das instalações (currais com piso de terra ou de concreto). - Utilize todas as informações disponíveis: Use todas as informações à disposição para tomar a melhor decisão possível. Algumas vacas são relativamente fáceis de serem identificadas em cio, enquanto outras são mais difíceis e requerem uma pesquisa mais profunda. Nesse caso, além dos sintomas primários e secundários de cio, utilize as informações disponíveis nos registros e aquelas obtidas com as ferramentas de detecção de cios.

- Faça o diagnóstico de gestação precoce e reconfirme-o: A identificação rápida de vacas que não ficaram prenhes após a inseminação e daquelas que perderam a gestação de forma precoce é uma estratégia crítica para aumentar a taxa de submissão. Essas vacas devem ser rapidamente incorporadas ao grupo de vacas elegíveis à inseminação através do uso de uma estratégia de recolocação das vacas no protocolo de sincronização. - Reinicie o protocolo ou ressincronize: Vacas com diagnóstico negativo de gestação devem ser colocadas imediatamente no grupo de vacas elegíveis para inseminação. Com os protocolos atuais, a grande maioria (ao menos 95%) das vacas diagnosticadas vazias devem ser inseminadas novamente dentro de dez dias após o diagnóstico de gestação. Esta recolocação rápida das vacas vazias no grupo de inseminação aumenta a chance de prenhez das vacas na fazenda. Em geral, a combinação eficiente de práticas de manejo que promovam a expressão e a detecção de cios aliada ao diagnóstico de gestação precoce, aumentam as possibilidades de inseminação a curto prazo. Esta é a melhor estratégia para aumentar as chances das vacas elegíveis à IA na leiteria serem inseminadas e tornarem-se prenhes no menor intervalo de tempo possível.

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O estabelecimento e a implementação de um protocolo de manejo de partos na leiteria é um fator crítico para a manutenção e o desenvolvimento de vacas e bezerras saudáveis e produtivas. Em geral, as leiterias que têm protocolos em que se dá a devida importância à fisiologia da vaca no momento do parto, têm taxas mais baixas de mortalidade de bezerros e um período de transição mais curto entre o parto e a lactação. O sucesso de um programa de manejo de partos depende diretamente da qualidade do treinamento que os funcionários responsáveis tenham recebido. Um treinamento prático de assistência ao parto para os funcionários deve ser realizado tanto no local em que se utiliza como maternidade, quanto na sala de aula com um treinamento teórico, para que os conceitos básicos de fisiologia e as técnicas de assistência ao parto sejam bem empregados.

Dr. Fernando Cavazos Garcia Serviços Técnicos ABS México

Apresentação anormal do bezerro (qualquer posição diferente de membros anteriores e cabeça à frente). Parto múltiplos - é necessário retirar uma cria.

A assistência ao parto é necessária dentro das seguintes circunstâncias: Membranas fetais visíveis por mais de duas horas com contrações suspensas. Esforço para parir por mais de 30 minutos sem progresso visível. Ausência de contrações uterinas por mais de 20 minutos sem razão aparente. Sinais visuais de estresse severo com a vaca e/ou a cria como: Presença de sangue ao redor da área anal da vaca. Presença de sangue nas membranas fetais e/ou no líquido amniótico. Evidência de placenta desprendida (presença de cotilédones). Língua do bezerro com coloração arroxeada ou azul escuro e sem reflexos. Presença de "mecônio" (de cor amarela) no bezerro e/ou no líquido amniótico.

O protocolo de assistência ao parto deve estar disponível e ser seguido tal como está indicado, especialmente quando os sintomas de estresse são visíveis na cria ou na vaca. Este protocolo pode incluir o contato com o veterinário para uma possível cesariana ou com o encarregado do turno. O treinamento de funcionários é um fator crítico para o sucesso de qualquer protocolo de partos.

O acesso a blocos "tampão" diminui a severidade da acidose subclinica Existem diferentes graus de acidose ruminal. A acidose aguda é definida como a condição em que o pH ruminal fica abaixo de 5 a 5,2, enquanto a acidose ruminal subclinica apresenta pH ruminal de aproximadamente 5,2 a 5,6. As perdas econômicas associadas à acidose ruminal subclinica têm sido estimadas em cerca de US$ 1,12 por vaca por dia e são devidas principalmente à diminuição na produção de leite e ao aumento na taxa de descarte das vacas. A incidência desta condição é de cerca de 20% do rebanho, de acordo com os resultados de ruminocentese em rebanhos comerciais nos Estados Unidos.

Felipe Arias Serviço Técnico ABS

Além disso, as vacas com acesso aos blocos tiveram períodos mais curtos com o pH ruminal abaixo de 5,6 (4,1 horas vs. 9,7 horas) ao dia comparadas com vacas sem acesso aos blocos. Neste estudo, os blocos continham 55% de melaço, 40% de bicarbonato de sódio e 5% de óleo vegetal hidrolisado. Este estudo demonstra, como muito outros, que o uso de blocos ou sais tampão (que contenham bicarbonato de sódio) promovem uma barreira de segurança nos casos de variações severas das dietas. J. Dairy Sci. 88:3633-3639.

Como se pode evitar esta condição? Um estudo da Universidade de Wisconsin, nos EUA, relatou que o uso de blocos "tampão" diminuem a severidade da acidose ruminal subclinica. Neste estudo, vacas com acesso a blocos tampão tiveram menos quedas drásticas no pH ruminal (0,2 unidades de pH vs. 0,6 unidade de pH) quando foram expostas a um desafio de acidose ruminal do que vacas sem acesso ao blocos. ©2009 ABS Global, Inc. - 1525 River Road, DeForest, WI 53532 - Tel: 608-846-1427 - Fax: 608-846-6459 - [email protected]

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Maior conforto = Mais leite! É comum reconhecer que existe uma relação direta entre o tempo em que as vacas estão confortavelmente deitadas e a produção de leite. Um estudo realizado pelo Instituto Miner em Chazy, estado de Nova York (http:://www.whminer.com/) relatou uma relação linear entre estes dois fatores. Os autores encontraram um aumento de ~1,6 kg de leite por vaca por dia, por hora extra de descanso recebido. Vale lembrar que o tempo necessário para descanso e alimentação é crítico e deve estar entre 60 e 80% das 24 horas do dia. As vacas que fazem parte das 10% melhores produtoras do rebanho precisam de até 14 horas por dia para estas atividades.

Como se pode aumentar o tempo de descanso das vacas? Otimize os tempos de ordenha: lembre-se que o "tempo de ordenha" para efeito de avaliação de conforto começa quando a primeira vaca sai do seu galpão e vai para a sala de ordenha e termina quando a última vaca retorna ao seu respectivo galpão após a ordenha. Este tempo se multiplica pelo número de ordenhas diárias. Independente do número de ordenhas, o tempo total ideal não deve ser superior a 3 horas.

Evite a superlotação dos galpões: está comprovado que o aumento da disponibilidade de camas aumenta o tempo de uso das mesmas. Dados do Instituto Miner relatam que o

Dr. Alberto González Serviço Técnico ABS México

tempo de uso de camas é diminuído drasticamente quando há índices de superpopulação superiores a 110%. Avalie o modelo e o tamanho das camas: é comum observar que o uso das camas está limitado porque suas dimensões e/ou a altura dos separadores tubulares entre as camas não estão adequados para a altura do pescoço e do peito das vacas. Ofereça uma superfície de cama confortável: o material da cama deve ser confortável, em quantidade suficiente e estar seco. Em geral, camas feitas com serragem ou areia devem ser limpas duas vezes ao dia com a remoção e substituição do material ao menos uma vez por semana. Em caso de galpões de terra, estes devem estar com a superfície livre de áreas compactadas, secos e sem pedras.

Evite o tempo excessivo com a retenção das vacas na saída da ordenha: limite todas as atividades em que haja a necessidade de se manter as vacas após a ordenha (manejo reprodutivo, vacinações, tratamentos) a períodos máximos de 45 minutos por dia.

Na ABS, contamos com o CowSigns®, uma ferramenta prática que ajuda o produtor a identificar pontos a serem melhorados e a monitorar o progresso das atividades de rotina na leiteria, como os tempos de ordenha e o conforto e o uso das camas. Para maiores informações entre em contato com seu representante ABS Global (http://cowsigns.com).

Un Servicio de ABS Global, Inc.

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