18 de j u lho de 2008
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Os primeiros solistas do Ballet Bolshoi da Rússia, Natalia Osipova e Andrey Bolotin, encarnam Kitri e Basílio, na “Grande Suíte do Balé Dom Quixote” Nos bastidores, Nina Speranskaya coordena os bailarinos que estarão no
Damir Yusupov/Divulgação/ND
26o Festi va l de Da nç a de Join v ille
nilson bastian/ND
Caderno Especial
palco na Noite de Gala Luiza Yuk, da Cia. Jovem da Escola do Teatro Bolshoi, e Luciana Voltolini, que passou pela escola de Joinville e hoje está no Boston Ballet, interpretam as amigas de Kitri
A Noite de Gala, domingo, dá nova oportunidade para se ver de perto nomes expressivos da dança gráfica de Moscou, em 2004, e desde então, é bailarina do Teatro Bolshoi. Numa ascensão meteórica, em 2006 se tornou solista e em 2008 é a primeira solista do Teatro Bolshoi e multipremiada mundialmente. Já Andrey Bolotin concluiu seus estudos de balé em 1996, também na Escola Coreográfica de Moscou. Desde então, trabalha no Teatro Bolshoi. Andrey esteve no Brasil, em 2000, para a inauguração da Escola do Teatro Bolshoi. Na ocasião, com outros solistas do Bolshoi, apresentou um “Divertissement”. Mas, o brilho das estrelas não se restringe ao linóleo. Nos bastidores da Noite de Gala terão, ainda, uma das maiores bailarinas do Ballet Bolshoi nas últimas décadas, Nina Speranskaya, que encerrou sua carreira há sete anos, em Joinville, com uma inesquecível “A Morte do Cisne”. Nina vai coordenar a apresentação da Noite de Gala, com a responsabilidade de organizar os mais de 100 alunos e ex-alunos da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, além dos solistas do Teatro Bolshoi da Rússia. nilson bastian/ND
O
Festival de Dança de Joinville há muito virou uma constelação. Nos dez dias de apresentações, oficinas, cursos, seminários e outros eventos paralelos, a cidade atrai não só estudantes ávidos por novidades e profissionais em busca de aperfeiçoamento. Migram para cá, como aves raras, também grandes estrelas, que fazem o palco do Centreventos Cau Hansen um céu infinito de astros e estrelas. Neste ano, além dos solistas do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a “pequena notável” Cecília Kerche e Marcelo Misailidis, que mostraram um belo “O Lago dos Cisnes”, quarta, outros nomes brilharão e abrilhantarão a “festa das sapatilhas”. Os destaques internacionais são os russos. Os primeiros solistas do Ballet Bolshoi da Rússia, Natalia Osipova e Andrey Bolotin, que neste domingo (20), às 20 horas, na Noite de Gala, encarnam Kitri e Basílio, na “Grande Suíte do Balé Dom Quixote”. Natalia Osipova é formada pela Escola Coreo-
Fúria das Ruas, tricampeão em dança de rua, se apresenta no último dia da mostra competitiva
Entre os grupos locais classificados para o 26o Festival de Dança, o destaque é para Fernando Lima, único a classificar três trabalhos na categoria avançada, nas modalidades jazz conjunto, com “Into the Light”; dança contemporânea (solo feminino), com “Cidadão de papel”; e dança contemporânea (trio), com “Uma mesa para três”. Também representam a cidade-sede do festival, o grupo de dança da Escola Municipal Lauro Carneiro de Loyola; o grupo da Academia Corpo Livre; a escola Municipal de Ballet da Casa da Cultura; o Join Dance e o tricampeão de dança de rua conjunto avançado, Fúria das Ruas.
Iran Correia/Arquivo/ND
Sergio Almeida H
[email protected]
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Programação
Dança de rua – Solo masculino (avançada) H Cia. Independente Street (RJ) – A Morte do Senhor da Guerra H Versátil Cia. de Dança (SP) – Movimento Reversível H Grupo Dance & Concept (PR) – Anatomia Musical Dança de rua – Trio (júnior) H Grupo de Dança Andréia Mendes FCT (SC) – Simetria Dança de rua – Duo (sênior) H Cia. de Dança Garopaba Atitude (SC) – Disputa de Egos Dança de rua – Trio (sênior) H Grupo Street Extreme (PR) – Desconstrução Dança de rua – Duo (avançada) H Cia. de Dança Garopaba Atitude (SC) – Insistência H Grupo Mery Rosa (SC) – Bipolar Dança de rua – Trio (avançada) H Utopia Cia. de Dança (PR) – Red H Aníbal Dance (SC) – Free Fusion H Estímulo Centro de Arte e Movimento (RS) – Feminiu Dança de rua – Conjunto (júnior) H Grupo de Dança Andréia Mendes FCT (SC) – “O Brincar” É um Espelho de Mim...
Dança de rua – Conjunto (sênior) H Grupo de Dança Gahp Jr (SC) – Fim da Linha H Cia. de Dança Paulo Cezar Ramos (SC) – My Guetto H Cia. de Dança Kahal (SP) – Dançarinos Urbanos H Grupo Hiop Hop Soul (SC) – Urbanos H Grupo de Dança Millennium (SC) – Hapiness Dancing
De simples espectadores, aqueles que foram ver a dança na Nereu Ramos aproveitaram e experimentaram a emoção de estar no palco
Mostra de dança contemporânea Onde: Teatro Juarez Machado Horário: 22h
Rosana Rosar H
[email protected]
H Meio Artistas Associados – Revê(Fe)Rências Palcos abertos H Feira da Sapatilha, no Expocentro Edmundo Dowbrava - 11 às 12h; 13 às 13h30; 14 às 15h30; 16 às 17h30 H Hospital Regional – Boa Vista – 14 às 15h H Sec. de Desenvolvimento Regional - Centro - 17 às 18h H Praça Nereu Ramos – Centro – 12 às 13h; 13h30 às 14h30; 15 às 16h; 16h30 às 17h30 H Shopping Americanas – Anita Garibaldi – 13 às 14h; 17 às 18h H Shopping Cidade das Flores – Centro – 15 às 16h; 16h30 às 17h30 H Shopping Mueller – Centro – 11h30 às 12h30; 15 às 16h; 17h30 às 18h30 H Supermercados Giassi – América – 17 às 18h
Mostra contemporânea
Coreografia Revê(Fe)Rências, dos mineiros Meio Artistas Associados
Anna Maria Lebsa não resistiu e acabou “nos braços” do coreógrafo
Desde pequenos •
EXPEDIENTE Coordenação e edição: Lorení Franck. Reportagem: Cleiton Bernardes, Mariana Pereira, Sérgio Almeida e Rosana Rosar. Fotografia: Iran Correia, Joyce Reinert e Rogério Souza Jr. Revisão: Solange Silva. Diagramação: Marcelo Duarte.
Eduardo Sales Torel, 5 anos, estava curioso com a aula de dança no palco da Nereu Ramos. Ele sentou na rampa, observou, deitou, brincou e depois foi buscar a mãe no palco. A dona-de-casa Elisabeth Sales, 41 anos, trouxe o filho para acompanhar a irmã que se apresentou com a coreografia de dança russa, do Ballet Elisa, de São Bernardo do Campo. Do lado dele, se divertindo com o espaço da rampa, estava a pequena bailarina Luma Corral, 6 anos. Ela também veio assistir as apresentações da irmã e conhecer Joinville.
rogério souza jr./ND
Dança contemporânea – Conjunto (avançada) H Academia Natura Essência (SP) – A Flor da Pele H Dança Masculina Jair Moraes (PR) – Fronteira em Volume H Grupo Finac (SP) – Corpovisorio H Balé Marta Bastos (RJ) – Banana Café H Grupo de Dança Roseli Rodrigues (SP) – Pari Passu H Art & Dança (RS) – Isoglócia
H Grupo de Dança Elizabeth Konde (SC) – Síntese H Studio de Dança Patrícia Marques (AM) – A Turma do Bairro
Debora Amorim/Divulgação/ND/ND
Mostra competitiva Onde: Arena do Centreventos Horário: a partir das 19h
uem passou pel praça Nereu Ramo ontem ao meio-dia foi surpreendido pel música e dança. O horário de almoç dos comerciantes do centro da cida de e o sol radiante em pleno invern fizeram com que as 150 cadeiras d plástico disponíveis não fossem sufi cientes para que o público sentass e acompanhasse as coreografias do grupos. Muita gente ficou de pé, atrá das cadeiras, sem a cobertura d grande tenda branca montada duran te a semana. Na primeira intervenção d dia, parte dos espectadores nem pre cisou mesmo se sentar. E essa é a novidade para o palcos abertos deste ano. Sylvio Lem gruber, coreógrafo do quadro telev
Cu
mo do Nordeste grupo de danças Artur Garcez, re é um estudioso parou uma core Neste sábado o coreografia “Na do Nordeste. “Va apresentação do de “Coco do Zim
os mvi-
Sem vergonha
Coreógrafo Sylvio Lemgruber orientou quem se aventurou na dança
Quando a Mostra de Dança Contemporânea foi criada, o objetivo era apresentar, em um palco alternativo, o que de vanguarda havia na criação em dança no País, em linguagens e idéias inovadoras, rompendo os limites técnicos e estéticos desta arte. Sete anos depois, consolidada como uma das grandes atrações do evento, essa vanguarda chega aonde a dança se transmuta pelo espaço que ocupa, apagando a linha ora tênue, ora quilométrica, que separa
artista e platéia. O caráter não-competitivo ressalta o seu objetivo maior, de valorizar novas referências conceituais de espetáculo, além de contribuir para a formação de uma platéia diferenciada para a dança contemporânea no Brasil. Nesse sentido, o Festival de Dança traz, este ano, seis grupos que apontam para novos caminhos para a dança contemporânea no Brasil. Este ano, a mostra rompe os limites do Teatro Juarez Machado
e segue para espaços alternativos. Para o palco do Juarez Machado vêm as companhias Luis Arrieta (SP), Riscas Cia. de Dança de Ribeirão Preto (SP), MEIO Artistas Associados, de Belo Horizonte (MG) e Cia. Borelli (SP). Já a Ney Moraes Grupo de Dança, de Caxias do Sul (RS), terá como palco a Cidadela Cultural Antarctica, e a Gaia-Dança Contemporânea, de Porto Alegre (RS), apresenta-se na casa noturna Moom Art n´Music.
Dançarino exibe habilidades em uma batalha
Cleiton Bernardes/ND
ultura nordestina • O regionalis-
brasileiro estará presente na apresentação do s populares do Colégio Marista de Natal (RN). esponsável pelos 15 bailarinos da companhia, da cultura nortista e conta que o grupo preeografia especial para esta dição do festival. grupo participa da mostra competitiva com a batida do Ganzá” e retrata todo o regionalismo amos retratar a cultura brasileira”, ressalta. A os bailarinos do Colégio Marista é uma releitura mbê”. (Cleiton Bernardes)
Cíntia Bracht/Divulgação/ND
Gaia-Dança Contemporânea terá palco em casa noturna
provar para mim mesma que podia”, comemorou Anna. Após a aula, um grupo de sapateado do Ballet Elisa, de São Bernardo do Campo, apresentou uma coreografia a caráter de dança russa. Até o fim da tarde, 49 coreografias passaram pela praça. Os palcos alternativos da Nereu Ramos, dos shoppings, hospitais e fábricas são uma oportunidade para quem não conseguiu comprar os ingressos para as apresentações do Centreventos Cau Hansen. No sábado (19), o espetáculo Dom Quixote, apresentado pela Companhia Brasileira de Ballet do Rio de Janeiro, deve lotar novamente a praça central. A primeira exibição ocorre ao meio-dia. Para quem não puder comparecer, haverá uma segunda sessão, às 17 horas.
Artur Garcez estuda a cultura do Norte do País
O Encontro das Ruas, evento voltado à cultura Hip Hop e que ressalta a arte urbana, ocorre neste fim de semana, das 11 às 18 horas, na escola Germano Tim, ao lado do Centreventos, com programação que inclui “batalhas” entre dançarinos, em cinco estilos – B. boys e B. girls, free style dance, locking, popping – e batalha de MCs (free style). Também fazem parte da programação, as batalhas de MCs, mostra de grafite e workshops. O Encontro das Ruas foi um espaço dignamente conquistado pelo Hip Hop e suas variantes, que hoje compõem o universo que também é um estilo de vida. O evento é um espaço para essa vertente, que se desdobra em tendências e estilos. Na parte de grafite, grafiteiros de Rio a São Paulo vêm mostrar a sua arte.
No Festival há cinco anos O Encontro das Ruas foi criado nos moldes de um evento similar, cuja primeira edição foi promovida por integrantes do movimento Hip Hop de Joinville, há cinco anos, mas
hoje é organizado pelo dançarino Ice Man, do grupo Fúria das Ruas de Joinville, mas morando em Curitiba, e pelo B-Boy Tiago, do Super Star BBoy, também de Curitiba.
Joyce Reinert/Arquivo/ND
do e-
sivo Dança dos Famosos, e os professores e alunos da academia Andança Fitness chamaram todo mundo para dançar passos mais simples e de samba de gafieira no palco. Isso acontecerá nos palcos abertos de toda a cidade durante os próximos dias. O espaço da praça foi tomado por dançarinos de todas as idades, incluindo aqueles de primeira viagem. A aposentada Anna Maria Lebsa, 59 anos, ficou com receio de participar, mas não resistiu ao convite do coreógrafo. “Foi maravilhoso, principalmente pela mensagem que ele passou”, contou. Sylvio propôs que o público não se preocupasse com a opinião alheia e dançasse livremente. “Eu estava com aquela barreira sobre o que os outros iriam pensar, mas quis
Fotos Rogério Souza Jr./ND
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JOINVILLE, SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO DE 2008
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JOINVILLE, SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO DE 2008
Haroldo Marinho
Beleza
A bela jornalista Emilin Schmitz desfilando pelos corredores do Centreventos Cau Hansen
Começou a festa da dança em Joinville com uma apresentação primorosa do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Cerca de 70 bailarinos deram seu recado, abrindo com pompa o festival. Destaque para a sempre maravilhosa Cecília Kerche, que sabendo dos inúmeros bailarinos na platéia, em alguns momentos provocava a ovação. Uma pena que esta possa ser a última apresentação de Cecília no evento. Foram merecidos os calorosos aplausos durante toda a apresentação de “O Lago dos Cisnes”.
Fotos Max Schwoelk/Divulgação/ND
Max Schwoelk/Divulgação/ND
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Sensação de dever cumprido. Foram sete anos de crescimento e consolidação do evento. Estou muito feliz. Prefeito Marco Tebaldi, sobre a última participação de sua gestão no Festival de Dança do Teatro Bolshoi no Brasil
Um casamento perfeito Ely Diniz, presidente do Instituto Festival de Dança, ao lado do governador Luiz Henrique, sobre os dez anos de Centreventos, dito como a casa do festival.
No espírito do festival, bailarinas do grupo de ginástica rítmica de Joinville se alongam nos corredores da Feira Sapatilha. Quem foi ao local aprovou e aplaudiu o layout arquitetônico do espaço
Frieza
Importada
Uma grande balada movimenta a noite de hoje. Na Moom, casa noturna que debuta neste festival, tem o DJ Jason Salles e live do rapper Cabal – aquele do hit Senhorita. A Moom programou sete festas exclusivas para brindar o público durante o período do festival.
Alexandre Brandão, Lojas Apolo, que marcou presença no camarote da RIC Record, conversou animadamente com Zeca Ramos, presidente da CDL e outros lojistas durante o primeiro intervalo de “O Lago dos Cisnes”. No intervalo do terceiro ato, aproveitou a deixa e tocou no assunto – corredores de ônibus – com o governador Luiz Henrique
Com um certo desdém, o público que superlotou a noite de abertura do festival, não vaiou é certo, mas também tratou de mostrar sua insatisfação com a classe política. Tanto o prefeito Marco Tebaldi, quanto o governador Luiz Henrique foram “levemente” aplaudidos. Luiz Henrique, mestre do improviso e com sua contumaz eloqüência, ainda conseguiu arranjar alguns “ooohhh”, quando citou as duas maiores divas do balé brasileiro, Cecília Kerche e Ana Botafogo.
Bombados
Como sempre ocorre na noite de abertura e nas noites especiais, além do público que aprecia a arte da dança, políticos, socialites e grande parte do empresariado joinvilense marcam presença no festival. Além do camarote da Prefeitura, todos os outros estavam abarrotados. O assunto predileto em alguns deles foi os corredores de ônibus – em função da presença de alguns lojistas – e, claro, a eleição municipal.