IMAGEM ANALÓGICA & IMAGEM DIGITAL
O OBJECTIVO
aqui é fazer uma análise comparativa entre a imagem analogica e a digital que permita traçar rumos e perspectivas na relação das pessoas com a imagem e ainda de aprofundar as questões enerentes do advento das mídias digitais.
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Introducao Segundo Jean-Paul Sartre “A imaginação ou conhecimento da imagem vem do entendimento; é o entendimento, aplicado à impressão material produzida no cérebro, que nos dá uma consciência da imagem”. Antes de tudo, é preciso compreender as diferenças entre o conceito de imagem no senso comum e o conceito filosófico de imagem. Jean-Paul Sartre entende que a imagem é diferente de uma idéia ou conjunto de idéias, pois para ele“a imagem é o pensamento do homem enquanto modo finito, e, no entanto, é idéia e fragmento do mundo infinito, que é o conjunto de idéias”. É possível perceber que a imagem também é pensamento, porém diferente de uma simples racionalização de um objeto, pois ela está carregada de significação. De certa maneira a imagem é uma representação do real. Podemos dividir o mundo das imagens em dois domínios. O primeiro é o das representações visuais, como desenhos, pinturas, fotografias e imagens televisivas (da qual vou desbruçar ). O segundo é o domínio das imagens na nossa mente. “Ambos os domínios da imagem não existem separados, pois estão implicitamnete ligados já na sua gênese. Não há imagens como representações visuais que não tenham surgido de imagens da mente daqueles que as produziram, do mesmo modo que não há imagens mentais que não tenham alguma origem no mundo concreto dos objetos visuais”. Todas essas formas de imagem são materializadas por meio de uma lógica figurativa chamada morfogênese por projeção, “o que implica sempre a presença de um objeto real preexistente à imagem. Cria uma relação biunívoca entre o real e sua imagem. A imagem se dá, então, como representação do real” PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGEM
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SARTRE, Jean-Paul. A Imaginação. Difusão Européia do livro. São Paulo, 1964, p.
IMAGEM ANALÓGICA & IMAGEM DIGITAL Imagem analogica A produção da imagem com o auxílio de uma câmera era conhecida desde o período renascentista. “O princípio de funcionamento das câmeras já era conhecido há muito tempo: a luz penetrando por um orifício da parede de um quarto escuro forma na parede oposta uma imagem invertida do objeto que estiver do lado de fora do quarto”. As chamadas “câmaras escuras” eram utilizadas por artistas, pintores, desenhistas e ilustradores para o registro da natureza, das pessoas e do mundo. “Em ambas as situações – antes e após o advento da fotografia o homem buscou destacar do mundo visível um fragmento deste, cuja imagem, tal como se formava na câmara obscura, se destinava a ser materializada sobre um dado suporte, seja na forma de um desenho, seja na forma de uma fotografia”. De acordo com os registros da época, a capacidade da fotografia procederia da sua natureza técnica, ou seja, de seu procedimento mecânico, que permite a produção de uma imagem de maneira “quase natural” sem a intervenção do homem no processo, como ocorria nas demais manifestações artísticas. Não é difícil compreender que os debates ao redor da fotografia fossem tão fervorosos, havia quem proclamasse a morte da pintura e quem dissesse que a pintura deveria se concentrar, a partir de então, na produção da ficção e não no registro da realidade,tarefa esta que ficaria por conta da fotografia. A câmara escura teve todo seu desenvolvimento tecnológico concluído até aproximadamente 1750 e seu uso foi intenso e largamente disseminado até o surgimento da fotografia, como a conhecemos hoje, o que ocorreu em meados do século XIX.
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O primeiro a tentar registrar uma imagem por meio da ação da luz foi o inglês Thomas Wedgwood (1771-1805). Antes mesmo de 1800, ele tentou sensibilizar o papel e couro com nitrato de prata, colocando-os em contato com objetos planos ou transparências pintadas e expondo-os à luz. Porém, as dificuldades que Wedgwood encontrou para fixar as imagens sobre uma superfície seriam o maior obstáculo a ser vencido por todos os que se envolveram na experimentação com a fotografia. O problema era que sem uma técnica de fixação, a imagem desaparecia em questão de minutos. O processo iniciado por Wedgwood foi concluído com sucesso pelo francês Nicéphore Niépce. As primeiras imagens produzidas necessitavam de pelo menos oito horas de exposição à luz, fato que privilegiou objetos e paisagens como os principais temas da fotografia. A fotografia surgiu como resultado da interação de processos físicos e químicos. A luz que passa pela lente atinge o negativo fotográfico e provoca uma sensibilização dos sais de prata ali aplicados, registrando assim uma imagem à semelhança do objeto fotografado. Este processo de registro de imagens é o que chamamos de fotografia analógica a fotografia analógica está fundamentada no processo físico-químico de registro da imagem, ou seja, a formação da imagem sobre a película fotográfica pressupõe a existência de um objeto referente a uma determinada realidade. As três décadas seguintes à aparição da fotografia foram um período de afirmação da técnica e da inserção da fotografia no cotidiano da sociedade. Após as paisagens e a natureza morta, a principal aplicação da fotografia foram os retratos. Vista do Boulevard du Temple, Paris. Louis Jacques Mande Daguerre, 8 8. O inventor francês Daguerre aprimorou o método fotográfico criado por Niépce, PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGEM
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apresentou a técnica à
comunidade científica européia e iniciou
a
comercialização do processo de registro de imagens fotográficas conhecido como Daguereótipo. Durante aproximadamente 150 anos a fotografia se desenvolveu por meio do uso da tecnologia analógica. Imagem digital
Porém a partir da década de 1970, com o advento da revolução da informática e com o surgimento da tecnologia de imagem digital, a fotografia ampliou as suas possibilidades de percepção, incorporando também as formas simbólicas. A tecnologia digital está baseada no processo físico-numérico, ou seja, a luz que passa pela objetiva da câmera sensibiliza um sensor eletrônico (um chip) que produz uma interpretação numérica da intensidade luminosa que o atingiu, formando assim uma imagem que é uma combinação de dados. A informática, aliada à tecnologia de imagem digital, permite que esta combina ção de dados seja alterada por meio do uso de “softwares” específicos na fase que chamamos de pós-produção. Ali a inserção de outros elementos ou a alteração
dos
componentes
registrados
inicialmente
permite
que
a
imagemamplie a sua concepção indicial, portadora de uma similaridade com a realidade, para uma concepção icônica, ou seja, a representação de alguma qualidade da imagem; ou até mesmo que adquira uma concepção simbólica, representando um contexto mais amplo do que aquele inserido no quadro fotográfico. O surgimento das imagens digitais é decorrente do processo de desenvolPROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGEM
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vimento das ciências da informação. As primeiras imagens apareceram no campo da astronomia e paulatinamente foram se expandindo para outras áreas, como a medicina, até chegarem ao uso do público em geral. O suporte de registro da imagem digital é totalmente diferente da película fotográfica. Nesse momento fica evidente a distinção entre aquilo que convencionamos chamar fotografia e essa nova forma de registro de imagens que denominamos imagem digital. Porém, outros fatores técnicos e tecnológicos também irão colaborar para o estabelecimento de semelhanças e diferenças entre fotografia química e fotografia digital. A imagem digital não faz com que apareça um novo gênero fotográfico. Na realidade, o seu processo de pós-produção se insere em qualquer gênero fotográfico e amplia as possibilidades de trabalho com a imagem fotográfica. Até então, após a sua produção, a imagem analógica era editada, recortada, retocada ou até colorizada a partir de processos manuais ou mecânicos. Agora o processo digital pode ser aplicado sobre a fotografia,desde que esta seja transformada em uma imagem digital através do escaneamento da imagem A digitalização das imagens atende a demanda dos veículos de informação que necessitam de imagens dos fatos e acontecimentos no mundo em tempo praticamente simultâneo ao seu desenrolar, ou seja, a rapidez e a facilidade de transmissão das imagens são um fator de determinação do seu formato de uso
Imagem digital é uma representação em duas dimensões de uma imagem como um conjunto finito de valores digitais, chamados pixels. A matriz é uma malha, onde cada ponto ou célula é um pixel, com um valor associado a cada ponto. PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGEM
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Esse valor é chamado de intensidade da imagem e representa alguma propriedade, como cor, tonalidade, brilho e outras, ou seja, é como se tivéssemos uma tabela de correspondência do número às várias cores. Uma das formas de representação da imagem digital é por percentagem de três cores: vermelho, verde e azul, conhecido como RGB. Portanto a imagem é guardada numa forma numérica como dados. É bastante usual a imagem digital ser comprimida. Quanto mais fina a malha for maior será a qualidade da imagem. Também quanto mais possibilidades temos de ter no número em cada pixel, maior será a quantidade de cores que poderemos colocar em cada pixel logo, maior a qualidade da imagem, e por conseguinte, maior será o seu tamanho. A primeira imagem digital foi feita por Russell Kirsch, no NBS, agora conhecido como National Institute of Standards and Technology (NIST) Imagem de rastreio e imagem Vetorial A imagem vetorial vai tentar traduzir a imagem recorrendo a instrumentos de vetores e de desenho, tipo, retas pontos, curvas polígonos simples, etc. isto associado a uma proporcionalidade de posição permite que mesmo que se estenda a área de imagem não se irá perder qualquer definição da imagem. Tem a vantagem adicional de ocupar menos espaço em termos de memória. A imagem raster tem esse problema ao se aumentar as dimensões da imagem, os pixels vão-se distribuir por uma área maior, logo tornando a imagem mais indefinida. E claro que iremos ter de guardar cada pixel. A qualidade de uma imagem digital se dará sobre dois aspectos, a quantidade de pixel por polegada (resolução da imagem), e o número de pixels na horizontal e na vertical (tamanho da imagem em centímetros). Por exemplo: Se uma imagem possui 1.000 pixels x 1.000 pixels, significa dizer que possui um milhão de pixels, ou 1M como é mais comum nas propagandas de máquinas digitais, mas isso não necessariamente quer dizer que está imagem é de alta qualidade, porque ainda falta a relação com a quantidade de pixels por polegada (DPIs) da imagem. PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGEM
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Para uma boa definição é preciso que a imagem tenha 300DPIs (dots per inch, ou, pontos por polegada), isso permite que se faça uma cópia de alta qualidade em papel fotográfico, o tamanho desta cópia (10x15 - 15x18) vai depender de quantos pixels a imagem possui na vertical e quantos na horizontal. A título de curiosidade vale ressaltar que a maior imagem digital do mundo foi criada pela empresa canadense Aperio criou uma fotografia digital com a qualidade de um Terapixel, ou seja, com um trilhão de pixels. O arquivo de imagem tem 143 GB e tem o formato BigTIFF, inventado pela companhia para a utilização em análises de exames médicos.
Formatos de ficheiros de imagem
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JPEG - Joint Photographic Experts Group A extensão em DOS é "JPG". É o formato mais utilizado e conhecido atualmente. Quase todas as câmaras dão esta opção para guardar as imagens. Arquivo muito utilizado na Internet e em multimidia, por ter uma compactação excelente, algo fundamental ao meio, e por suportar até 16.777.216 cores distintas.
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TIFF - Tagged Image File Format Arquivo padrão para impressão industrial também muito usado como opção nas câmaras fotográficas.
É um formato de arquivos que praticamente todos os programas de imagem aceitam. Foi desenvolvido em 1986 pela Aldus e pela Microsoft numa tentativa de criar um padrão para imagens geradas por equipamentos digital. O TIFF é capaz de armazenar imagens true color (24 ou 32 bits) e é um formato muito PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGEM
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popular para transporte de imagens do desktop para bureaus, para saídas de scanners e separação de cores. O TIFF permite que imagens sejam comprimidas usando o método LZW e permite salvar campos informativos (caption) dentro do arquivo. No Photoshop, use o comando File Info do menu File para preencher tais campos informativos
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GIF - Graphics Interchange Format
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Criado para ser usado extensivamente na Internet. Suporta imagens animadas e 256 cores por frame. Foi substituído pelo PNG.
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BMP - Windows Bitmap
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Normalmente usado pelos programas do Microsoft Windows. Não utiliza nenhum algoritmo de compressão, daí esse formato apresentar as fotos com maior tamanho.
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SVG - Scalable Vector Graphics É um formato vetorial, criado e desenvolvido pelo World Wide Web Consortium.
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PNG - Portable Network Graphics É um formato livre de dados utilizado para imagens, que surgiu em 1996 como substituto para o formato GIF, devido ao facto de este último incluir algoritmos patenteados. Suporta canal alfa, não tem limitação da profundidade de cores, alta compressão (regulável). Permite comprimir as imagens sem perda de qualidade, ao contrário de outros formatos, como o JPG.
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PCD - Kodak Photo CD
Este é um formato proprietário lançado pela Kodak, em 1992 como parte um sistema de digitalização e armazenamento de imagens para suprir a demanda no início da popularização das imagens digitais. Dessa forma, um rolo de filme era capturado por um scanner em imagens com 36 bits (12 bits por cor) e transformado em arquivos digitais por uma estação de tratamento chamada Photo Imaging Workstation (PIW). As imagens então são gravadas em um CD usando uma estrutura especial (livro bege), porém compatível com os leitores comuns de CD. O produto não alcançou massa suficiente para se estabelecer no mercado e foi descontinuado pela Kodak[2].
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Conclusão Com o surgimento da fotografia, o homem passou a ter um conhecimento mais preciso e amplo de realidades que lhe eram, até aquele momento distantes, acessíveis unicamente pela tradição escrita, verbal e pictórica. A fotografia possibilitou uma nova forma de apreensão do real, aproximando pessoas, lugares e culturas. “O mundo, a partir da alvorada do século XX, se viu, aos poucos, substituído por sua imagem fotográfica. O mundo tornou-se, assim, portátil e ilustrado”.
BIBLIOGRAFIA PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGEM
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ENCILOPEDIA ENCARTA “ MICROSOFT.CO” www.admbr.cjb.net Wikipédia, a enciclopédia livre http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem_raster http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem_vectorial
KOSSOY, Boris. Fotografia e História. 2a. edição revista. Ateliê Editorial. São Paulo, 200 , p. 25 SARTRE, Jean-Paul. A Imaginação. Difusão Européia do livro. São Paulo, 1964, p. 5 BAUDELAIRE, Charles. Philosophie de l’Art in DUBOIS, Philippe. O Ato Fotográfico. Editora Papyrus. Campinas, 1993, p.29
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