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INTRODUÇÃO
Israel é um povo escolhido por Deus. Vemos isso relatado em Gênesis, o primeiro livro do Antigo Testamento, quando Deus chama Abrão pra sair do meio de seus parentes em Harã, e promete que nele seriam benditas todas as famílias da Terra. Desde então, Israel tem sido alvo dos olhares das nações e tem se mostrado uma nação diferente de todas as outras. Cativeiro algum foi capaz de extinguir esse povo, homem algum conseguiu destruí-lo. Nos dias de hoje Israel continua no centro das atenções. Fala-se, por exemplo, que a paz no mundo depende da paz em Israel. Através dos descendentes de Abrão, Deus manifestou Seu filho – O Messias – ao mundo para a redenção da humanidade que pecou em Adão. Era plano de Deus que Israel propagasse o nome do Salvador por toda a terra, mas Israel rejeitou o Enviado de Deus, e, conseqüentemente, rejeitou também sua missão. Alguns judeus, porém, creram no Enviado de Deus e juntamente com gentios formam a Igreja, um organismo edificado sobre o próprio Cristo e tem a promessa de ser retirada da terra antes mesmo que Jesus retorne a esta Terra quando os judeus O reconhecerão e Nele crerão. Diante dessa realidade espiritual ficamos atentos a diversos fatos ocorridos na história desse povo, como a Diáspora, o Holocausto, as perseguições, massacres e humilhações; e algumas perguntas tornam-se inevitáveis: tais acontecimentos são conseqüência de sua rejeição a Cristo? Afinal, quando pediram a crucificação de Jesus pediram também para que Seu sangue caísse sobre si e seus filhos. São cumprimento de profecias do Antigo e Novo Testamento? São sinais da volta de Cristo? Todos os dias nós cristãos vemos na televisão, na internet, nas manchetes dos jornais, uma notícia diferente a respeito de Israel, mas todas sempre tratando de um mesmo assunto: a guerra, a paz entre judeus e palestinos que nunca é concretizada. E quando a paz chegar, o que significará? É exatamente desses acontecimentos e
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dessas questões que trataremos, investigando até que ponto pode-se considerar Israel como sendo um relógio de Deus na Terra e verificar a relação existente entre a sua história e a volta de Jesus, O Messias. Neste sentido a pesquisa será organizada em três capítulos: No primeiro trataremos da história do povo de Israel desde o chamado de Abrão até os nossos dias, enfatizando que as profecias sobre o Messias se cumpriram em Cristo e relatando fatos da história que não foram citados nas Sagradas Escrituras, mas que contribuem como pano de fundo afim de entendermos os propósitos de Deus. No segundo, analisaremos três filosofias de história focando aquela que dá sentido à questão do papel de Israel no plano de Deus, mostrando suas três subdivisões, ou seja, três correntes de interpretação seguidas por diversos teólogos. E, finalmente, no terceiro e último capítulo, falaremos sobre a relação existente entre os fatos na história do povo de Israel e a volta de Cristo; o que está profetizado sobre o futuro da Terra e da humanidade e a diferença entre o arrebatamento da igreja, que é formada de judeus e gentios, e a volta de Cristo, somente para os últimos judeus que restarem depois da última grande guerra.
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1. A HISTÓRIA DE ISRAEL
Trataremos neste capítulo da história do povo de Israel, um povo por muitos odiado, por vezes perseguido, tantas vezes dizimado, massacrado; mas que permanece presente na história que vai sendo contada dia após dia, ano após ano, século após século. Ao mesmo tempo em que desperta em muitos o ódio, em outros, por sua vez, Israel desperta admiração. É dessa admiração que partilham os verdadeiros cristãos; os seguidores de um judeu chamado Jesus, o Cristo, que viveu nas terras de Israel há quase 2000 anos atrás; o qual morreu, ressuscitou, e prometeu voltar do mesmo modo que subiu; sendo a partir daí aguardado e anunciado em todo o mundo. Os seguidores de Jesus Cristo utilizam as mesmas Escrituras Sagradas de Israel, ou seja, a Torah, conhecida entre eles como o “Antigo Testamento”. Nessas Escrituras encontramos boa parte da fascinante história do povo judeu, o povo escolhido de Deus. Encontramos também as profecias referentes ao nascimento, morte, ressurreição, retorno à terra e o reino eterno de Jesus Cristo. “Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção. Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.”1
Assim começa a história desta nação. O chamado de Deus a Abrão, que morava no meio de um povo idólatra, corrompido pelo pecado, mostra o amor de Deus pela humanidade e Sua incessante busca por comunhão com ela. Apesar do homem ter-se afastado do criador, preferindo acreditar nas palavras da serpente – o Diabo – atribuindo a Deus o adjetivo de mentiroso, Deus não desistiu do homem. Pelo contrário, tudo tem feito para ter o homem próximo de Si. 1
[Gênesis 12.1-3]
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Logo que Adão pecou; conta-nos a Bíblia que Deus o procurou no jardim. Adão, mesmo conhecendo que não podia fugir do Altíssimo, escondeu-se entre as árvores do jardim juntamente com Eva (Gn.3.8). Mas porque relatar aqui a história do primeiro homem, se nosso objetivo é tratar com a história de Israel? – Pode perguntar o leitor. Na verdade, é impossível desmembrarmos uma da outra, uma vez que, contar a história de Israel, é também contar a história da redenção do homem, o projeto Divino de resgate, elaborado antes mesmo da criação. “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” 2
Ao entrar o pecado no mundo, veio também a oportunidade do Criador mostrar Sua face de amor e misericórdia, que até então o homem não conhecera. A partir dali, Deus começa a revelar o que estava em Seu coração desde antes da fundação do mundo, pois já estava ciente de que o homem pecaria mesmo antes de tê-lo criado. O próprio Deus, então, profere a primeira profecia messiânica, o Messias deve ser a semente da mulher, que indica que Ele deveria ser o filho da mulher, nascido de uma virgem. E depois de ouvi-los, distribuiu as sentenças entre as partes: “Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás tu dentre todos os animais domésticos, e dentre todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida... E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a dor da tua conceição; em dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. E ao homem disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela; maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida. Ela te produzirá espinhos e abrolhos; e comerás das ervas do campo. Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás.” 3
Mas junto às sentenças, Deus anuncia também que entre os descendentes de Adão e Eva, um venceria a serpente, esmagando-lhe a cabeça. Um humano, como eles, venceria as tentações impostas por Satanás, trazendo de volta a comunhão perdida, possibilitando de novo ao homem achegar-se ao Criador como antes. A partir dali, Deus 2 3
[Gênesis 3.15] [Gênesis 3.14,16-19]
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constantemente falaria desse homem que nasceria e seria vencedor. Falaria através de Seus profetas, através da vida de homens que seriam como sombras daquele que havia de vir, e até mesmo através de suas próprias atitudes. Ainda em Gênesis no capítulo 3 verso 21, vemos uma dessas atitudes. Conta-nos a narrativa, que Deus matou um animal, e com a pele dele fez túnicas para o casal. Acontecia ali, o primeiro sacrifício da história, feito pelo próprio Deus, apontando para o sacrifício de Cristo, o qual entregar-se-ia como cordeiro para sofrer o castigo que era do homem. Tal atitude seria a partir de então, imitada por indivíduos da raça, que desejavam ter seus pecados perdoados por Deus. Assim também fez Abel, filho de Adão (Gn.4.4). Os homens foram se multiplicando na face da terra, e com eles o pecado. “Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente. Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração. E disse o Senhor: Destruirei da face da terra o homem que criei, tanto o homem como o animal, os répteis e as aves do céu; porque me arrependo de os haver feito. Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor.” 4
Deus ordenou a Noé que construísse um barco. Neste barco deveria entrar um casal de cada espécie de todos os animais, juntamente com Noé e sua família, e todos quantos cressem na sua pregação. Este, em obediência ao Senhor, começou a construir o barco e anunciar a destruição da vida na terra através de água. Mas não creram nele. O tempo passou, e finalmente terminou Noé sua obra. “No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as janelas do céu se abriram, e caiu chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites. Nesse mesmo dia entrou Noé na arca, e juntamente com ele seus filhos Sem, Cão e Jafé, como também sua mulher e as três mulheres de seus filhos, e com eles todo animal segundo a sua espécie... Entraram para junto de Noé na arca, dois a dois de toda a carne em que havia espírito de vida. E os que entraram eram macho e fêmea de toda a carne, como Deus lhe tinha ordenado; e o Senhor o fechou dentro. Veio o dilúvio sobre a terra durante quarenta dias; e as águas cresceram e levantaram a arca, e ela se elevou por cima da terra. Prevaleceram as águas e cresceram grandemente sobre a terra; e a arca vagava sobre as águas... Pereceu toda a carne que se movia sobre a terra, tanto ave como gado, animais selvagens, todo réptil que se arrasta sobre a terra, e todo homem. 4
[Gn.6.5-8]
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Tudo o que tinha fôlego do espírito de vida em suas narinas, tudo o que havia na terra seca, morreu. Assim foram exterminadas todas as criaturas que havia sobre a face da terra, tanto o homem como o gado, o réptil, e as aves do céu; todos foram exterminados da terra; ficou somente Noé, e os que com ele estavam na arca. E prevaleceram as águas sobre a terra cento e cinqüenta dias.” 5
Noé e sua família saíram da arca juntamente com os animais após o fim do dilúvio segundo a ordem de Deus. Através da família de Noé, a terra foi repovoada, multiplicando-se novamente o homem. “Disse mais: Bendito seja o Senhor, o Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite Jafé nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.” 6 “Cão é apontado, na pessoa de seu filho Canaã, para um lugar de servidão. Jafé é feito herdeiro da prosperidade mundial. A Sem é dada a preeminência na região (sic) ou no relacionamento com a revelação de Deus... Antigos expositores judeus fizeram de Deus o sujeito do verbo ‘habite’, significando que o próprio Deus habitará nas tendas de Sem.” (Robert J. Brennan, P.71)
Os três filhos de Noé tornaram-se os pais de três grandes povos. Sem gerou o povo semita, do povo semita veio Abrão. O pecado multiplicou-se juntamente com o homem, pois estava enraizado em sua natureza. Tal pecado obscureceu os olhos da humanidade, afastando-a mais e mais de Deus. Os homens adoravam agora a diversos deuses, deuses esses feitos pelas suas próprias mãos. Viraram as costas para o Criador Supremo, o qual os fizera à Sua imagem e semelhança (Gn.1.26), um Deus que não necessitou ser criado porque vive eternamente. Um homem chamado Abrão, filho de Terá, vivia com sua família na cidade de Ur. O povo dali, que era o povo semita, assim como sua família (Js.24.2,15), adorava a diversos deuses, sendo que o principal era “Nannar (em Semítico, Sin). E isso também acontecia na cidade de Harã” (R. N. Champlin, p. 5363),
para onde mudou-se Terá, Abrão e toda a
família. Em Harã, Deus revelou-se a Abrão. “Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma 5 6
[Gn.7.11-14a,15-18,21-24] [Gn. 9.26,27]
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bênção. Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.” 7
Deus estava trabalhando para o cumprimento de Sua promessa, e para isso, Deus separa um homem para fazer dele um povo, e através desse povo abençoar toda a raça com um salvador. O trabalhar de Deus mostra que esse salvador não somente será da linhagem semítica, mas virá através de uma linha especial de semitas – os hebreus. Abrão obedeceu, pois, o Deus Verdadeiro, o qual se revelou a ele, e deixou sua família em Harã. Partiu sem saber seu destino, mas tão somente creu em Deus e pôs-se a andar levando consigo sua esposa, seus bens, seus servos e seu sobrinho Ló. Tempos depois, aconteceu que houve guerra na região em que morava Ló, e este ficou por prisioneiro, além de ter todos os seus bens tomados. Abrão, então, organizou uma busca por seu sobrinho levando consigo 318 homens. Derrotou os exércitos de 5 reis e trouxe de volta seu sobrinho e todos os seus bens (Gn.14.1-17). “Ora, Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; pois era sacerdote do Deus Altíssimo; e abençoou a Abrão, dizendo: bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da terra! E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.” 8
Salém é a mesma Jerusalém. “Melquisedeque, sendo tanto sacerdote quanto rei, foi figura e ‘tipo’ de Cristo (Sl.110; Hb.5-7)” (Halley, p.92).
Abrão já era velho, e sua esposa, além de estéril, era também de idade. Mas mesmo assim, Deus lhe prometeu um filho: “Apareceu, porém, o Senhor a Abrão, e disse: À tua semente darei esta terra” [Gn.12.7]“e Deus falou-lhe, dizendo: Quanto a mim, eis que o meu pacto é contigo, e serás pai de muitas nações; não mais serás chamado Abrão, mas Abraão será o teu nome; pois por pai de muitas nações te hei posto; far-te-ei frutificar sobremaneira, e de ti farei nações, e reis sairão de ti...Quanto a Sarai, tua, mulher, não lhe chamarás mais Sarai, porem Sara será o seu nome. Abençoá-la-ei, e também dela te darei um filho; sim, abençoá-la-ei, e ela será mãe de nações; reis de povos sairão dela. Na verdade, Sara, tua mulher, te dará à luz um filho, e lhe
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[Gn.12.1-3] (Gn.14.18-20)
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chamarás Isaque; com ele estabelecerei o meu pacto como pacto perpétuo para a sua descendência depois dele”. 9
Sara tentou pelas suas próprias mãos fazer com que cumprisse a promessa de Deus sobre suas vidas. Ofereceu a Abraão sua serva Hagar, para que esta lhe desse um filho. Abraão se deitou com Hagar e esta lhe deu um filho, ao qual chamaram de Ismael. Ismael nasceu aos oitenta e seis anos de Abraão (Gn.16.16). Apesar de Deus ter dito que faria de Ismael uma grande nação (Gn.16.10), Ele abriu a madre de Sara, significando que Sua palavra estava de pé. Quando Abraão tinha cem anos, nasceu seu filho Isaque (Gn.21.5), filho legítimo de Abraão com Sara, sobre o qual estava a promessa. “Ismael e Isaque não foram os únicos filhos de Abraão, pois após a morte de Sara ele se casou com Quetura, de quem teve mais seis filhos (Gênesis 25.1-4)... os descendentes de Ismael e todos os outros filhos de Abraão adotaram uma variedade de divindades pagãs para adorar e então caíram na mesma idolatria que Deus condenou.” (David Hunt, p.76 e 77). “Após o nascimento de Isaque, nós temos uma das histórias mais estranhas da Bíblia. Para testar a fé de Abraão, Deus ordenou que ele oferecesse Isaque como sacrifício sobre um altar num local específico na Terra Prometida.” (David Hunt, p. 242). “Sucedeu, depois destas coisas, que Deus provou a Abraão, dizendo-lhe: Abraão! E este respondeu: Eis-me aqui.Prosseguiu Deus: Toma agora teu filho; o teu único filho, Isaque, a quem amas; vai à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que te hei de mostrar. Levantou-se, pois, Abraão de manhã cedo, albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e, tendo cortado lenha para o holocausto, partiu para ir ao lugar que Deus lhe dissera.” 10 “É evidente que Abraão sabia que Deus estava testando tanto a sua obediência quanto a sua fé. Todas as promessas de Deus para o futuro estavam contidas em Isaque, o filho milagroso da promessa. Se Isaque morresse antes de ter filhos, as promessas de Deus falhariam. Portanto, Abraão estava confiante de que Isaque seria de alguma forma, pela graça de Deus, trazido de volta à vida” (David Hunt, p. 242).
“Julgando que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar; e daí também em figura o recobrou.”11. Vemos em Isaque uma figura do Messias, que seria sacrificado pelo próprio pai em favor da humanidade. 9
[Gn.17.3b-6,15b,16,17b] [Gn.22.1-3] 11 [Hb.11.19] 10
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“Então disse Isaque a Abraão, seu pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eisme aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?Respondeu Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. E os dois iam caminhando juntos. Havendo eles chegado ao lugar que Deus lhe dissera, edificou Abraão ali o altar e pôs a lenha em ordem; o amarrou, a Isaque, seu filho, e o deitou sobre o altar em cima da lenha. E, estendendo a mão, pegou no cutelo para imolar a seu filho. Mas o anjo do Senhor lhe bradou desde o céu, e disse: Abraão, Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui. Então disse o anjo: Não estendas a mão sobre o mancebo, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, visto que não me negaste teu filho, o teu único filho. Nisso levantou Abraão os olhos e olhou, e eis atrás de si um carneiro embaraçado pelos chifres no mato; e foi Abraão, tomou o carneiro e o ofereceu em holocausto em lugar de seu filho.” (Gn.22.7-13). “Abraão, porém, deu tudo quanto possuía a Isaque; no entanto aos filhos das concubinas que Abraão tinha, deu ele dádivas; e, ainda em vida, os separou de seu filho Isaque, enviando-os ao Oriente, para a terra oriental” 12
Isaque casou-se com Rebeca (Gn.24.67) e juntos tiveram gêmeos, e os chamaram de Esaú e Jacó: “Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas estranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o mais velho servirá ao mais moço” 13 Esaú desprezou a sua herança e a vendeu para Jacó. O preço foi um prato de comida (Gn.25.34). Jacó aproveitou-se de um momento de fraqueza de seu irmão, e comprou o direito de primogenitura. “Partiu, pois, Jacó de Beer-Seba e se foi em direção a Harã; e chegou a um lugar onde passou a noite, porque o sol já se havia posto; e, tomando uma das pedras do lugar e pondo-a debaixo da cabeça, deitou-se ali para dormir. Então sonhou: estava posta sobre a terra uma escada, cujo topo chegava ao céu; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela; por cima dela estava o Senhor, que disse: Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra em que estás deitado, eu a darei a ti e à tua descendência; e a tua descendência será como o pó da terra; dilatar-te-ás para o ocidente, para o oriente, para o norte e para o sul; por meio de ti e da tua descendência serão benditas todas as famílias da terra. Eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; pois não te deixarei até que haja cumprido aquilo de que te tenho falado.” 14 “Entre todos os descendentes de Eva, um seria o Messias (Gn.3.14-15). Dentre todas as tribos de Israel, uma foi separada para o sacerdócio. 12
[Gn.25.5-6] [Gn.25.23b] 14 [Gn.28.10-15] 13
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Dentre muitas nações, uma foi escolhida para ser um canal de bênção a favor do mundo – Israel” (Robert J. Brennan, p.130).
Em Isaías 43:10, o Deus de Israel declara que os judeus são Suas testemunhas ao mundo de que Ele é Deus. Tal é o caso, apesar de 30% dos israelitas hoje afirmarem ser ateus e a maior parte dos judeus do mundo inteiro jamais achar que Deus existe. Mesmo assim eles são testemunhas, tanto para si mesmos como para o mundo da Sua existência em razão do espantoso cumprimento na história exatamente do que Deus falou que iria acontecer a esse povo especial. Jacó casou-se por engano com Lia, na intenção de casar-se com sua irmã Raquel. Sete anos mais tarde, casou-se também com ela, pois a amava muito mais do que a Lia (Gn.29.30). Lia contribuiu com seis filhos que se tornaram os cabeças de seis das tribos de Israel. Ela foi mãe de Rúben, Simeão, Levi, Judá (ver Gên. 29:32-35), e também de Issacar e Zebulom (ver Gên. 30:17-20), e também teve uma filha, Diná (ver Gên. 30:21). Além disso, foi ela quem deu a Jacó sua serva Zilpa, que teve dele dois filhos, Gade e Aser (ver Gên. 30:11,12). Sobre Judá, filho de Lia, o Senhor falou: “O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de autoridade dentre seus pés, até que venha aquele a quem pertence; e a ele obedecerão os povos.” 15 Raquel era estéril, e vivia um drama por causa disso sentindo ciúmes de sua irmã Lia. Raquel, então, entregou a Jacó sua serva chamada Bila, para que ele tivesse filhos com ela. “Eis aqui minha serva Bila; recebe-a por mulher, para que ela dê à luz sobre os meus joelhos, e eu deste modo tenha filhos por ela.” 16. Através de Bila nasceram Dã e Naftali, os quais foram considerados filhos indiretos de Raquel. “Também lembrou-se Deus de Raquel, ouviu-a e a tornou fecunda.”17. Deus curou Raquel e ela teve dois filhos. O primeiro chamou José, e o segundo Benjamim. O parto do segundo foi complicado e Raquel veio a falecer, para angústia de Jacó, que tanto a amava. Jacó sempre preferiu Raquel a Lia, apesar de sua esterilidade. E tal situação continuou mesmo após sua morte, quando ele demonstrou o carinho especial que tinha por José e Benjamim, filhos de Raquel. 15
[Gn.49.10] [Gn.30.3] 17 [Gn.30.22] 16
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Sabemos que o ciúme é obra da carne, uma manifestação do pecado do homem. Mas Deus, que é perfeito, e que tudo faz perfeito, não permitiu que nada atrapalhasse a execução de seu plano de trazer através daquela família o salvador do mundo. E até mesmo as falhas dessa família foram convertidas em bênçãos para a própria família, a nação de Israel, e, consequentemente para o mundo. Vimos isso acontecendo quando Deus aproveitou do ciúme (Gn. 37.4) que os filhos de Lia tinham de José, para levá-lo para outra nação e fazer dele governador. Certo dia, José foi até seus irmãos, por ordem de seu pai, para saber se estavam bem e trazer notícias. Seus irmãos aproveitaram da situação, e o venderam a negociantes midianitas18, que o levaram para o Egito. Ao chegarem em casa, disseram a seu pai que José havia morrido, comido por uma fera, pelo que Jacó chorou por muitos dias. No Egito, Deus usou José para interpretar dois sonhos do Faraó. Faraó já havia ordenado que alguém entre seus sábios e adivinhadores lhe dissesse o significado dos sonhos, o que não puderam fazer. Mas ouvindo falar de um prisioneiro chamado José, mandou chamá-lo e este lhe deu a interpretação. Seus sonhos significavam sete anos de prosperidade e sete anos de fome. Pelo que Faraó o exaltou e pôs por governador do Egito, e com sabedoria, ele tomou as providências para que não faltasse alimento para o povo. Passaram-se os anos e a fome chegou. Jacó, que agora chamava-se Israel, desde que lutara com o anjo e vencera (Gn.32.28), mandou que seus filhos fossem ao Egito para comprar alimento. Chegando ali, foram reconhecidos por José, mas eles não o reconheceram, até que, sem ressentimento, mas entendendo o propósito Divino, José apresentou-se a eles e houve choro naquele reencontro de irmãos. Quando Faraó ouviu falar que eram os irmãos de José que estavam ali, deu-lhes presentes e ordenou que buscassem seu pai com toda a família, para morarem no Egito juntamente com José. Faraó deu lhes a melhor terra no Egito para que habitassem.
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“A nação midianita foi um resultado do casamento de Abraão com Quetura. Esses parentes distantes se tornaram inimigos implacáveis de Israel. Por incrível que pareça, eles aparentemente ficaram tão misturados com os descendentes de Ismael que também eram chamados de ismaelitas (Juízes 8.1,24). Tal era a prática de casamentos mistos entre as tribos aparentadas, que continuou nos séculos que se seguiram. Consequentemente, não existe um povo determinado hoje que reteve a identidade específica de ser descendentes de Abraão exceto os judeus. Só esses podem provar sua descendência desde Abraão através de Isaque, o filho da promessa, e seu filho Jacó, conhecido como Israel.”([David Hunt, p.77)
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“Todas as almas, pois, que procederam da coxa de Jacó, foram setenta; José, porém, já estava no Egito. Morreu, pois, José, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração. Depois os filhos de Israel frutificaram e aumentaram muito, multiplicaram-se e tornaram-se sobremaneira fortes, de modo que a terra se encheu deles. Entrementes se levantou sobre o Egito um novo rei, que não conhecera a José.” 19
O Senhor já prevenira Abraão que seus descendentes seriam escravizados: “Então disse o Senhor a Abrão: Sabe com certeza que a tua descendência será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos”20. E assim aconteceu. Os israelitas foram escravizados e Faraó tentou reduzir seu crescimento, ordenando às parteiras do Egito que matassem a todo menino hebreu que nascesse, o que não foi obedecido. O povo tornava-se dia a dia mais numeroso. Um dos meninos hebreus que escapou da morte foi Moisés. Este foi escondido num cesto às margens do Rio Nilo, e sua irmã Miriã o vigiava de longe. Certo dia a filha do Faraó foi banhar-se no rio e viu o cesto, e mandou que o trouxessem pra ela. Vendo ela a criança, agradou-se dela e a quis para si. Miriã aproximou-se, e com sabedoria perguntoulhe se desejava que conseguisse entre as hebréias uma mulher para amamentá-lo. Ela concordou e Miriã buscou a própria mãe de Moisés, a qual foi assalariada para cuidar do próprio filho. Passado algum tempo, a mãe de Moisés levou-o para a filha do Faraó, e este o educou como a seu próprio filho. Um dia Moisés saiu do palácio, e ao ver um de seus irmãos hebreus sendo maltratado por um egípcio, matou-o, pelo que teve que fugir, pois Faraó queria matá-lo. Refugiou-se em Mídiã, e ali se casou com Zípora, filha do sacerdote Jetro, e com ela teve um filho chamado Gerson. “No decorrer de muitos dias, morreu o rei do Egito; e os filhos de Israel gemiam debaixo da servidão; pelo que clamaram, e subiu a Deus o seu clamor por causa dessa servidão. Então Deus, ouvindo-lhes os gemidos, lembrou-se do seu pacto com Abraão, com Isaque e com Jacó.” 21
Moisés apascentava o rebanho de seu sogro Jetro quando teve uma visão. Deus o chamou para voltar ao Egito a fim de libertar Seu povo da escravidão e encaminhá-lo para uma terra que mana leite e mel (Ex.3.8), a terra de Canaã, a qual o Senhor 19
[Ex.1.5-8] [Gn.15.13] 21 [Ex.2.23,24] 20
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prometera a Abraão, Isaque e Jacó. A princípio Moisés não aceitou argumentando incapacidade, mas Deus o usou com sinais, os quais o convenceram e serviriam também para convencer ao povo que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó que o mandara ali (Ex.4.1-9). Partiu, pois, Moisés para o Egito e foi até o Faraó afim de convencê-lo da liberação do povo, o que não conseguiu. Foi necessário, então, a manifestação do poder do Verdadeiro Deus, o Deus de Israel. Deus enviou dez pragas sobre o Egito, das quais, nenhuma atingiu os israelitas. A cada praga enviada, os deuses dos egípcios eram desmoralizados e Deus se fazia conhecido na terra.
“Ora, o Senhor falou a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo: Este mês será para vós o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano. Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Ao décimo dia deste mês tomará cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. Mas se a família for pequena demais para um cordeiro, tomá-lo-á juntamente com o vizinho mais próximo de sua casa, conforme o número de almas; conforme ao comer de cada um, fareis a conta para o cordeiro. O cordeiro, ou cabrito, será sem defeito, macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras, e o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; e toda a assembléia da congregação de Israel o matará à tardinha: Tomarão do sangue, e pô-loão em ambos os umbrais e na verga da porta, nas casas em que o comerem... e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor. Porque naquela noite passarei pela terra do Egito, e ferirei todos os primogênitos na terra do Egito, tanto dos homens como dos animais; e sobre todos os deuses do Egito executarei juízos; eu sou o Senhor. Mas o sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu o sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga para vos destruir, quando eu ferir a terra do Egito. E este dia vos será por memorial, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; através das vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.” 22
A última praga foi a mais dura: morreram todos os primogênitos dos egípcios, “desde o primogênito de Faraó, que se assenta sobre o seu trono, até o primogênito da serva que está detrás da mó, e todos os primogênitos dos animais.” 23. Faraó e o Egito choraram amargamente a morte de seus filhos, e vencidos pelo Deus de Israel, apressaram-se em lançar Israel para fora. Aquele dia passou a ser o primeiro dia para Israel, nascia um novo calendário (Ex.12.2). 22 23
[Ex.12.1-7, 11b-14] [Ex.11.5b]
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Deixou o povo de Israel o Egito. “E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite. Não desaparecia de diante do povo a coluna de nuvem de dia, nem a coluna de fogo de noite.” 24. Logo que se puseram a andar, surgiram os obstáculos: Faraó, que a princípio permitira o povo sair, arrependeu-se de sua decisão e partiu com seu exército a fim de trazer o povo de volta para servi-lo. Quando Faraó os alcançou, eles estavam acampados frente ao mar Vermelho. Ao virem o exército do Faraó que se aproximava, tão logo começaram a murmurar contra Moisés, esquecendo-se de todas as maravilhas que o Senhor fizera por eles no Egito. Moisés os repreendeu dizendo que atentassem ao livramento do Senhor para aquele dia.
“Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta a tua vara, e estende a mão sobre o mar e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco.” 25
Moisés obedeceu à voz do Senhor e estendeu a vara que tinha nas mãos. Veio um vento oriental e o mar se abriu formando duas paredes de água à direita e à esquerda, formando um corredor seco para que Israel passasse. O mar ficou aberto toda aquela noite para que Israel atravessasse. O exército do Faraó seguiu Israel pelo mesmo corredor do mar, mas as rodas de seus carros emperraram, de modo que tinham dificuldade pra continuar. Quando o último israelita atravessou chegando à praia, o Senhor ordenou que Moisés estendesse a sua mão sobre o mar, e ele se fechou engolindo todo o exército do Faraó.
“Assim o Senhor, naquele dia, salvou Israel da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar. E viu Israel a grande obra que o Senhor operara contra os egípcios; pelo que o povo temeu ao Senhor, e creu no Senhor e em Moisés, seu servo.” 26
24 25
26
[Ex.13.21,22] [Ex.14.15,16] [Ex.14.30,31]
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Muitos outros obstáculos vieram de encontro ao povo a caminho da terra prometida. Indo pelo deserto, o povo teve sede e não havia água boa para beber, e mais uma vez murmuraram, esquecendo os feitos do Senhor. Moisés clamou ao Senhor, que providenciou que as águas amargas se tornassem boas para se beber (Ex.15.23-25). Continuaram sua jornada pelo deserto e murmuraram outra vez: “Quem nos dera que tivéssemos morrido pela mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! porque nos tendes tirado para este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão”27. O Senhor providenciou maná vindo do céu para o povo, um alimento que faria parte da dieta do povo a partir de então. Ele deveria ser colhido pela manhã e deveriam pegar somente o quanto podiam comer. Não podia pegar a mais para sobrar para o outro dia, os que desobedeceram constataram o porquê de não se colher mais do que devia, pois criou bichos e cheirava mal. Na sexta feira, eles deveriam colher o dobro, ou seja, colher para se comer na sexta e no sábado, pois no sábado não deveria haver colheita. O que se colhia na sexta para guardar para o sábado não estragava.“Ora, os filhos de Israel comeram o maná quarenta anos, até que chegaram a uma terra habitada; comeram o maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã”28. Muitos milagres realizou o Senhor na presença do povo, mas continuaram rebeldes murmurando contra Moisés, o servo de Deus. Depois de três meses de caminhada pelo deserto, chegaram ao Monte Sinai. Moisés subiu no monte e lá permaneceu por quarenta dias e quarenta noites (Ex.24.18). O povo ficou impaciente com a demora de Moisés e insistiu com Arão, o irmão de Moisés, para que fizesse para eles um bezerro de ouro para que o adorassem. Arão tomou dos pendentes de ouro que estavam nas orelhas do povo, derreteu e fez o bezerro dizendo: “Eis aqui, ó Israel, o teu deus, que te tirou da terra do Egito”29. Deus ordenou a Moisés que descesse adiantando-lhe o que o povo fizera. Moisés desceu e quando chegou ao pé do monte e viu com os próprios olhos, irou-se e quebrou as tábuas da lei, tábuas que foram escritas pelo próprio dedo de Deus. Então destruiu o bezerro, fazendo dele pó, e o espargiu sobre a água e deu para o povo beber. Depois disso subiu novamente Moisés ao monte e lá o Senhor lhe ditou para que escrevesse nas novas tábuas os dez mandamentos. Ali no monte, Moisés recebeu a lei e foi instruído a respeito de como construir o Tabernáculo, como seria o serviço dos sacerdotes e 27
[Ex.16.3b] [Ex.16.35] 29 [Ex.32.4] 28
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diversos outros detalhes a cerca da nação de Israel, a qual só saiu do pé do monte Sinai onze meses depois que ali acampou. O povo continuou a murmurar contra Moisés, culminando num castigo que se estendeu a toda uma geração, excetuando-se duas pessoas. Ao aproximarem de Canaã, Moisés enviou dozes homens para espiar a terra, um de cada tribo. Quando retornaram, dez apresentaram parecer contrário à entrada na terra. Calebe, da tribo de Judá e Josué, da tribo de Efraim, no entanto, tentaram encorajar o povo a entrar na Terra:
“e falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra, pela qual passamos para a espiar, é terra muitíssimo boa. Se o Senhor se agradar de nós, então nos introduzirá nesta terra e no-la dará; terra que mana leite e mel. Tão somente não sejais rebeldes contra o Senhor, e não temais o povo desta terra, porquanto são eles nosso pão. Retirou-se deles a sua defesa, e o Senhor está conosco; não os temais” 30
O povo preferiu o relatório desfavorável dos outros espias.
“Depois disse o Senhor a Moisés e Arão: Até quando sofrerei esta má congregação, que murmura contra mim? tenho ouvido as murmurações dos filhos de Israel, que eles fazem contra mim. Dize-lhes: Pela minha vida, diz o Senhor, certamente conforme o que vos ouvi falar, assim vos hei de fazer: neste deserto cairão os vossos cadáveres; nenhum de todos vós que fostes contados, segundo toda a vossa conta, de vinte anos para cima, que contra mim murmurastes, certamente nenhum de vós entrará na terra a respeito da qual jurei que vos faria habitar nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num. Mas aos vossos pequeninos, dos quais dissestes que seriam por presa, a estes introduzirei na terra, e eles conhecerão a terra que vós rejeitastes. Quanto a vós, porém, os vossos cadáveres cairão neste deserto; e vossos filhos serão pastores no deserto quarenta anos, e levarão sobre si as vossas infidelidades, até que os vossos cadáveres se consumam neste deserto. Segundo o número dos dias em que espiastes a terra, a saber, quarenta dias, levareis sobre vós as vossas iniqüidades por quarenta anos, um ano por um dia, e conhecereis a minha oposição” 31
30 31
[Nm.14.7-9] [Nm.14.26-34]
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E assim cumpriu o Senhor a Sua palavra. Quarenta anos peregrinou Israel no deserto, morrendo toda uma geração. Como dissera o Senhor, sobreviveram para entrar na Terra somente Calebe e Josué. Nem mesmo Moisés pôde entrar, pois contrariara o Senhor desobedecendo a sua ordem. Antes, porém, de terminar sua missão, Moisés transmitiu ao povo uma profecia a respeito do Cristo: “O Senhor teu Deus te suscitará do meio de ti, dentre teus irmãos, um profeta semelhante a mim; a ele ouvirás” 32. Josué, seu auxiliar, assumiu a liderança do povo dirigindo as campanhas de conquista da terra de Canaã. Mais de um milênio antes do nascimento de Cristo, egípcios, assírios, babilônicos, persas, mongóis, gregos e romanos cresceram ao redor da terra dos cananeus e filisteus e a governaram por variados períodos de tempo. A posição geográfica da área significava que ela servia tanto como uma ponte entre os vários impérios regionais, como uma arena para lutas e conflitos entre eles.
“Depois que o Senhor teu Deus os tiver lançado fora de diante de ti, não digas no teu coração: por causa da minha justiça é que o Senhor me introduziu nesta terra para a possuir. Porque pela iniqüidade destas nações é que o Senhor as lança fora de diante de ti. Não é por causa da tua justiça, nem pela retidão do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas pela iniqüidade destas nações o Senhor teu Deus as lança fora de diante de ti, e para confirmar a palavra que o Senhor teu Deus jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.” [Dt.9.4,5] “Depois da morte de Moisés, servo do Senhor, falou o Senhor a Josué, filho de Num, servidor de Moisés, dizendo: Moisés, meu servo, é morto; levanta-te pois agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, para a terra que eu dou aos filhos de Israel. Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo dei, como eu disse a Moisés. Desde o deserto e este Líbano, até o grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus, e até o grande mar para o poente do sol, será o vosso termo.” 33
Israel deveria exterminar tudo quanto tivesse vida nas cidades que o Senhor os deu por herança, para que aqueles povos não influenciassem Israel com costumes abomináveis (Dt.20.16-18). Mas Israel não obedeceu totalmente. Antes, fez alianças com alguns (Js.9.1-27), prometendo-lhes poupar a vida. Apesar disso, o Senhor os abençoou nas campanhas de conquista da terra, entregando seus inimigos em suas mãos. Conquistada a terra, 32 33
[Dt.18.15] [Js.1.1-4]
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Josué reuniu o povo e fez uma retrospectiva de tudo quanto o Senhor fizera no meio deles, ou seja, todas as vitórias concedidas. E propôs-lhes o seguinte:
“Agora, pois, temei ao Senhor, e servi-o com sinceridade e com verdade; deitai fora os deuses a que serviram vossos pais dalém do Rio, e no Egito, e servi ao Senhor. Mas, se vos parece mal o servirdes ao Senhor, escolhei hoje a quem haveis de servir; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do Rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor” 34
O povo escolheu servir ao Senhor. Começava ali uma nova etapa na história da nação: não mais lutariam pra conquistar terras, mas para preservá-las em seu poder. Apesar de terem alcançado a promessa da terra, outras promessas ainda estavam para se cumprir. Dali em diante, haveriam períodos de paz e períodos de guerra, períodos de fervor ao Senhor, e períodos de rebelião, prostituindo-se com outros deuses e práticas abomináveis. Homens e mulheres se destacariam com uma vida íntegra e reta, outros, por sua vez, seriam piores que os próprios antigos habitantes da terra. Haveria tempo de grande prosperidade, e tempo de profunda pobreza. A situação da nação seria um espelho de seu relacionamento com o Senhor: obedecendo eles, abençoados seriam, desobedecendo, seriam atormentados com as mais diversas maldições (Dt.28). Depois da morte de Josué, o Senhor levantou vários líderes em Israel. Estes ficaram conhecidos como juízes e dirigiam campanhas militares na defesa das fronteiras da nação. O livro de Juízes lista catorze juízes diferentes, acrescentando-se à lista o profeta Samuel, que é mencionado no livro que leva seu nome. “Os nomes dos juízes representam heróis locais que se tornaram lendários na história das tribos de Israel. Os governos deles poderiam ter coberto um período de nada menos de 400 anos”( R. N. Champlin, p.4595). O primeiro juiz foi Otniel (3.7-11), os mais famosos foram Gideão (6.1-9.57), Sansão (13.1-16.31) e Samuel (I Sm.3-9). Samuel também foi o último; em seu ministério atuou como juiz, sacerdote e profeta. “Algumas vezes Samuel é visto como tipo de Cristo, como profeta, sacerdote e soberano, embora essa relação jamais tenha sido sugerida no Novo 34
[Js.24.15,15]
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Testamento”(Stanley A. Ellisen, p102). Como profeta, Samuel ungiu dois reis: Saul e Davi, os quais reinaram 40 anos cada um (At.13.21; II Sm.5.4).
“Ora, havendo Samuel envelhecido, constituiu a seus filhos por juízes sobre Israel. O seu filho primogênito chamava-se Joel, e o segundo Abias; e julgavam em Berseba. Seus filhos, porém, não andaram nos caminhos dele, mas desviaram-se após o lucro e, recebendo peitas, perverteram a justiça. Então todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram ter com Samuel, a Ramá, e lhe disseram: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam nos teus caminhos. Constitui-nos, pois, agora um rei para nos julgar, como o têm todas as nações. Mas pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei para nos julgar. Então Samuel orou ao Senhor. Disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não é a ti que têm rejeitado, porém a mim, para que eu não reine sobre eles” 35
Samuel atendeu ao povo e ungiu como primeiro rei de Israel a Saul, da tribo de Benjamim. Este teve algumas vitórias no início, mas não demorou a desagradar ao Senhor, pelo que o Senhor o rejeitou: “Porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou, a ti, para que não sejas rei”36. Escolheu Deus o novo rei de Israel. Este era Davi, um pastor de ovelhas, o mais novo dos filhos de Jessé, da tribo de Judá. Davi tinha muitas habilidades, vindo a ser guerreiro, político, poeta e profeta. Além de ser muito valente, tendo sido capaz de matar um urso e um leão que ameaçavam o rebanho de seu pai; tocava harpa como nenhum outro. O Senhor mandou Samuel até a casa de Jessé e ali ungiu a Davi como rei. “Então Samuel tomou o vaso de azeite, e o ungiu no meio de seus irmãos; e daquele dia em diante o Espírito do Senhor se apoderou de Davi... Ora, o Espírito do Senhor retirou-se de Saul, e o atormentava um espírito maligno da parte do Senhor”37. A fama de Davi chegou aos ouvidos de Saul, quando este, aconselhado por seus servos, mandou que lhe trouxessem um harpista para tocar quando o espírito maligno se apossasse dele. Trouxeram-lhe Davi, e Saul agradou-se dele. Davi, então, foi servir a Saul como seu escudeiro. As condições de Saul melhoraram, de modo que Davi de quando em quando voltava até Belém para olhar as ovelhas de seu pai. 35
[I Sam.8.1-7] [I Sm.15.23b] 37 [I Sm.16.13a,14] 36
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“Numa destas visitas, os filisteus invadiram a tribo de Judá, e se acamparam a 28 quilômetros a oeste de Belém. Saul mobilizou as forças militares para encontrar com as do inimigo. Três dos irmãos de Davi estavam nas linhas do exército já há seis semanas. O pai mandou Davi ir saber do estado de seus irmãos. O desafio de Golias às forças de Israel, produziu em Davi profunda indignação; sentiu em si que Deus por meio dele havia de desafrontar o seu povo, e perguntou quem era aquele incircunciso que assim afrontava o exército do Deus vivo. As palavras de Davi foram levadas ao ouvido do rei. Aproveitando-se das disposições ardorosas do jovem pastor que se dispunha a um combate singular com Golias, cobriu-o com sua armadura de guerra, a qual não lhe casou bem em razão do excessivo peso”( John D. Davis, p149).
Golias, por sua vez, “era uma fortaleza, tendo apenas a face descoberta, que pela altura estava fora do alcance das armas de Davi. Este, livre da armadura de Saul, que lhe embaraça os movimentos, armado de uma funda que muito bem sabia manejar, e com cinco pedras no seu boldrié, não temeu o encontro com o poderoso inimigo, certo como estava de combater por uma causa justa, e de ter o auxílio de Deus... Golias, cai abatido por uma pedra que lhe entrou na fronte, impelida pela funda de Davi. Após o combate, seguiu para a corte de Saul, levando consigo a cabeça de Golias que foi exposta à vista dos inimigos juntamente com a sua armadura, a espada foi posta no Tabernáculo.” ( John D. Davis, p149).
Esta foi a primeira de uma série de batalhas que Davi enfrentaria pelo rei e pela nação. Suas vitórias lhe renderiam grande fama, mas também profunda inveja por parte de Saul, que tornou-se seu perseguidor. Depois da morte de Saul, Davi tornou-se rei de Judá, governando-a por sete anos e meio (II Sm.2.1-11). Quando Is-Bosete, filho de Saul, também faleceu, todas as demais tribos vieram a Davi em Hebrom, de onde governava, ungindo-lhe como rei de toda a nação. As experiências vividas em seu reinado, por vezes o inspiraram na confecção de salmos. Alguns exemplos são os salmos 3,17,30,51 e 60. O salmo de sua autoria mais conhecido entre todos é o 23. Destaque especial é dado aos salmos messiânicos, em que Davi profetiza sobre seu descendente salvador. Um deles diz: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? por que estás afastado de me auxiliar, e das palavras do meu bramido? Pois cães me rodeiam; um ajuntamento de malfeitores me cerca; transpassaram-me as mãos e os pés. Posso contar todos os meus ossos. Eles me olham e ficam a mirar-me. Repartem entre si as
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minhas vestes, e sobre a minha túnica lançam sortes”38. O cumprimento dessa profecia vemos registrado nos evangelhos (Mt.27.31; Mc.15.20,25; Jo.19.15-18). Davi fez o que era reto aos olhos do Senhor, apesar de alguns lamentáveis desvios no caso de Urias heteu.
“Constitui-lhe brilhante defesa a sua fidelidade a Jeová, que lhe granjeou o título de “homem segundo o meu coração”(I Sm. 13:14)... Os efeitos de sua influência na humanidade são incalculáveis. Ele, mais que Saul, foi o fundador da monarquia judaica. Os salmos que ele compôs são cantados por toda a cristandade, século após século, alimentando e revivendo a sua espiritualidade; e formou um dos elos da cadeia dos ascendentes daquele que se chama o Filho de Davi (Mt. 22:41-45)” ( John D. Davis, p149).
Apesar de Israel ter conquistado a terra prometida nos tempos de Josué, a cidade de Jerusalém continuou sob o poder dos jebuseus, pois a cidade era praticamente invencível. Estava localizada no pico rochoso do Monte Sião, uma fortaleza que os israelitas foram incapazes de conquistar, e praticamente desistiram de tentar. Aqui estava o local que Deus havia escolhido para o Seu templo, mas ele continuou em mãos pagãs no próprio coração da Terra Prometida. O templo seria construído no mesmo lugar onde Abraão oferecera Isaque. Davi liderou seus homens num ataque contra os jebuseus e os conquistou. Agora, toda a Jerusalém finalmente estava sob controle judeu. Davi a fez capital de Israel e a chamou de “a cidade de Davi”, um título dado a Jerusalém mais de quarenta vezes na Bíblia.
“mas escolhi Jerusalém para que ali estivesse o meu nome; e escolhi Davi para que estivesse sobre o meu povo Israel... A tua casa, porém, e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre” 39
38 39
[Sl.22.1,16-18] [II Cr.6.6; II Sm.7.16]
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Obviamente tais promessas significavam que o Messias, cujo reino seria eterno, seria descendente de Davi e reinaria sobre Israel e o mundo a partir do trono de Davi em Jerusalém.
“Fiz um pacto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi:Estabelecerei para sempre a tua descendência, e firmarei o teu trono por todas as gerações. Achei Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi. A minha mão será sempre com ele, e o meu braço o fortalecerá. Farei que subsista para sempre a sua descendência, e o seu trono como os dias dos céus. Se os seus filhos deixarem a minha lei, e não andarem nas minhas ordenanças,se profanarem os meus preceitos, e não guardarem os meus mandamentos, então visitarei com vara a sua transgressão, e com açoites a sua iniqüidade. Mas não lhe retirarei totalmente a minha benignidade, nem faltarei com a minha fidelidade. Não violarei o meu pacto, nem alterarei o que saiu dos meus lábios. Uma vez para sempre jurei por minha santidade; não mentirei a Davi.A sua descendência subsistirá para sempre, e o seu trono será como o sol diante de mim” 40
Apesar do desejo de Davi de construir um magnífico templo consagrado a Jeová e de ter acumulado grande quantidade de metais preciosos para a execução de seu projeto. Foi a Salomão que coube tal tarefa. Salomão pôs mãos à obra, e com o auxílio de Hirão, rei de Tiro, conclui a construção no fim de sete anos. Quando todas as ornamentações internas estavam terminadas, ele o dedicou ao Senhor. Para os judeus, esse templo tornou-se o centro da vida religiosa e o símbolo básico de sua unidade. Em seguida, o monarca edificou um palácio para si em que gastou treze anos. Mandou fazer jardins e plantar vinhas em Etã e talvez em Baal-Hamom (I Rs. 9:19, II Cr. 8:6, Ec. 2:5,6; Ct. 8:11 Dois foram os erros de Salomão: estabeleceu para si um harém, onde recolheu cerca de 1000 mulheres. Estas o influenciaram para o mal, levando-o à idolatria. Por causa de sua apostasia, Deus o castigou, rasgando o seu reino, deixando-lhe apenas uma pequena parcela como herança de família. Outro erro foi o grande volume de despesas da corte. O povo gemia sob o peso dos tributos, o que ocasionou numa rebelião. A exemplo de Saul e Davi, Salomão reinou quarenta anos. Este foi o tempo de duração do Reino unido em torno das doze tribos de Israel: 120 anos. 40
[Sl.89.3-4,20-21,29-36]
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Foi no tempo do reinado de Roboão, filho de Salomão, que o reino se dividiu em Reino do Norte, ou Israel, e Reino do Sul, ou Judá. Dez das tribos revoltaram e se desligaram da casa de Davi, proclamando a Jeroboão seu rei. Tal qual no período dos juízes, os reinos de Israel e Judá oscilavam em períodos de paz e de guerra. Judá teve reis bons e reis ruins. Israel, por sua vez, só teve reis ruins, dezenove no total, os quais levaram o povo a constante idolatria. Idolatria esta, que começou com Jeroboão, que levantou dois bezerros de ouro: um em Betel e outro em Dã (I Rs.12.28,29). Andaram nos estatutos das nações vizinhas. Desde a entrada na terra em 1400 até 722, foram 678 anos de luta para que o povo se convencesse que Deus só há um, e que os ídolos das nações eram laços para eles. O Senhor enviava Seus profetas afim de avisar ao povo do julgamento iminente. Estes falavam sobre as terríveis conseqüências que estavam por vir, e também falavam sobre O Ungido, O Messias. Os profetas Joel, Amós, Oséias, Obadias, Jonas, Isaías e Miquéias profetizaram entre 835 e 695 a.C. Naum, Habacuque, Sofonias e Jeremias profetizaram do fim da invasão da Assíria ao começo da invasão da Babilônia. Mas o pecado do povo só aumentava. Apesar disso, a promessa continuava de pé. O pacto que Deus fizera com Abraão, Isaque e Jacó não seria quebrado, mas certamente se cumpriria:
“Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel.” [Is. 7.14] “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz. Do aumento do seu governo e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o estabelecer e o fortificar em retidão e em justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos exércitos fará isso.” 41
O reino do Norte durou cerca de 200 anos. Em 722 a.C. Sargão, rei da Assíria, invadiu Israel levando cativos seus habitantes, colocando-os em Halá e em Habor, perto do rio Goza e trouxe outros povos para habitar em suas cidades (II Rs.17.24). Quando os judeus entraram na Terra Prometida, Deus os advertiu que se eles praticassem a idolatria e imoralidade dos habitantes primitivos, os quais Ele havia destruído por praticarem o mal (Deuteronômio 9:4). Ele os lançaria também para longe (Deuteronômio 28:63; 1 Reis 9:7 e 2 Crônicas 7:20, etc.). 41
[Is. 9.6,7]
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“E o Senhor vos espalhará entre todos os povos desde uma extremidade da terra até a outra; e ali servireis a outros deuses que não conhecestes, nem vós nem vossos pais, deuses de pau e de pedra.” [Dt.28.64]“então exterminarei a Israel da terra que lhe dei; e a esta casa, que santifiquei a meu nome, lançarei longe da minha presença, e Israel será por provérbio e motejo entre todos os povos.” [I Rs.9.7] “mas os espalhei com um turbilhão por entre todas as nações, que eles não conheceram. Assim, pois, a terra foi assolada atrás deles, de sorte que ninguém passava por ela, nem voltava; porquanto fizeram da terra desejada uma desolação.” 42
Foi uma questão de tempo, para que Judá tivesse o mesmo destino. O mau exemplo da nação de Israel, sua irmã, foi seguido. Seus reis e o povo cometeram as mesmas abominações dos reis e do povo do norte. “Nabucodonosor, imperador da Babilônia, destrói o Templo, em 587, e deporta a elite da população judaica para a Babilônia, onde fica exilada por 70 anos.” (Frederico Mendes, p.13).
“E toda esta terra virá a ser uma desolação e um espanto; e estas nações servirão ao rei de Babilônia setenta anos. Acontecerá, porém, que quando se cumprirem os setenta anos, castigarei o rei de Babilônia, e esta nação, diz o Senhor, castigando a sua iniqüidade, e a terra dos caldeus; farei dela uma desolação perpetua.” [Jr.25.11] “Porque assim diz o Senhor: Certamente que passados setenta anos em Babilônia, eu vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar.” 43
“Por que Setenta Anos? (605-536 A.C.). De acordo com alguns intérpretes, o povo tinha deixado de observar a lei do descanso sabático a cada sete anos. Ver Lev. 25.3-5. Já que o povo judeu se recusou obedecer a essa lei, o Senhor os removeria da terra, para forçar esse descanso (ver Lev. 26.3-35). O cativeiro babilônico, pois, permitiu que a terra recuperasse seu descanso sabático (ver II Crô. 36.20-21). ‘Esse foi o número de anos sabáticos, nos 490 anos que se tinham escoado entre Saul e o cativeiro babilônico: uma justa retribuição pela violação dos anos sabáticos por parte deles’” (R. N. Champlin, p.3066). “Deus foi extremamente paciente com Seu povo escolhido. Ele lhes deu muitos avisos, mas eles não deram ouvidos aos Seus profetas. Finalmente, por causa da grande maldade que continuavam a cometer, Deus permitiu que exércitos invasores destruíssem Jerusalém e o Templo e levassem seus habitantes para o cativeiro” (David Hunt, p.57). 42 43
[Zc.7.14] [Jr.29.10]
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O cenário de atuação dos profetas agora era a Babilônia. O povo estava cativo e ouviria o Senhor falar através de Daniel, o qual tornou-se conselheiro do rei e Ezequiel. “Israel não somente está sem rei e sem país, como também sem templo e sem os meios de cumprir os ritos religiosos ordenados por Moisés. O único lugar de ajuntamento religioso na Babilônia registrado por Ezequiel é a sua própria casa, onde ele aconselhava os anciãos. Esses anciãos eram evidentemente os primeiros líderes de sinagoga, que se tornaram mais tarde os governadores delas e do povo. Sem um templo, o sistema ritual de animais sacrificados, festas e todas as funções relacionadas com o templo era inoperante” (Stanley A. Ellisen, p.249).
“Porque assim diz o Senhor Deus: Eis que eu, eu mesmo, procurarei as minhas ovelhas, e as buscarei. E suscitarei sobre elas um só pastor para as apascentar, o meu servo Davi. Ele as apascentará, e lhes servirá de pastor. E eu, o Senhor, serei o seu Deus, e o meu servo Davi será príncipe no meio delas; eu, o Senhor, o disse.” 44
Na
Babilônia
os
judeus
desfrutaram
de
condições
relativamente favoráveis. O solo ali era mais fértil que o da Judéia, e os agricultores judeus facilmente podiam cultivá-lo. Alguns deles conseguiram enriquecer. Muitos tornaram-se tão bem sucedidos na Babilônia que recusaram-se a retornar à Palestina, quando Ciro lhes permitiu o retorno. Contudo, ajudaram financeiramente àqueles que desejaram voltar do exílio. O profeta Isaías havia profetizado sobre Ciro muito tempo antes. Começa em 41.2,25 e termina em 46.11 e 48.15. Previu que Ciro não somente ordenaria a reconstrução do templo, mas também a reconstrução da própria cidade (Isa. 45:13; 44:28)... No trecho de Isaías 44:28-45:8, Ciro é chamado pelo nome. Ciro capturou a Babilônia em 539 AC., era o fim do Império Babilônico e início do Império Medo-Persa. Um dos reis deste novo império foi Assuero, que teve como esposa uma judia chamada Ester (Ester 2.17). O retorno cobre um período de cerca de cem anos, que encontramos registramos nos livros de Esdras e Neemias. Foram quatro turmas que voltaram do cativeiro: a de Zorobabel em 537, a de Esdras em 457, a de Neemias em 444, e a outra de Neemias em 432. Zorobabel foi o construtor do templo e Neemias, que havia sido copeiro-mor do rei da Pérsia, foi o construtor dos muros. Os profetas Ageu e Zacarias encorajaram o povo. 44
[Ez. 34.11,23,24]
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“O remanescente que voltou era quase todo ele de judeus, mas evidentemente representavam todo o Israel conforme surgere (sic) o seguinte: 1) O decreto de Ciro foi dado a todo o Israel, incluindo a (sic) dez tribos do norte levadas para a Assíria (Esdras 1:3). 2) As doze são representadas pelos doze líderes (Neemias 7:7; Esdras 2:2). 3) Os doze bodes oferecidos na dedicação do templo eram para as doze tribos (Esdras 6:17; 8:35). 4) Enquanto se faz referência a ‘Judá’ vinte e seis vezes em Esdras e em Neemias, o termo inclusivo ‘Israel’ é usado mais de sessenta vezes, como se todas as tribos estivessem representadas” (Stanley A. Ellisen, p.129). “Em 515 A.C. estava completo o segundo templo de Jerusalém. Não tinha a glória e o esplendor do templo de Salomão, mas serviu para restabelecer o culto religioso dos judeus, em Jerusalém, dando aos mesmos uma nova esperança e determinação” (R. N. Champlin, p.4486). “Desde Gênesis 3:15 havia em cada coração um suspiro pelo Messias Redentor. E isso, com o correr dos séculos, tornou-se a esperança messiânica, mormente para os judeus, o povo da Promessa... A começar pelo grande Império assírio e terminando com Roma, o mundo deu muitas voltas. Mas caminhava sempre para o objetivo supremo do TodoPoderoso, a preparação do mundo para receber o Senhor Jesus” (Enéas Tognini, p.8 e 9).
A Bíblia silencia durante um período que vai do profeta Malaquias ao evangelho de Mateus. As informações que temos sobre esse período são de fontes não inspiradas por Deus, mas com um rico conteúdo histórico. Em 333 a.C., Alexandre, o Grande derrotou o rei Dario III, começando assim um novo império: o Grego. Partiu ele vitorioso para a Síria e Judéia, sendo recebido pelo sumo sacerdote Jadua. Alexandre manteve um relacionamento pacífico com os judeus, mas morreu na Babilônia aos trinta e três anos de idade, de malária e excesso de bebidas alcoólicas. Seu império foi dividido entre quatro de seus valentes generais: Cassandro, que ficou com a Europa; Ptolomeu, que dominou o Egito; Antíoco, que ficou com a Ásia e Seleuco, que herdou a Babilônia. A maior contribuição do Império Grego à chegada do Messias foi seu idioma, que tornou-se universal. Antigamente os povos eram bilíngües, falavam a língua pátria e também o grego. Cristo foi pregado por Paulo em grego. O Novo Testamento foi escrito em grego. Em Israel, falava-se o grego. A região da Judéia sempre foi muito disputada, pois era o ponto de ligação entre os continentes europeu, asiático e africano. Nesse período os reis selêucidas e ptolomeus a governaram ora um ora outro. O sexto governador da dinastia dos
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selêucidas, chamado Antíoco, o Grande, tomou Jerusalém. Mas foi o oitavo dos selêucidas que mais prejudicou aos judeus: Antíoco Epifânio. Este é o pequeno chifre mencionado na visão de Daniel (Dn.8.9). Ele profanou o templo de Jerusalém, apropriou-se de seu altar de ouro, seus vasos e seus tesouros para os cofres reais; ofereceu uma porca sobre o altar dos holocaustos; levantou no Santo dos Santos a estátua de Júpiter; demoliu os muros de Jerusalém; proibiu a circuncisão fazendo dela um crime passível de pena de morte; destruiu todos os livros sagrados que pôde encontrar e deu ordens para a helenização compulsória de todos dos judeus. No lugar do antigo altar, mandou construir um altar grego. Proibiu que guardassem o sábado ou as festas judaicas e todo judeu que se recusasse a comer porco ou que fosse encontrado com o Livro da lei em sua posse, deveria ser aprisionado ou morto. Ele tornou-se assim o tipo mais vívido do ainda futuro anticristo. Seus excessos é que provocaram a revolta dos Macabeus, ou Hasmoneanos. O exército macabeu vivia nas montanhas como animais, alimentando-se de ervas. De vez em quando eles desciam sobre uma vila vizinha, matavam traidores, derrubavam altares pagãos, e quaisquer crianças que encontravam não-circuncidadas, eles as circuncidavam valentemente. “Quando essas coisas foram relatadas ao Antíoco [Epifânio], ele enviou um exército de gregos sírios para destruir a força macabeana. Judas os encontrou na passagem de Emaús; e apesar dos gregos serem mercenários treinados, fortemente armados, e o bando de Judas estar pobremente armado e vestido, os judeus obtiveram uma vitória completa (aproximadamente em 166 a.C.). Antíoco enviou um exército maior, cujo general estava tão confiante que trouxe mercadores de escravos consigo para comprar os judeus que esperava capturar, e anunciou nas cidades os preços que cobraria. Judas derrotou essas tropas em Mizpah, e tão definitivamente que Jerusalém caiu em suas mãos sem resistência” (David Hunt, p.144).
Isto resultou num período de independência política dos israelitas, antes de a perderem para os romanos em 63 a.C. Judas Macabeu purificou e reconsagrou o templo de Jerusalém, um acontecimento que passou a ser comemorado pela Festa da Dedicação. A dinastia hasmoneana havia caído em decadência devido a disputas internas pelo poder. Os romanos, que até então, haviam poupado Israel, aproveitaram-se das contendas e dissensões entre a família reinante, e invadiram a Palestina sob o comando de Pompeu. “Antípatre, um idumeu (descendente de Esaú), foi nomeado governador da Judéia. A Judéia incluía, na verdade, terras pertencentes à Galiléia, à Samaria, à própria Judéia à Traconíade e a Peréia (terras essas intituladas algumas vezes, coletivamente, de Judéia)... Foi com Antípatre
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que começou o governo dos Herodes... Herodes, o Grande era filho de Antípatre... Foi no tempo do governo do tetrarca Herodes (também chamado Ântipas, um dos filhos mais novos de Herodes, o Grande; Luc. 3:19) que Jesus Cristo morreu e ressuscitou” (R. N. Champlin, p.4487).“Herodes foi notável construtor: Construiu e reforçou as muralhas de Jerusalém... remodelou o templo...” (Enéas Tognini, p.15). “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, ela se achou ter concebido do Espírito Santo. E como José, seu esposo, era justo, e não a queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isso, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo; ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” [Mt. 1.18-21]. “Naqueles dias saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo fosse recenseado. Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirínio era governador da Síria. E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. Subiu também José, da Galiléia, da cidade de Nazaré, à cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam ali, chegou o tempo em que ela havia de dar à luz, e teve a seu filho primogênito; envolveu-o em faixas e o deitou em uma manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem. Ora, havia naquela mesma região pastores que estavam no campo, e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho. E um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do Senhor os cercou de resplendor; pelo que se encheram de grande temor. O anjo, porém, lhes disse: Não temais, porquanto vos trago novas de grande alegria que o será para todo o povo: É que vos nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Achareis um menino envolto em faixas, e deitado em uma manjedoura. Então, de repente, apareceu junto ao anjo grande multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens de boa vontade. E logo que os anjos se retiraram deles para o céu, diziam os pastores uns aos outros: Vamos já até Belém, e vejamos isso que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer. Foram, pois, a toda a pressa, e acharam Maria e José, e o menino deitado na manjedoura; e, vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita; e todos os que a ouviram se admiravam do que os pastores lhes diziam. Maria, porém, guardava todas estas coisas, meditando-as em seu coração. E voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes fora dito. Quando se completaram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido. Terminados os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém, para apresentá-lo ao Senhor (conforme está escrito na lei do Senhor: Todo primogênito será consagrado ao Senhor), e para oferecerem um sacrifício segundo o disposto na lei do Senhor: um par de rolas, ou dois pombinhos. Ora, havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem, justo e temente a Deus, esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. E lhe fora revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ver o Cristo do Senhor. Assim pelo Espírito foi ao templo; e quando os pais trouxeram o menino Jesus, para fazerem por ele segundo o costume da lei, Simeão o tomou em seus braços, e louvou a
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Deus, e disse: Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra; pois os meus olhos já viram a tua salvação, a qual tu preparaste ante a face de todos os povos; luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo Israel. Enquanto isso, seu pai e sua mãe se admiravam das coisas que deles se diziam. E Simeão os abençoou, e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este é posto para queda e para levantamento de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição, sim, e uma espada traspassará a tua própria alma, para que se manifestem os pensamentos de muitos corações. Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era já avançada em idade, tendo vivido com o marido sete anos desde a sua virgindade; e era viúva, de quase oitenta e quatro anos. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações. Chegando ela na mesma hora, deu graças a Deus, e falou a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.” [Lc.2.21-38] “Tendo, pois, nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que vieram do oriente a Jerusalém uns magos que perguntavam: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? pois do oriente vimos a sua estrela e viemos adorá-lo. O rei Herodes, ouvindo isso, perturbou-se, e com ele toda a Jerusalém; e, reunindo todos os principais sacerdotes e os escribas do povo, perguntava-lhes onde havia de nascer o Cristo. Responderam-lhe eles: Em Belém da Judéia; pois assim está escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as principais cidades de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel. Então Herodes chamou secretamente os magos, e deles inquiriu com precisão acerca do tempo em que a estrela aparecera; e enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino; e, quando o achardes, participaimo, para que também eu vá e o adore. Tendo eles, pois, ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela que tinham visto quando no oriente ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. Ao verem eles a estrela, regozijaram-se com grande alegria. E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro incenso e mirra. Ora, sendo por divina revelação avisados em sonhos para não voltarem a Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho. E, havendo eles se retirado, eis que um anjo do Senhor apareceu a José em sonho, dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito, e ali fica até que eu te fale; porque Herodes há de procurar o menino para o matar. Levantou-se, pois, tomou de noite o menino e sua mãe, e partiu para o Egito. e lá ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta: Do Egito chamei o meu Filho. Então Herodes, vendo que fora iludido pelos magos, irou-se grandemente e mandou matar todos os meninos de dois anos para baixo que havia em Belém, e em todos os seus arredores, segundo o tempo que com precisão inquirira dos magos. Cumpriu-se então o que fora dito pelo profeta Jeremias: Em Ramá se ouviu uma voz, lamentação e grande pranto: Raquel chorando os seus filhos, e não querendo ser consolada, porque eles já não existem. Mas tendo morrido Herodes, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José no Egito, dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que procuravam a morte do menino. Então ele se levantou, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel. Ouvindo, porém, que Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá; mas avisado em sonho por divina revelação, retirou-se para as regiões da Galiléia, e foi habitar numa cidade chamada Nazaré; para que se cumprisse o que fora dito
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pelos profetas: Ele será chamado nazareno.” 45
Jesus cumpriu em Si as profecias do Antigo Testamento a respeito do Messias: nasceu em Belém (Mq.5.2; Mt.2.1); era semente de uma mulher (Gn.3.15; Gl. 4.4); descendente de Abraão, Isaque, Jacó, Judá e Davi (Gn.18.18; 17.19; 28.14; Nm.24.17; Mt.1.1-3; Lc3.34); a época de seu nascimento (Dn.9.25; Lc.2.1-2); nasceu de uma virgem (Is.7.14; Mt.1.18); seria sacerdote como Melquisedeque (Sl.110.4; Hb.6.20). Os detalhes não deixam dúvida de que Jesus é o Messias: a matança dos meninos (Jr.31.15; Mt.2.16); a fuga para o Egito (Os.11.1; Mt.2.14); o desprezo por parte dos judeus (Is.53.3; Jo.1.11); foi traído por um amigo (Sl.41.9; Mc.14.10); vendido por trinta moedas de prata (Zc.11.12; Mt.26.15); golpeado e cuspido (Is.50.6; Mc.14.65); crucificado com pecadores (Is.53.12; Mt.27.38); suas mãos e seus pés foram traspassados (Sl.22.16; Jo.20.27), deram a ele fel e vinagre (Sl.69.21; Jo.16.29); seu lado foi traspassado (Zc.12.10; Jo.19.34); os soldados lançaram sorte sobre suas roupas (Sl.22.18; Mc.15.24); seus ossos não foram quebrados (Sl.34.20; Jo.19.33); sua ressurreição (Sl.16.10; Mt.28.9); sua ascensão (Sl.68.18; Lc.24.50-51). Todas essas evidências, no entanto, não convenceram Seu próprio povo, que o rejeitou, e o trocou por um assassino: “O governador, pois, perguntou-lhes: Qual dos dois quereis que eu vos solte? E disseram: Barrabás”46. “E Pilatos, tornando a falar, perguntou-lhes: Que farei então daquele a quem chamais reis dos judeus? Novamente clamaram eles: Crucifica-o!”47. “Ao ver Pilatos que nada conseguia, mas pelo contrário que o tumulto aumentava, mandando trazer água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Sou inocente do sangue deste homem; seja isso lá convosco. E todo o povo respondeu: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos”48. O profeta João Batista testificou a respeito Dele: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Este é aquele de quem eu disse: Depois de mim vem um varão que passou adiante de mim, porque antes de mim ele já existia”49. Também o batizou (Mt.3.13-17), mas em determinado momento, enquanto estava preso, fraquejou em sua fé e mandou que dois de seus discípulos perguntassem a Jesus: “És tu aquele que havia de vir, ou havemos de esperar outro?”50. Jesus mandou a seguinte resposta: “Ide contar a João as coisas 45
[Mt.2.1-23] [Mt.27.21] 47 [Mc.15.12] 48 [Mt.27.24,25] 49 [Jo.1.29b,30] 50 [Mt.11.3b] 46
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que ouvis e vedes: os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho.”51. Era exatamente isso que não só os discípulos de João viam, mas todas as multidões que seguiam a Jesus. Havia multiplicação de pães (Mt.14.13-21), cura (9.18-26), libertação (8.28-34) e muitos outros sinais. “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor” 52. Isaías, nesta passagem, refere-se a Jesus. E foi exatamente lendo este texto de Isaías que Jesus iniciou sua missão aplicando tais palavras ao Seu ministério (Lc.4.16-20). Foi sobre Ele que o Espírito Santo repousou de maneira toda especial, garantindo-lhe o sucesso. Quando começou Seu ministério, Jesus tinha cerca de trinta anos de idade (Lc.3.23). “mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo de lei”53. Jesus Cristo veio exatamente na ocasião planejada por Deus, na hora certa. Apesar de os judeus ainda esperarem nos dias de hoje o seu Messias, Ele já veio, mas não foi reconhecido e está prestes a voltar novamente a esta terra. Jerusalém recebe diariamente diversas caravanas de cristãos que vão até ali para andar onde Jesus andou, ver onde Ele nasceu, onde morreu e visitar o túmulo que Ele deixou vazio no terceiro dia de Sua morte, pois ressuscitou. Contam os evangelhos que Ele subiu ao céu prometendo retornar do mesmo modo que subiu. Jerusalém, a cidade orgulho dos judeus, tornou-se o palco das três religiões monoteístas do mundo: O Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo, sendo esta última, a que mais cresce atualmente. O Cristianismo nasceu do judaísmo. Jesus escolheu para Si discípulos judeus, os quais espalharam o Seu nome por todo o mundo antigo. Os escolhidos foram: Simão Pedro, André, Tiago (filho de Zebedeu), João, Filipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus, Tiago (filho de Alfeu), Tadeu, Simão o Zelote e Judas Iscariotes (Mt.10.1-3). Posteriormente Judas Iscariotes, que foi o traidor, foi substituído por Matias em uma assembléia da Igreja (At.1.23-26). Paulo foi chamado para o apostolado posteriormente em uma visão quando estava a caminho de Damasco para perseguir os discípulos de Jesus Cristo, passando assim de perseguidor para perseguido (At.9.1-31). Os cristãos foram encarados pelos judeus como seita e por eles 51
[Mt.11.4b,5] [Is.61.1,2a] 53 [Gl.4.4] 52
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foram perseguidos. Estevão, um dos primeiros diáconos da igreja do Senhor foi apedrejado (At.7.54-60). Pedro e João foram presos e levados ao Sinédrio (At.4.1-23). Mas a perseguição impulsionava ainda mais o crescimento da igreja, que espalhou-se pelos continentes habitados levando a mensagem duma nova vida (At.5.20). Neste período de crescimento e avanço da igreja, o Novo Testamento ia sendo montado pelo Espírito de Deus. Paulo, Pedro e João escreveram cartas às igrejas, como também aos pastores. Os evangelhos foram escritos por Mateus, o cobrador de impostos; Marcos, companheiro de Pedro; Lucas, o médico que andou com Paulo e João, o apóstolo amado. A carta destinada aos hebreus, no entanto, não traz consigo o nome de seu autor. Lucas se encarregou de escrever também sobre os primeiros anos da igreja primitiva em seu livro intitulado Atos dos Apóstolos. Nenhum outro povo chamou tanta atenção ou influenciou tanto a humanidade como o povo de Jesus Cristo, ou seja, o povo judeu. Não é somente pelo fato de estarem justamente num ponto tão disputado da terra, que é a Palestina, mas porque Satanás sempre tentou frustrar os planos de Deus. Deus escolheu esse povo pra trazer à humanidade a salvação (Jo. 4.22). Apesar das tentativas de Satanás de impedir o nascimento do Messias (Mt.2.16), Ele veio e cumpriu a Sua missão. Deus provou mais uma vez ser Fiel e Verdadeiro, cumprindo a Sua Palavra. Mas nem todas as profecias estavam cumpridas. Ainda havia muito pela frente e Satanás sabia disso. Sabemos que as profecias na Bíblia giram em torno de dois temas principais: “Israel e o Messias que vem para Israel e, por meio de Israel, ao mundo... Há tanta profecia que já foi cumprida nos menores detalhes, que podemos ter confiança absoluta que aquelas profecias que ainda se referem ao futuro também serão cumpridas da mesma maneira” (David Hunt, p.92). “Israel nunca se sentiu à vontade sob governo estrangeiro. As revoltas eram inevitáveis... Finalmente em 66 D.C., a tempestade, que se tinha concentrado e ameaçava já por tanto tempo, irrompeu de súbito. Por cem anos, os romanos haviam dominado a Palestina, mas a mão de ferro dos romanos usara uma luva de veludo. Entretanto, em 66 D.C., eles tiraram essa luva. A rebelião dos judeus cada vez mais intensa provou aos olhos de Roma que sua política de relativa tolerância, na Palestina, fora um equívoco” (R. N. Champlin, p.4487). “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste! Eis aí abandonada vos é a vossa casa. Pois eu vos declaro que desde agora de
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modo nenhum me vereis, até que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor.” [Mt.23.37-39] “Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação. Então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes; os que estiverem dentro da cidade, saiam; e os que estiverem nos campos não entrem nela. Porque dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas. Ai das que estiverem grávidas, e das que amamentarem naqueles dias! porque haverá grande angústia sobre a terra, e ira contra este povo. E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos destes se completem.” [Lc.21.20-24] “Igualmente, quanto à mulher mais mimosa e delicada no meio de ti, que de mimo e delicadeza nunca tentou pôr a planta de seu pé sobre a terra, será mesquinho o seu olho para com o homem de seu regaço, para com seu filho, e para com sua filha; também ela será mesquinha para com as suas páreas, que saírem dentre os seus pés, e para com os seus filhos que tiver; porque os comerá às escondidas pela falta de tudo, no cerco e no aperto com que o teu inimigo te apertará nas tuas portas.” 54
O primeiro cerco de Jerusalém foi feito por Céstio, na ocasião da Festa dos Tabernáculos. Entretanto, o cerco foi desfeito pelos soldados judeus e os romanos foram perseguidos. Quando os cristãos que habitavam em Jerusalém viram a cidade cercada de exércitos, lembraram da predição de Jesus 40 anos atrás (Lc.21.10) e cuidaram de desocupar a cidade aproveitando os dias de trégua. Os judeus voltaram da luta quase sem perdas, cantando triunfo para Jerusalém. No entanto era um êxito aparente, porque os romanos voltaram com toda a carga, trazendo indescritível desgraça sobre a cidade sentenciada (Lc.23.28). Terrível foi a calamidade que caiu sobre Jerusalém quando o cerco foi assumido por Tito. Desta vez a cidade foi sitiada na ocasião da Páscoa, quando milhões de judeus estavam reunidos dentro de seus muros. Tão ferozes eram os transes de fome, que os homens roíam o couro de seus cinturões, sandálias e a cobertura de seus escudos. Milhares morreram pela fome e pela peste. As mãos piedosas das mulheres cozinharam seus próprios filhos (Lm.4.10, Dt.28.56-57). Os prisioneiros eram açoitados, torturados e crucificados diante do muro da cidade. Tantas eram as cruzes, que mal havia espaço para se mover entre elas. No cerco e no morticínio que se seguiram, pereceram um milhão de pessoas, e os sobreviventes foram levados como escravos, arrastados a Roma para abrilhantar a vitória do vencedor, lançados às feras, anfiteatros ou dispersos por roda a terra como filhos errantes sem lar. Era a diáspora, a dispersão dos judeus pelo mundo (Dt.28.64). “A desgraça do povo de Israel tornou-se ainda maior porque as forças romanas não pouparam nem mesmo o símbolo da devoção e do 54
[Dt.28.56,27]
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sentimento de nacionalidade dos hebreus: o Segundo Templo, assim chamado por ter sido erguido em substituição ao Templo de Salomão, destruído pelos babilônios em 586 a.C.” (Carlos Fernandes, p.27) “Do Templo restou o que os judeus chamam de Muro Ocidental, o Muro das Lamentações... Ali são realizadas diariamente cerimônias de bar-mitzva, a iniciação judaica dos meninos, aos 13 anos” (Jorge Antonio Barros, p.13).
Mil judeus escaparam, estabelecendo-se no que restou do palácio de Herodes, no alto do monte Massada. “Há um atrativo insuperável na região do mar morto: as ruínas de uma cidade desaparecida durante mais de mil e quinhentos anos... ela só foi redescoberta há duzentos anos... Hoje, a antiga cidade está inscrita na lista dos patrimônios mundiais da Unesco e é um dos locais mais visitados de Israel. Para alcançá-la, são horas de subida a pé pelos caminhos... ou cinco minutos num moderno teleférico... As ruínas são de um palácio construído por Herodes, cercado de muralhas fortificadas e torres defensivas... Depois da morte de Herodes, um grupo de zelotes, uma seita judaica, assumiu o controle da cidadela, e Massada se transformou no último foco de resistência aos romanos. Durante dois anos, eles acompanharam o cerco das legiões romanas lá embaixo. Ninguém subia. Os estreitos caminhos para o alto não permitiam um ataque em massa dos exércitos. Ninguém descia. Com um estoque farto de água e comida, os judeus, não se renderiam. A história termina, quando os romanos finalmente conseguiram construir uma rampa com milhares de pedras e terra batida que alcançaria a fortaleza. A captura dos judeus era questão de horas, eles tinham apenas uma noite pra tomar uma decisão. Apesar do Judaísmo condenar o suicídio, os resistentes de Massada preferiam morrer a se deixar escravizar pelos romanos. Conta a história, então, que eles decidiram que cada homem mataria sua mulher e seus filhos. Depois, dez deles matariam todos os outros, e um desses dez mataria os nove companheiros e se suicidaria em seguida e assim teria sido feito. O único relato desses dramáticos acontecimentos foi feito pelo historiador romano Josephus Flavius que o teria ouvido de duas mulheres que escaparam da morte naquela noite... Massada se transformou no símbolo do heroísmo nacional judaico, bandeira à liberdade de Israel...” (Ana Paula Padrão, “SBT Realidade" sobre Israel).
A cidade cujos habitantes pediram Barrabás, o salteador, ao invés de Jesus, o Príncipe da Paz, colheu abundantemente os efeitos esmagadores de sua escolha.
“Em 130 d.C. o imperador Adriano declarou sua intenção de erguer um templo a Júpiter no local onde o templo estava anteriormente. No ano seguinte, ele ‘editou um decreto proibindo a circuncisão e instrução
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pública da lei judaica... Decidido a destruir o vigor restaurador do judaísmo, Adriano proibiu... a observância do sábado ou qualquer festa judaica, e a demonstração publica de qualquer ritual hebreu. Um imposto novo e mais pesado foi exigido de todos os judeus. Eles tinham permissão de ir a Jerusalém apenas num dia determinado cada ano, quando podiam vir e chorar diante das ruínas de seu templo. A cidade pagã de Ália Capitolina surgiu no lugar de Jerusalém, com templo a Júpiter e Vênus, e com arenas, teatros e banhos’” (David Hunt, p.145). “Ao final do século IV, com a conversão do imperador Constantino ao Cristianismo (313), a mãe dele, Helena, determinou a construção de igrejas nos lugares santos cristãos de Jerusalém, Belém e Galiléia, e mosteiros foram fundados em muitas partes do país. A basílica do Santo Sepulcro – onde a maioria das tradições cristãs crêem que Jesus foi sepultado – foi a primeira dessas construções. Os direitos de custódia das várias igrejas cristãs sobre os lugares santos de Jerusalém foram definidos durante o século XIX, e ainda hoje são respeitados. De onde Jesus subiu aos céus, existe hoje a Capela da Ascensão; onde Pedro negou a Jesus existe hoje a Igreja de São Pedro do Galicantu, em Jerusalém” (Jorge Antonio Barros, p.20).
Em 313 findou-se o domínio romano e teve início o período bizantino. Em 614 houve a invasão persa sobre a região e em 636 teve início o domínio árabe. O califa Omar começa a construção da Mesquita Al-Aqsa sobre as ruínas do Templo. Entre 1099 e 1291 houve a tomada de Jerusalém pelos cruzados de Godofredo de Bouillon.
“Judeus foram massacrados aos milhares em toda a Europa enquanto o exército da cruzada católica se encaminhava à ‘Terra Santa’ para recuperá-la de turcos e de judeus para a Igreja Católica Romana... Os concílios e alguns papas isolaram os judeus em guetos, fizeram com que usassem uma cor identificável ou crachá colorido... e, de muitas outras maneiras, os isolaram e provocaram ressentimentos contra eles por parte dos católicos simples que viram a necessidade de ‘vingar o sangue de Cristo’ matando Seus assassinos.” [Jerusalém, um cálice de tontear, p.148,149] “Em 1236, soldados da cruzada ‘invadiram as colônias judaicas de Anjou e Poitou... e ordenaram que todos os judeus fossem batizados; quando os judeus se recusaram, os soldados pisotearam 300 deles sob os cascos de seus cavalos” (David Hunt, p.150).
Do período de 1291 a 1516 a região ficou sob domínio mameluco.
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Em 1492, judeus da Espanha foram confrontados com a conversão ao Catolicismo Romano ou a expulsão. Isso os levou a fugir para a Palestina. Outros fizeram o mesmo fugindo de imposições feitas pelos czares russos ou pelos príncipes poloneses, e acabaram por produzir uma presença crescente de judeus em Safed, Jerusalém, Hebrom e Tiberíades.
“Apesar das tentativas judaicas de conquistar a simpatia de líderes como o Kaiser Guilherme II e o Sudão Abdul-Hamid II, não houve qualquer reconhecimento por parte de qualquer poder político de que os judeus tivessem algum direito sobre o que, por séculos, tinha sido sua terra, a Terra Prometida dada por Deus a Seu povo escolhido” (David Hunt, p.100 e 101).
Em 1517 começa o domínio otomano durando até 1917.
“Nenhum registro histórico de qualquer outro grupo étnico ou nacional contém algo que sequer chegue perto do pesadelo de terror, humilhação e destruição que os judeus sofreram através da história nas mãos dos povos entre os quais se encontraram nas suas peregrinações profetizadas. “Os papas da Igreja Católica foram os primeiros a desenvolver o antisemitismo como uma ciência. Hitler, que permaneceu católico até o fim, afirmaria que só estava seguindo o exemplo tanto de católicos quanto de luteranos, terminando o que a igreja começara. O anti-semitismo era uma parte do catolicismo de Martim Lutero da qual ele jamais se libertou. Ele defendeu incendiar as casas dos judeus e dar a eles a escolha entre a conversão ou ter suas línguas arrancadas. Quando, em 1870, o exército italiano libertou os judeus de Roma do gueto em que os papas os forçavam a viver, a sua liberdade finalmente encerrou quase 1500 anos de humilhação e degradação inimaginável nas mãos daqueles que afirmavam ser cristãos liderados pelo Vigário de Cristo” (David Hunt, p.94). “O fanatismo que levou os católicos ao assassinato era geralmente associado com a Eucaristia e a hóstia, que, de acordo com a igreja, tornavam-se literalmente o corpo e sangue de Cristo na missa, através do suposto milagre da ‘transubstanciação’... Em 1243, ‘toda a população judaica de Belitz, perto de Berlim, foi queimada viva pela acusação de alguns deles terem violado a hóstia consagrada’. Em 1298, ‘todos os judeus em Rottinguen foram queimados vivos, acusados de desecrar uma hóstia sacramentada’. Em Deggendorf toda a comunidade judaica foi massacrada por supostamente roubar e ‘torturar’ uma hóstia consagrada” (David Hunt, p.149 e 150).
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Em 1860 começaram os primeiros rumores na Europa e na Ásia sobre uma possibilidade de retorno à terra de Canaã, surgindo como uma tênue nuvem de esperança, que no final do século se avolumou, tomando corpo. Era o movimento sionista, que visava o resgate da identidade judaica e o combate à discriminação que os judeus sofriam na Europa. Seu maior articulador foi o jornalista Theodor Herzl, até hoje considerado um dos maiores heróis da história recente do povo de Deus. Entre 1882 e 1903 houve a primeira imigração em massa, de judeus russos. “Em 1897, Herzl convocou o primeiro congresso sionista em Basiléia, na Suíça, reunindo os judeus da dispersão. O movimento encorajou judeus da Europa Ocidental a migrar em grande número para a Palestina, então sob domínio otomano” (Carlos Fernandes, p.27).
Em 22 de janeiro de 1917, o presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, apresentou as condições de paz que os Estados Unidos aceitariam para o fim da Primeira Guerra Mundial. Um requisito era o estabelecimento de uma organização internacional composta das principais nações do mundo, com a finalidade de garantir segurança para todos os Estados independentes e impedir futuras guerras. Os ingleses terminaram com 400 anos de domínio otomano e declaram-se favoráveis à criação de um Estado judaico na Palestina. Entre 1919 e 1939, levas sucessivas de imigrantes elevaram a população judaica para meio milhão de pessoas. Em 1933 os nazistas subiram ao poder.
“E virás a ser por pasmo, provérbio e ludíbrio entre todos os povos a que o Senhor te levar.” [Dt.28.37]“E persegui-los-ei com a espada, com a fome e com a peste; farei que sejam um espetáculo de terror para todos os reinos da terra, e para serem um motivo de execração, de espanto, de assobio, e de opróbrio entre todas as nações para onde os tiver lançado” [Jr.29.18] “Não temas, pois, porque eu sou contigo; trarei a tua descendência desde o Oriente, e te ajuntarei desde o Ocidente. Direi ao Norte: Dá; e ao Sul: Não retenhas; trazei meus filhos de longe, e minhas filhas das extremidades da terra” 55
Em 1939 teve início a Segunda Grande Guerra, a 1º de setembro. Os judeus foram massacrados por Hitler em todos os países que estavam sob o domínio alemão no período de 1941 a 1945. Na Polônia, 500.000 judeus foram encurralados no gueto de Varsóvia, onde viviam anteriormente apenas 35.000 pessoas. O gueto era uma área da cidade 55
[Is.43.5-6]
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onde os judeus eram obrigados a viver longe dos “cristãos”. A entrada era guardada por soldados alemães, que atiravam para matar, mediante a menor tentativa de fuga. As execuções eram por fuzilamento, afogamento, queima, gases tóxicos e torturas com o maior requinte de crueldade. O território tornou-se um imenso cemitério e o solo encharcado com sangue de incontáveis cadáveres anônimos. Nos campos de concentração, antes e depois da morte, os judeus eram despojados de tudo quanto possuíam, não só objetos de uso, mas também cabelos, dentes de ouro, pernas mecânicas. Até seus ossos foram transformados em fosfato e sua gordura em sabão. Os campos de concentração de Treblinka, Auschwitz e Maidaneck tornaram-se uma máquina de morte, trabalhando 24 horas por dia. Só no campo de Auschwitz foram executados três milhões de judeus. Os alemães mantinham um grupo de judeus mais alimentados, responsável pelo despojo de seus próprios compatriotas judeus. Mas até esses periodicamente eram executados. Em junho de 1942 teve início a liquidação nazista do gueto de Varsóvia. Em pouco tempo 440.000 foram mortos. A população judaica antes da guerra nos países da Europa que foram ocupados pelos alemães era de 9.800.000. Desses, pelo menos seis milhões foram mortos. Os sobreviventes tornaram-se numa comunidade amontoada sem lar. (Is.5.25, Jr.7.33).
“O holocausto continuou depois da guerra com o assassinato de muitos judeus quando estes tentaram voltar aos seus lares de antes da guerra. Em Kelsa, na Polônia, por exemplo, 200 sobreviventes da antiga comunidade judaica, que tinha 25.000 pessoas, foram atacadas – e 76 deles foram mortos – pelo povo da cidade que se recusou a lhes devolver as casas que possuíam antes de serem criminosamente despachados para os campos de extermínio” (David Hunt, p.104). “Em abril de 1946, um Comitê Anglo-Americano de Investigação recomendou a admissão na Palestina de outros 100.000 refugiados judeus da Europa. Embora isso fosse apenas uma gota no oceano comparado à necessidade desesperadora, a Inglaterra recusou-se a aceitar a recomendação e continuou a admitir refugiados judeus à taxa cruelmente inadequada de 1.500 por mês. Ultrajados com a impiedosa falta de empatia para com seu sofrimento, os judeus, desesperados, começaram a organizar tentativas de infiltrar ilegalmente refugiados judeus na Palestina. A Inglaterra retaliou bloqueando a costa de Israel e confinando em campos de concentração em Chipre os que tentavam entrar. Os detidos atingiram um número de mais de 55.000. Apesar disso, por volta de 1947, a infiltração de sobreviventes do Holocausto na Palestina por meios ilegais, mas humanitários, havia elevado a população judaica para cerca de 600.000.
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Por fim, a Inglaterra compreendeu que a controvérsia estava além de sua capacidade de resolver ou controlar. A administração dessa terra tão intensamente disputada havia se transformado num fardo que os ingleses já não queriam mais carregar sozinhos. Consequentemente, em fevereiro de 1947, o governo britânico pediu ajuda e conselho às Nações Unidas. Esse pedido foi acompanhado pelo anúncio inesperado que a Inglaterra daria por encerrado o seu mandato em 15 de maio de 1948, e retirariam suas tropas da Palestina. O cenário estava pronto, finalmente, para o cumprimento de uma das profecias mais notáveis das Escrituras” (David Hunt, p.104 e 105).
Em 1947 o governo Britânico entregou Jerusalém à sua própria sorte, à sanha das hordas Egípcias. No dia 29 de novembro, a primeira Assembléia Geral da ONU foi totalmente dedicada à partilha da Palestina (Sl.83.3-4). Cerca de 18 por cento da terra seria reservada para uma pátria judia, e os 82 por cento restantes para os árabes palestinos, com Jerusalém permanecendo sob administração internacional.
“Na histórica sessão que decidiu a criação do Estado de Israel, um brasileiro teve atuação destacada em defesa da causa: o diplomata Oswaldo Aranha, ministro das Relações Exteriores do governo Getúlio Vargas, que chefiou a delegação brasileira. Coube a ele presidir os trabalhos e contornar com sagacidade dificuldades e pressões impostas por delegados árabes... o diplomata brasileiro foi homenageado com o nome de uma rua de Jeruralém de um Kibutz (comunidade autônoma) em Israel” (Carlos Fernandes, p.28).
Em 1948, quando o governo Britânico se retirou da Palestina, o povo judeu ficou despojado e entregue à fúria destruidora do povo árabe, superiores em número e armamento bélico. Embora com tanta desvantagem os israelenses levaram a melhor. Em 9 de março de 1948, a Haganá, a força clandestina de defesa israelense, ordenou a mobilização de todos os judeus fisicamente capazes entre as idades de 17 e 45 anos. A 13 de maio, o bloqueio naval inglês foi suspenso, permitindo que armas e judeus detidos em Chipre entrassem. Em 14 de maio de 1948, foi lida por David Ben Gurion, a Carta de Independência de Israel.
“Menos de 24 horas haviam se passado do instante solene da fundação do Estado de Israel quando tropas do Egito, Síria, Jordânia, Líbano e Iraque uniram-se para invadir o recém-nascido país, dando início àquele que seria o primeiro conflito da história moderna do povo de Deus, a
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Guerra da Independência. Nos 15 meses seguintes, mais de 6 mil israelenses morreram em combates violentos e intermitentes que, para surpresa do mundo, culminaram com a vitória inesperada das forças militares dos filhos de Abraão, organizadas às pressas e precariamente equipadas. Como resultado, a nova nação passou a ocupar 75% do território da Palestina... pondo fim a dois mil anos de exílio do povo de Israel” (Carlos Fernandes, p.26). “Jerusalém foi dividida em duas partes, por muros de concreto e arame farpado, em conseqüência da reação dos vizinhos árabes. Durante 19 anos a parte oriental foi anexada à Jordânia e a ocidental a Israel” (Jorge Antonio Barros, p.19).
Em 1956, Israel avança em outubro e invade a faixa de Gaza e estende seu território. Em 1967 ocorre a Guerra dos Seis Dias ou “Guerra Relâmpago”. Israel teve a vantagem de atacar primeiro, destruindo toda a aviação que o Egito adquirira da Rússia e estendeu seu território do Rio Jordão ao canal de Suez. Havia 19 séculos que os judeus estavam fora da cidade de Davi e o pranto dos pára-quedistas foi enorme, quando as tropas judaicas chegaram ao Muro das Lamentações. Jerusalém foi reunificada e seus portões foram abertos a todas as religiões (Lc.21.24; Zc.12.2-3; Sl.137.5-6). Em 6 de outubro de 1973 foi deflagrada a Guerra do “Yom Kippur”. Enquanto as ruas de Israel se achavam desertas e o povo celebrava o “Yom Kippur” no interior das sinagogas, os alarmes anti-aéreos davam sinal de que outra guerra estava em marcha. Desta vez o Egito atacou de surpresa e entrou pela península do Sinai, no sul, enquanto exércitos da Síria atacavam as colinas de Golan no norte. Estava sendo desrespeitado o cessar-fogo de 1967. A intenção era controlar o Oriente Médio através de uma nova diplomacia que ira desnortear radicalmente o equilíbrio do poder mundial. Os aviões Mig 21 da Síria desafiaram uma esquadrilha de “Mirage” e “Phaton” israelenses. O resultado foi catastrófico para a Síria, que perdeu 13 de seus aviões, contra apenas 1 avião israelense derrubado. Aproveitando-se de uma brecha na linha de defesa do inimigo, as disciplinadas forças de Israel viraram o jogo e os árabes passaram para a defensiva. Quando terminou a guerra, com a vitória dos israelenses, 20.000 soldados egípcios estavam encurralados na península do Sinai, sem qualquer trilha para voltarem para sua pátria (Jr.30.16). Entre 1978 e 1979, houve a assinatura dos acordos de Camp David e foi celebrada a paz com o Egito.
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“Em 1980, o Knesset, o parlamento israelense, no governo de Menachem Begin, promulgou uma lei fazendo de Jerusalém a capital unificada e eterna de Israel. A lei não foi totalmente reconhecida e aceita pela comunidade internacional nem pela ONU (Organização das Nações Unidas). Quase todas as nações têm suas embaixadas em Tel-Aviv, uma forma nada sutil de manifestar o desagrado à posição oficial” (Frederico Mendes, p.15).
Em 1991 ocorre Guerra do Golfo. O Iraque ataca Israel, que, sob pressão americana, não reage. Em 1993 é assinado o Tratado de Paz, em Washington. Começaram as negociações sobre os destinos dos palestinos e a nova divisão de Jerusalém. Um ano depois vem a consolidação da paz com a Jordânia; e Yitzhak Rabin, Shimon Peres e Yasser Arafat recebem o Prêmio Nobel da Paz. Em meados de 1995, israelenses e palestinos celebram acordo que amplia o controle palestino sobre a Cisjordânia. Rabin é assassinado pelo extremista judeu Yigal Amir. No ano seguinte, Benjamin Netanyahu, do partido Likud, assume o cargo de primeiro-ministro. O processo de paz com os palestinos é congelado e há uma série de atentados. Israel hoje é a nação mais desenvolvida do Oriente Médio, verdadeira potência econômica, tecnológica e militar – uma ilha de prosperidade e democracia em meio a uma região dominada por governos totalitários e habitada por povos miseráveis.. O cartão postal de Jerusalém traz a mesquita da cúpula dourada, que é uma espinha na garganta dos judeus porque está no monte Moriá, na área do antigo templo judaico. Jerusalém “é hoje a maior cidade de Israel, com cerca de 600 mil habitantes, e apresenta todos os estilos de vida e de religião. Em seu terceiro milênio, Jerusalém vive a excentricidade de ser uma cidade santa três vezes – para os judeus, muçulmanos e cristãos. Na antiguidade, a cidade não tinha mais do que 50 mil habitantes... Do total de habitantes, hoje, 406 mil são judeus, 146 mil são muçulmanos e apenas 15 mil são cristãos, sobretudo greco-ortodoxos. A maior parte dos cristãos que vivem em Jerusalém descende de centenárias comunidades cristãs do período bizantino” (Jorge Antonio Barros, p.19). “O Muro das Lamentações, última parede remanescente do grande templo de Salomão e o mais importante santuário do Judaísmo... é o ponto de oração e devoção por parte dos religiosos que depositam pedidos entre as pedras da ruína. Hoje, as orações podem ser feitas até por fax de qualquer lugar do mundo pois são recolhidas e levadas até o muro por um serviço especial de rabinos” (Frederico Mendes, p.15).
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Israel tem sede de paz. E para consegui-la está disposto até mesmo a abrir mão de territórios, entregando-os aos inimigos árabes. Territórios estes, dados pelo Senhor conforme a promessa feita aos seus pais. Seus vizinhos juraram exterminar Israel da face da terra, e cada passo dado por eles é na intenção de executar seu projeto. Israel continua esperando pelo Messias. Nós cristãos sabemos que Ele já veio e está prestes a retornar. Quanto às profecias, muitas já se cumpriram, outras ainda se cumprirão. Toda a história é testemunha de que Deus vela pela Sua palavra para a cumprir (Jr.1.12). A história do passado de Israel, a qual tratamos neste capítulo, nos dá uma certeza: nós seremos testemunhas oculares do que ainda está por vir. A qualquer momento podemos ser testemunhas dos fatos que estão profetizados há mais de 2000 anos pela Bíblia Sagrada.
O PAPEL DE ISRAEL NA HISTÓRIA
“Conta-se uma história de que o primeiro-ministro de Israel foi visitar o presidente dos Estados Unidos. Sobre a mesa de trabalho do presidente americano havia três aparelhos telefônicos – um vermelho, outro branco
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e um outro azul. Quando o premiê israelense perguntou a respeito da finalidade daqueles telefones, o presidente americano respondeu que o vermelho era uma linha direta com Moscou; o azul era uma linha direta com Londres; e o branco uma linha direta com Deus. Ao ser questionado se usava frequentemente o telefone branco, o presidente americano declarou que utilizava raramente, já que os telefones para Deus eram ligações de longa distância e, portanto, muito caros. O primeiro-ministro israelense comentou que ele também tinha três telefones semelhantes. O aparelho vermelho em linha direta com Paris; o aparelho azul em linha direta com Londres; e o aparelho branco em linha direta com Deus. Aí foi a vez do presidente americano lhe perguntar se ele usava frequentemente o telefone branco. ‘Há ocasiões em que uso o telefone branco várias vezes num mesmo dia’, respondeu o premiê de Israel. Surpreso, o presidente americano perguntou como o governo israelense conseguia administrar uma conta telefônica tão dispendiosa. ‘Na verdade, não é tão caro telefonar para Deus’, disse o primeiroministro israelense. ‘Em Jerusalém, trata-se de uma ligação local’” (William C. Varner, p.8 a 10).
Israel é hoje uma nação como todas as outras. Tem sua língua, sua economia, seu território, seu governo, cultura, etc. Porém Israel tem algo especial que o destaca dos demais países; algo que não é simplesmente sua religião monoteísta, até porque muitos judeus que lá vivem são ateus. Há algo de especial nesse povo, nessa nação e em sua capital de 3.000 anos de história. E é exatamente isso que atraiu e continua atraindo tantos olhares sobre Israel, como também o faz dentre todos, o país mais perseguido e odiado. Deus escolheu esse povo, com ele fez uma aliança e o multiplicou na face da terra. Usou-o para advertir e até mesmo castigar outros povos, o que não impediu dele próprio ser castigado quando foi necessário. Ainda que estar em Israel não significa que estamos mais pertos de Deus, sabemos que esta nação está em Seu coração, e por assim ser, está na mira de Satanás, que tenta destruí-la e frustrar os planos de Deus, fazendo-o mentiroso. Apesar da humanidade acompanhar com espanto tudo quanto tem acontecido a este povo nos últimos 60 anos, e como Israel tem escapado de forma surpreendente da destruição e extinção na guerra contra ele declarada pelos árabes, as opiniões se dividem quando o assunto é discutido. Muitos argumentam que o novo Estado de Israel, criado em 1948, é simplesmente uma obra do acaso. Defendem eles, que esse Israel de hoje nada tem a ver com o Israel dos tempos bíblicos, e chegam até mesmo a negar que ele seja ainda o povo escolhido de Deus. São vários os pontos de vista, diferentes interpretações. Vamos
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abordar neste capítulo algumas dessas interpretações e identificar qual delas recebe o apoio das Escrituras.
“A interpretação do papel histórico de Israel está ligada à filosofia de história que é adotada, ou seja, a maneira pela qual se entende e integra os fatos do passado e do presente à luz da direção em que se presume estar caminhando a história. Mesmo com o risco de uma generalização excessiva, pode-se dizer que há basicamente três tipos de filosofia de história: a grega, essencialmente cíclica, que entendia o tempo como uma prisão a que a humanidade estava confinada, da qual só poderia se libertar por meio da morte; a filosofia hindu da história era semelhante, pois entendia que, escapando à História, se poderia encontrar a realidade última, a unidade com o supremo nada, a absoluta negação do individual (e, por extensão, do comunitário); já a filosofia judaico-cristã entende a História como o palco onde Deus atua para promover o bemestar último de suas criaturas, sob sua autoridade e para sua glória, num desenvolvimento que combina dois movimentos: o cíclico e o linear” (Carlos Osvaldo Pinto, p.32).
Naturalmente, a questão do papel de Israel no plano de Deus só tem sentido dentro da filosofia judaico-cristã da história. Infelizmente, entretanto, os cristãos têm discordado quanto a esse assunto. A igreja no início abraçou uma visão da história que hoje chamamos de pré-milenismo, ou seja, o alvo da história seria a implantação de um Reino terreno, material, político, estabelecido por Jesus em sua segunda vinda, um Reino centrado em Jerusalém, de acordo com uma interpretação literal das profecias do Antigo Testamento.
“Abusos dessa interpretação levaram alguns, como Agostinho de Hipona, no princípio do século 5, a adotar uma outra leitura do Antigo Testamento, espiritualizando as expectativas e transferindo o Reino de Deus para outra esfera. A Igreja cumpriria as promessas feitas a Israel e o Reino se realizaria nela, na terra e no céu, mas sem qualquer dimensão política. Tal visão recebeu o rótulo de amilenismo” (Carlos Osvaldo Pinto, p.32).
A palavra amilenismo significa literalmente “nenhum milênio”. Não no sentido de não existir um milênio de forma alguma. A verdade é que o
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amilenismo não crê num milênio literal e futuro, mas ensina que o milênio de Apocalipse 20 é toda a era do Novo Testamento, desde o nascimento de Cristo até o fim do mundo. Portanto, os mil anos devem ser entendidos simbolicamente, e não literalmente. O amilenismo, portanto, não espera um milênio ainda porvir, mas crê que estamos no meio do milênio agora, e que, quando o milênio terminar, o fim do mundo terá acabado. Esta era do Novo Testamento é a última era do mundo. Os amilenistas não esperam um arrebatamento mil anos antes do fim, nem uma vinda de Cristo mil anos antes do fim, nem esperam que a grande tribulação ocorra mil anos antes do fim do mundo. Antes, eles ensinam que todos esses eventos ocorrerão no fim e serão seguidos pelo estado eterno.
“Essa permaneceu como a visão dominante até a expansão do Cristianismo, nos primórdios do século 17. Entusiasmados com tal expansão, alguns pensadores cristãos retornaram o otimismo inicial em relação à História, propondo que o Reino de fato se materializaria no tempo e no espaço, não pela vinda de Cristo, mas em preparação para ela, graças aos esforços evangelizadores e socializantes da Igreja. Como era de se esperar, recebeu o rótulo de pós-milenismo” (Carlos Osvaldo Pinto, p.32).
Seus adeptos interpretam os mil anos do Milênio, como uma extensão do período atual da igreja. Ensinam que o poder do Evangelho ganhará todo o mundo para Cristo, e a Igreja assumirá o controle dos reinos seculares. Após haverá a ressurreição e o julgamento geral tanto do justo como do ímpio, seguido pelo reino eterno no novo céu e na nova terra. Os pós-milenistas também espiritualizam as profecias da Bíblia, não dando espaço à restauração de Israel ou reinado literal de Cristo sobre a terra durante o Milênio. O Catolicismo Romano afirma ser o novo Israel e ensina que os judeus não são mais o povo escolhido de Deus. O Concílio Vaticano II tenta esconder esse fato com conversas ambíguas e enganadoras, mas seu significado é, a despeito disso, bem claro: “Ele [Deus], portanto, escolheu a raça israelita para ser seu próprio povo e estabelecer uma aliança com ela. Ele gradualmente instruiu esse povo... e o fez santo diante de si... Cristo instituiu essa nova aliança... em seu sangue, ele chamou uma raça composta por judeus e gentios... [para] ser o novo Povo de Deus.
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Na medida em que o Israel que peregrinou pelo deserto conforme a carne já era chamado de Igreja de Cristo, assim também, o novo Israel [a Igreja Católica Romana], que avança nesta presente era em busca de uma cidade permanente, também é chamado de a Igreja de Cristo. Essa é a única Igreja de Cristo, que no Credo nós professamos ser uma, santa, católica e apostólica, a qual nosso salvador, após sua ressurreição, confiou ao cuidado pastoral de Pedro...” (David Hunt, p.64 e 65).
Assim, embora a Igreja Católica Romana reconheça que os judeus já foram o povo de Deus, ela afirma que eles não têm mais esse papel nacional, mas devem unir-se individualmente ao “novo povo de Deus”, a Igreja Católica Romana. A “igreja” que foi certa vez Israel não existe mais, e em seu lugar agora está a “única, santa, católica e apostólica” igreja com base em Roma, que é a Nova Jerusalém. Então Israel, como povo de Deus está acabado. Os judeus não têm mais direito à terra Palestina. Isso nos lembra as cruzadas católicas para tomar de volta o que eles chamavam de “A Terra Santa”, não só dos turcos, mas dos judeus a quem Deus a deu. Durante séculos, desenvolveu-se no Catolicismo Romano a idéia de que, pelo fato de terem crucificado a Cristo, os judeus deviam ser perseguidos e até mortos. O Vaticano não tem sido favorável a Israel. Passaram-se 47 anos até a Igreja Católica reconhecer a legitimidade do Estado de Israel. Não bastasse a Igreja Católica apregoar esse engano, hoje, “...mais de 400 anos após a Reforma, e repudiando os mártires que deram suas vidas para se libertar de Roma, estamos vendo protestantes de mãos dadas com a mesma Igreja que mandou seus ancestrais para as fogueiras. Como parte dessa união ecumênica, cada vez mais protestantes estão assimilando as mesmas crenças católicas romanas que eram anátema para seus antepassados. Até mesmo a heresia de que a Igreja é Israel... foi aceita por grande parte dos protestantes. Uma carta enviada por membros de uma igreja conservadora evangélica explica: A escatologia da Igreja Lutera, dos Concílios do Missouri e Winconsin, é católica por natureza: nenhum arrebatamento, nenhum milênio. A igreja é Israel e as Escrituras são espiritualizadas para dar à Igreja a posse das promessas feitas a Israel. Israel como uma nação foi desprovida de qualquer importância.” (David Hunt, p.312 e 313). Um líder cristão influente, James McKeever, escreve no seu boletim:
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“Nós amamos os hebreus que vivem... na nação de Israel... Mas o Senhor nos mostrou claramente que, de forma alguma, eles são Israel. Israel é composto por todos os crentes em Jesus Cristo... É vitalmente importante que o corpo de Cristo perceba que ele é Israel e que as profecias não cumpridas a respeito de Israel são dele para delas participar. As promessas não-cumpridas a Israel existem para que a igreja as receba.” (David Hunt, p.312 e 313).
Um número cada vez maior de evangélicos tem usado uma interpretação errônea de Josué 21.43-45, por exemplo, como uma evidência textual que, segundo eles, prova a anulação das promessas territoriais feitas a Israel.
“Desta maneira deu o Senhor a Israel toda a terra que, com juramento, prometera dar a seus pais; e eles a possuíram e habitaram nela. E o Senhor lhes deu repouso de todos os lados, conforme tudo quanto jurara a seus pais; nenhum de todos os seus inimigos pôde ficar de pé diante deles, mas a todos o Senhor lhes entregou nas mãos. Palavra alguma falhou de todas as boas coisas que o Senhor prometera à casa de Israel; tudo se cumpriu.” 56
Segundo essa interpretação, Deus é alguém que está procurando um meio de se desobrigar das promessas feitas, de forma legalista, como que dizendo: “Eu cumpri a letra da lei neste caso. Agora posso riscar essa promessa da minha lista de obrigações”. Eles querem se livrar de Israel e acham que encontraram uma passagem bíblica que dá base à sua idéia anti-bíblica. Na opinião de um desses intérpretes: “Quanto à alegação de que certas promessas ainda não se cumpriram, Josué é enfático: ‘Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel; tudo se cumpriu’” (Thomas Ice, p.11). Quase ninguém interpreta esses versículos da mesma forma. Na realidade, a negligência do povo que fez com que o benefício da bondade divina escapasse por entre seus dedos. Foi exclusivamente por causa de sua própria covardia que ele não desfrutou da bênção de Deus em toda a sua plenitude. A conquista da terra nunca foi completada (veja Josué 13.1-32; Juízes 1.1-36). Apesar do fato de que várias porções do território ainda 56
[Js.21.43-45]
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permaneciam nas mãos dos cananeus, a promessa de que a terra de Canaã seria dada à casa de Israel para possessão tinha sido cumprida, pois Deus não havia prometido a destruição total e imediata dos cananeus, mas apenas a sua exterminação gradual (Ex.23.39-30; Dt.7.22). Deus fez sua parte, Ele havia feito por Israel o que prometera. O Senhor não havia falhado no cumprimento de Sua promessa, ainda que Israel não tivesse tido fé para conquistar toda a terra. Devido à falha do povo em tomar posse do que Deus lhes deu, profecias que prometem a posse da terra por parte do povo de Israel, foram feitas em época posterior a Josué (por exemplo, Amós 9.14-15). Portanto, Josué 21.43 refere-se à extensão de terra delimitada em Números 34, e não à área total que será ocupada no reino messiânico (Gn.15.18-21). Além disso, embora possuísse a terra naquela época, Israel foi posteriormente desapossado, enquanto a aliança abraâmica prometia que Israel possuiria aquela terra para sempre (Gn.17.8). A promessa a Israel de que nos últimos dias seria reunido dentre as nações onde Deus o espalhou para morar novamente na Terra Prometida e que Cristo reinaria sobre ele de Jerusalém, não teria qualquer sentido para a Igreja. A Igreja jamais foi expulsa de qualquer terra, e jamais recebeu a promessa de que voltaria à terra de onde foi lançada fora, como Deus prometeu a Israel. Israel é particularmente uma escolha de Deus por várias razões, entre elas: uma propriedade particular e nação santa (Ex.19.5-6); um povo que revelaria ao mundo a sabedoria de Deus (Dt.4.5-8); Israel deveria trazer o Messias ao mundo e salvação aos gentios (Rm.9.4-5; Jo.4.22). A Igreja é uma obra à parte do povo judeu. Ela ainda seria edificada quando Jesus pregava ainda ao seu próprio povo (Mt.16.18). A Igreja compõe-se de dois tipos de povos: o povo judeu e o gentio. Nela, eles são unidos em um só corpo (Ef.3.3-6) e nela têm um relacionamento totalmente diferente do relacionamento entre judeus e gentios incrédulos. Deus continua a salvar judeus e gentios unindo-os na igreja. Dentre as três visões da história da igreja, apenas o prémilenismo defende um papel significativo para Israel no desenvolvimento da história. Para o amilenismo, Israel já teve seu papel histórico, encerrando com a primeira vinda de Jesus Cristo. De lá para cá, enquanto Israel existir, será apenas mais uma das nações a serem alcançadas com o Evangelho e integradas no Reino de Deus. Para o pós-milenismo, Israel é mais um dos países a serem submetidos ao domínio do Evangelho pelos meios naturais de pregação, educação e legislação, e continuará nas primeiras páginas até que o conflito nele centrado seja resolvido.
51
O pré-milenismo é o único sistema teológico que prevê o cumprimento das promessas nacionais a Israel no decorrer da história, mais especificamente no seu capítulo final. A verdadeira igreja é celestial, não terrena, e nenhuma terra no mundo jamais foi prometida a ela. A promessa de Cristo claramente foi: “Na casa de meu Pai [céu] há muitas moradas... voltarei e vos receberei para mim mesmo para que onde eu estou estejais vós também”57. O entendimento de Paulo sobre a revelação de Cristo foi igualmente claro: “Porquanto o Senhor mesmo... descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre som o Senhor”58. Esta é a interpretação que mais encontra apoio nas Escrituras, sem falar nas evidências históricas.
“O restabelecimento da nação de Israel nas terras biblicamente conhecidas como Canaã teve muitos motivos geopolíticos, mas é inegável que veio cumprir, também uma série de profecias registradas no Antigo Testamento. ‘Quando o tempo se cumpre, nada pode resistir a Deus’, vaticinou o primeiro-ministro David Ben-Gurion, quando declarou a fundação do Estado de Israel. ‘O retorno dos judeus à sua própria terra é um dos maiores sinais de que Deus é fiel com seu povo’, afirmou o pastor Benjamin Scheidegger, da Igreja Batista Getsêmani, no Rio, descendente de judeus e, como a maioria dos crentes, admirador de Israel... Cristãos de todo o mundo enxergam naquela estreita faixa de terra às margens do Mediterrâneo o teatro de operações dos mais importantes acontecimentos do passado e do futuro da humanidade” (Carlos Fernandes, p.26).
O pré-milenismo, porém, “...tem várias vertentes, cada uma com uma ênfase. Há um pré-milenismo chamado sionista ou israelense. Este identifica o atual Estado de Israel com o cumprimento das profecias bíblicas de restauração nacional. Para seus defensores, 1948 é uma data escatológica, e dela deriva todo um esquema de cronologia do fim dos tempos. Infelizmente, muitos dos “marcadores de datas” partem da premissa errada de que 1948 foi o ano em que a figueira floresceu, conforme Mateus 24.32. Assim, o movimento humanista do sionismo é identificado com o cumprimento do plano de Deus para Israel... As promessas bíblicas de restauração nacional efetiva, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, sugerem uma situação de completo abandono de Israel por parte da ‘família’ das nações (ao contrário do apoio, pelo menos diplomático, recebido em 1948), bem como um contexto de invasão e presença na Terra Prometida de um poder militar de dimensões continentais, hostil e determinado a extinguir Israel. Além disso, há o fato indiscutível de que essa restauração seria 57 58
[João 14.2-3] (Grifo Nosso) [I Tessalonissenses 4.16-17]
52
efetuada pelo Messias, pelo Servo do Senhor. Isso nos leva a rejeitar essa equação histórica e a ênfase, fortemente judaica, que certos grupos querem impor à Igreja do Senhor Jesus Cristo. Um outro segmento do pré-milenismo propõe que a restauração de Israel se dará depois da vinda de Cristo, mas não destaca qualquer papel milenar para a nação. O Reino estabelecido por Jesus será mais espiritual do que nacional ou político. A ênfase desse pré-milenismo espiritual recai sobre a Jerusalém celestial, não sobre a Jerusalém terrena... Finalmente, há um segmento que propõe ser o futuro de Israel o cumprimento literal das promessas incondicionais das alianças abraâmica (a terra em Gêncsis 15), davídica (o trono, em Samuel 7), e nova (o trato, em Jeremias 31 e 32 e Ezequiel 36). Em todas essas alianças, o relacionamento de Deus com Israel exige uma restauração que vai muito além do atual estado de coisas. A posse da terra – hoje assunto tão contestado – será efetivada; o governo da terra será uma monarquia, não uma república parlamentarista, a religião do povo será um teísmo messiânico, calcado num novo nascimento operado pelo Espírito Santo” (Carlos Osvaldo Pinto, p.33).
Essa vertente do pré-milenismo afirma a vinda futura de um período breve de dramático sofrimento para a humanidade e quase extinção para o povo de Israel (Ap.6.19), que é a Grande Tribulação. É exatamente para passar por esse período que o povo de Israel está sendo reunido atualmente como podemos ver, e para a salvação do remanescente. Com o retorno glorioso de Jesus Cristo, ocorrerá uma conversão dramática de israelitas a Cristo, seguidas da implantação de um reino de mil anos em que a promessa de que Israel seria a cabeça, e não a cauda das nações, se cumprirá. É deste ponto de vista que partilhamos.
“tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus” 59
59
[Fl.6.1]
53
O FUTURO DE ISRAEL
54
Como vimos no capítulo anterior, Israel e Igreja são dois organismos diferentes. Não é correto fundi-los em um único objeto, tão pouco dizer que a Igreja substituiu Israel. Vemos na Bíblia que cada um tem seu destino. Quando os judeus rejeitaram o Messias, crucificando-o, deu início uma nova era, a era da igreja. Nos últimos 1900 anos, Israel ficou de lado e a Igreja assumiu o papel principal. Mas ela não deverá misturar-se com o plano ainda não concluído para com Israel, por isso será removida para o programa que Deus estabeleceu para Israel finalmente aconteça. Este programa nós conhecemos como Setenta semanas de Daniel:
“Setenta semanas estão decretadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o santíssimo. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o ungido, o príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; com praças e tranqueiras se reedificará, mas em tempos angustiosos. E depois de sessenta e duas semanas será cortado o ungido, e nada lhe subsistirá; e o povo do príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até o fim haverá guerra; estão determinadas assolações. E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador; e até a destruição determinada, a qual será derramada sobre o assolador” 60
“Daniel, um judeu piedoso entre os cativos da Babilônia, era um estudioso diligente da profecia. Ao estudar Jeremias (Daniel 9:2... Jeremias 25:11,12; 29:10), chegou à conclusão de que os 70 anos profetizados pelo Senhor estavam chegando ao fim. Dirigiu seu rosto para Jerusalém, confessou o seu pecado e o pecado de seu povo, Israel, e orou para que eles fossem restaurados à sua própria terra. Deus usou a oportunidade para dar a Daniel uma profecia extremamente importante sobre o futuro de Israel, a qual, algumas vezes, é chamada de ‘As Setenta Semanas’, que literalmente quer dizer ‘Setenta Setes’. Que estas ‘Semanas’ são semanas de anos, é óbvio a partir do conteúdo da profecia” (Robert J. Brennan, p118).
São designados quatrocentos e noventa anos para o cumprimento dessa profecia. Eles estão divididos em três secções: 1) sete semanas de anos, ou seja, 49 anos; 2) sessenta e duas semanas de anos, ou 434 anos; 3) uma semana de anos, ou 7 anos; somando um total de 490 anos. 60
[Dn.9.24-27]
55
“As setenta semanas começam com o decreto para restaurar e construir Jerusalém. Esse decreto foi dado por Artaxerxes Longimanus, em 445 a.C.. Certos eventos muito importantes deveriam ocorrer após a 69ª semana, ou 483 anos, antes da 70ª semana ou dos sete anos finais” (Robert J. Brennan, p118).
São eles: 1) O Sacrifício do Messias (29-30 d.C.); 2) A Destruição de Jerusalém (70 d.C.); 3) A destruição do templo (também em 70 d.C.). “Visto que tais fatos deveriam acontecer após as sessenta e nove semanas haverem decorrido e antes que a septuagésima semana começasse, deveria haver um período de tempo entre o fim da sexagésima nona semana e o começo da septuagésima semana. A história prova que as sessenta e nove semanas e aqueles importantes eventos se cumpriram. A história mostra, também, que o cumprimento total dos objetivos dessa profecia ainda não ocorreu em relação a Israel” (Robert J. Brennan, p118).
Esta profecia é exclusiva para Israel, a igreja não está inclusa neste programa. A profecia é clara ao dizer Setenta semanas estão decretadas sobre o teu povo (os hebreus), e sobre a tua santa cidade (Jerusalém). Quando Jesus Cristo morreu, abriu-se uma lacuna na história e o tempo da profecia de Daniel pára, e dá lugar ao tempo da graça. Estamos vivendo o período de tempo entre a 69ª e 70ª semanas. Portanto, o período que agora chamamos de Época da Igreja terminará antes que a 70ª semana comece. Para a Igreja, está destinado o arrebatamento. Este evento é comparado muitas vezes com o caso de Enoque (Gn.5.24) e de Elias (II Rs.2.12). Jesus Cristo também foi arrebatado aos céus conforme Atos 1 verso 9. O Novo Testamento ensina que Jesus virá sobre as nuvens arrebatar Sua Igreja. O apóstolo Paulo escrevendo à Igreja de Tessalônica disse: “Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor”61. A expressão arrebatamento é a tradução do verbo grego “harpazo”, o qual tem significado de agarrar para o alto ou puxar com força.
61
[I Ts.4.16-17]
56
A septuagésima semana é também conhecida como o tempo da “Angústia de Jacó” e a Grande Tribulação começará. “Ah! porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! É tempo de angústia para Jacó; todavia, há de ser livre dela”62. Conta-nos a Bíblia que na época do exílio de Judá na Babilônia, Nabucodonosor teve um sonho e mandou que buscassem entre os sábios da Babilônia alguém que lhe dissesse qual sonho teve e o interpretasse. Ninguém pôde atender ao rei, senão Daniel, que buscou de Deus a revelação de qual sonho tivera Nabucodonosor, como também sua interpretação. “Tu, ó rei, na visão olhaste e eis uma grande estátua. Esta estátua, imensa e de excelente esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível. A cabeça dessa estátua era de ouro fino; o peito e os braços de prata; o ventre e as coxas de bronze; as pernas de ferro; e os pés em parte de ferro e em parte de barro. Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mãos, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou. Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não se podia achar nenhum vestígio deles; a pedra, porém, que feriu a estátua se tornou uma grande montanha, e encheu toda a terra.” 63
A cabeça de ouro da estátua representava Babilônia, o grande império de Nabucodonosor, que durou de 666 a.C. até o ano 536 a.C. (Dn.2.32,37,38). O peito de prata representava o império de Medos e Persas. Foi do ano 536 a.C. até 331 a.C. (Dn.2.32). O ventre de bronze representava o reino da Grécia, do grande Alexandre Magno. Foi do ano de 331 a.C. até o ano de 146 a.C. As pernas de ferro representavam o grande e terrível império romano. Este império teve vários imperadores e foi o mais longo de todos, de 146 a.C. até 476 d.C. Os pés, em parte de ferro e em parte de barro (Dn.2.33), simbolizam o quinto império mundial, que ainda não se estabeleceu sobre a terra. Os dedos dos pés representavam dez reinos, ou seja, dez nações confederadas, que comporão o futuro reino do Anticristo, esta será a septuagésima semana de Daniel. O barro e o ferro falam do tipo de governo. A firmeza do ferro representava a solidez de um governo compacto. O barro, por sua vez, representa a fragilidade, constituída de partículas soltas. Isso fala de governo descentralizado e democrático nos primeiros anos e meio. Tempos depois, o próprio Daniel teve uma visão cuja interpretação é a mesma do sonho de Nabucodonosor. 62 63
[Jr.30.7] [Dn.2.31-35]
57
“Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando, numa visão noturna, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o Mar Grande. E quatro grandes animais, diferentes uns dos outros, subiam do mar. O primeiro era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da terra, e posto em dois pés como um homem; e foilhe dado um coração de homem. Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne. Depois disto, continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha nas costas quatro asas de ave; tinha também este animal quatro cabeças; e foi-lhe dado domínio. Depois disto, eu continuava olhando, em visões noturnas, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres. Eu considerava os chifres, e eis que entre eles subiu outro chifre, pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas”64.
A cabeça de ouro da estátua que Nabucodonosor viu em seu sonho, corresponde à primeira visão de Daniel, o leão é o império Babilônico. Depois da visão do leão, Daniel vê um outro animal. Este era um urso com a boca aberta e três costelas entre os dentes. Esta visão corresponde à segunda parte do sonho de Nabucodonosor, o peito de prata da estátua (Dn.2.32), e aponta para o império Medo Persa. As três costelas na boca representam a conquista, pela Pérsia, da Babilônia, Líbia e Egito. A terceira visão de Daniel é um leopardo estranho que corresponde à terceira parte do sonho de Nabucodonosor que é o ventre de bronze, esta visão aponta para a Grécia. Um animal desconhecido era a quarta visão de Daniel (Dn.7.7,17,23). Esse animal tinha dentes de ferro. Seria o reino da ferocidade e da força, assim como as pernas de ferro da estátua, ele simboliza o império Romano que foi o quarto e último império mundial, e que precedeu à vinda de Cristo à Terra. Os dez chifres apontam para dez futuros reis, que correspondem aos dez dedos da estátua de Nabucodonosor (Dn.2.41-44) e também correspondem aos dez chifres da besta do Apocalipse (13.1; 17.12). O pequeno chifre será um rei que surgirá no meio das dez nações e dos dez reis. Este rei se coloca e se intitulará rei sobre os outros (Dn.7.24). Este pequeno chifre corresponde ao Anticristo (Dn.7.8) e o olho do chifre representa sua inteligência (Dn.7.20). Vemos através destas visões que o Senhor está no controle dos reinos da terra. Nada escapa de Seu olhar. Assim como Deus preparou o mundo antigo para o 64
[Dn.7.2-8]
58
nascimento do Messias, hoje Ele continua preparando o mundo, mas desta vez para Sua segunda vinda. Antes dessa segunda vinda, porém, como vimos anteriormente, é necessário que haja o arrebatamento, em que a Igreja será retirada da terra e levada para estar com Cristo. Muitos confundem esses dois eventos, pensando tratar-se de um só. Mas não é assim. Obviamente a Bíblia não contém um texto que explique a diferença das duas vindas de Cristo, porém, as Escrituras ensinam a diferença de um modo peculiar, da mesma forma que cremos na Trindade, mas sabemos que não há nenhuma passagem Bíblica que afirme clara e simplesmente a TriUnidade de Deus. Apontaremos abaixo algumas diferenças entre o arrebatamento da Igreja e a Segunda Vinda de Cristo. 1)
No
arrebatamento
Cristo volta nos ares sem sinal algum, e o mundo não o verá (I Ts.4.13-17).
Na
Segunda Vinda Cristo pisa no monte das Oliveiras com sinais para o mundo. Todo olho
O
verá
(Zc.14.3,4; Mt.25.29,30; Ap.1.7,8). 2)
O
propósito
do
arrebatamento é para ressuscitar os corpos dos crentes mortos e trasladar vivos
os para
crentes Sua
presença (I Co.15.5056; I Ts.4.13-18). O propósito da Segunda
59
Vinda é para julgar Israel e as nações e também
para
ressuscitar os mártires da
tribulação
santos
de
e
os
Israel
(Mt.25.31-46; Dn.12.1-3). 3)
O arrebatamento é para julgar as obras dos salvos (I Co.3.11-15; II Co.5.10; Rm.14.10). A Segunda Vinda é para julgar a incredulidade dos
perdidos
(Mt.25.31-46). 4)
No
arrebatamento
Cristo
volta
como
noivo para Sua noiva (I Ts.4.13-17; Jo.3.29; II Co.11.2; Ap.19.6-8). Na
Segunda
Vinda
Cristo volta como Juiz e
Rei
da
Terra
(Mt.25.31-46; Is.9.6,7; Salmo 2). 5)
No arrebatamento a Igreja é removida da terra (I Ts.4.13-18). Na Segunda Vinda a Igreja volta
à
terra
com
60
Cristo
(Ap.19.7,8,12;
Zc.14.5). 6)
Logo
após
o
arrebatamento
terá
início a tribulação e o Anticristo
será
revelado (II Ts.2 e Ap.6-19). Logo após a Segunda
Vinda
início
o
terá Reino
Messiânico
e
o
Anticristo
será
destruído
(Mt.25.31-
34; II Ts.2.8) 7)
No arrebatamento não há
modificações
na
terra, isto é, com a criação (I Ts.4.13-18). Na Segunda Vinda há tais
modificações
(Is.35.1,2; Zc.14.4,5). 8)
O
arrebatamento
é
iminente, ou seja, pode ser
a
qualquer
momento, até mesmo agora.
A
Segunda
Vinda será precedida por sinais (Mc.13.2426; Lc.21.25-28). “Respondeu-lhes Jesus: Acautelai-vos, que ninguém vos engane. Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; a muitos
61
enganarão. E ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; olhai não vos perturbeis; porque forçoso é que assim aconteça; mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino; e haverá fomes e terremotos em vários lugares. Mas todas essas coisas são o princípio das dores.” 65
As profecias do Senhor têm se cumprido nos nossos dias. Fenômenos naturais como terremotos, maremotos, tufões, o aquecimento global, tudo vem a ser um cumprimento da Palavra de Deus. As nações se levantam umas contra as outras e futuramente todas contra uma, ou seja, todas contra Israel. Fala-se na Terceira Guerra Mundial, uma guerra nuclear que pode arrasar o planeta. Para evitar tal catástrofe Jesus retornará, só Ele poderá impedi-la. “O templo judeu será reconstruído no Monte do Templo em Jerusalém e os sacrifícios diários começarão novamente! Como sabemos disso? Porque tanto o Antigo quanto o Novo Testamento testificam sobre esse fato. E com base nos 100 por cento de precisão que já documentamos de profecias passadas, temos confiança absoluta de que essas profecias relacionadas com o futuro também se cumprirão” (David Hunt, p.323).
Atualmente
58%
dos
israelenses
são
favoráveis
à
reconstrução de um novo templo. Há algum tempo o ministro do Turismo de Israel participou de uma marcha de protesto com milhares de pessoas que proclamavam que Jerusalém foi o lugar do Primeiro e do Segundo Templos judeus e também será o lugar do Terceiro Templo. Preparativos para a reconstrução do Templo estão sendo feitos por diversas organizações e movimentos, mas ninguém acredita que isso seja politicamente possível no momento. Porém, todos eles querem estar prontos para quando esse dia chegar. Os preparativos estão adiantados e esses grupos são tão bem organizados que em seis meses o novo Tempo (sic) poderá estar de pé. “Paulo conta que o Anticristo ‘se assentará no templo de Deus’ quando declarar ao mundo que ele é Deus. Obviamente, o Templo deve existir nesse futuro não especificado. João nos conta que ‘o mundo inteiro o adorará’ e que toda a humanidade será forçada, sob pena de morte, a se curvar perante a sua imagem. E não há dúvida de que essa imagem será colocada no Templo em Jerusalém. Uma imagem do ditador mundial, que todas as pessoas deverão adorar, seria certamente exposta no lugar mais sagrado do mundo, o Templo de Salomão, reconstruído e funcionando mais de 1900 anos após a sua destruição. 65
[Mt.24.4-8]
62
A pior afronta ao Deus de Israel, que será a intensão dessa imagem de um homem adorado como Deus, só poderia ser concretizada ao colocá-la no Templo do Deus de Israel. A profecia de Daniel sobre a ‘abominação desoladora’ não poderia ser cumprida de outra forma. Nenhuma abominação pior poderia ser imaginada do que profanar o Templo de Deus com uma imagem feita para um homem que tanto é possuído por Satanás quanto afirma ser Deus. Aqui está o aviso de Daniel sobre esse evento nos últimos dias:” (David Hunt, p.323 e 324). “E estarão ao lado dele forças que profanarão o santuário, isto é, a fortaleza, e tirarão o holocausto contínuo, estabelecendo a abominação desoladora... e o rei fará conforme lhe aprouver; exaltar-se-á, e se engrandecerá sobre todo deus, e contra o Deus dos deuses falará coisas espantosas; e será próspero, até que se cumpra a indignação: pois aquilo que está determinado será feito... Vai-te, Daniel, porque estas palavras estão cerradas e seladas até o tempo do fim. Muitos se purificarão, e se embranquecerão, e serão acrisolados; mas os ímpios procederão impiamente; e nenhum deles entenderá; mas os sábios entenderão. E desde o tempo em que o holocausto contínuo for tirado, e estabelecida a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias.” 66 “Provavelmente nenhum conceito tem sido tão mal-interpretado quanto o do Anticristo. Apesar do fato de que ele será a encarnação de Satanás, esse líder mundial vindouro não será o monstro facilmente reconhecido e obviamente maligno que geralmente se retrata. Pelo contrário, ele será uma figura muito atraente, projetando a imagem de ‘anjo de luz’ de Satanás (2 Coríntios 11.14), alguém que o mundo não só admirará mas também adorará. Ele será aceito por Israel como seu Messias, pelos muçulmanos como seu muito esperado Imã, pelos budistas como Maitreya, e como Cristo pelos ‘cristãos’ nominais (todos os verdadeiros cristãos terão partido da terra no arrebatamento). Nesse enganador incrivelmente carismático, todas as religiões (e governos) do mundo serão unidas.” (David Hunt, p.324 e 325).
Israel rejeitou seu Messias, apesar Dele ter vindo na hora exata prevista e em cumprimento às dezenas de profecias messiânicas específicas, porque Ele não trouxe o tipo de paz que Israel esperava. Os judeus rejeitam Jesus Cristo até hoje com base nisso. Tragicamente Israel aceitará o falso messias, o Anticristo, que chegará sem credenciais bíblicas, mas que aparentemente trará paz e possibilitará a reconstrução do Templo. Qualquer pessoa que conseguir isso deve ser o Messias, acreditará Israel por engano em seu entusiasmo por causa da “salvação” que lhe trará. Nos últimos anos vemos o mundo sendo preparado para a revelação do Anticristo. Fala-se até mesmo em ORU (Organização das Religiões Unidas), estruturada quase da mesma maneira que as Nações Unidas e compartilhando dos mesmos 66
[Dn.11.31,36; 12.9-11]
63
objetivos. As religiões do mundo estão cada vez mais preparando a base teórica de uma teologia mundial. Mesmo assim, apesar de todas as tendências atuais, algo mais é necessário. É inconcebível que um mundo tão dividido possa ser repentinamente (ou mesmo gradualmente) unido por um simples homem, não importa quão talentoso, carismático, ou movido por Satanás ele seja. Com isso a Bíblia concorda. Ela declara que o Anticristo não pode ser revelado, isto é, o mundo não o aceitará, até que aconteça um evento específico, que é o arrebatamento. Muito em breve, milhões e milhões dos que vivem nesta terra serão misteriosamente arrebatados do planeta e levados ao céu. Apenas então o Anticristo poderá ser revelado. Não é difícil imaginar qual será a reação do mundo. “Este mundo ficará absolutamente aterrorizado! Os chefes do EstadoMaior, o Gabinete do Presidente, o Congresso, as Nações Unidas, e todos os grupos de governo, negócios e educação, irão reunir-se numa sessão de emergência – admirados, devastados, tentando entender o que aconteceu com os milhões de desaparecidos. ‘Para onde eles foram? Quem os levou? Quem serão os próximos? ’, serão as perguntas nos lábios trêmulos por todo o mundo. Nada além de tal desastre poderia unir o mundo... Após o arrebatamento, a ‘sobrevivência’ a esse evento unirá aqueles restantes que não terão mais nada a fazer. Ambições islâmicas de conquistar o mundo, o ódio mútuo entre os sérvios ortodoxos e os croatas católicos, a inimizade e desconfiança entre coreanos do norte e do sul – essas e outras inimizades serão esquecidas no terror comum e na necessidade de cooperarem entre si. Com todos os crentes removidos, a grande oportunidade de Satanás de conquistar o mundo terá chegado. Aterrorizados e confusos, aqueles que ficarem adorarão qualquer um que traga ordem e sentido para o caos. Imediatamente, no auge desse terror, o homem de Satanás, o Anticristo, surgirá. Ele afirmará saber para onde todos foram levados. Alguma civilização cruel a alguns anos luz de distância os raptou como escravos. Mas ele assegura ao mundo que está negociando com um concílio intergaláctico para trazer todos de volta. E para demonstrar que não é mentira o que diz, ele realiza aparentes milagres pelo poder de Satanás ...o desaparecimento em massa, que desorganizou totalmente os registros bancários e de seguro e estabeleceu o caos financeiro, cria a necessidade de uma nova ordem econômica. Isso pode parecer ficção científica, mas... Não há outra maneira concebível para qual o Anticristo poderia subir ao poder como governante mundial, nenhuma outra maneira pela qual todas as religiões do mundo, inclusive um bilhão de muçulmanos, cujas escrituras proíbem tal união, poderiam unir-se” (David Hunt, p.344 e 345). “porque haverá então uma tribulação tão grande, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá. E se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.” [Mt.24.21,22] “Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos
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filhos do teu povo; e haverá um tempo de tribulação, qual nunca houve, desde que existiu nação até aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro” [Dn.12.1] “Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo.” 67
O estabelecimento de Israel, como nação soberana, nunca foi reconhecida pelas chamadas nações árabes. Até meados da década de 90, Israel já havia participado de quatro guerras provocadas pelos seus vizinhos, as nações árabes que, embora membros da ONU, negam a existência de Israel como nação, no mesmo pé de igualdade com as demais. Mesmo que Jerusalém não seja mencionada nem uma única vez pelo Corão e não tenha sido jamais a capital de um país árabe, os povos vizinhos a Israel parecem ébrios promovendo a jihad (guerra santa) para conquistar Jerusalém e expulsar os judeus de Sião. Israel vem sofrendo guerras e provocações constantes movidas por seus vizinhos. Os chamados palestinos, que se dizem os donos da terra – guerrilheiros ferozes – atacam os filhos de Israel, dentro e fora de suas fronteiras com ódio insopitável. Líderes do Hamas, da Fatah, da OLP e das milícias Tanzim enviam crianças a partir de dez anos de idade para morrerem como terroristas-suicidas. Durante estes anos como nação, Israel tem vivido em permanente tensão, ameaçado por todos os lados. Nada menos que a intervenção direta de Deus poderia solucionar a crise atual do Oriente Médio. Basta ter um pequeno conhecimento de história geral para convencer-se desse fato. “O Secretário de Estado norte-americano, Henry Kissinger, declarou em 21/11/73 o seguinte: ‘Não haverá paz no mundo enquanto a segurança de Israel estiver ameaçada’. Estas palavras são a conclusão lógica do que os profetas de Deus vaticinaram, como se pode notar através destas páginas. Este mundo só gozará paz, quando reconhecer em Nosso Senhor Jesus Cristo o Príncipe da Paz, quando Ele reinar sobre Israel, e todas as nações da terra estiverem sob o Seu pacífico domínio. Mas isso se dará, após a grande, decisiva e final batalha de Armagedom, quando o Senhor voltará em majestade e glória, com os Seus santos e como supremo Juiz para julgar as nações da terra e estabelecer o Seu Reino Milenário, tendo Jerusalém como capital de Israel e do mundo. Sim, só nesse dia o mundo desfrutará a paz, a tranqüilidade por que suspira o coração humano” (Synesio Lyra, p.58). “ A palavra do Senhor acerca de Israel: Fala o Senhor, o que estendeu o céu, e que lançou os alicerces da terra e que formou o espírito do homem dentro dele. Eis que eu farei de Jerusalém um copo de atordoamento para todos os povos em redor, e também para Judá, durante o cerco contra Jerusalém. Naquele dia farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos 67
[Rm.9.27]
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os povos; todos os que a erguerem, serão gravemente feridos. E ajuntarse-ão contra ela todas as nações da terra. Naquele dia, diz o Senhor, ferirei de espanto a todos os cavalos, e de loucura os que montam neles. Mas sobre a casa de Judá abrirei os meus olhos, e ferirei de cegueira todos os cavalos dos povos. Então os chefes de Judá dirão no seu coração: Os habitantes de Jerusalém são a minha força no Senhor dos exércitos, seu Deus. Naquele dia porei os chefes de Judá como um braseiro ardente no meio de lenha, e como um facho entre gavelas; e eles devorarão à direita e à esquerda a todos os povos em redor; e Jerusalém será habitada outra vez no seu próprio lugar, mesmo em Jerusalém. Também o Senhor salvará primeiro as tendas de Judá, para que a glória da casa de Davi e a glória dos habitantes de Jerusalém não se engrandeçam sobre Judá. Naquele dia o Senhor defenderá os habitantes de Jerusalém, de sorte que o mais fraco dentre eles naquele dia será como Davi, e a casa de Davi será como Deus, como o anjo do Senhor diante deles. E naquele dia, tratarei de destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém. Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o espírito de graça e de súplicas; e olharão para aquele a quem traspassaram, e o prantearão como quem pranteia por seu filho único; e chorarão amargamente por ele, como se chora pelo primogênito. Naquele dia será grande o pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadade-Rimom no vale de Megidom. E a terra pranteará, cada família à parte: a família da casa de Davi à parte, e suas mulheres à parte; e a família da casa de Natã à parte, e suas mulheres à parte; a família da casa de Levi à parte, e suas mulheres à parte; a família de Simei à parte, e suas mulheres à parte; todas as mais famílias, cada família à parte, e suas mulheres à parte”68. “Zacarias 12.1-6 descreve uma cena de dor e destruição que ocorrerá ao fim da Tribulação, um pouco antes do retorno do Senhor em glória. Ainda que o texto descreva nitidamente os horrores de um sítio militar comandado pelos exércitos mundiais, ele também demonstra claramente que o Soberano Senhor continua no controle e coordena com maestria até mesmo a fúria dos homens para cumprir Seus propósitos. Duas vívidas metáforas descrevem a situação crítica de Jerusalém... Jerusalém é comparada a um enorme cálice ou a uma taça cheia de vinho que as nações tentarão beber até a última gota. Em outras palavras, as nações querem drenar Jerusalém, extirpando-a para sempre. Entretanto, o plano das nações falhará... Quando extraírem o ‘líquido’ do ‘cálice’, as nações ficarão bêbadas; elas temerão, cambalearão de tontura e cairão. O cálice não será destruído; as nações é que serão aniquiladas. ...quando as nações tentarem remover a ‘pedra’ que impede os seus planos. A pedra rolará sobre as nações e as destruirá. As nações serão estraçalhadas por ela e ficarão ‘gravemente feridas’. Utilizando-se dessas ilustrações, o Senhor descreve o severo cumprimento do princípio da Aliança Abraâmica no final dos tempos, o qual foi primeiramente enunciado em Gênesis 12.3: ‘abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem’. Posto que as nações gentílicas tenham oprimido e até mesmo tentado destruir a pequena nação de Israel através de sua longa história, no fim elas serão punidas por Deus pelo fato de ousarem tocar ‘na menina do seu olho’ (Zc.2.8). O castigo das nações consistirá de ‘loucura’ e ‘fogo’ lançados
68
[Zc.12]
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sobre aqueles que sitiarem a Cidade Santa” (William C. Varner, p.11 e 12). “Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão: Mas alegrai-vos e regozijai-vos perpetuamente no que eu crio; porque crio para Jerusalém motivo de exultação e para o seu povo motivo de gozo. E exultarei em Jerusalém, e folgarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor.” 69
As forças do mal, conjugadas, não conseguirão evitar o cumprimento integral da Palavra de Deus através de Seus profetas. Que os inimigos de Israel tentem, procurando com suas ameaças intimidá-lo, e eliminá-lo como Estado soberano, arrepender-se-ão tardiamente. De Deus não se zomba. O texto de Zacarias 12.7-10 indica como o Senhor libertará Israel no auge do cerco. A salvação física será sucedida pela salvação espiritual. O mais importante é que o Senhor será o Salvador. Quando
o
remanescente
de
Israel
na
terra
for
inescapavelmente encurralado, sem dispor de qualquer recurso terreno para livrar-se do iminente aniquilamento, voltar-se-á para Deus e O invocará para que envie o Messias (Lc.13.34-35). Então o Messias aparecerá vindo dos céus com Seus poderosos anjos (Zc.14.5; Jl.3.11). “Quando os judeus contemplarem as feridas da crucificação no corpo ressuscitado de Jesus, perceberão que Aquele a quem rejeitaram... era o legítimo Messias. Então se arrependerão (mudarão suas mentes deixando de rejeitá-lO e passarão a confiar nEle como seu Messias e Salvador, conforme Zc 12.10-14). Em resposta ao arrependimento da nação, Deus a purificará de seus pecados (Zc 13.11)” (William C. Varner, p.39).
Primeiro, o Senhor “salvará... as tendas de Judá” (v.7). O termo “tendas” pode ser uma figura para o povo judeu que vive fora de Jerusalém, ou de Israel, ou seja, os da Dispersão (Diáspora). Depois defenderá os habitantes de Jerusalém (v.8), povo este que se refugiará em sua Santa Cidade como um último reduto de resistência durante a campanha militar do Armagedom, descrita em Joel 3.9-17, Isaías 63.1-6 e Apocalipse 16.12-16. Em terceiro lugar, o salvador dará seqüência à salvação física do remanescente de Israel, com uma efusão do Seu Espírito, levando à salvação espiritual, individual. O Criador dos céus e da terra não somente derramará o Seu Espírito sobre os habitantes de Jerusalém, mas também será contemplado como Aquele a quem eles traspassaram. 69
[Is.65.17-19]
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A linguagem é clara e representa com exatidão o texto original hebraico: “Olharão para mim,a quem traspassaram”. “O resultado imediato do olhar de Israel para Jesus, quando Ele retornar para libertá-lo, ficará evidente, pois todas as classes da sociedade judaica chorarão e se lamentarão. O versículo conclui: ‘...o prantearão como quem pranteia por um unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito’ (Zc 12.10, Ed. Revista e Corrigida). Esse lamento profundo e consciente de arrependimento se estenderá a todos os níveis do povo judeu... O Texto de Zacarias 13.1 mostra claramente que a lamentação levará a uma purificação do pecado: ‘Naquele dia, haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para remover o pecado e a impureza’.” [Jerusalém no centro do furacão, p.15 e 16] “Uma vez que Israel tenha se arrependido, o Messias sairá para lutar contra as forças políticas e militares das nações (Zc 14.3). Seus pés tocarão o monte das Oliveiras, localizado a leste de Jerusalém. O monte se dividirá ao meio. Uma metade se moverá para o norte e a outra metade se deslocará para o sul, formando um novo vale na direção lesteoeste, através do qual o remanescente do povo de Israel escapará dos seus inimigos (Zc 14.4-5). O Messias destruirá os poderes políticos e militares do mundo num horrendo juízo cheio de ira...” (William C. Varner, p.39). “Esta será a praga com que o Senhor ferirá todos os povos que guerrearam contra Jerusalém: apodrecer-se-á a sua carne, estando eles de pé, e se lhes apodrecerão os olhos nas suas órbitas, e a língua se lhes apodrecerá na boca, Naquele dia também haverá da parte do Senhor um grande tumulto entre eles; e pegará cada um na mão do seu próximo, e cada um levantará a mão contra o seu próximo. Também Judá pelejará contra Jerusalém; e se ajuntarão as riquezas de todas as nações circunvizinhas, ouro e prata, e vestidos em grande abundância. Como esta praga, assim será a praga dos cavalos, dos muares, dos camelos e dos jumentos e de todos os animais que estiverem naqueles arraiais” [Zc.14.12.15]. “Da sua boca saía uma espada afiada, para ferir com ela as nações; ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. No manto, sobre a sua coxa tem escrito o nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores. E vi um anjo em pé no sol; e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde, ajuntai-vos para a grande ceia de Deus, para comerdes carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos, carnes de cavalos e dos que neles montavam, sim, carnes de todos os homens, livres e escravos, pequenos e grandes. E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos para fazerem guerra àquele que estava montado no cavalo, e ao seu exército. E a besta foi presa, e com ela o falso profeta que fizera diante dela os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e os que adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre. E os demais foram mortos pela espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo; e todas as aves se fartaram das carnes deles.” 70 70
[Ap.19.15-21]
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O povo judeu guerreará ao lado do seu Deus e despojará o tesouro dos seus inimigos, tal como recebeu as riquezas dos egípcios no Êxodo. João viu Jesus montado num cavalo branco, vindo do céu. Enquanto hoje “a nossa luta não é contra o sangue e a carne”71, no final dos séculos o nosso Salvador exterminará todos os pecados e pecadores. Após a derrota dos exércitos inimigos, o Senhor Jesus com os Seus santos formará o Tribunal para o julgamento das nações – as que restarem do Armagedom. Neste julgamento, o Senhor Jesus será o Juiz e os Seus santos constituirão o Conselho de Sentença. “E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e o amarrou por mil anos. Lançou-o no abismo, o qual fechou e selou sobre ele, para que não enganasse mais as nações até que os mil anos se completassem. Depois disto é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo.” 72
Em seguida, o Senhor Jesus estabelecerá o Seu Reino Milenar, cumprindo-se assim as palavras do anjo Gabriel à Maria, em referência à criança que ela deveria conceber pela virtude do Espírito Santo: “Este será grande e será chamado filho do Altíssimo; o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi seu pai; e reinará eternamente sobre a casa de Jacó, e o seu reino não terá fim”.73 “Então todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorarem o Rei, o Senhor dos exércitos, e para celebrarem a festa dos tabernáculos. E se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o Senhor dos exércitos, não cairá sobre ela a chuva.” 74
O Reino Milenar, ou Milênio, será marcado pela adoração do único e verdadeiro Deus, em vez da adoração de muitos deuses. “para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” [Fl.2.10-11].
71
[Ef.6.12] [Ap.20.1-3] 73 [Lc.1.32,33] 74 [Zc.14.16,17] 72
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“Então brotará um rebento do toco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará. E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor. E deleitar-se-á no temor do Senhor; e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem decidirá segundo o ouvir dos seus ouvidos; mas julgará com justiça os pobres, e decidirá com eqüidade em defesa dos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará o ímpio. A justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins. Morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará; e o bezerro, e o leão novo e o animal cevado viverão juntos; e um menino pequeno os conduzirá. A vaca e a ursa pastarão juntas, e as suas crias juntas se deitarão; e o leão comerá palha como o boi. A criança de peito brincará sobre a toca da áspide, e a desmamada meterá a sua mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte; porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar. Naquele dia a raiz de Jessé será posta por estandarte dos povos, à qual recorrerão as nações; gloriosas lhe serão as suas moradas. Naquele dia o Senhor tornará a estender a sua mão para adquirir outra vez e resto do seu povo, que for deixado, da Assíria, do Egito, de Patros, da Etiópia, de Elão, de Sinar, de Hamate, e das ilhas de mar. Levantará um pendão entre as nações e ajuntará os desterrados de Israel, e es dispersos de Judá congregará desde os quatro confins da terra”75.
Uma nova Jerusalém, uma nova terra, habitada por um povo novo, num universo novo! Essa é a promessa de Deus!
75
[Is.11.1-12]
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CONCLUSÃO
Falar sobre o tema não foi uma tarefa difícil, considerando o assunto cativante desde o princípio do curso. A História de Israel foi bem sintetizada. Abordamos somente os fatos que contribuíram para a solução do problema. Antes deste estudo, conhecíamos sobre a história de Israel presente nas Sagradas Escrituras, mas tínhamos pouco conhecimento sobre sua história extra-bíblica. O Novo Testamento, pelo que sabemos, foi concluído antes mesmo da destruição de Jerusalém em 70 d.C. quando houve a diáspora. Sobre o que ocorreu depois a esse povo sabíamos muito pouco até realizarmos este estudo. Israel é uma nação escolhida e separada por Deus. Através deste povo, Deus revelou Seu Filho ao mundo trazendo salvação para o pecador. O estudo que
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fizemos provou aquilo que já sabíamos: tudo está no controle de Deus. Deus dirigiu a história de Israel, e até mesmo das nações pagãs, em preparação ao nascimento de Seu Filho. Cada povo, cada governo, teve sua parcela de contribuição positiva ou negativa para a chegada do Messias. Jesus veio na plenitude dos tempos, cumprindo em Si as profecias registradas nas Escrituras, mas os Seus não o reconheceram. Interpretaram mal os profetas e crucificaram o Filho de Deus, que ressuscitou e prometeu retornar. Os judeus pediram que Jesus fosse crucificado, e que Seu sangue caísse sobre si e seus filhos. Desde então, esse povo tem sofrido as conseqüências de sua escolha. Todo tipo de horrores sofreram e foram dizimados morrendo mais de 6 milhões na Europa na época do holocausto. Todo o sofrimento que lhes sobreveio não lhes abriu a mente para que reconhecessem a Jesus. A rejeição de Israel levou muitos teólogos a diferentes interpretações a respeito do papel de Israel na história e nos planos de Deus. Há aqueles que crêem que Israel também foi rejeitado por Deus e substituído pela Igreja, devido à sua escolha. Nossa visão, no entanto, é de que Israel continua sendo o povo escolhido e que as profecias continuam a se cumprir. A criação do novo Estado de Israel em 1948 e o fato de Israel estar sendo reunido desde então é prova suficiente de que Deus continua zelando pelo Seu povo e que tem planos para o mesmo. E nós sabemos que planos são esses, pois estão registrados nas Sagradas Escrituras. A Palavra de Deus nos afirma que em breve Cristo arrebatará a Sua igreja e que sete anos depois ele voltará à terra para livrar Israel de seus inimigos e implantar o Seu Reino. Esses sete anos correspondem à ultima semana de anos da profecia de Daniel, quando haverá a Grande Tribulação, como nunca houve antes na Terra. Depois disso Jesus governará as nações durante mil anos sentado no trono de Davi em Jerusalém e haverá paz sobre a terra. A história de Israel é assim, inseparável da história da redenção. Falar sobre esse povo, é falar também sobre a vitória de Deus sobre a serpente, o Diabo. Por isso, e por muito mais, concluímos que Israel é o Relógio de Deus na terra. É o sinal que nós temos da proximidade do cumprimento de tudo quanto Deus anunciou, de tudo quanto os autores bíblicos escreveram inspirados pelo Espírito Santo de Deus. Esperamos que este estudo seja útil aos leitores do mesmo, e que venha despertá-los para a volta iminente de Jesus para buscar Sua igreja e Seu retorno pra reinar sobre a terra. Jesus está às portas. Nós somos testemunhas dos sinais do fim. Não é tempo
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de olharmos para trás, pararmos ou vacilarmos. “Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém; vem, Senhor Jesus” (Apocalipse 22.20).
BIBLIOGRAFIA
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