26 DE JANEIRO
Dia de Mobilização e Ação Global do Fórum Social Mundial Milhares de ativistas, integrantes de organizações, redes, movimentos sociais e sindicatos, de todas as partes do mundo, realizam no dia 26 de janeiro um ato global para mostrar que um outro mundo é possível.
No dia 26 de janeiro de 2008, milhares de mulheres e homens estarão nas ruas para denunciar a tirania do atual modelo econômico, que impõe cada vez mais desigualdade e pobreza no mundo. O Fórum Social Mundial afirma novamente que o neoliberalismo não é a única maneira de organizar o mundo, mas é a mais trágica e está sustentada pelo aumento da poder militar e pelo endividamento dos países onde se concentra o povo pobre. Para as mulheres esse modelo é mais perverso, pois combina a dominação capitalista com a opressão patriarcal, impondo para a maioria um cotidiano marcado pela violência. A violência contra as mulheres está no centro das estratégias machistas e de guerra, como uma ferramenta de controle, para tentar nos calar e para romper a solidariedade entre os povos ou dentro de uma mesma comunidade. Arquivo SOF
Desde 2001, construímos a partir da Marcha Mundial das Mulheres o processo FSM, fazendo ecoar as nossas vozes e dizer que um outro mundo é possível fora da tirania das leis do mercado. Provamos que a economia não é uma coisa de especialistas, mas que nós somos construtoras dela. Afirmamos que é possível construir um mundo com igualdade, liberdade, solidariedade, justiça e paz. Dia 26 de janeiro sairemos às ruas em vários países para denunciar a violência contra as mulheres. Estamos nas ruas em solidariedade com as mulheres que são impedidas de estar! Denunciamos a violência que as mulheres sofrem em todas as partes do mundo. Em suas casas, no trabalho, nas ruas, nas escolas. Violência que aumenta em situações de guerra e ocupação militar.
8 de Março
Dia Internacional de Luta das Mulheres
Essa é principal data do calendário feminista. Mulheres de todo o mundo saímos às ruas para manifestar nossa indignação e o repúdio a todas as formas de opressão e ao machismo. Mas é também um dia em que celebramos nossas vitórias, em particular a construção de uma força como mulheres organizadas, em luta. Acreditamos que só a mobilização poderá mudar o mundo e nossas vidas. Conclamamos todas a participarem com a Marcha Mundial das Mulheres nas mobilizações do 8 de março. Somos mulheres em luta por igualdade, autonomia e soberania popular!
www.marchamundialdasmulheres.org
Estamos nas ruas em solidariedade com as mulheres que são impedidas de estar! Chamamos a atenção para a violência em países em que a situação é grave, massiva, atinge um grande número de mulheres e está institucionalizada no Estado ou através da ausência total do Estado. Denunciamos também os feminicídios, que são os assassinatos de mulheres, que acontecem com uso da violência sexual. Nos solidarizamos com as mulheres do Haiti, que além de toda violência cotidiana ainda sofrem a violência sexual por parte dos soldados que hoje ocupam seus territórios. Exigimos do governo brasileiro que retire suas tropas no Haiti! Nos solidarizamos com as mulheres de Burma, que tiveram um papel de liderança no levante social mais importante deste país dos últimos 20 anos, na luta contra a ditadura militar. Muitas ativistas tiveram que fugir de suas casas, estão sendo perseguidas e seus direitos não estão sendo respeitados. Nos solidarizamos com as mulheres do Irã, que são vitimas da violência estatal através do uso obrigatório do véu, da misoginia, violência sexual, apedrejamentos, execuções e mutilações. Muitas mulheres que lutam pela liberdade estão presas. Liberdade para todas e todos! Nos solidarizamos com as mulheres da República Democrática do Congo onde há um verdadeiro feminicidio e grupos armados para-estatais estupram as mulheres com toda impunidade. Nos solidarizamos com as mulheres do México, que lutam contra os feminicídios que se alastram em um contexto de livre comércio. Nos solidarizamos com as resistências populares que estão sendo criminalizadas e reprimidas brutalmente.
Pela igualdade no mundo e no Brasil Somos mulheres, feministas e em movimento. Acreditamos na força da mobilização para mudar o mundo e nossas vidas.
Acreditamos que é preciso unir os povos de todo continente, por isso estamos em luta pela Integração Latino-americana. Só assim poderemos garantir a auto-determinação e soberania de nossos povos. Por isso nos solidarizamos com o governo e o povo boliviano em seus enfrentamentos com a direita boliviana e internacional. Apoiamos a recuperação da propriedade e o controle dos recursos, a nova constituição política, e a afirmação de sua soberania ao se retirar do CIADI, uma instancia do Banco Mundial que se preocupa em garantir os interesses das empresas transnacionais. Somos mulheres em luta por autonomia e uma vida sem violência. Por isso nos somamos aos movimentos sociais na luta contra os monopólios dos meios de comunicação, que veiculam uma programação que reduz as mulheres a corpos padronizados. Especialmente na TV, a programação desqualifica as mulheres, estimula a violência sexista e racista, e criminaliza nossas lutas. Dizemos não à mercantilização da sexualidade e reivindicamos o direito à livre expressão da sexualidade. Seguimos em luta por nossa autonomia! Queremos a legalização do aborto para que as mulheres tenham a possibilidade concreta de decidir sobre a maternidade. O aborto não deve ser crime e deve ser garantido pelo SUS. Queremos a reforma agrária e valorização do salário mínimo como política de distribuição de renda e que beneficiará a grande maioria das mulheres, em particular negras e camponesas. Queremos a soberania alimentar, que é o direito dos povos a decidir sobre as formas de produção, distribuição e consumo dos alimentos, respeitando sua cultura e hábitos alimentares. Exigimos reforma urbana de fato para que todas as mulheres tenham direito á moradia digna. Dizemos não à tirania do livre mercado. Queremos mudar o mundo para mudar a vida das mulheres, para mudar o mundo!