Apresentação (1 / 2) de GUIDA PINTO
O Palácio e o Parque de Monserrate são uma das melhores ilustrações da arquitectura do período romântico em Sintra. O edifício original foi
A história de Monserrate remonta à época em que Portugal se encontrava sob o domínio dos Mouros. Um cavaleiro moçárabe, que vivia na colina onde se situa actualmente o palácio, entrando em conflito com o alcaide do Castelo dos Mouros e, num duelo entre ambos, acabou por
Terá sido sepultado pelos seus colegas cristãos na colina e posteriormente, veneraram a sua sepultura como um mártir.
Em 1540, já existindo então a Quinta da Bela Vista que pertencia ao Hospital de Todos os Santos em Lisboa. Um monge, após uma peregrinação ao Eremitério Beneditino de Montserrat na Catalunha, mandou erigir uma capela em invocação à santa (daí o nome actual do parque), no local da sepultura do cavaleiro moçárabe.
No século XVII, o hospital aforou Monserrate à família Mello e Castro radicada em Goa. Em 1718 a família compra a propriedade e Monserrate é incorporada no morgadio de D. Caetano de Mello e Castro, Vice-Rei da Índia.
O terramoto de 1755 causou grandes estragos na propriedade e o seu estado agravou-se progressivamente até ao fim do século. Em 1790, D. Francisca Xavier de Mello e Castro arrenda a propriedade a Gerard DeVisme, que manda construir o primeiro palácio em estilo neo-gótico, sobre as ruínas da antiga capela e moradias existentes na colina.
A capela foi reerguida noutro local da quinta. Mais tarde, essa réplica foi parcialmente destruída, de modo a assemelhar-se às ruínas e locais abandonados, que tanto eram apreciados pelo imaginário romântico do século XIX.
DeVisme mantém-se em Monserrate, entre 1790 e 1794. Além do Palácio, faz diversas melhorias na propriedade, entre outras, manda murar e pôr portões na Quinta (que se encontrava toda aberta), ficando assim mais valorizada.
DeVisme pouco tempo residiu em Monserrate, acabando por subarrendar a propriedade e todas as suas benfeitorias a William Beckford. Este, um escritor, era o inglês mais rico do seu tempo. Usou uma pequena parte da sua fortuna, para efectuar algumas obras no palácio e suas dependências e para criar um jardim paisagístico. Em 1799, deixa definitivamente o nosso país e Monserrate volta a entrar em
Finalmente no Ano de 1856, a propriedade é comprada por Francis Cook, outro milionário inglês. Inspirado pelo romantismo, transforma o jardim num magnifico parque, onde procura recriar ambientes de várias partes do mundo, aproveitando as extraordinárias condições naturais e possibilidades cénicas oferecidas. A paisagem assim construída, levou a que o parque fosse considerado um dos mais notáveis jardins exóticos do mundo.
Segundo um projecto que ainda hoje existe, confirma que a arquitectura de feição inglesa que DeVisme atribuíra ao edifício no final do século XVIII, Beckford confirmara e Francis Cook de novo acentua, acrescentando-lhe os estilos gótico, indiano e mourisco.
O Palácio foi embelezado na fachada exterior, com colunas de mármore, janelas com múltiplos relevos e graciosas cúpulas, em estilos gótico e mourisco.
Pormenor das janelas .
O recorte dos arcos, as cimalhas bastante avançadas, os quatro pequenos minaretes, que coroam o corpo central e as coberturas bulbosas, são em estilo hindu.
Um corredor no interior do Palácio.
No tecto dos corredores, uma impressionante sucessão de lâminas em pedra rendilhada.
O átrio interior, com uma fonte no centro.
O átrio visto de cima.
O tecto do átrio interior e varandins dos pisos superiores.
No interior, a exuberância decorativa dos estuques e capitéis acentua o carácter orientalizante do palácio, nomeadamente na Galeria e na Sala de
Tecto e paredes da Sala de Música .
Pormenor da parede da Sala de Música
Um rendilhado em pedra encima portas e janelas .
Um biombo em pedra recortada como fina renda.
Uma janela
Escada com corrimão de pedra rendilhada .
Os Tectos
Herbert Cook, filho de Francis Cook, prosseguiu os trabalhos de melhoramento do jardim, que a família mantinha aberto ao público.
Nos finais de 1929, a Quinta de Monserrate é posta à venda, mas é somente em 1946 que é comprada por Saúl Sáragga, que tenta sem sucesso, repartir em lotes a imensa propriedade. Sáragga vende em leilão todos os bens do palácio e em 1949, o Estado Português torna-se proprietário do imóvel e do parque.
Imagens recolhidas : www.flickr.com ( Fidalgo 72 / Dias dos reis / José Ferreira Jr. / Paulo X / Photoamador / supermárioixpt / Maoli . Pesquisa do texto : www.cm-sintra.pt . Música : Ernesto Cortazar - Andrew lloyd webber’s medley . Formatação do Slide : Guida Pinto
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