Auto da Barca do Inferno ( de Gil Vicente)
Trabalho realizado por: Ana Margarida nº 2 Carolina Simões nº5 João Silva nº 10
Os Quatro Cavaleiros
Índice
Introdução; Símbolos Cénicos; Percurso Cénico: Argumentos: Defesa Acusação Caracterização: Física Psicológica Ausência de intenção crítica; Sentença; Moralidades da peça.
Introdução Gil Vicente termina com uma cena (Os quatro Cavaleiros) apoteótica* que constitui a moralidade do auto.. Opõe os cavaleiros que morrem a combater pela auto Fé aos que trabalhavam “ pola vida transitória” (v (v.. 830) 830). O facto de terem morrido a combater os Mouros é o suficiente para alcançarem o Paraíso Paraíso:: “Morremos nas partes d’Além / e não queirais saber mais” (vv (vv..849849-850 850), ), responde o 2º Cavaleiro ao Diabo quando este ousa interrogá--los interrogá los.. O Anjo acrescenta: acrescenta: “…quem morre em tal peleja / merece paz eternal” ( vv. vv.861 861--862 ).
* que encerra apoteose apoteose;; cena final de certos espectáculos
Os Cavaleiros surgem no cais a cantar. cantar. A canção dirige dirige-se aos vivos e, mais especificamente, aos que são pecadores:: “Senhores que trabalhais / pola vida pecadores transitória”, “ Vigiai Vigiai--vos, pecadores” A cantiga aconselha a acreditar no “Temeroso cais”, isto é, no momento do julgamento final e na sentença - céu ou inferno inferno.. Relativamente aos pecadores diz “Vigiai “Vigiai--vos” porque poderão sofrer “Dolores” “Dolores”.. Para evitar este sofrimento convida “à barca da vida”, ou seja, entrar na barca do Anjo, o que significa fazer o bem em vida vida.. Assim o grande conselho é a prática do bem para evitar sofrimentos futuros futuros..
Símbolos cénicos A Cruz de Cristo; O escudo; A espada;
Estes elementos simbolizam a defesa da Reconquista Cristã e da Expansão da Fé de Cristo, como forma de atingir a salvação divina.
Percurso Cénico
Cais
Barca do Anjo
Embarque
Argumentos
Defesa Acusação
Nesta cena os quatro Cavaleiros não têm defesas nem acusações apenas os argumentos que vamos citar.
“Morremos nas partes d’Além”(v.849) “Quem morre por Jesu Cristo não vai em tal barca como essa!”(vv.853-854) “Ó cavaleiros de Deos, a vós estou esperando, que morrestes pelejando por Cristo, Senhor dos céos! Sois livres de todo o mal, mártires da Madre Igreja, que quem morre em tal peleja merece paz eterna.”(vv.855-862)
Caracterização Caracterização física
Vestidos para a guerra
Segurando um uma cruz, uma espada e um escudo
Caracterização Caracterização psicológica
Decididos
Seguros
Auto-confiantes
Ausência de intenção crítica Contrariamente à crítica presente nas outras cenas, Gil Vicente exalta a luta contra os Mouros no Norte de África, em nome de difusão da fé cristã cristã.. A colocação da personagem colectiva colectiva-- Os Quatro Cavaleiros-- no final da peça permite transformar a cena Cavaleiros num final triunfante, reforçar a crença na salvação e incitar à fé em Deus Deus.. A salvação dos Cavaleiros simboliza a salvação através da luta e morte em nome de Deus Deus.. A concepção de salvação nesta obra corresponde ao espiritualismo, à despreocupação com os bens terrenos, por oposição à condenação através do apego aos bens materiais.. materiais
Sentença
A sentença dos Quatro Cavaleiros é ir para o Paraíso
Moralidade da peça
Gil Vicente era um poeta essencialmente cristão e as suas obras apresentam a visão da vida e da sociedade do seu tempo, através de olhos de artista cristão e moralista moralista.. Na cantiga dos Cavaleiros está condensada a moralidade da peça, isto é, a vida terrena consiste numa preparação definitiva para a condenação ou para a salvação depois da morte morte.. Aqueles que vivem conscientes da transitoriedade da vida e da inevitabilidade da morte, que temem a condenação eterna e trabalham e nome de Deus, serão salvos salvos.. Assim, temos a preparação para a vida eterna como explicação para a vida terrena, segundo a ideologia católica..(vv católica (vv..826826-842 842))