O Jovem cresce no grupo Além de amor e da opção pelos jovens, expressos em documentos da Igreja latinoamericana, é necessário saber como convocar, reunir e o que fazer para que o grupo de jovens caminhe. O que pressupõe um jeito de trabalhar as várias etapas pelas quais passam os jovens e, que não podem ser queimadas. O ponto de partida são as necessidades sentidas no contacto com a realidade. O eixo da Pastoral da Juventude (PJ) são os pequenos grupos de base. Estes grupos que criam laços, confrontam a vida com o evangelho e formam lideranças jovens para o engajamento na Igreja e na sociedade. Esta foi a metodologia usada pelo próprio Jesus Cristo. Não deixando de trabalhar com a multidão, dedicou-se à formação dos discípulos, especialmente dos doze. Pequenos grupos: O grupo de base (oito a 20 participantes) proporciona uma melhor participação, amizade e partilha de vida, incentiva o trabalho de cada um e favorece a formação integral do jovem. A formação acontece através de todas as actividades: trabalho, namoro, festa, estudo. Tudo tem que andar junto, contribuindo para o jovem crescer e ser feliz. No grupo, há momentos em que os jovens gostam de falar de si, da sua família, do trabalho, da escola, do lazer. Depois já estão preocupados com a comunidade e os seus problemas, no compromisso com a mudança da sociedade. Por isso, uma formação integral apresenta a necessidade de uma pedagogia que engloba a vida toda do jovem, que atenda: - a dimensão afectiva, ajudando a ser pessoa; - a dimensão social; integrando o jovem no grupo e na comunidade; - a dimensão espiritual, ajudando a crescer na fé; - a dimensão política, desenvolvendo o senso crítico e ajudando a tornar-se sujeito transformador da história; - a dimensão técnica, capacitando para a liderança, planeamento e organização participativos. Etapas a percorrer: Para chegar a uma formação integral há que se percorrer etapas, dar passos numa caminhada que acontece no grupo e fora dele. A primeira etapa é a “infância do grupo”. É a descoberta da própria situação e das relações entre as pessoas. O grupo amadurece um pouco e chega à “adolescência”. Começa a olhar para fora e realiza a descoberta da comunidade, dos problemas sociais e da importância da organização. A “juventude” do grupo acontece quando, aprofundando a sua acção e reflexão, o jovem realiza a descoberta da sociedade e da dimensão política e social da fé, comprometendose com a transformação da sociedade. A formação integral, educação na fé, é um processo que se desenvolve através da formação na acção. A própria acção deve criar a necessidade da busca de conteúdo. O desafio está em construir uma pastoral de pequenos grupos e, ao mesmo tempo, a necessidade de momentos/encontros de massa, importantes na motivação, animação dos jovens e de novos grupos. A PJ não tem a pretensão de atingir todos, mas quer ser fundamento de uma proposta de vida e esperança para os jovens.
É importante que os grupos de uma mesma paróquia, as paróquias de uma mesma área, as áreas de uma mesma diocese, as dioceses da mesma região se encontrem para crescer juntos e construir uma Pastoral da Juventude organizada e ser testemunho de um novo jeito de viver e expressar a nossa fé. QUESTÕES PARA DEBATE: 1 - O que é preciso ser feito para começar bem um grupo de jovens? 2 - Quantos participantes deve ter um grupo para funcionar bem? 3 - Que pedagogia é adequada para quem trabalha com grupo de jovens? O que é precisa levar em conta? 4 - Para que servem os grupos de jovens? Os grupos são um espaço legal para os jovens?
Rui António de Souza